Adultos - Betel
A lei da responsabilidade pessoal
EDIÇÃO: 108 – 1º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 05 – 30 de janeiro de 2022
TEXTO ÁUREO
“Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.” Ezequiel 18.4
VERDADE APLICADA
Deus deseja a salvação de todos, porém cada ser humano tem a responsabilidade de se arrepender para que seja salvo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ezequiel 18
- Mas dizeis: Por que não levará o filho a maldade do pai? Porque o filho fez juízo e justiça, e guardou todos os meus estatutos, e os praticou, por isso, certamente viverá.
- A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.
- Desviando-se o justo da sua justiça e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua iniquidade que cometeu, morrerá.
- Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu e praticando o juízo e a justiça, conservará este a sua alma em vida.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Gn 2.16-17
A liberdade de escolha.
Terça-feira – Sl 51.17
Deus não rejeita um coração quebrantado.
Quarta-feira – Sl 119.105
A Palavra de Deus é luz para o caminho.
Quinta-feira – Ec 7.29
Deus fez ao homem reto.
Sexta-feira – Lc 14.26
A necessidade de uma reflexão inteligente.
Sábado – Jo 12.46-48
O julgamento divino e a pregação de Jesus.
INTRODUÇÃO
A presente lição trata do desejo de Deus em salvar a todos e seu chamado ao arrependimento, sem anular a responsabilidade individual e a certeza do juízo divino sobre os que não se arrependerem.
I – A RESPONSABILIDADE PESSOAL DE CADA UM
O capítulo 18 de Ezequiel trata de um tema que também está presente nos dias de hoje na mente de muitos: a questão da responsabilidade pelo estado de uma pessoa (seja, dentre outros, social, psicológico, financeiro, espiritual). Na presente lição, evidentemente, nos deteremos no aspecto espiritual, o qual resulta em atitudes para com o próximo (Ez 18.6-8).
Como está meu relacionamento com Deus? Qual a minha responsabilidade no estado em que se encontra meu relacionamento com Deus?
- A tendência humana de transferir responsabilidade. Desde o primeiro casal, vemos a tendência humana de explicar suas atitudes com as atitudes do outro: “A mulher que tu me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi” (Gn3.12). Esta foi a explicação de Adão para Deus. Como se o homem não tivesse escolha ou como se fosse apenas vítima: a mulher foi dada por Deus e o fruto foi dado pela mulher! Ao se dirigir à mulher, esta respondeu a Deus que a serpente a enganou. Assim, tal tendência tem acompanhado a história da humanidade ao longo da sua existência. Que o estudo da presente lição contribua para que não nos esqueçamos que, se somos vítimas de algumas situações, somos “também agentes, portadores responsáveis da imagem de Deus”, como descreveu Larry Crabb.
- A capacidade de escolher. Um dos aspectos da imagem de Deus em nós é a nossa capacidade de escolher. Ao criar o primeiro casal, Deus lhes concedeu a liberdade de escolha entre fazer o certo e o errado (Gn 2.16-17). O ser humano possui a faculdade intelectual e volitiva, que lhe permite raciocinar, pensar, decidir. Evidentemente que o pecado também atingiu esta capacidade humana, porém a Bíblia revela que a pessoa não perdeu de todo essa faculdade (Dt 30.19-20; Js 24.15). Notemos que as expressões usadas por Jesus: “Se alguém quer vir após mim” (Lc 9.23) e “Se alguém vier a mim” (Lc 14.26) – indicam a necessidade de uma reflexão inteligente.
- A culpa coletiva não exclui a individual. Tanto o profeta Jeremias como Ezequiel mencionam um provérbio que estava sendo bastante usado pelo povo de Israel (Jr 31.29; Ez 18.2), que atribuía aos antepassados a culpa pelos sofrimentos do presente. É certo que as gerações anteriores àquela dos profetas tinham cometido graves pecados (vide os relatos históricos dos tempos de Acaz, Manassés, Amom e tantos outros), contudo, tal fato não justificava a conduta dos contemporâneos de Jeremias e Ezequiel, pois também tinham a revelação divina e, consequentemente, não eram ignorantes quanto ao que Deus requeria, ou seja, arrependimento do povo.
II – A POSSIBILIDADE DE SER DIFERENTE
O capítulo estudado na presente lição(Ez 18) trata de um assunto presente em muitos outros registros bíblicos. Ou seja, um passado pecaminoso ou justo de uma família não significa que, automaticamente, a geração seguinte irá vivenciar a mesma realidade independente das escolhas e comportamentos (Ez 8.5-18).
- Exemplo de quatro gerações de reis de Judá. Para exemplificar o texto de Ezequiel 18.5-18, podemos citar a história bíblica de quatro reis de Judá: Ezequias – Manassés – Amom – Josias (II Cr 29-35). Como foram diferentes as posturas dos reis quanto ao relacionamento com Deus, mesmo diante das Escrituras, dos profetas e dos exemplos que tinham. O histórico familiar pode influenciar, mas não determina. A pessoa, principalmente em nossa realidade de abundância de proclamação da Palavra de Deus, ao alcançar determinada idade, precisa exercitar sua capacidade de discernimento quanto aos valores e crenças recebidos da família, sempre à luz da Palavra (Sl 119.9,105).
- O valor da conversão. A mensagem de Ezequiel deixa claro ao povo que é possível ser diferente: “Mas, se o ímpio se converter… Mas, convertendo-se o ímpio da sua impiedade…” (Ez 18.21, 27). “Converter”, no hebraico, é um termo usado para expressar, entre outros significados, mudança de reações, atitudes e sentimentos. O povo de Israel no tempo de Ezequiel certamente conhecia o exemplo do rei Manassés que, quando levado cativo, orou e se humilhou diante do Senhor e alcançou misericórdia e restauração (II Cr 33.11-20). Deus não rejeita um coração humilde e arrependido (Sl 51.17).
- A relevância da resposta humana para Deus. A possibilidade de ser diferente passa pela resposta de uma pessoa diante do anúncio da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo enfatizou este assunto em Romanos 10.3, 18-21. O apóstolo diz que os judeus rejeitaram a maneira de Deus agir e foram rebeldes, mesmo o Senhor enviando Seus mensageiros e estendendo as Suas mãos. Tal postura do povo também era realidade no tempo de Ezequiel: “O caminho do Senhor não é direito” (Ez 18.29), além de acharem que estavam sofrendo injustamente (Ez 18.2). E nós, que resposta (reação) estamos tendo diante do agir e da Palavra do Senhor?
III – DEUS QUER QUE TODOS SEJAM SALVOS
O Senhor Deus não deseja que o homem mau morra, mas que se arrependa e viva (Ez 18.23, 32). Desde a queda no Éden o Criador tem revelado seu interesse em restaurar a humanidade, anunciando a vinda da semente da mulher, providenciando vestes adequadas para o primeiro casal, preservando Noé e sua família, chamando Abraão e revelando Seu plano para abençoar todas as famílias da terra (Gl 3.8, 14).
- O desejo de Deus em salvar não anula o juízo. O Senhor Deus, além de chamar o povo à conversão, também anunciou que, se continuassem com as transgressões e iniquidades, estariam sendo julgados pelo que estavam fazendo (Ez 18.30). A mensagem do julgamento divino também fazia parte da pregação de Jesus (Jo 12.46-48). Como comentou F. F. Bruce: “A palavra de julgamento no último dia, portanto, não é diferente da palavra de vida já anunciada. A mensagem que proclama vida para o crente é a mesma que proclama condenação para o desobediente”.
- Cada um é responsável por seus atos diante de Deus. É importante trazer sempre à mente a verdade bíblica da futura prestação de contas diante de Deus. A graça de Deus não nos libera para sermos descuidados quanto ao nosso viver neste mundo. Todos vamos comparecer, porém a prestação de contas será individual (Rm 14.10, 12). Tal certeza deve despertar em cada discípulo de Cristo um autoexame, sempre à luz da Palavra de Deus e ação do Espírito (I Co 11.28; II Co 13.5). Sabendo que, enquanto neste mundo, não alcançaremos um autojulgamento completo (I Co 4.4-5; II Co 5.10).
- Palavra de Deus como referência segura. Notemos que a Palavra do Senhor inicia desconstruindo um provérbio muito usado pelo povo de Israel (Ez 18.2-3), depois revela como o povo estava equivocado em alguns de seus próprios pensamentos (Ez 18.19, 25, 29). Nossa segurança está na Palavra de Deus e não em “achismos” humanos ou naquilo que a maioria diz. A queda do primeiro casal iniciou quando Eva cedeu à sugestão maligna de que a Palavra de Deus estava sujeita ao nosso julgamento (Gn 3.1-5), comentou Derek Kidner.
CONCLUSÃO
É preciso que perseveremos nos caminhos do Senhor e nos submetamos ao que Deus revelou nas Escrituras e anunciemos a todos para que aproveitem as oportunidades que Ele, em Sua graça, tem proporcionado ao ser humano.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel