E.B.D
O anseio da alma por Deus
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 122 – 2º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 06 – 07 de maio de 2023
TEXTO PRINCIPAL
“Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!” (SI 42.1)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Hb 11.1-3
Homens que dependeram de Deus
Terça-feira – Js 3.14-17
A natureza nos ensina lições de Deus
Quarta-feira – I Co 13.13
A esperança é uma virtude
Quinta-feira – Sl 43 4,5
Deus é a nossa alegria e auxílio
Sexta-feira – I Jo 4 4
“Maior é o que está em vós”
Sábado – Lm 3.21
Cultivando lembranças que edificam
TEXTO BÍBLICO
Salmos 42
1 Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!
2 A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?
3 As minhas lágrimas servem -m e de mantimento de dia e de noite, porquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus?
4 Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão; fui com eles à Casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava.
5 Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença.
6 Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; portanto, lembro-me de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, e desde o pequeno monte.
7 Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e vagas têm passado sobre mim.
8 Contudo, o SENHOR mandará de dia a sua misericórdia, e de noite a sua canção estará comigo: a oração ao Deus da minha vida.
9 Direi a Deus, a minha Rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que ando angustiado por causa da opressão do inimigo?
10 Como com ferida mortal em meus ossos, me afrontam os meus adversários, quando todo o dia me dizem: Onde está o teu Deus?
11 Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. Ele é a salvação da minha face e o meu Deus.
INTRODUÇÃO
O estudo do Salmo 42 traz lições preciosas para a vida espiritual. Nele, veremos que passar pela juventude desejando a presença de Deus é uma bênção. Isso não significa que as dores da alma não serão sentidas, mas que, uma vez na presença de Deus, a nossa alma é preenchida e estaremos prontos para vencer os desafios que a vida nos impõe. Aprenderemos, portanto, que a nossa profundidade devocional determinará a qualidade do nosso futuro.
I – A ALMA QUE SUSPIRA POR DEUS
1- Introdução ao Salmo 4. O Salmo 42 introduz o Livro II de Salmos. Ele forma uma unidade com o Salmo 43. Trata-se de uma canção escrita pelos filhos de Corá, uma família de levitas. Esses levitas que sabiam bem a respeito da importância da adoração no Templo. Por isso, a canção dos Salmos 42 e 43 expressa o desejo do levita em retornar ao Templo para adorar a Deus. O cantor lamenta as circunstâncias da vida que o impedem de participar do culto no Templo. Nesta lição, priorizamos a exposição do Salmo 42.
2- A alma anseia por Deus. O cantor usa a imagem da corça que anseia pelas águas a fim de mostrar o quanto ele anseia pela presença de Deus (Sl 42.1). Em seu Comentário Bíblico, Matthew Henry escreve: “Comparecer diante de Deus é, ao mesmo tempo, o desejo dos justos e o terror dos hipócritas”. Essa citação capta exatamente o desejo do justo em estar diante da face de Deus por intermédio do culto público, mas quando isso não acontece, por causa de uma circunstância impeditiva, sua alma chora e se abate.
O justo sente prazer em estar diante de Deus. Nesse sentido, o início do Salmo 42 revela a privação do cantor em cultuar a Deus no Templo e sua preocupação em encontrar uma fonte que alivie a sua sede (v.2). Essa imagem revela que não há alívio para a alma do jovem sem a presença de Deus.
3- A capacidade da memória, uma faculdade da alma. Longe da presença de Deus, simbolizada pela presença no Templo, memórias e sentimentos passados do salmista o lembram dos tempos áureos da adoração pública (Sl 42.3,4). Entretanto, essas lembranças aprofundam o desânimo de sua alma ao ponto de ele indagá-la: “Por que se perturba dentro de mim?” (Sl 42.5a). Note que as lembranças têm a capacidade de aprofundar uma dor ou a consequência de uma experiência negativa: mas, ao mesmo tempo, elas têm a capacidade de renovar a esperança (Sl 42.5b).
Isso dependerá da capacidade que você tem de lembrar das dores e das experiências negativas e aprender com elas, bem como a capacidade de recordar das experiências edificantes, dos milagres extraordinários da providência divina em sua vida para motivar as suas ações hoje. Não por acaso, o apóstolo Paulo nos convida a cultivar a memória, com a verdade, a honestidade, a justiça, a pureza, a amabilidade e todas as virtudes possíveis (Fp 4.8 cf. Lm 3.21). É preciso que você selecione bem o que entra em sua memória, pois o que você lembra hoje o motivará para tomar decisões espirituais, morais e sociais amanhã (Sl 42.5).
II – A ALMA QUE SE ENCONTRA ABATIDA
1- Não é pecado a alma estar abatida. O versículo 6 diz assim: “Ó Deus, dentro de mim, a minha alma está abatida”. Muitos servos do Senhor, ao longo da história, tiveram momentos de angústias na caminhada cristã. Há uma galeria de heróis da fé que comprova isso (Hb 11). O versículo 6 deste salmo revela que uma experiência negativa pode introduzir em nossa alma um estado de angústia. Por exemplo, a não aprovação no vestibular pode fazer isso com a sua alma; o término de um namoro pode trazer esse sentimento de abatimento que paralisa a sua vida espiritual; experiências que trazem um sentimento de fracasso têm um potencial de aprisionar você por dentro.
2- A natureza traz lições de Deus. A expressão “portanto” traduz uma mudança de atenção do salmista. Nesse versículo 6, duas expressões se destacam, “terra de Jordão” e “Hermon“, além do desconhecido monte Mizar. O salmista se encontra nessa região, provavelmente ao norte do mar da Galiléia. Embora ele esteja longe de Jerusalém, ele está num local que, historicamente, sempre revelou as grandezas de Deus (Js 314-17; Sl 133).
A partir dessa imagem, o saudoso pastor norte americano, George Wood, escreveu: “Encontramo-nos na ‘terra do Jordão’, o ponto mais baixo da terra. Desse lugar tão baixo, devemos nos lembrar do ponto mais alto, o Hermon (v.6). Dias melhores virão; a vida é feita de altos e baixos”. Assim, a natureza nos traz lições belíssimas de que ela não é fruto de um caos, de uma desordem. Há um Criador que a sustenta e a dirige. Se Ele faz isso com os minerais, os vegetais, os animais, por que seria diferente com os seres humanos?
3- É preciso ter esperança. Na fé cristã, o problema não é estar abatido, pois isso é esperado em nossa caminhada (II Co 4.8,9). O problema é perder a esperança (cf. I Co 13.13). Esta é uma virtude intrínseca à nossa fé, pois esperamos o Senhor Jesus voltar-se contra todo tipo de incredulidade. Portanto, podemos dizer assim para a nossa alma: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei” (Sl 42.11).
III – COMO FORTALECER A ESPERANÇA EM TEMPOS DIFÍCEIS
1- Não esteja sozinho. Diferentemente do tempo dos filhos de Corá, você tem a presença de Jesus e a plenitude do Espírito Santo com você (Hb 13.5; Jo 14.16). Por isso, uma lição que o Salmo 42 ensina é que nada em nossa vida pode tirar o foco da fé. Sua vida espiritual dará a direção para o futuro que você colherá. Por isso, vá ao altar do Senhor, louve-o, pois Ele é a sua alegria (Sl 4 3 4); anseie e priorize a presença de Deus, pois Ele é o teu auxílio (Sl 43 5; cf. Js 1.8). Observe a importância dos cultos públicos, das reuniões de estudos bíblicos, da vocação ministerial e da devoção pessoal. Disso depende do sentido da sua vida cristã.
2- Equilíbrio espiritual e social. Há muitos desafios na vida de muitos jovens. Há jovens que trabalham e estudam. Há os que assumiram o sustento da casa, pois um dos pais foi recolhido por Deus. Outros ainda estão iniciando a carreira nas forças armadas, ou lutando para se sustentar numa universidade pública ou privada. Enfim, os desafios são complexos. Dependendo de como reagimos a esses desafios sociais, podemos entrar num ciclo de ansiedade tendo como consequência a depressão.
Por isso, uma preciosa lição que o Salmo nos ensina é que na proporção que a sua vida espiritual for profunda, você superará os desafios reais da vida, podendo prevenir a rota da ansiedade e da depressão. Por isso, se você está vivendo uma situação complexa, pare, se acalme e reflita:
1) ore e leia a Palavra de Deus;
2) estude e trabalhe com dedicação:
3) espere em Deus. Assim, esse momento complexo passará, você aprenderá com ele e sairá mais maduro do que quando entrou (cf. Rm 5-3- 5).
3-Traga à memória o que dá esperança. Outra lição preciosa que podemos extrair do Salmo 42 é a capacidade de trazer boas lembranças para o tempo presente desafiador. Tenha em mente que o que Deus permitiu você passar ontem é porque isso o ajudará hoje (Lm 3,21). Por isso, Ele nos deu a faculdade da memória. Entre recordações e lembranças, nossa alma é alimentada por tudo o que Deus fez de bom. Não seja escravo das lembranças que trazem sofrimento e dor, mas cultive aquelas que trazem esperança, ânimo e coragem (Js 1.13).
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos que a nossa alma é dependente de Deus. Não há nada em que você possa colocar a sua confiança para preencher o lugar do Senhor. Percebemos também que a alma sente a ausência de Deus diante de uma tributação e angústia, embora Ele esteja perto. Podemos usar recursos espirituais para reagir ao sentimento paralisante. Assim, somos convidados a não estar sozinhos, a andar em equilíbrio espiritual e social, bem como, a cultivar lembranças que nos motivam a viver a vontade de Deus.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD