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Adultos - CPAD

A sutileza do movimento dos desigrejados

Publicado

em

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 540 – 3º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 09 – 28 de agosto de 2022

TEXTO ÁUREO

“Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.” (Hb 10.25)

VERDADE PRÁTICA

O movimento dos “desigrejados” deve ser visto como um desvio da verdadeira espiritualidade que é expressa no contexto da verdadeira Igreja

LEITURA DIÁRIA

Segunda-feira – At 1.12-14
Os discípulos se reuniram no cenáculo para orar
Terça-feira – Rm 16.3-5
A Igreja Primitiva reunida nas casas dos irmãos
Quarta-feira – Ef 1.22,23
A Igreja estabelecida por Cristo é um organismo vivo
Quinta-feira – I Co 12.27
A Igreja é o Corpo de Cristo
Sexta-feira – Hb 10.24
A verdadeira Igreja vive no estímulo da fé
Sábado – Hb 10.25
A verdadeira Igreja existe pela comunhão de seus membros

LEITURA BÍBLICA

Hebreus 10

19 – Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus,
20 – pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,
21 – e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus,
22 – cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e 0 corpo lavado com água limpa,
23 – retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu.
24 – E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras,
25 – não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia.

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, os desigrejados, ou os também conhecidos como “os sem igreja”, cresceram em escala exponencial. São pessoas que dizem ser cristãs, mas não estão filiadas a igreja nenhuma. Paradoxalmente, esse grupo religioso, que diz não possuir hierarquia religiosa, código doutrinário nem tampouco nenhuma estrutura arquitetônica onde possa se reunir, diz ser o legítimo modelo de igreja do Novo Testamento. Nesse aspecto, acredita reproduzir os cristãos primitivos. As outras igrejas, por possuírem estrutura organizacional, são consideradas como apóstatas ou desvios do modelo original mostrado no Novo Testamento.

Nesta lição, procuraremos entender a natureza desse fenômeno religioso, destacando tanto seu aspecto social como também espiritual. Dessa forma, a nossa análise procurará entender como pensa um desigrejado, suas crenças e práticas. Feito isso, mostraremos a verdadeira natureza da igreja neotestamentária que, ao contrário do que os desigrejados afirmam, não é apenas um organismo, mas também uma organização. Assim mostraremos a importância da Igreja no plano de Deus e como cada membro da Igreja possui uma gloriosa missão.

I – VISÃO E PRÁTICA DO MOVIMENTO DOS DESIGREJADOS

1- Um ensino anti-institucional. Os desigrejados são contra toda forma de organização e institucionalização da Igreja. Alegam que na Igreja Primitiva não havia instituição alguma. Dizem que a institucionalização da Igreja só começou quando Constantino, o imperador romano, assumiu as rédeas da Igreja e a converteu numa organização. Assim, a Igreja passou a ter um clero, um código doutrinário e um credo que passou a regulamentá-la. Para eles, nada de regras, sermões e muito menos organização institucional. Da mesma forma, alegam que toda forma de estrutura arquitetônica, como templos, são inovações desse cristianismo apóstata. Na visão dos desigrejados, a Igreja não necessita de estrutura formal alguma.

Ela pode, por exemplo, ser encontrada em uma lanchonete ou em um café da esquina quando dois desigrejados se encontram. É evidente que a Igreja existe fora de uma estrutura física e arquitetônica, contudo, a não utilização de templos por parte dos cristãos primitivos se deu por razões contextuais (cf. At 1.6-14). Estavam debaixo de perseguição e não tinham morada certa, além do fato de serem extremamente carentes. Naquele contexto, a igreja nos lares era perfeitamente justificável (cf. Rm 16.3-5). Contudo, não há nada na Bíblia que deponha contra o uso de templos ou casas de oração. Se o propósito de um templo é congregar o povo para adorar ao Senhor, o que há de mal nisso?

2- Um ensino anticlerical. Se por um lado os desigrejados são contra toda forma de institucionalização da Igreja, por outro são contra também todo e qualquer sistema de governo da igreja. Isso significa que os sem-igreja são contra, por exemplo, presbíteros, diáconos, bispos e pastores (cf. Ef 4.11-14). Acreditam que na Igreja Primitiva não havia organização nenhuma e muitos menos qualquer estrutura clerical. Na verdade, os desigrejados não gostam de estar debaixo de liderança alguma. Da mesma forma que são contra o institucionalismo e toda forma de estrutura arquitetônica para a igreja, não aceitam que alguém esteja na posição de autoridade sobre eles. Acreditam que agindo assim estão vivendo de acordo com o modelo da Igreja Primitiva (cf. Hb 13.17).

II – A NATUREZA DA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA

1- Um organismo. Sobre a natureza da igreja neotestamentária, devemos observar primeiramente que ela é um organismo vivo (Ef 1.22,23). Nesse sentido, a Igreja é o Corpo de Cristo (I Co 12.27). Assim, a Igreja é formada por todas as pessoas convertidas a Cristo, que pertencem a diferentes povos, tribos e línguas. Não há acepção de pessoas (At 10.34,35). Como um organismo vivo e espiritual, a Igreja existe à parte de estatutos, templos ou qualquer estrutura social ou governamental humana. Ela existe, por exemplo, fora das estruturas arquitetônicas. Contudo, possuir essas estruturas físicas hoje não constitui um pecado ou desvio do Evangelho como quer nos fazer acreditar os desigrejados. A repulsa dos sem-igreja pelas estruturas arquitetônicas ou por qualquer forma institucional se dá mais por razões de insubmissão do que zelo pelo Evangelho.

2- Uma organização. Os desigrejados alegam pertencer à igreja puramente orgânica. Contudo, biblicamente não existe organismo sem organização; função sem forma e igreja sem um mínimo de institucionalização. Assim como o corpo humano, que é um organismo vivo, contudo organizado, a Igreja também possui organização (I Co 12). A Igreja Primitiva, por exemplo, tinha um sistema de governo formado por apóstolos, profetas, evangelistas, presbíteros, diáconos, pastores e mestres (Ef 4.11; At 6.1-6; At 14.23). Essa mesma igreja possuía seu código doutrinário (At 2.42-47) e disciplinar (I Pe 3.5,6; II Ts 3.6). Ninguém vivia isoladamente e da maneira que queria (Hb 10.25). Isso pode ser visto no primeiro concílio ou convenção feita pela Igreja Primitiva (At 15) em que o colegiado apostólico, juntamente com o presbitério, tomou medidas para regular e disciplinar a igreja que enfrentava problemas de natureza doutrinária. Portanto, querer uma igreja sem liderança, sem regras e disciplina, além de ser um mito, é também uma heresia.

III – A IMPORTÂNCIA E A NECESSIDADE DA IGREJA

1- A Igreja como família de Deus. A Igreja é a família de Deus (Ef 2.19). Como família de Deus, a Igreja tem Cristo como o seu cabeça. Contudo, como acontece com toda família,  a Igreja também possui comando, direção e regras às quais deve se submeter. Os cristãos verdadeiros, portanto, como acontecia na igreja do primeiro século, devem se reunir para adorar Jesus Cristo como o Senhor da Igreja. É nesse contexto que acontece a integração do crente na igreja local. O importante nisso tudo é o sentimento de pertencimento ao Corpo de Cristo que o grupo proporciona. Não podemos ser Igreja sem sermos antes uma família. Nesse aspecto, a igreja deve discipular seus membros e fomentar a comunhão uns com os outros. O sentimento de irmandade, respeito e reconhecimento mútuo deve dominar o ambiente da igreja local (Ef 2.15,16).

2- A Igreja como testemunha da salvação. Se por um lado o apóstolo Paulo chamou a Igreja de “família de Deus” (Ef 2.19), por outro, esse mesmo apóstolo apresentou com que fim essa família foi criada: “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). Deus criou a Igreja com o propósito de ser uma família, cuja missão é proclamar a sua abundante graça. De fato, o apóstolo Pedro disse que a missão da Igreja é proclamar as virtudes daquEle que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (I Pe 2.9). A razão de a Igreja existir, além do fato de promover adoração, companheirismo e integração, está na sua missão de pregar a salvação. A igreja pode existir em um templo, mas a sua missão só se completa fora dele. Não há igreja que seja bíblica e existe somente dentro de quatro paredes.

CONCLUSÃO

Nesta lição vimos como os desigrejados pensam e agem com relação à Igreja. Acreditam ser possível ser igreja fora da Igreja. Vimos que alguns equívocos contribuem para isso. Há o mito de que uma verdadeira Igreja não possui organização alguma e, consequentemente, não há liderança estabelecida. De acordo com o Novo Testamento, sim, a igreja possui liderança estabelecida e conta com estrutura organizacional estabelecida. O objetivo não é honrar e glorificar o homem, mas exaltar o Senhor Jesus Cristo e cumprir a missão para a qual Ele nos chamou.

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Revista CPAD

 

 

 

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