Adultos - Betel
A conduta do cristão no relacionamento familiar
EDIÇÃO: 102 – 4º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 12 – 19 de dezembro de 2021
TEXTO ÁUREO
“Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa.” Efésios 6.2
VERDADE APLICADA
Praticar os princípios da Palavra de Deus no relacionamento familiar contribui na construção de um ambiente saudável.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Efésios 5
22- Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;
25- Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.
Efésios 6
1- Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
2- Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
3- Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.
4- E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Gn 2.18
A criação de uma adjutora.
Terça-feira – Dt 6.6-9
O fim da lei é a obediência.
Quarta-feira – Pv 4.10
Exortação a adquirir a sabedoria.
Quinta-feira – Pv 22.15
A importância da disciplina.
Sexta-feira – Os 4.6
Destruídos por falta de conhecimento.
Sábado – I Co 13.5
O amor não busca os seus interesses.
INTRODUÇÃO
Em Efésios 5.22-33 e 6.1-4, Paulo trata do comportamento cristão no lar, citando a responsabilidade de cada componente, e destacando, respectivamente, os diferentes papéis exercidos conforme os princípios da Palavra de Deus.
I – A SUBMISSÃO E A OBEDIÊNCIA A DEUS
A Igreja é formada por famílias, ela é a grande família de Deus [Ef 2.19]. E, tendo esse conceito de igreja como família, Paulo aproveita para instruí-los sobre seus deveres nos diferentes relacionamentos entre si.
- A submissão como um princípio. Deus trabalha com princípios e propósitos. Os princípios representam um conjunto de normas que devem ser seguidas para que se alcance um determinado propósito. Alguns princípios bíblicos estabelecidos por Deus em Sua Palavra ainda são desconhecidos ou mal entendidos por muitas pessoas que contraem o casamento. Devemos compreender que as leis que regem o casamento não são humanas, são divinas, porque Deus é o idealizador da família (Gn 2.18; 21-24). A filosofia secular desconhece totalmente ou não leva em conta o propósito pelo qual Deus uniu homem e mulher. Eles ditam seu próprios credos, leis e costumes, sem se importar com os princípios divinos, e, por falta de conhecimento, a sociedade vive chafurdando no pecado e no engano a cada dia (Os 4.6).
- Uma submissão com consciência. A sujeição da qual Paulo se refere é uma atitude espontânea, porque é uma sujeição baseada no amor e no temor do Senhor; ela não é cega, é totalmente consciente (Ef 5.22; Cl 3.18). Esta classe de sujeição encontra seu significado da mesma maneira que a esposa crente se submete a Jesus Cristo como seu Senhor (no trato, no carinho, no compromisso e juntos na mesma missão). Como é o marido que representa Deus na frente da família, no nível humano, merece a consideração que a esposa dá ao Senhor na área espiritual. Quando marido e mulher estão sob o senhorio de Cristo, o resultado será sempre a harmonia e a consistência (Ec 4.12).
- A submissão como propósito divino. O Deus que criou todas as coisas conhece perfeitamente como elas devem funcionar. Por esse motivo, colocou cada coisa em seu devido lugar. Deus colocou a mulher ao lado do homem para ser sua companheira e para que juntos completassem um ao outro (Gn 2.18). A razão da submissão da esposa ao marido é baseada no fato de que o marido é a cabeça da esposa, assim como Cristo é a cabeça da Igreja (Ef 5.23). Toda instituição tem uma autoridade principal e, no caso da família, o chefe é o marido, e sua obrigação ou autoridade foi delegada por Deus, e não pode ser substituída ou eliminada por nada ou ninguém. A sujeição da mulher ao marido tem um sentido espiritual, e deve ser vista como uma bênção, nunca como sacrifício (Ef 5.24).
II – AMANDO COMO CRISTO AMOU A IGREJA
Paulo agora se reporta aos maridos cristãos, cujo padrão determinado a eles é extremamente elevado. Eles devem amar suas esposas da mesma forma que Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (Ef 5.25].
- Um amor sacrificial. O relacionamento do marido com a esposa é descrito aqui em um espaço muito mais amplo, talvez precisamente por causa de sua maior responsabilidade. Torna-se claro que, no papel da esposa, a palavra-chave é sujeição, enquanto a do homem é amor. No entanto, não estamos falando de qualquer amor, não se trata de amor romântico ou platônico, se trata de algo muito mais profundo, de muito mais peso e valor, é um amor sacrificial, que sempre busca o bem da esposa e se ocupa em cuidar dela e agradá-la, em obediência à vontade de Deus e seguindo o exemplo de Cristo em relação à Sua Igreja (Ef 5.25-30).
- Um amor protetor e purificador. Para ilustrar o tipo de amor que o marido deve demonstrar por sua esposa, o apóstolo nos apresenta as ações empreendidas por Cristo como um sinal de Seu amor pela Igreja: Ele a amou, se entregou, a santificou e a purificou para que pudesse apresentar para Si mesmo. Essas são as evidências da plenitude do amor verdadeiro. Desse modo, a razão do amor especial e autêntico de Cristo pela Igreja foi sua santificação. Com a santificação da Igreja, Cristo procurou consagrá-la e separá-la para Ele com um propósito divino, e essa santificação foi o resultado de “havê-la purificado pela lavagem da palavra” (Ef 5.26).
- Um amor sem limitações. O amor verdadeiro é aquele que cuida, protege e conduz sempre à melhora e ao crescimento. Assim é o amor de Cristo por Sua Igreja. Ele está sempre limpando, corrigindo, purificando, santificando e conduzindo a altos níveis. “Paulo exalta o amor conjugal ao nível mais alto possível, pois vê no lar cristão uma imagem do relacionamento entre Cristo e a Igreja” (WIERSBE, 2007). Sabemos que a Igreja não é perfeita, ela tem máculas e rugas. As máculas são causadas pela contaminação exterior, enquanto as rugas vêm da deterioração interior. Mas é o amor sacrificial do marido que auxilia em todo tempo. Cristo tem uma esposa imperfeita, mas nem por isso pede o divórcio, ao contrário, Ele se sacrifica por ela.
III – O RELACIONAMENTO ENTRE PAIS E FILHOS
Paulo agora direciona sua palavra para exortar os filhos a obedecerem aos pais no Senhor e a honrá-los. Os filhos devem honrar seus pais porque, além de ser um procedimento correto, é um mandamento do Senhor (Ef 6.1-4).
- A obediência, o dever dos filhos. Os filhos devem prestar obediência a seus pais, porque, além de lógico e apropriado, é justo diante de Deus (Pv 4.10; Ef 6.1). Esse padrão foi estabelecido por Deus para ordenar a família e dar continuidade com o princípio de submissão que deve operar por todo o escalão familiar. É justo obedecer aos pais, não apenas porque corresponde ao caráter divino manifestado através de sua vontade para o homem, mas também porque essa atitude irá redundar em benefícios morais, físicos e espirituais. Devemos compreender que a admoestação feita por Paulo se dirige a todos que são filhos, mas principalmente aos cristãos. A obediência aos pais faz parte da lei natural que Deus escreveu em todos os corações humanos.
- A honra aos pais. A palavra “honra”, do grego “timao” significa: valorizar, estimar, dar preço a. Honrar os pais é, acima de tudo, respeitá-los, reconhecendo sua autoridade como dada por Deus, pela qual devemos não apenas obedecê-los, mas também devemos dar-lhes nosso amor e respeito e fazer por eles tudo que estiver ao nosso alcance para lhes dar o que melhor. Portanto, a honra aos pais implica respeito e consideração em amor, que se manifesta através da obediência e reconhecimento de sua autoridade delegada de Deus. A Bíblia de Estudo NAA destaca que a obediência dos filhos, nesse contexto bíblico, é uma das evidências de que conhecem a Deus e estão buscando agradá-Lo, resultando, assim, em bênçãos especiais de Deus para eles.
- A responsabilidade dos pais diante dos filhos. Na época de Paulo, a lei romana dava poder absoluto ao pai. Ele poderia vender seus filhos como escravos, para fazê-los trabalhar em seus campos acorrentados, podia até mesmo submetê-los à pena de morte. Essa exortação de Paulo traz um ingrediente importante para os relacionamentos entre pais e filhos. O que o apóstolo diz aos pais é para ter cuidado, não ser severo, não irritar os filhos, não levar os filhos ao extremo de ficarem zangados e cheios de raiva (Ef 6.4). Isto posto, um dos problemas mais sérios hoje em dia é o abuso físico de pais para filhos. Um tratamento abusivo e negligente por parte do pai confunde o filho, causa problemas emocionais e desperta ressentimentos, trazendo consequências infelizes para a família e para a Igreja.
CONCLUSÃO
Não existe melhor receita para a felicidade do que seguir os princípios que a Bíblia nos ensina. Instruída pela Palavra de Deus, a família terá sempre forças para vencer, além de paz e bem-estar.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel