Adultos - CPAD
Vem o fim
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 546 – 4º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 02 – 09 de outubro de 2022
TEXTO ÁUREO
‘E tu ó filho do homem, assim diz o Senhor JEOVÁ acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem, sobre os quatro cantos da terra. (Ez 7.2)
VERDADE PRÁTICA
O atalaia de Deus soa o alarme do iminente perigo, anuncia que o inevitável juízo divino se aproxima.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Ez 7.24-26
O fim é uma referência à destruição de Jerusalém
Terça-feira – II Rs 21.12-14
Deus anunciou a chegada do “fim” com mais de cem anos de antecedência
Quarta-feira – Jr 27.6,7
Nabucodonosor foi constituído como o azorrague divino para açoitar Jerusalém
Quinta-feira – Jr 26.3
O livramento de Judá e Jerusalém pode acontecer se houver arrependimento
Sexta-feira – 2 Cr 36.14-16
A apostasia e a rebelião contra Deus resultaram na destruição da cidade e do Templo
Sábado – Gl 6.7
A nação de Judá precisava colher o que plantou
LEITURA BÍBLICA
Ezequiel 7.1-10
1 – Depois, veio a palavra do SENHOR a mim, dizendo:
2 – E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor JEOVÁ acerca da terra de Israel: Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra.
3 – Agora, vem o fim sobre ti, porque enviarei sobre ti a minha ira, e te julgarei conforme os teus caminhos, e trarei sobre ti todas as tuas abominações.
4 – E não te poupará o meu olho, nem terei piedade de ti, mas porei sobre ti os teus caminhos, e as tuas abominações estarão no meio de ti; e sabereis que eu sou o SENHOR.
5 – Assim diz o Senhor JEOVÁ: Um mal, eis que um só mal vem.
6 – Vem o fim, o fim vem, despertou-se contra ti; eis que vem;
7 – vem a tua sentença, ó habitante da terra. Vem o tempo; chegado é o dia da turbação, e não da alegria, sobre os montes.
8 – Agora, depressa derramarei o meu furor sobre ti, e cumprirei a minha ira contra ti, e te julgarei conforme· os teus caminhos, e porei sobre ti todas as tuas abominações:
9 – E não te poupará o meu olho, nem terei piedade; conforme os teus caminhos, assim carregarei sobre ti, e as tuas abominações estarão no meio de ti; e sabereis que eu, o SENHOR, castigo.
10 – Eis aqui o dia, eis que vem; veio a tua ruína; já floresceu a vara, reverdeceu a soberba.
INTRODUÇÃO
O juízo divino descrito no discurso profético do capítulo 7 é endereçado à “terra de Israel”, ou seja, particularmente aos seus habitantes, mas tem implicações globais. Os contemporâneos de Ezequiel na Babilônia, e até mesmo em Jerusalém, recusaram a mensagem dos profetas, principalmente de Ezequiel e Jeremias, por não acreditarem que Javé permitisse que os ímpios conquistassem a cidade e destruísse o Templo.
I – SOBRE A PROFECIA
1- Introdução (vv.1,2a). Ezequiel introduz a profecia com a fórmula usual dos profetas de Israel “veio a palavra do Senhor a mim,” (v.1). A chancela de autoridade divina” assim diz o Senhor Jeová” é a marca registrada dos profetas de Javé. Isso mostra que Deus é a fonte da profecia (II Pe 1.20,21). Era uma comunicação divina inconfundível, diferentemente da natureza da atividade profética inicial, que ocorria por meio de visões. Essa fórmula verbal de revelação indicava ser a mensagem recebida de forma externa, direta e audível.
2- Extensão (v.2b). A expressão hebraica ‘adamah ysrael para “terra de Israel” (v.2) aparece 17 vezes no livro de Ezequiel e em nenhum outro lugar do Antigo Testamento. Isso indica a ira divina sobre o povo de Israel no seu próprio território. Mas ninguém deve restringir esse castigo somente a Jerusalém, pois ele tem também um caráter cósmico, portanto, extensivo a outros lugares. Isso fica claro pelo uso da expressão escatológica ”o fim vem sobre os quatro cantos da terra” (v.2), que aparece na Bíblia para se referir a toda a terra (Is 11.12; Ap 7.1).
3- Quando? (vv.3a, 8a). O “agora” no versículo 3 é no hebraico ‘attah “agora” que ressalta a iminência do fim. Esse advérbio reaparece no versículo 8 acrescido da palavra “depressa”, assim “depressa derramarei o meu furor sobre ti”. Essa urgência é também demonstrada pela construção gramatical do verbo hebraico ba’, “vir”, que aparece dez vezes nesse curto trecho da profecia. Em quatro delas a ação está em andamento, pois o particípio hebraico indica uma ação contínua e ininterrupta: “eis que um só mal vem” (v.5b); “eis que vem” (v.6b): vem a tua sentença” (v.7a); “Eis aqui o dia, eis que vem” (v.10).
II – SOBRE O FIM
1- Sentido (vv.2b, 3a, 6). A palavra “fim” do hebraico, qéts, “fim, destruição, ruína, morte, condenação”, ou ha-qéts, ”o fim,” trata-se de um substantivo usado em contexto de julgamento (Gn 6.13; Am 5.18-20; 8.2). Ele aparece cinco vezes nos versículos 2, 3 e 6 num discurso poético cujo objetivo é causar impacto nos leitores originais. A literatura poética bíblica se sobressai não apenas pela sua beleza, mas também pela facilidade do povo em memorizar sua mensagem.
2- Expressões repetidas sobre o fim. A repetição das expressões “Vem o fim, o fim vem” (v.2); “Agora, vem o fim” (v.3); “Vem o fim, o fim vem” (v.6); “eis que vem; veio a tua ruína” (v.10) chama a atenção de qualquer leitor. Talvez a intenção de Ezequiel, como atalaia de Israel, tenha sido causar pânico no destinatário original. Os profetas, durante séculos, vinham chamando o povo, que era conhecedor da lei de Moisés e do Pacto do Sinai, ao arrependimento. Agora, o povo estava sendo informado de que o juízo divino era real.
3- A repetição da sentença. Os versículos 4 e 9 estão repetidos. Ninguém deve se surpreender com a intensidade esse juiz anunciado de antemão, pois é compatível com a natureza divina (Na 1.3). Um dos objetivos desse juízo é a erradicação da idolatria, a causa das abominações (vv.3,4,8,9), visto que a casa de Israel recusou esse remédio pelo arrependimento (II Cr 36.16). Todos estão sendo informados, de antemão, sobre a causa da destruição e lhes é dada a oportunidade de arrependimento. É uma reflexão relevante, também em nossos dias, porque somos seres morais e prestaremos contas a Deus pelos nossos atos (Ec 12.13,14; Gl 6.7).
III – SOBRE O INIMIGO
1- “Já floresceu a vara” (v.10). Ezequiel faz uma analogia botânica, uma metáfora que se perdeu no tempo. A palavra profética anuncia: ”veio a tua ruína; já floresceu a vara, reverdeceu a soberba” (Ez 7.10). O que essas palavras significam? Há diversas interpretações que não cabem neste comentário, mas dentre as três principais, a mais aceitável é a que considera essa “vara” como o rei Nabucodonosor. Assim como o rei da Assíria foi o chicote de Deus para açoitar Samaria, os filhos de Israel do Reino do Norte (II Rs 17.3; Is 10.5; 20.1), da mesma forma Javé usou o rei da Babilônia, Nabucodonosor como azorrague para chicotear Jerusalém, em Judá (Jr 27.8; 51.20-24).
2- “Reverdeceu a soberba” (v.10b). O rei Nabucodonosor extrapolou os limites, foi cruel na aplicação dos castigos (II Rs 25.7; II Cr 36.17; Jr 52.10,11), Deus não mandou o rei proceder dessa maneira, por isso o furor de Javé se acendeu contra a Babilônia (Jr 51.34,55,56). Essa reação divina é exemplar, pois, ainda hoje, Deus julga os poderosos que abusam da autoridade e cometem atrocidades. Às vezes, isso respinga também no próprio povo; mas o castigo definitivo é individual e na eternidade.
3- O rei Nabucodonosor. O nome “Nabucodonosor” é de origem acádica, antiga língua da Mesopotâmia, Nabú-kudurri-utsúr, que significa ”Nabu protegeu minha herança”. A forma que mais se aproxima do original no hebraico é Nebuchadre’tsar e aparece 30 vezes no Antigo Testamento, sendo quatro em Ezequiel (26.7; 29.18,19; 30.10). A forma alternativa é Nebuchadne’tsar (Jr 27.6,8,20; 28.3,11,14; 29.1,3); a Septuaginta e Josefa empregam a forma grega, Nabouchodonosor. Ele era filho de Nabopolassar, que reinou 21 anos na Babilônia (625-605 a.C.). Nabucodonosor reinou 43 anos (605-562 a.C.).
4- A Babilônia. O nome ”Babilônia” é também de origem acádica, Bâb-ilí, ”portão de deus”; o Antigo Testamento hebraico usa bâbel, ”Babel”, e a Septuaginta usa a forma grega Babylôn, ”Babilônia”. O nome do país é o mesmo da sua capital. Caldeus e babilônios eram, no princípio, povos distintos. A palavra kashdu significa ”conquistadores”, era usada para identificar as diversas tribos semitas que povoavam o norte do Golfo Pérsico, no sul da Babilônia, desde os dias de Abraão (Gn 11.28,31; 15.7). Isaías fala de babilônios e caldeus referindo-se ao mesmo império (Is 13.19; 47.1,5; 48.14,20).
CONCLUSÃO
Os julgamentos divinos na história mostram que o pecado jamais ficará impune e que a única maneira de escapar da condenação é através do arrependimento e da fé. Israel não tinha desculpa, não podia alegar ignorância, pois o povo dispunha de Moisés, do ensino dos antigos sábios, da revelação dos profetas e do conselho dos sacerdotes. O apelo dramático de Ezequiel é um exemplo clássico dessa verdade.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD