Adultos - Betel
A alienação humana a partir da queda
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 171 – 2º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 04 – 23 de abril de 2023
TEXTO ÁUREO
“E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.” Gênesis 3.10
VERDADE APLICADA
O pecado, ao nos alienar de Deus, provoca danos em todas as nossas relações.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Gênesis 3
8- E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
9- E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?
10- E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.
11- E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore que te ordenei que não comesses?
12- Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Gn 3.16-19
Os efeitos do pecado em relação a si mesmo.
Terça-feira – Sl 103.8-18
Misericordioso e piedoso é o Senhor.
Quarta-feira – Ec 2.20-24
Os prazeres e as riquezas não dão felicidade.
Quinta-feira – Ef 5.22-28
O relacionamento entre Cristo e a Igreja.
Sexta-feira – I Pe 3.1-6
Os deveres das mulheres e maridos cristãos.
Sábado – Ap 22.1
O rio da água da vida.
INTRODUÇÃO
Na lição anterior, estudamos sobre o maravilhoso relacionamento de Deus com o homem antes da queda. Nesta veremos as consequências do pecado nas relações.
I – ALIENAÇÃO EM RELAÇÃO A SI MESMO
Quando o homem no Éden buscou mais plenitude de vida ignorando a Deus, acabou tendo não só menos de Deus e menos da vida, mas também menos de si mesmo.
- Vergonha de si mesmo. A primeira alienação vivida pelo homem como consequência do pecado foi em relação a si mesmo. Satanás lhe promete mais liberdade. Eles acabam experimentando menos liberdade vivendo pela primeira a experiência da vergonha (Gn 3.7). Sentir vergonha é sensação de não poder ser você mesmo, por não poder ser aceito no estado em que se encontra. No capítulo 2.25 diz que “ambos estavam nus, o homem e a sua mulher, e não se envergonhavam”. Depois disso a vergonha nunca mais deixou de fazer parte da nossa vida.
- Culpa.O homem antes da queda vivia a maravilhosa liberdade de nunca haver sentido culpa. Todas as coisas que fazia no jardim eram livres deste sentimento tão angustiante e limitador. E a primeira filha da culpa é a desculpa. Quando Deus pergunta a Adão “comeste tu da árvore que te ordenei que não comesses?” (Gn 3.11), Adão não diz simplesmente: “Eu comi”. Ele cria uma justificativa própria. Uma desculpa: “A mulher que me deste por companheira…” (Gn 3.12). Aqui está outro aspecto da alienação em relação a si mesmo: não assumir os erros que a própria consciência aponta.
- Medo. Adão sempre sentia amor e segurança ao ouvir a voz de Deus. Mas, após pecar, pela primeira vez ele sentiu medo (Gn 3.10). Antes de Deus provar para Adão que ele estava errado por não confiar nele, o próprio Adão descobriu isso por causa da vergonha e culpa que sentiu imediatamente após comer do fruto. Ele sentiu medo por se certificar que o “morrerás” realmente era verdade. O medo entrou na experiência humana e nunca mais saiu. Desenvolvemos cada vez mais fobias que terapeutas não têm dado conta. Alienados consigo mesmo temos medo do que está dentro.
II – ALIENAÇÃO EM RELAÇÃO AO PRÓXIMO
Além do pecado ter gerado uma alienação no homem consigo mesmo, gerou também uma alienação com o próximo, o que explica todos os nossos desajustes sociais.
- Transferência de responsabilidade. A culpa que Adão sentiu (alienação consigo mesmo) fez ele responsabilizar sua mulher por seu erro (alienação com o próximo) (Gn 3.12-13). O mal se prolifera no mundo e corre livre na sociedade justamente pela indisposição do que erra de assumir sua responsabilidade. “O mal que faço é sempre por causa do outro”. Ou sempre por causa do meio, numa abordagem mais moderna. Com isso, nunca existe o outro, e o mal nunca é tratado. Numa tentativa de fazer de tudo para não se sentir mal com a culpa, as relações sociais são afetadas.
- A perda da pureza.Após comerem do fruto, Adão e Eva não sentiram vergonha apenas em relação a si mesmos, mas também um em relação ao outro (Gn 2.25). Foi esta primeira experiência com vergonha que os fez coserem aventais com folhas (Gn 3.7). Podemos imaginar como a relação entre o homem e a mulher foi profunda e permanentemente afetada. A nudez do corpo, que até então era uma bênção de Deus, tornou-se a causa de muitos tipos de pecados que nascem na mente.
- Relações conflituosas. Na teologia da salvação nós aprendemos que Deus já tinha determinado que Adão fosse o cabeça da humanidade e a representasse. Isso inclui Eva. Porém, a julgar pelo que Deus disse a Eva após o pecado: “E o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gn 3.16), esta relação original entre o homem e a mulher não chega nem perto do melhor quadro que possamos viver como casais hoje em dia. Relações conflituosas sobre submissão e insubmissão sempre marcarão os relacionamentos entre casais como consequência desta alienação social por causa do pecado.
III – ALIENAÇÃO EM RELAÇÃO A DEUS
A causa da alienação do homem consigo mesmo é o que explica sua alienação para com o próximo. E estes dois tipos de alienação, intrapessoal e interpessoal, têm como causa a alienação em relação a Deus.
- Desconfiança sobre o amor.É importante entender que o pecado de Eva (e Adão) surge nela antes dela comer do fruto. Tiago ensina sobre isso (Tg 1.14-15). O pecado nasce no desejo, bem antes da prática. Quando Eva desejou o fruto proibido, e interiormente decidiu comer dele, já concebeu o pecado. Bastava-lhe a chance da consumação (Gn 3.6). Mas para ele decidir isso dentro dela, teve primeiro que desconfiar do amor de Deus. Foi exatamente o que Satanás lhe sugeriu: “Se Deus realmente amasse vocês, não lhes privaria deste prazer e conhecimento” (Gn 3.4-5). Eva e Adão rejeitaram a Deus para poder pecar.
- Culpar Deus pelos erros. Mesmo irrefutavelmente acusados pelas suas consciências, os homens ainda conseguem culpar a Deus por suas escolhas erradas. Adão tenta justificar seu erro culpando a Deus pela mulher que ele lhe deu. Algo do tipo: Quem mandou me dar mulher? (Gn 3.12). Eva tenta justificar seu erro culpando a Deus pela serpente no jardim. Algo do tipo: Quem mandou criar serpente? (Gn 3.13). Lá no jardim estavam as árvores que o Senhor Deus fez brotar (Gn 2.9). O casal recebeu as ordens de Deus sobre como devia lidar com as árvores (Gn 2.16-17). E tinha, também, a capacidade, como dom dado pelo Criador, para dizer “sim” e “não”. Ao primeiro casal faltou lealdade e obediência em submissão à vontade de Deus. E hoje, como estamos lidando com a vontade de Deus?
- As maldições não são o final. O morrereis de Deus começa a acontecer com parto com dores, trabalho penoso e terra maldita e, finalmente, a morte (Gn 3.16-19). A graça de Deus em Cristo, entretanto, pode dar às mulheres a alegria de gerar filhos para Deus mesmo com dor, ao homem de encontrar propósito mais excelente no trabalho mesmo que difícil, de manter esperança de uma nova terra na restauração de tudo e da vida e glória eterna ainda que o portal seja a morte (II Pe 3.12-13; Ap 21.1-4, 27).
CONCLUSÃO
Para estarmos bem com a gente mesmo e com o próximo, precisamos estar bem com Deus. A nossa relação com Deus é que determina todas as demais relações (I Jo 4.19-20). O próprio Deus enviou Seu Filho para proporcionar reconciliação entre o ser humano e Deus (II Co 5.19-10).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel