Adultos - Betel
A mensagem das bem-aventuranças
EDIÇÃO: 131 – 3º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 03 – 17 de julho de 2022
TEXTO ÁUREO
“Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.” Salmo 128.1
VERDADE APLICADA
As bem-aventuranças revelam que não há harmonia entre os valores do Reino de Deus e do mundo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Mateus 5
04- Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
05- Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
06- Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
07- Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
08- Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
09- Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
10- Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Sl 24
O domínio universal de Deus.
Terça-feira – Sl 42.1-8
O anelo de servir a Deus.
Quarta-feira – Mt 11.28-30 O jugo de Jesus.
Quinta-feira – Lc 10.25-37
A parábola do bom samaritano.
Sexta-feira – Rm 7.13-25
A luta da carne com o espírito.
Sábado – Ap 3.14-22
Exortação à Igreja de Cristo.
INTRODUÇÃO
As bem-aventuranças nos ensinam claramente como os valores transmitidos por Jesus Cristo são contrários àqueles adotados pelo mundo.
I – VIRTUDES QUE ALICERÇAM A VIDA CRISTÃ
Cada bem-aventurança descrita por Jesus é consequência de uma atitude adotada, a qual expressa os valores que norteiam todos os que procuram viver segundo as leis do Reino de Deus (Mt 5.48).
- O alicerce de toda a felicidade. A pobreza de espírito é a principal virtude de todo o ensino das bem-aventuranças. Essa virtude se assemelha a rocha cuja casa é edificada, onde todos os fatores externos podem agredi-la e sequer abalar sua estrutura. Todas as demais se debruçam sobre ela. Essa tradução “pobre de espírito” também é a que dá mais sentido, porque retrata alguém que é vazio, que nada tem, e que vive em total dependência. É isso que Deus deseja ver em Seus filhos. Pessoas autossuficientes não contam com a graça, e, também, não ensinam como somos dependentes de Deus (Pv 16.19; 29.23). Estamos vivendo um tempo em que as pessoas acostumaram a confiar em si mesmas e na força de seu próprio braço. Por isso, essa é a principal virtude onde as demais repousam (Sl 37.5; Jr 17.5).
- Consolo para os que choram. Quem nesse mundo nunca chorou? Até Jesus chorou (Jo 11.35). Infelizmente, vivemos em um mundo onde as pessoas não querem chorar, e para isso vivem de entretenimentos para fugir de suas realidades. As pessoas buscam a felicidade de forma equivocada, pensam que a felicidade oferecida por Cristo é semelhante ao padrão do mundo. Jesus disse que felizes são os que choram. De que choro Ele está falando? Não é qualquer choro. Lembremos que Esaú chorou, mas não houve arrependimento (Hb 12.16-17). Bem-aventurados os que choram pelos próprios pecados (II Co 7.10). Há uma conexão com a bem-aventurança anterior – “pobres de espírito”. A consciência de nosso estado, deve nos conduzir ao quebrantamento e à contrição. Bem como, chorar pelo estado espiritual ou tristeza de outros (Rm 12.15; II Co 12.21).
- A herança dos mansos. Acerca da mansidão, John Stott comentou: “a condição pela qual tomamos posse de nossa herança espiritual em Cristo, não é a força, mas a mansidão, pois tudo é nosso se somos de Cristo”. Os humildes recebem o reino como recompensa; os que choram recebem consolo, os mansos recebem a terra como herança (Mt 5.5). Mansidão é a característica de uma pessoa que demonstra autocontrole ou moderação. Um bom exemplo é Moisés (Nm 12.3). Feliz é o crente que tem todo o impulso e toda paixão natural sob controle e sabe quando deve e quando não deve irar-se (Mt 11.29).
II – O SERMÃO EM RELAÇÃO À VIDA PRÁTICA
As bem-aventuranças se conectam e em cada particularidade vão conduzindo para altas dimensões aqueles que as praticam.
- Fome e sede de justiça. A fome e sede de justiça a qual Jesus se refere aqui é aquela transformação que acompanha a nova vida do reino, uma fome e sede que não cessa e que flui diariamente de um coração transformado (Mt 5.6; Jo 7.38-39). Se todos nós estivermos sedentos de justiça, e com fome dessa presença transformadora, seremos consequentemente uma igreja com os valores do primeiro amor, uma igreja voltada para ganhar almas, uma igreja poderosa e avivada.
- Os misericordiosos. Essa bem-aventurança apresenta um novo estágio na vida cristã. Enquanto as anteriores apontavam para uma necessidade que havia dentro de nós, essa começa a falar de uma qualidade que recebemos e precisamos exercer diante daqueles que a necessitam. Ela fala do exercício da misericórdia e isso tem a ver com o caráter cristão. A maioria das pessoas vive tão preocupada com seus próprios sentimentos que não resta tempo nem energias disponíveis para se preocupar com os sentimentos de outros. Essa bem-aventurança nos ensina que feliz é a pessoa que se coloca no lugar de outra, que se compadece, sentindo em si mesma a dor alheia (Pv 14.21; 19.17; Mt 5.7).
- Os limpos de coração. A Bíblia usa a palavra coração como o centro de nossa vida, revelando-o como podendo ser um manancial de imoralidade e impurezas. Jesus não estava preocupado com o que entrava, Ele afirmou que nada que vinha de fora contaminava o homem, mas com o que saia de dentro dele (Mt 15.19-20; Mc 7.21-23). É do coração do homem que essas imundícias procedem e a Bíblia não poupa palavras quando afirma que o coração do homem é enganoso (Jr 17.9). O coração limpo é o que não está dividido. O coração não regenerado é tão volúvel que consegue levar uma pessoa a declarar lealdade a um, quando, na verdade, está servindo a outro (Mt 6.24). Os limpos de coração são aqueles que amam somente ao Senhor, e somente Ele está no centro de seus corações, esse é o grande mandamento (Mt 12.30).
III – UMA VIDA CONTAGIANTE E DIFERENCIADA
Encontram-se em destaque, aqui, aqueles que compartilham o mesmo estilo de vida de Seu Mestre. Eles são rejeitados e perseguidos pelo mundo. Mas Cristo os elogia, chamando de bem-aventurados.
- Os pacificadores. Por que os pacificadores são bem-aventurados? Porque eles se destacam, são diferentes dos demais homens e mulheres do mundo. São pessoas possuídas pelo poder do Espírito Santo e pelo caráter de Deus. Todos os problemas humanitários se originam no coração do homem. As guerras surgem porque ninguém quer dar o braço a torcer. O pecado é o causador das discórdias entre pais e filhos, irmãos, casais e nações. Daí a grande pergunta: como trazer paz em um mundo de tantas guerras? A única resposta para isso é: purificando o coração dos homens. É por esse motivo que o mundo precisa de pacificadores, porque são pessoas de uma paz contagiante, uma paz viva que reside dentro de cada um deles (Is 52.7; Mt 5.9).
- Os perseguidos por causa da justiça. Acerca da perseguição, John Stott disse: “Não há dúvida que a perseguição é simplesmente o conflito entre dois sistemas de valores irreconciliáveis”. Essa bem-aventurança fala de perseguição sobre aqueles que exercem a justiça (Mt 5.10). Alguns cristãos realmente estão sofrendo não somente perseguições, mas até morte, em determinados países onde o evangelho é proibido. Por outro lado, muitos crentes estão sofrendo hoje, não pela grande obra que pensam estar realizando para Deus, e, sim, por causa de situações que eles mesmos criaram sem a direção de Deus (Pv 6.16-19). Os que sofrem perseguição por causa da justiça são felizes, e por quê? Porque sabem perfeitamente que a causa da perseguição é o trabalho correto que realizam para Deus.
- Insultados por amor a Cristo. A perseguição sobre os filhos de Deus não é coisa nova. Abel foi perseguido por Caim somente porque oferecia um culto sincero a Deus. Isaque servia ao Senhor numa terra seca e, porque prosperava, foi invejado pelos filisteus e por seu rei (Gn 26.14-15). Moisés e o povo hebreu foram perseguidos porque eram diferentes. Jeremias foi colocado num calabouço, dentro de uma cisterna, porque falava a verdade de Deus a um povo que se dobrava aos ídolos. Alguns foram serrados ao meio, Elias foi perseguido por Jezabel. Por quê? Porque eles estavam vivendo uma vida com Deus. Esses são os bem-aventurados, e essas perseguições aconteceram por causa da realeza de suas vidas (Hb 11.36-39).
CONCLUSÃO
As bem-aventuranças descrevem o modelo para o viver autêntico dos que respondem ao chamado do Senhor Jesus para serem Seus discípulos e as recompensas tanto presentes quanto futuras reservadas ao povo de Deus (Sl 1.1-3).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel