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Adultos - Betel

Abraão e a prova de fé

Publicado

em

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 174 – 2º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 07 – 14 de maio de 2023

TEXTO ÁUREO

“E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho.” Gênesis 22.8a

VERDADE APLICADA

Como discípulos de Cristo, enquanto neste mundo, vamos passar por diversas provações que contribuem para nosso aperfeiçoamento e fortalecimento.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Gênesis 22

02 E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.
03 Então se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera.
04 Ao terceiro dia, levantou Abraão os seus olhos e viu o lugar de longe.
05 E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o seu moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós.

LEITURAS COMPLEMENTARES

Segunda-feira – Sl 40.5-9
A obediência é melhor do que o sacrifício.
Terça-feira – Is 53.4-7
Deus fez cair sobre Jesus a nossa iniquidade.
Quarta-feira – Mt 10.37-39
Amar a Deus acima de todas as coisas.
Quinta-feira – Jo 3.16
Deus amou o mundo de tal maneira.
Sexta-feira – Rm 8.32
Deus entregou Seu Filho por todos nós.
Sábado – Hb 11.17-19
Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque.

INTRODUÇÃO

Assim como o ouro, só sabemos que uma fé genuína é qualificada quando passa pelo fogo da provação. Este episódio na vida de Abraão nos apresenta uma poderosa lição sobre isso.

I – A PROVAÇÃO

No primeiro chamado de Abraão Deus diz: “Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gn 12.1). Neste momento, Ele chama Abraão novamente e diz: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22.2).

  1. Recebido por milagre, entregue pela fé. Apóstolo Pedro diz que as provações têm um papel importante para a fé: provar sua qualidade e pureza e redundar em louvor a Deus na revelação de Jesus Cristo (I Pe 1.7). Abraão já tinha fé e já havia sido justificado por Deus (Gn 15.6). Mas Deus ainda assim prova a fé de Abraão (Gn 22.1-2). Por que Deus ainda precisaria de uma prova de fé do seu servo? Na verdade, não é Deus quem precisava, mas Abraão. Deus quis que Abraão conhecesse a qualidade de fé que ele possuía em Deus. Sua fé teria implicações universais. Deus ordena a Abraão que ofereça seu único e tão esperado filho em holocausto a Deus. Abraão recebeu, após longa espera, Isaque por milagre e agora deveria devolvê-lo por fé.
  2. A quem amas. O amor de Abraão por Deus seria medido por aquilo que Abraão mais amava e ainda assim estaria disposto a ofertar ao Senhor. Se Abraão negasse seu filho a Deus, estaria dizendo que não amava a Deus mais do que a família. Esta é a segunda ordem aparentemente absurda que Deus dá a Abraão. Na primeira ele precisa deixar sua terra e parentes. Agora ele precisa abrir mão do seu herdeiro, aquele que seria responsável pelo cumprimento das grandiosas promessas. Mas Abraão não apenas amava a Deus. Ele confiava em Deus. Mesmo sem saber exatamente como Deus iria agir, ele sabia que Deus iria prover uma solução.
  3. Amarás o Senhor, teu Deus, acima de todas as coisas. Deus prometeu dar a Abraão muitas coisas na vida. Além de muita riqueza, uma geração grandemente numerosa. Mas parece que antes de Abraão receber tudo isso, ele tem que abrir mão de muita coisa. Ele já havia aberto mão da sua terra natal (Gn 12). Já havia aberto mão das melhores terras em razão do seu sobrinho Ló (Gn 13.1-18). Já havia aberto mão de Ismael, pois ele não seria o seu herdeiro (Gn 21.9). E agora o maior sacrifício da sua vida está sendo pedido por Deus: Isaque, seu amado filho. Parece que somente quando estamos dispostos a “perder” tudo por causa de Deus, estamos preparados para receber todas as bênçãos de Deus sem fazer das Suas bênçãos um objeto de idolatria.

II – A OBEDIÊNCIA

Quando amamos a Deus mais do que tudo, queremos obedecê-Lo em todo o tempo. Sabemos que Ele sempre tem o melhor e bem-aventurado àquele que se submete à boa, perfeita e agradável vontade do Senhor.

  1. Uma pronta obediência. “Então se levantou Abraão pela manhã, de madrugada” (Gn 22.3). Certamente Abraão não conseguiu dormir aquela noite. Ele está ansioso para passar por aquela difícil via de obediência. Quantos de nós protelamos ao máximo uma obediência específica a Deus? Principalmente quando se trata de uma obediência difícil. A fé, porém, antevê o gozo futuro em Deus.
  2. Uma obediência cheia de esperança. Embora Abraão já tivesse o filho Ismael, seria por meio de Isaque que Deus prometeu cumprir Suas promessas em Cristo (Gn 17.16-19). Agora Deus está mandando tirar a vida daquele por meio de quem Deus iria cumprir seu pacto. Por isso, obedecer a Deus naquele quesito parecia estar indo contra os propósitos e promessas de Deus. Mas Abraão não contesta isso (Hb 11.17). E mais. Ele diz a dois dos servos que foram com ele até certa distância: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós” (Gn 22.5). Não sabemos como Abraão sabia que teria seu filho de volta. Só sabemos que ele cria em Deus para isso. E sabia que poderia ter esperança em Deus para o futuro.
  3. Uma obediência dolorosa.A esperança não anula a dor das perdas. Ela apenas nos capacita a não sermos destruídos pela dor. A fé de Abraão o fez obedecer. Mas não anulou a sua dor. Ele esperou muito por este filho e agora estava a ponto de “perdê-lo”. Segundo os costumes antigos de oferta de holocausto, o adorador deveria passar a navalha no pescoço do animal, dividir seus membros, arrumá-los sobre o altar e depois queimá-lo até virar cinzas. Era isto que Abraão tinha à frente para fazer com seu filho amado. Quanta dor apenas a própria imaginação deve ter causado no servo Abraão. Mas ele não retrocedeu na fé. Levantou seu cutelo para o alto.

III – A PROVIDÊNCIA

A Bíblia revela ao longo da história a infinita providência de Deus, pois Ele é a fonte de todas as coisas que podemos ter na vida. Ele providenciou a nossa existência e pode suprir todas as nossas necessidades.

  1. A providência provisória. Antes do cutelo descer sobre o pescoço de Isaque, Deus detém Abraão na voz do anjo. Deus viu perfeitamente que, em seu coração, Abraão já havia ofertado seu filho a Deus no altar. A ação, neste caso, seria desnecessária e, obviamente, absurda. Na obediência interior à provação da fé, a fé foi aprovada. Tendo a fé sido aprovada, o filho de Abraão não precisaria mais morrer. Deus providencia outra vida para substituir o sacrifício: o carneiro atrás do arbusto (Gn 22.13). Precisamos notar que não deixou de haver um sacrifício e, portanto, adoração, mas ele aconteceu por uma providência de Deus (Gn 22.13b). A resposta de Abraão à pergunta de Isaque sobre onde estava o sacrifício realmente aconteceu. Deus proveu (Gn 22.7-8, 14).
  2. A providência definitiva. A providência provisória no caso de Abraão, que foi um carneiro entre os arbustos, apontava para uma providência definitiva, que foi Cristo, o Cordeiro morto no madeiro. Isaque, em obediência ao seu pai e a Deus, subiu o monte Moriá carregando em seus ombros as lenhas para o seu próprio sacrifício (Gn 22.7). Aproximadamente dois mil anos depois, o nosso melhor Isaque, o Filho de Deus, subiria o calvário carregando sobre os ombros o madeiro onde seria entregue como sacrifício. Diferente de Isaque, Cristo não poderia ser substituído por ninguém, pois, na verdade, Ele estava nos substituindo, recebendo em seu corpo a punição pelos nossos pecados (I Pe 2.24). Cristo foi a providência insubstituível e definitiva de Deus para nós.
  3. A ressurreição do filho sacrificado. Não só a decisão de Abraão sacrificar seu filho como oferta a Deus apontava para a morte do Cordeiro insubstituível, que é Cristo, como a certeza de que ele voltaria com seu filho Isaque apontava para a ressurreição de Cristo dentre os mortos. Como Deus havia prometido que em Isaque Abraão teria seus descendentes, e Deus não mente, Abraão obedeceu confiantemente porque “considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar” (Hb 11.18). E em figura, Isaque ressuscitou (Hb 11.29). Paulo estava totalmente certo quando disse que Deus anunciou o evangelho primeiro a Abraão (Gl 3.8). Como falamos nas lições anteriores, a fé que nos justifica é a mesma que justificou Abraão.

CONCLUSÃO

Por esta provação, Deus confirmou as Suas promessas a Abraão mais uma vez (Gn 22.15-18). Elas não são repetidas para que sejam validadas, mas porque Deus sabe que a fé dos seus servos, de tempo em tempo, precisa ser renovada.

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora Betel

 

 

 

 

 

 

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