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E.B.D

Alcançando um coração sábio

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 124 – 2º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 08 – 21 de maio de 2023

TEXTO PRINCIPAL

“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos o coração sábio.” (SI 90.12)

LEITURA SEMANAL

Segunda-feira – Is 6.1
A glória de Deus
Terça-feira – Is 6.5
A nossa finitude e fragilidade
Quarta-feira – Tg 4.13-17
Uma vida humilde
Quinta-feira – Hb 4.13
Nossa vida está patente diante de Deus
Sexta-feira – Jo 16 .8-10,13
Sensíveis ao Espírito Santo
Sábado – I Tm 4.2
É preciso estar conscientes diante de Deus

TEXTO BÍBLICO

Salmos 90

1 SENHOR, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.
2 Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra em mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus.
3 Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Volvei, filhos dos homens.
4 Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite.
5 Tu os levas como corrente de água; são com o um sono; são como a erva que cresce de madrugada;
6 De madrugada, cresce e floresce; à tarde, corta-se e seca.
7 Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor somos angustiados.
8 Diante de ti puseste as nossas iniquidades; os nossos pecados ocultos, à luz do teu rosto.
9 Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam -se os nossos anos como um conto ligeiro.
10 A duração da nossa vida é de setenta anos. e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois passa rapidamente, e nós voamos.
11 Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido?
12 Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos o coração sábio.
13 Volta-te para nós. SENHOR; até quando? E aplaca-te para com os teus servos.
14 Sacia-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias.
15 Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal.
16 Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória, sobre os seus filhos.
17 E seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, vamos estudar a respeito de ter um coração sábio. Veremos que tudo começa em Deus. É preciso reconhecer a sua eternidade e soberania. Depois, passaremos a considerar a nossa finitude e fragilidade. Então, estaremos prontos para reconhecer os nossos pecados, para abraçar a graça de Deus e viver uma vida abundante. Que, ao final desta lição, possamos fazer a mesma oração do salmista: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio” (Sl 90.12)

I – A ETERNIDADE DE DEUS E A MORTALIDADE DO SER HUMANO

1- Salmo 90. Esse Salmo introduz o quarto livro dentro dos Salmos. Ele é uma oração de Moisés. Nele, há um contexto de uma grave situação que não está especificada no Salmo, mas pode ser percebida nele (vv.13,15). O contexto de gravidade pode ser remontado à peregrinação do povo de Israel no deserto, rumo à Terra Prometida (Nm 14).
Para compreender melhor o propósito do Salmo, podemos dividi-lo da seguinte maneira:
1) Eternidade de Deus (vv.1,2);
2) Mortalidade do ser humano (vv.3-6);
3) Reconhecimento de que o salmista está sob a ira de Deus (vv.7-12);
4) Súplica por graça e esperança (w ,13- 17).
2- A eternidade de Deus (vv.1,2). No contexto de sofrimento, o salmista olha para a eternidade de Deus: “de eternidade em eternidade, tu és Deus” (v.2). Por isso, Ele é o refúgio do salmista e de seu povo (v.1). Como é precioso perceber isso no Salmo 90. O salmista nos ensina a, diante de uma realidade sofrida, parar e olhar para a eternidade de Deus.
Enquanto tudo no plano terreno é passível de alteração e degeneração, no plano celestial tudo permanece intacto, glorioso e poderoso, conforme a visão do profeta Isaías, semelhante a Moisés no Salmo: “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo” (Is 6,1).
3- A mortalidade do ser humano (vv. 3-6). O Salmo também nos ensina que quem contempla a eternidade e a beleza celestial passa por uma constatação inequívoca: olhando para dentro de si, contempla a sua finitude e fragilidade. Isso aconteceu também com o profeta Isaías (6.5). Nessa porção de versículos, destaca-se as expressões: “mil anos […] como o dia ontem” ou “como a vigília da noite” (v. 4).
Em outras palavras, diante da eternidade de Deus, a vida do ser humano é curta e passageira. O Novo Testamento nos ensina essa mesma verdade: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã, porque que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece” (Tg 4.14).
4- Pensando na finitude para alcançar um coração sábio. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento trazem a ideia de que sejamos humildes e não orgulhosos (cf. Tg 4.13-17). Viver de maneira humilde e não orgulhosa passa pela capacidade de ter consciência do quanto somos finitos. É próprio da juventude não pensar muito na finitude da vida.
Essa fase é caracterizada por muitos sonhos, anseios e, por isso, o olhar está sempre no futuro. Entretanto, o(a) jovem que está consciente de que não pode escapar dessa realidade finita e compreende a sabedoria bíblica aqui ensinada, saberá selecionar as coisas que valem a pena. Como a vida é passageira, não podemos perder tempo com escolhas superficiais.
Assim, podemos aprender com Jesus e seus apóstolos; estes últimos tinham plena consciência da finitude de suas vidas terrenas, ao mesmo tempo que sua esperança estava fundamentada no céu (2 Co 5.1; 2 Tm 46); embora muitos tenham tido uma vida relativamente curta (At 12.1,2), o mundo nunca mais foi o mesmo depois de seus ministérios. Portanto, com Jesus e seus apóstolos, aprendemos que quem olha para o céu lida muito melhor com as coisas aqui da Terra. 

II – CONSCIENTIZANDO-NOS DE NOSSOS EQUÍVOCOS

1- Sob a ira de Deus (vv.7,8). O salmista reconhece que o seu povo está sob a ira de Deus (v.7). Essa ira divina chegou por causa dos pecados, que não estão mais ocultos, pois foram abertos diante da luz do rosto de Deus (v.8). Aqui há outro aprendizado extraordinário. No lugar de culpabilizar os outros por problemas que são nossos, precisamos aprender a conhecê-los, identificá-los e nominá-los.
Tudo está patente diante dos olhos de Deus (Hb 4.13). Ora, ter um coração sábio não significa ser perfeito, mas tem a ver com ser sensível com uma faculdade da alma chamada consciência; em que a Bíblia a revela como juiz interno, bem como aos apelos do Espírito Santo (Jo 16.8-10,13). Se algo que você fez lhe causou dor na consciência, pare imediatamente. Não permita que ela se cauterize (I Tm 4.2).
2- Não podemos desperdiçar a vida (vv.9-11). Note o sentimento do salmista: “Pois todos os dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro” (v.9). Você pode ser novo(a) agora, mas logo envelhecerá (v.10). Certamente, você não deseja envelhecer de uma maneira que não agrade a Deus. Certamente, essa não é uma atitude sábia. O salmista sabia que não havia tempo para desperdiçar a vida de maneira a rebelar-se contra Deus.
No lugar de viver essa vida passageira sob a ira de Deus, por causa da prática do pecado, o melhor seria vivê-la sob a sua promessa, segundo as bênçãos do Senhor (v.17). Não é verdade que para aproveitar a vida você tenha que praticar exatamente o que desagrada a Deus. É possível se realizar naquilo que glorifica ao Senhor.
3- Corações sábios. Essa porção do Salmo encerra assim; “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio” (v.12). Em outras palavras: “Senhor, ensina-nos a viver!’ O Senhor pode nos ensinar por meio de sua Palavra, também por meio de conselhos de pessoas idôneas, experientes, que passaram por aquilo que você está passando hoje.
Nas Escrituras, vemos esse ensinamento entre Elias e Eliseu (II Rs 2.1-14), Paulo e Timóteo (At 16.1-3; I Tm 1.1) e Barnabé e João Marcos (At 15.39), só para ficar em três exemplos. A atitude mais tola na vida de um jovem cristão é ele desprezar o conselho dos mais experientes e, tomado pelo orgulho, fazer o que parece “reto aos seus olhos” (Jz 21.25).

III – A SABEDORIA TRAZ ESPERANÇA

1- Alegria e benignidade (vv.13-16). Uma vida de sabedoria conduz à uma experiência de alegria e de felicidade. Essa é a oração do salmista: “Sacia-nos de madrugada com a tua benignidade […] Alegra-nos pelos dias em que nos afligisse, e pelos anos em que vimos o mal” (vv.14,15). Se outrora o salmista viveu as consequências de uma vida de equívocos, agora ele deseja viver a alegria e a benignidade de uma vida virtuosa, ou seja, sábia.
Às vezes colhem os frutos desagradáveis de uma vida pregressa na contramão dos valores de Deus. Entretanto, quando nos dispomos a viver de maneira coerente com o Senhor, podemos fazer a mesma oração do salmista, já que a alegria e a benignidade de Deus nos esperam.
2- Vivendo sob a graça (v.17). O salmista deseja viver sob a graça, não mais sob a ira (v.17). Viver sob a graça de Deus torna a vida mais sábia, pois, em primeiro lugar, quem vive sob a graça tem plena consciência de que não pode vencer os desafios sozinho. A Palavra de Deus diz que “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Viver por graça é aprender a depender totalmente de Deus.
3- Confirmando as obras (v.17). Uma vez conscientes da finitude da vida, da vida sob a graça, precisamos agir com responsabilidade. O salmista encerra pedindo que Deus confirme as obras de suas mãos (v.17). Sim, em Deus você pode sonhar, planejar e se preparar para atingir os objetivos propostos de acordo com o chamado divino para a sua vida. Ele o(a) chamou para viver um propósito.
Se ainda não tem claro qual é o propósito de Deus para você, ou se não sabe responder qual o sentido de sua vida, chegou a hora de pensar nisso e responder à pergunta assertivamente. Quando vivemos de acordo com o propósito de Deus para com a nossa vida, tudo se encaixa e faz sentido. Então, você poderá pedir: “Confirma a obra de nossas mãos” (v.17). 

CONCLUSÃO

Vimos o quanto Deus é eterno e nós somos passageiros. Por isso, não é tempo de desperdiçar a vida naquilo que não agrada ao Senhor. Somos convidados a ter consciência de nossa finitude, a selecionar com precisão as nossas escolhas e viver, segundo a graça de Deus, de maneira coerente com o propósito dEle para a nossa vida. Finalmente, Deus confirmará as obras de nossas mãos.

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

 

 

 

 

 

 

 

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