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E.B.D

A autenticidade contra a parcialidade

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 212 – 1º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 04 – 26 de janeiro de 2025

TEXTO PRINCIPAL

“Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas.” (Dt 10.17)

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – At 10.34.35
Deus não faz acepção de pessoas
Terça-feira – Tg 2.9
Fazer acepção de pessoas é pecado
Quarta-feira – At 10.35
Temer a Deus e fazer o que é justo
Quinta-feira – Dt 1.17
“Ouvireis assim o pequeno como o grande”
Sexta-feira – I Pe 1.17
Andai em temor a Deus
Sábado – I Tm 5.21
Não faça nada por parcialidade

TEXTO BÍBLICO

Tiago 2

1 Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo. Senhor da glória. em acepção de pessoas.
2 Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta.
3 E atentarmos para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre. Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado.
4 Porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?
5 Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?
6 Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais?
7 Porventura, não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?
8 Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.
9 Mas, se fazeis acepção de pessoas. cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores
10 Porque qualquer que guardar toda a lei e tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos.
11 Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei.
12 Assim falai e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade.
13 Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia e a misericórdia triunfa sobre o juízo.

INTRODUÇÃO

Na Carta de Tiago encontramos um chamado à autenticidade na fé cristã, especialmente no que diz respeito ao tratamento das pessoas. O texto bíblico que estudaremos nesta lição, nos ensina que não devemos tratar as pessoas com parcialidade, interesse ou preconceito. Juntos vamos examinar esse ensinamento que será dividido em três pontos: a proibição da parcialidade, o impacto do preconceito e a chamada para a misericórdia. Veremos, mediante o texto bíblico, como esses princípios se aplicam à nossa vida cristã diária.

I. A PROIBIÇÃO DA ACEPÇÃO DE PESSOAS

1- O mandamento. O texto de Tiago 2.1 nos exorta a não fazermos distinção entre as pessoas: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. A fé cristã exige que os discípulos de Jesus amem a Deus e ao próximo (Mt 22.39). Quem demonstra favoritismo insulta o Criador e as pessoas feitas à sua imagem. O termo grego para acepção é prosopolēpsia. Esse termo se refere às pessoas que, erroneamente, consideram ser mais importantes aqueles que são ricos, famosos e influentes na sociedade. Essa prática era comum na sociedade antiga, onde os ricos e poderosos eram frequentemente tratados com maior respeito e privilégio do que os pobres. Logo, percebemos que essa não é uma prática nova. No entanto, as Escrituras a condenam e nos levam a valorizar as pessoas independente dos seus bens materiais, sexo, cor da pele e segmento religioso a que pertence etc. O tempo passou e as sociedades mudaram, mas a Palavra de Deus é imutável e eterna (Mt 24.35). Não é só Tiago que trata a respeito dessa temática no Novo Testamento encontramos várias referências que mostram que Deus não faz acepção de pessoas (Rm 2.11; Ef 6.9; Cl 3.25).
2- Tratamento injusto não deve existir entre os santos. Tiago exorta a respeito do tratamento diferenciado que era dado aos ricos (Tg 2.2-4). Ele critica a distinção feita pelos irmãos em relação à aparência pessoal e ao status social, pois tais atitudes vão contra os ensinamentos das Sagradas Escrituras. A Palavra de Deus deixa claro que a acepção de pessoas é incompatível com a fé cristã. É dever do cristão tratar a todos com respeito e dignidade, independentemente de sua posição social, seja na igreja, seja no trabalho ou em família. É preciso refletir o caráter de Deus, apesar de ainda conviver com as duas naturezas: a nova, gerada pelo Espírito Santo e a cauda, implantada em nós pela queda. Como novas criaturas (II Co 5.17), temos o Espírito Santo habitando em nós e precisamos permitir que Ele corrija nossas atitudes, produzindo o seu fruto em nós.
3- “A lei real”. Em Tiago 2.8, ele menciona a “lei real” encontrada nas Escrituras. O que seria essa “lei real”? E amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo (Mt 22.37.38). Este é um dos princípios centrais do Cristianismo que deve governar nossas ações. A igreja deve ser um lugar de acolhimento, onde todos são bem-vindos e valorizados. Isso inclui ser hospitaleiro, cuidadoso com os pobres, marginalizados e todos aqueles que são frequentemente discriminados pela sociedade. É importante ressaltar que acolher e valorizar o indivíduo não significa acolher o pecado, as práticas contrárias à Palavra de Deus. Não podemos confundir não fazer acepção de pessoas com o apoio ao erro, às práticas contrárias aos preceitos divinos. A igreja deve acolher a todos, e, nesse acolhimento, demonstrar o amor de Deus que transforma qualquer realidade mediante a obra vicária de Jesus Cristo, o nosso Salvador.

II. AS CONSEQUÊNCIAS DO FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS

1- Divisão. O preconceito, além de ferir os princípios divinos, causa divisões dentro da igreja. Quando tratamos as pessoas de maneira diferente, estamos ferindo a unidade que Cristo deseja para o seu Corpo, a Igreja. A unidade do Corpo de Cristo é um tema central do Novo Testamento. Qualquer forma de preconceito e exclusão atenta contra essa unidade, causando o enfraquecimento da comunhão entre os irmãos. As Escrituras Sagradas enfatizam, repetidamente, a importância da unidade entre os crentes (Ef 4.3-6: I Co 12.12.13).
2- Julgamento. Tiago 2.6.7 nos adverte a respeito do perigo de menosprezar os pobres e favorecer os ricos. Lembrando de que, naquele contexto social, os ricos frequentemente oprimiam os pobres e blasfemaram contra o nome de Cristo. É errado julgar uma pessoa por sua condição econômica ou aparência. Jesus, segundo o texto de Isaías 61. veio para os pobres: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos pobres […]” (Is 61.1 – NAA). O texto do profeta Isaías destaca a missão de Cristo e a sua chamada para cuidar dos pobres e oprimidos. Todo julgamento humano é contrário ao Evangelho, pois Cristo veio por amor a fim de restaurar a toda a humanidade perdida (Jo 3.16).
3- Desvalorização do ser humano. A acepção de pessoas desvaloriza a dignidade do ser humano, criado à imagem de Deus. Quando tratamos alguém de forma diferenciada por sua posição social ou econômica, estamos desrespeitando a imagem divina que cada pessoa carrega. Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança (Gn 1.27), mas o pecado, que entrou na humanidade por um ato de desobediência, produziu muitas mazelas e uma delas é o fazer acepção de pessoas e o preconceito. Como cristãos, somos chamados a honrar e a respeitar a todos, reconhecendo que a imagem de Deus, embora distorcida pelo pecado, está em cada indivíduo, podendo assim, ser alcançado pela graça salvífica de Deus em Cristo Jesus e serem restituídos à comunhão com o Criador.

III. UMA CHAMADA À MISERICÓRDIA

1- Agindo sem misericórdia. Tiago 2.12.13 mostra que o juízo será sem misericórdia sobre aqueles que não fizeram uso dela. Deus nos chama a exercitar a misericórdia para com todos, sejam eles maus ou bons, justos ou injustos (Mt 57.6.14.15). Tiago também menciona a lei da liberdade em 125 e 2.12, referindo-se aos mandamentos de Deus interpretados à luz do evangelho de Jesus Cristo. Esta lei é descrita como “perfeita” e capaz de trazer liberdade porque, em Cristo, os crentes são livres do poder do pecado e capacitados a viver em obediência e em bondade. A misericórdia é um reflexo do caráter de Deus e um fruto esperado na vida daqueles que foram transformados pela graça de Jesus Cristo (Gl 5.22).
2- A prática da misericórdia. Ser autêntico na fé significa viver de acordo com a misericórdia de Deus e isso envolve tratar a todos com compaixão e respeito, independentemente de sua posição social ou segmento religioso. A compreensão de que todos serão julgados por Deus deve motivar-nos a viver de forma que venhamos refletir os valores do Reino de Deus, onde a misericórdia e o amor são centrais. Somos chamados a viver de acordo com os princípios do Evangelho que incluem a obediência a Deus e a prática da justiça e da misericórdia.
3- A recompensa da misericórdia. A misericórdia deve ser um distintivo do cristão, refletindo o caráter de Deus. A sua prática beneficia o próximo e nos aproxima do Senhor. Jesus ensinou que “bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5.7). Pelo fato de que todos os dias experimentamos a misericórdia divina, precisamos exercê-la como uma prática natural da fé em Cristo. Exercer misericórdia significa agir com compaixão e empatia, oferecendo ajuda e perdão aos outros, especialmente aos que estão em necessidade ou sofrimento. Esta prática reflete a verdadeira natureza da fé cristã, que se manifesta em ações. Quando praticamos a misericórdia, mostramos ao mundo o caráter de Deus e vivemos de acordo com os ensinamentos de Jesus.

CONCLUSÃO

Somos desafiados a viver uma fé autêntica, livre de parcialidade e preconceito. Quando seguimos o exemplo de Deus revelado nas Escrituras Sagradas, refletimos o caráter de Cristo. Não tratar as pessoas com interesse, mas com amor e justiça, é fundamental para uma vida cristã saudável. Assim, somos convidados a cultivar uma fé que se manifesta em ações, com respeito e com misericórdia, promovendo a dignidade de todos como criaturas de Deus. A “lei da liberdade” não é uma licença para o pecado, mas um chamado a uma vida de obediência e compaixão.

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

 

 

 

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