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A chegada do Anticristo
INTRODUÇÃO
Ao falar sobre o Anticristo e os anticristos, João não estava se referindo unicamnete a um assunto escatológico, isto é, ao que faz parte das últimas coisas e a algo que pertence apenas aos últimos tempos. Ele estava também advertindo seus leitores a respeito de um espírito que já ameaçava a igreja naquele período e que ainda está em plena atuação. Um espírito que nega a divindade e o senhorio de Cristo (1 Jo 4.3).
O ESPÍRITO DO ANTICRISTO NO MUNDO
João deixa claro que já é a última hora, ou seja, a vinda de Cristo se dará em breve (v.18). Muitos são os sinais de que a volta de Jesus poderá ocorrer a qualquer momento. Um dos sinais é a operação do Anticristo. De acordo com João, o espírito dEle já está no mundo (1 Jo 4.3). Ele exercerá domínio sobre todas as nações. Daniel fala a respeito do governo do Anticristo, mostrando o que este será de grande influência: “[…] se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses e falará coisas incríveis e será próspero”[…] (Dn 11.36)
O terreno está sendo preparada. Atualmente observamos o fortalecimeto das grandes organizações geopolíticas e a unificação dos blocos econômicos. Na verdade, trata-se de uma preparação para um único governo mundial, pois, de acordo com a Palavra de Deus, o Anticristo assumirá grande poder político (Dn 7.8), comercial e religioso (Dn 8.25; Ap 13.16,17). Segundo as Escrituras, ele terá o controle da economia mundial (Ap 13.16,17).
Prodígios e sinais. O Anticristo fará muitos sinais e prodígios, ou seja, obras sobrenaturais para que suas mentiras sejam confirmadas: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios de mentira” (2 Ts 2.9). Ele usará destes sinais mentirosos para se impor e atrair seguidores. Porém, só conseguirá enganar aqueles que rejeitaram crer na verdade de Deus (2 Ts 2.10-12).
Sua aparição. Alguns pregadores e escritores, diante de grandes acontecimentos históricos e personalidades importantes, acabam afirmando que determinado líder político, ou religioso, é o Anticristo; que tal evento marcou ou marcará a sua chegada e muitas outras colocações de natureza duvidosa. Tenhamos cuidado com tais especulações, pois, apesar de seu surgimento ocorrer antes do arrebatamento da Igreja – tendo alguns sinais precedentes indicados no texto de 2 Tessalonicenses 2.1-12 – sua manifestação pública como tal só ocorrerá após Jesus retirar o seu povo da Terra, e ele só se revelará demonstrando toda sua oposição ao Senhor Deus, na metade da Grande Tribulação (Dn 9.27).
A PESSOA DO ANTICRISTO
Em um mundo influenciado pela mídia e inclinado à mitologia, é possível alguém pensar que o Anticristo será um ser estranho, de chifres, com aquela aparência caricaturada das representações demoníacas. Nada mais errado! Ele será uma pessoa influente que atrairá até mesmo os “cautelosos” judeus (Dn 9.20-27; Mt 24.22-27).
Sua identidade. Ele será uma personificação do Diabo, um líder mundial de habilidades e capacidades desconhecidas até o dia de hoje, possuirá um carisma irresistível e uma oratória extremamente persuasiva. É descrito também pelo apóstolo Paulo como o iníquo (2 Ts 2.8), pelo próprio João, no Apocalipse, como a besta, e pelo profeta Daniel como um “príncipe que há de vir” e o “chifre pequeno” (Dn 7.8; 9.26; Ap 13.2-10, 18; 19.20).
Suas atividades. De acordo com as Escrituras, no início, o Anticristo fará um pacto com Israel, restaurando a antiga prática de sacrifícios no Templo em Jerusalém (Dn 9.20-27). Todavia, na metade deste período, ele quebrará este acordo, tornar-se-á um governante mundial, declarar-se-á Deus, proibirá a adoração ao Senhor e perseguirá terrivelmente aqueles que desejarem ser fiéis a Cristo (2 Ts 2.4). Conforme as profeciais bíblicas, intermédio do poder satânico, sinais e prodígios de mentira (2 Ts 2.7-10). Este período é chamado de Grande Tribulação (Ap 7.14), um tempo de grande perseguição e oposição a tudo o que se chama Deus (Ap 12.17; 13.15).
Seu fim. Apesar dos seus feitos e poder, o Anticristo já possui um fim pré-determinado na Bíblia. Sua atividade se encerrará na Batalha do Armagedon quando o Senhor Jesus vier com a sua Igreja. Naquela ocasião, o Rei dos reis e Senhor dos senhores destruira o Anticristo, seus exércitos e todos os que o seguirem (Mt 24.30; Ap 19.19-21).
OS ANTICRISTOS NO MUNDO
Diferentemente do Anticristo que virá, muitos anticristos já naquele tempo haviam se manifestado e ainda se manifestam (2 Jo 1.7). Além destes, existem ainda os falsos profetas, homens enganadores que se fazem de cristãos para, se possível, enganar a Igreja (2 Pe 2.1; 1 Jo 4.1). Este fato atesta a advertência do apóstolo do amor quanto à realidade de que o “espiríto do anticristo” (4.3) já está atuante e em plena operação, delineando a plataforma para a sua aparição e, ao mesmo tempo, guiando os pequenos anticristos. João apresenta algumas características destes anticristos, as quais merecem ser estudadas.
Saíram no seio da igreja. Estes falsos mestres se haviam infiltrado na comunidade cristã com o fim de mesclar-se entre os irmãos para perverter a doutrina dos após-tolos. Pareciam cristãos, mas não o eram de fato. Abandonaram a igreja talvez por terem falhado em seus propósitos de desviar o povo. Esta foi a prova que desmascarou sua real intenção. Ainda hoje há muitos que se dizem cristãos, mas na verdade não o são. Misturados no meio do povo de Deus, são verdadeiros lobos em peles de ovelha. A Bíblia nos adverte várias vezes contra estas pessoas (Mt 24.24; 1 Tm 4.1,2; 2 Pe 2.1; Jd 1-19). Cabe a nós apercebermo-nos da existência destes falsos mestres em nosso meio.
Negavam a sã e principal doutrina cristã. Os falsos mestres da época não admitiam que Cristo tivesse vindo em carne, negando assim o próprio Deus, já que Ele mesmo deu testemunho de Jesus (1 Jo 5.9; Jo 5.32-38, 8.18). O Filho de Deus é a mensagem central de toda a Bíblia; o apóstolo Paulo nos ensina que, em Cristo, todas as coisas serão congregadas (Ef 1.10) e que ao nome dEle todo joelho se dobrará, e toda língua confessará que Ele é Senhor (Fp 2.10,11). Qualquer é Senhor (Fp 2.10-11). Qualquer ensinamento que negue isso é maldito (1 Co 16.22; Gl 1.8,9). Assim, esses mestres negavam a Cristo, a sã doutrina e a própria fé.
Queriam enganar os fiéis. A intenção dos falsos cristos e falsos profetas é enganar (Mt 24.24; I Tm 4.1,2). E só não conseguiram seu intento entre os leitores de João porque estes tinham o Espírito de Deus (v.20) e sabiam a verdade (v. 21). Jesus, quando falou a respeito do Espírito que falou a respeito do Espírito que enviaria, disse que Ele nos guiaria em toda a verdade (Jo 16.13), pois é chamado de “Espírito da verdade”. Ele nunca deixará que sejam enganados aqueles que o têm em seus corações (1 Co 3.16; 6.19). Entretanto, espera-se dos filhos de Deus que conheçam as Escrituras (Sl 1), porque são Elas que nos fazem sábios (2 Tm 3.15). O salmista compara a Palavra a uma lâmpada para os pés e uma luz para o caminho (Sl 119.105). Ela é a nossa bússola que não nos deixa errar o alvo (Fp 3.14). Nenhum falso mestre terá êxito em desviar pessoas que conhecem a verdade. Pois estes cristãos, alicerçados na Palavra, farão como os crentes em Beréia, que examinavam as Escrituras para confirmar se a pregação de Paulo e Silas era biblicamente confiável (At 17.11).
CONCLUSÃO
O espírito do Anticristo já esstá no mundo, usando homens enganadores na realização de falsos milagres e manifestações, tentando iludir as igrejas. Se estas não estiverem cultivando a presença do Espírito de Deus, poderão cair em seus laços. Por isso, devemos estar alicerçados na Palavra de Deus, ocupando-se em meditar nEla de dia e de noite, pois o que qualifica um verdadeiro mestre ou pregador como homem de Deus são os seus frutos e obras (Mt 7.15-20), e não os supostos sinais que fazem até mesmo usando o nome de Jesus (Mt 7.22,23).
Postado por: Pb. Ademilson Braga