Adultos - Betel
O pecado e suas consequências
EDIÇÃO: 107 – 1º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 04 – 23 de janeiro de 2022
TEXTO ÁUREO
“E farei em ti o que nunca fiz e o que jamais farei, por causa de todas as tuas abominações.” Ezequiel 5.9
VERDADE APLICADA
É preciso andar em Espírito para não ceder aos desejos da natureza pecaminosa e viver em constante vigilância e oração.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ezequiel 5
8- Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Porque multiplicastes as vossas maldades mais do que as nações que estão ao redor de vós, nos meus estatutos não andastes, nem fizestes os meus juízos, nem ainda procedestes segundo os juízos das nações que estão ao redor de vós;
9- Por isso, assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu, sim, eu, estou contra ti; e executarei juízos no meio de ti aos olhos das nações.
13- Assim, se cumprirá a minha ira, e satisfarei neles o meu furor e me consolarei; e saberão que sou eu, o Senhor, que tenho falado no meu zelo, quando cumprir neles o meu furor.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Sl 9.8
Deus governa os povos com retidão.
Terça-feira – Rm 1.17
O Evangelho revela a justiça de Deus.
Quarta-feira – Rm 3.21-25
O plano divino de salvação.
Quinta-feira – Hb 12.29
Deus é fogo consumidor.
Sexta-feira – I Jo 4.8
Deus é amor.
Sábado – I Jo 4.16
O amor de Deus é insondável.
INTRODUÇÃO
A doutrina do pecado perpassa as Escrituras desde Gênesis 3. Infelizmente, muitos ignoram a realidade, gravidade e consequências do pecado. Tais pessoas minimizam, desprezam e deturpam a doutrina da salvação.
I – O PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
O Senhor diz: “…e de seus pecados […] não me lembrarei mais” (Hb 8.12). O profeta diz que como resultado da compaixão de Deus os pecados seriam lançados nas “profundezas do mar” (Mq 7.19). Isso quer dizer que os pecados perdoados não serão mais imputados e não entrarão na balança nem na contagem para impedir a salvação. Precisamos ter ciência de que ao pecar deliberadamente (com conhecimento de causa), não ficaremos impunes. Uma vez que a lei está estabelecida, e sendo conhecedores dela, tornamo-nos sujeitos. O Senhor Jesus advertiu o homem que havia sido curado para não repetir o pecado ou continuar nele para que não lhe acontecesse algo pior (Jo 5.14).
- A revelação dos pecados de Israel. Na passagem bíblica de Ezequiel 5.7,11, Deus revela categoricamente os pecados da nação de Israel. Em Gênesis 3 encontramos como Deus lidou com a queda do primeiro casal. Antes do anúncio acerca da “semente da mulher” e de providenciar vestes adequadas, primeiro o Criador confrontou-os com a realidade do pecado: “Quem te mostrou…? Comestes da árvore que te ordenei que não comesses?” É um modelo para todos os tempos: é fundamental que o pecado seja exposto, as pessoas precisam saber o que desagrada a Deus e está contra a Sua vontade para nós. O apóstolo Paulo expôs a universalidade do pecado em Romanos 1.3, para depois apresentar em detalhes o plano divino de salvação (Rm 3.21-25).
- O juízo e a ira de Deus. O Senhor Deus apresentou o pecado e também o juízo divino (Ez 5.8, 11-13). É preciso lembrar que a Bíblia também revela acerca da ira de Deus, não apenas sobre Sua graça e misericórdia (Na 1.2-3; Rm 1.18; 11.22; Ap 6.16). São temas não muito expostos em nossos dias, porém bíblicos. Tony Evans escreveu: “A ira de Deus não é um assunto fácil de tratar. Mas faz parte integrante de sua natureza como suas demais qualidades, quer seja o seu amor, a sua santidade ou a sua misericórdia. Se eu deixasse de falar disso, estaria causando um grande mal à minha igreja e a outras pessoas expostas ao meu ministério”.
- Os pecados de Israel foram punidos exemplarmente pelo Senhor. A punição veio com a destruição de Jerusalém, muitos foram mortos, outros levados ao exílio e um pequeno grupo deixado em um ambiente de destruição (Jr 39.1-10). Assim, um povo livre ficou cativo a reis idólatras, longe de sua terra, exposto a outros costumes. A nação recebeu o castigo como ensino, pela ingratidão e por se afastar das leis divinas. A professora Betty Bacon escreveu: Muitas pessoas ignoram as advertências do Senhor, achando que são ameaças vazias. Alguém advertiu: “Não cometa o erro de pensar que Deus não cumpre o que diz ou que suas palavras têm outro sentido. Pecadores gostam de acreditar que Deus nunca os castigará”.
II – A PALAVRA DE DEUS PERMANECE PARA SEMPRE
A Bíblia diz que Deus não se deixa enganar (escarnecer, zombar), porque tudo que o homem semear, isso também ceifará (Gl 6.7). Tal princípio de semeadura e colheita também se aplica a “semear no Espírito” e “semear” boas atitudes para com o próximo (Gl 6.8-9).
- O pecado deliberado é uma afronta a Deus. Muitos dizem que são nascidos de Deus, que são seguidores de Jesus Cristo, que têm o Espírito Santo; mas pecam deliberadamente, satisfazendo seus desejos pecaminosos. São atitudes que zombam de Deus e O desprezam. Os pecados premeditados têm uma conotação diferenciada, pois foram estudados e são conscientes. Precisamos ter em mente que a maquinação para fazer o mal ou para pecar aborrece o Senhor (Pv 6.12-19).
- Pecadores: a diferença quanto ao nível de revelação que possuem. “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam.” (At 17.30). Quem é conhecedor se torna mais culpado, porque conhece a verdade e não poderá escapar do juízo de Deus (Ez 14.12-15); conhecer as leis, os estatutos e os mandamentos e errar, na maioria das vezes consciente, se torna indesculpável.
- Israel: uma nação escolhida, mas um povo ingrato. Nos registros bíblicos encontramos ensinos e avisos para nós (Rm 15.4; I Co 10.11). Assim, ao estudarmos acerca da história de Israel e seu relacionamento com Deus precisamos pedir ao Espírito Santo que nos ajude a percebermos tais ensinos e avisos. Apesar de Israel ter sido escolhido por Deus, estabelecido na terra de Canaã, ter obtido tantas vitórias e ter um templo que foi cheio da glória de Deus (II Cr 7.1-3), não significava que Deus iria ficar indiferente a um viver contrário à Sua Palavra revelada a este povo. Trata-se de uma grande lição e aviso para nós (I Co 10.12). A graça de Deus em nós não nos libera para vivermos e servirmos a Deus de qualquer maneira. O mesmo capítulo 12, da epístola aos Hebreus, que menciona graça, também enfatiza: respeito, temor e fogo consumidor (Hb 12.28-29).
III – O AMOR DE DEUS E SUA JUSTIÇA
Deus é amor (I Jo 4.8, 16), mas também é fogo consumidor (Hb 12.29). Muitos, de uma maneira equivocada e distorcida, se baseiam no amor, na graça e misericórdia de Deus, para, de uma forma inescrupulosa, transgredir as leis divinas, como se o Pai não tivesse a justiça como atributo. Na verdade, onde existe amor puro, a verdadeira justiça está presente. Quem corrige é porque ama: “Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho.” (Hb 12.6).
- Amor versus justiça. O amor de Deus é insondável (I Jo 4.16), insubstituível, não fingido. A maior expressão de amor está descrita em João 3.16, quando Deus ama o mundo de tal maneira (sem parâmetro, incalculável), a ponto de dar Seu Filho Unigênito para morrer em nosso lugar, para salvar os pecadores, que nada merecem. Russell E. Joyner: “A justiça de Deus inclui a penalidade do juízo, mas subordina essa atividade à obra global de estabelecer a sua justiça amorosa” (Dt 7.9-10). A justiça de Deus é santa, perfeita e imutável. Deus é a verdade e nEle não há injustiça; justo e reto é (Dt 32.4). O Evangelho revela a justiça de Deus (Rm 1.17). Ele mesmo julga o mundo com justiça; governa os povos com retidão (Sl 9.8).
- Deus perdoa os pecados de quem se arrepende. Precisamos refletir sobre arrependimento à luz da Palavra de Deus. Caso contrário, é possível confundir o verdadeiro arrependimento com remorso, tristeza ou reconhecimento. O arrependimento para perdão de pecados envolve um conjunto de aspectos, como convicção, contrição, confissão e mudança de atitudes. Portanto, não apenas uma atitude, mas um conjunto (Mc 1.15; At 3.19; I Jo 1.9). O termo usado para arrependimento é “metanoeo”, não se restringe apenas a uma mera tristeza pelo pecado, mas significa uma mudança de pontos de vista, de pensamento e de propósito.
- É necessário um constante autoexame. É interessante como Deus constantemente procurou despertar o povo de Israel para pensar sobre o estado espiritual em que se encontrava (Ez 4.1-12; 5.1-5). Mesmo no cativeiro, muitos ainda não estavam entendendo que estavam sendo disciplinados pelo Senhor (Jr 29.8-10). Contudo, é imprescindível que este autoexame seja conduzido à luz da Palavra de Deus e guiado pelo Espírito Santo (II Co 13.5]. O povo de Israel desprezou a constante vigilância, pois depositou a confiança no fato dos serviços religiosos estarem funcionando rotineiramente (Jr 7). Nossas atitudes religiosas externas devem ser reflexo de nosso relacionamento com Deus. Se assim não for, serão atitudes vazias e sem vida.
CONCLUSÃO
Na luta contra o pecado, é preciso conhecer a doutrina do pecado. Assim, andando em Espírito, busquemos constantemente estar vigilantes e em oração para não cedermos às tentações, bem como sabendo que há perdão aos que verdadeiramente se arrependem.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel