Adultos - CPAD
A sutileza da relativização da Bíblia
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 538 – 3º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 07 – 14 de agosto de 2022
TEXTO ÁUREO
“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça.” (II Tm 3.16)
VERDADE PRÁTICA
A Bíblia é a inspirada, a inerrante e a infalível Palavra de Deus. Por isso, não podemos relativizá-la.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Rm 12.2
É preciso não se conformar e se transformar pela renovação do entendimento
Terça-feira – Is 5.20
Não se pode relativizar as Sagradas Escrituras
Quarta-feira – Hb 13.8
A Bíblia não muda porque Jesus Cristo é o mesmo
Quinta-feira – SI 11.3
Se os fundamentos forem destruídos, o que o justo fará?
Sexta-feira – II Tm 3.15
O fundamento da vida cristã deve iniciar na tenra idade
Sábado – II Tm 3.16
As Escrituras como única regra de fé e de conduta
LEITURA BÍBLICA
II Timóteo 3.14-17
14 – Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem tens aprendido.
15 – E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16 – Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,
17 – para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
INTRODUÇÃO
Não é novidade para ninguém que a Bíblia sempre sofreu ataques ao longo dos séculos. Não foram poucas as tentativas de desacreditá-la e, até mesmo, aboli-la da sociedade. As táticas foram muitas. Às vezes seus exemplares foram queimados; outras vezes a Bíblia foi considerada perigosa, obsoleta e desnecessária. Enfim, em diferentes momentos e épocas sempre houve algum levante contra a autoridade das Escrituras. Hoje não é diferente. Infelizmente, há quem afirme que a Bíblia precisa ser “atualizada”. Geralmente esse posicionamento é tomado quando se trata de questões de natureza social e comportamental. Assim, há quem defenda que a Bíblia precisa ser “ressignificada”. Em outras palavras, para ele, a Palavra de Deus está desatualizada nessas questões sociais e comportamentais ou, no mínimo, mal traduzida, mal interpretada e, portanto, mal aplicada.
I – A BÍBLIA E O ESPÍRITO DESTA ERA
1- A desconstrução. Não é incomum encontrarmos na literatura, ou nas mídias sociais, expressões como: “a era do vazio”; “pós verdade”, “o fim das certezas”, “cultura líquida” ou ainda “desconstrução”. São formas diferentes para nomear o mesmo fenômeno cultural que impera na sociedade contemporânea, também denominado de pós-moderno. Em palavras mais simples, esse novo modelo ou paradigma cultural se contrapõe ao cristianismo procurando desconstruir, não apenas sua herança cultural, mas, sobretudo, seu conjunto de valores ético morais e espirituais (cf. Rm 12.2). Enfim, é uma nova forma de pensar e agir diferente daquela que estávamos habituados a enxergar. A consequência disso tudo é a relativização das Escrituras (Is 5.20).
2- O Relativismo. Dentro dessa nova configuração cultural, o relativismo é inevitável. Não há valores perenes ou absolutos. Tudo é relativo. Na verdade, há muito que o relativismo ético moral vem se insurgindo na sociedade e de forma sorrateira na igreja. Não há mais parâmetro por meio do qual se possa dizer o que é certo ou errado. Tudo é relativo. Isso significa dizer que qualquer julgamento depende do ponto de vista de quem julga ou analisa. Por essa perspectiva, a Bíblia representa apenas mais um ponto de vista dentre vários outros (cf. Hb 13.8).
II – A BÍBLIA E O POLITICAMENTE CORRETO
1- Acriação de uma narrativa. “Destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” (SI 11.3 – NAA). Essa pergunta do salmista ecoa em nossos dias. Os fundamentos estão sendo derrubados, destruídos. É preciso observar que isso não é um fenômeno aleatório, impensado. Não. Trata-se de uma narrativa ardilosamente construída com o fim de desconstruir os valores cristãos e substituí-los por outros. É aí que se cria uma narrativa ou história para se chegar a esse fim. Surge o discurso do “politicamente correto”. Dentro desse modelo criou-se uma nova moralidade, uma nova ética, e, portanto, uma nova forma de dizer o que é certo e errado. Por esse novo modelo está correto se fazer aborto e proibir a leitura da Bíblia em espaços públicos (cf. II Tm 3.12-14). Dentro dessa narrativa do politicamente correto não há espaço para a Bíblia.
2- A Criminalização da opinião. Pensar diferente dessa nova narrativa que foi criada é estar sujeito à censura. Na verdade, toda forma de pensar diferente dessa narrativa é criminalizada. Há, portanto, uma ditadura da opinião. Quem pensa diferente deve ser execrado e, até mesmo, punido. É a ditadura do politicamente correto. Não há espaço para cristãos conservadores. O cristianismo, que no ocidente é a cultura majoritária, está sendo banido para a periferia, transformando-se numa contracultura (cf. Mt 10.22). No mundo todo vemos sites cristãos conservadores sendo censurados e banidos.
III – A BÍBLIA E O OUTRO EVANGELHO
1- Uma nova metodologia. Dentro da cultura pós-moderna, do politicamente correto, surge a necessidade de ressignificar a Bíblia. A Palavra de Deus precisa ser atualizada para que fale a mesma língua dentro dessa nova configuração cultural. Surge a necessidade de se criar uma nova metodologia no processo interpretativo do texto bíblico. Nesse caso, o leitor, e não o autor bíblico, passa a ser mais importante; dizendo de outra forma: não importa o que o autor do texto bíblico disse, mas o que o leitor contemporâneo acha que está certo. É o que os exegetas denominam de hermenêutica centrada no leitor. O autor bíblico deixa de ter importância. Então, vale tudo. A Bíblia precisa se ajustar a essa nova metodologia. Assim surge, portanto, outro evangelho (cf. G11.9).
2- Novas teologias. Esse “outro evangelho” também possui sua própria teologia. Todo o texto bíblico passa por uma nova ressignificação. A Bíblia, portanto, deveria ser toda atualizada. Surge 0 “evangelho social” (cf. Jo 6.26). Dentro do contexto evangélico o velho marxismo ganha uma nova roupagem. Assim, os relacionamentos homoafetivos são vistos a partir da perspectiva da denominada “teologia inclusiva”. É dentro dessa nova perspectiva que se faz apologia do evangelho social, ecumênico e homoafetivo. Essa é a nova configuração teológica. Qualquer pensamento que destoe desse é considerado fascista, homofóbico e discurso de ódio. Isso explica a censura pública que muitos cristãos estão sofrendo.
IV – A BÍBLIA, SEMPRE ATUAL PALAVRA DE DEUS
1- Revelada por Deus. Para o cristão, a Bíblia é um texto antigo com uma mensagem atual. Ela foi, é e sempre será relevante. A razão disso é que a Bíblia é a revelação de Deus à humanidade (II Pe 1.16-21). Deus se revelou através das páginas da Bíblia (II Tm 3.16,17). Qualquer tentativa de “ressignificar” ou “atualizar” a Bíblia, fazendo com que ela se ajuste a essa cultura contemporânea, deve ser rejeitada é vista como uma heresia. A Bíblia não pode nunca ser ajustada à mentalidade de uma cultura caída e, portanto, afastada de Deus (Is 59.1-4). Os pregadores que levantaram essa bandeira apóstata, na verdade, devem ser vistos como falsos profetas. Às vezes parecem anjos de luz, mas, na verdade, pregam ensinos de demônios (I Tm 4.1). O fim é afastar a humanidade da cruz de Cristo.
2- Inspirada por Deus. A Bíblia é a revelação de Deus. Isso significa que ela tem origem em Deus e por Ele foi inspirada. Paulo, o apóstolo, disse que toda Escritura é inspirada por Deus (II Tm 3.16). Nenhum livro, por mais espetacular que seja, pode se colocar em pé de igualdade com a Bíblia. A razão é que a Bíblia possui inspiração divina, as outras literaturas não. Alguém pode receber de Deus alguma iluminação para dizer ou escrever algo, mas ninguém pode dizer que foi “inspirado” por Deus da mesma forma que os escritores bíblicos foram. Isso é o que faz a Bíblia ser diferente como obra literária. É um livro com uma mensagem especial e atual porque espelha a mente de Deus.
CONCLUSÃO
Vimos, portanto, nesta lição, que há toda uma narrativa com o propósito de desacreditar a Bíblia. Para os defensores desse novo modelo cultural, a Bíblia não passaria de um livro obsoleto, produto de uma época, e que, portanto, precisa ser atualizada. Em outras palavras, a Bíblia não seria mais relevante para essa geração. Aqueles que já aderiram a essa suposta necessidade de atualização do texto bíblico, alegando que ele precisa ser relevante para essa geração, desenvolveram metodologias e teologias próprias. Dentro dessa nova forma de entender o texto, a Bíblia é que precisa de ajustes, e não o homem se ajustar a ela. Todo cristão que segue a ortodoxia bíblica deve rejeitar tal ensino. Não podemos aceitar nada que mutile a Bíblia por conta do politicamente correto. Não podemos rejeitar o que ensina a ortodoxia cristã ou trocá-la pelas novas teologias. A Bíblia é a Palavra de Deus e, por isso, sempre será atual e relevante para a humanidade.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD