Adultos - Betel
A tríplice dimensão da salvação
EDIÇÃO: 94 – 4º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 04 – 24 de outubro de 2021
TEXTO ÁUREO
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus.” Efésios 2.8.
VERDADE APLICADA
A salvação em Jesus Cristo nos tirou da condição de mortos, nos vivificou e nos transportou para um reino de luz.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Efésios 2
1. E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,
2. Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.
3. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
4. Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos).
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Rm 8.1
Não há condenação para quem está em Cristo.
Terça-feira – II Co 5.17
Se alguém está em Cristo, nova criatura é.
Quarta-feira – Gl 2.16
O homem é justificado pela fé em Cristo.
Quinta-feira – Ef 4.24
O novo homem: criado em justiça e santidade.
Sexta-feira – Cl 3.10
Uma nova criatura à imagem do seu Filho.
Sábado – II Tm 1.9
Deus nos salvou e chamou com santa vocação.
INTRODUÇÃO
A Salvação produziu em todos os salvos um efeito muito poderoso. Ela abrange nosso passado (quem éramos); o presente (quem somos agora); e futuro (o que ainda iremos nos tornar).
I – QUEM NÓS ÉRAMOS NO PASSADO
Com muita firmeza, Paulo descreve nosso estado antes da salvação chegar até nós. Ele afirma que estávamos mortos, agíamos na vontade da carne e andávamos de acordo com os ditames do mundo (Ef 2.1).
1. Nossa condição diante de Deus. Uma pessoa não precisa estar sepultada para estar morta. A morte da qual Paulo se refere é uma declaração real da condição espiritual de todas as pessoas que não estão em Cristo. A origem dessa condição aparece nos delitos e pecados dos seres humanos (Ef 2.1-3). De acordo com o ensino das Escrituras, a morte é o estado de separação entre o homem e Deus (Is 59.2). Paulo utiliza duas palavras gregas que descrevem a condição humana: delito “paraptõma”, que envolve um passo em falso ou um desvio do caminho certo; e pecado “hamartia”, errar o alvo. A ideia é a de uma pessoa que atira dardos e nunca acerta o alvo. Essa é a condição do homem sem Deus, era assim que estávamos antes da salvação (Rm 5.12).
2. Andávamos segundo o curso do mundo. As palavras “século e mundo” se referem a um sistema de valores sociais que está totalmente alienado de Deus. Paulo está se referindo aqui a um mundo escravizante onde suas forças controlam por completo o homem sem Deus (Rm 6.22; Ef 2.2). Um mundo que penetra, e até mesmo domina, a sociedade não-cristã, e subjuga as pessoas ao cativeiro. Éramos escravos, numa total situação de desonra e incapacidade. Essa natureza caída nos tornou em objeto da ira de Deus (Ef 2.3). Mas Deus, por Sua imensa graça e propósito, nos ressuscitou juntamente com Cristo “e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2.5). Deus então agiu para nos libertar do poder do pecado.
3. Andávamos na vontade da carne. Paulo diz que fazíamos a vontade da nossa carne (Ef 2.3). Ele fala de uma vontade humana que é subjugada às inclinações de uma natureza pecaminosa. Separada de Deus (morta espiritualmente), a pessoa não é capaz de entender nem de apreciar as coisas espirituais (Jo 3.19). Não possui qualquer vida espiritual e, por si mesma, não é capaz de fazer coisa alguma agradável a Deus. O termo usado por Paulo para a palavra desejo é “epithymia”, que significa o desejo do mau e do proibido. A vida sem Deus está à mercê do desejo. Willian Barclay diz que viver de acordo com os ditames da carne é simplesmente viver de tal maneira que nossa natureza mais baixa (a pior parte de nós) domine nossas vidas (Rm 7.14-22).
II – O QUE NOS TORMAMOS NO PRESENTE
Paulo começou retratando como era a nossa situação quando estávamos mortos em delitos e pecados. Agora ele aponta para nosso estado presente, onde Deus em Seu amor e misericórdia nos deu vida em Jesus Cristo.
1. Gerados em misericórdia. Deus é amor, a essência de Seu ser é amor, e os muitos aspectos de Sua graça brotam da fonte de Seu amor. Portanto, Seu infinito amor também o torna rico em misericórdia. Ele não nos abandonaria no estado de miséria espiritual em que caímos por desobediência, de modo que a palavra diz que “mesmo estando mortos em pecados”, Ele nos deu vida juntamente com Cristo (Ef 2.4-5). Depois de nos encontrarmos nesse estado catastrófico, agora vemos a ação soberana e amorosa de Deus, cuidando da salvação do pecador. Não há nada que o homem possa fazer para obter uma tão grande recompensa. É pela graça que somos salvos. A salvação é um presente de Deus (Ef 2.4-5; Tt 2.11).
2. Fomos vivificados. A miserável condição espiritual em que estávamos e o destino inevitável ao qual fomos condenados como resultado, contrasta muito com o presente incomensurável que recebemos, sem o merecer: Deus nos deu vida através de Cristo. Mesmo estando neste estado de desobediência e inimizade contra Deus, Ele se aproximou de nós e nos fez participantes de suas promessas, sentando-nos em lugares especiais com Ele próprio, Jesus Cristo, mudando assim nossa condição de alienados por membros da família divina e parte da estrutura de seu grande projeto: a expansão do Reino: a Igreja (Ef 2.3-5).
3. Recebemos a cidadania do reino. Nosso primeiro estado era de total escravidão, éramos por natureza filhos da ira e nos tornamos filhos de Deus pelo processo de adoção em Jesus Cristo (Jo 1.12; Ef 5.8; Gl 3.26; I Pe 2.10). A graça nos transportou de um reino para outro, éramos cidadãos de um reino de trevas e nos tornamos cidadãos do reino da luz (I Pe 2.9). Mesmo estando no mundo, não pertencemos mais a ele, esse mundo não tem mais nada a ver conosco. A Bíblia nos ensina que a nossa cidade não pertence a esse mundo (Fp 3.20). Como cidadãos dos céus temos um novo sistema de governo, uma nova constituição, a Bíblia, que nos conduz a uma forma de vida totalmente diferente da qual vivíamos anteriormente. Somos novas criaturas (Rm 12.2; II Co 5.17).
III – O QUE SEREMOS NO FUTURO
A salvação produziu nos salvos um efeito passado, presente e, também, futuro. Paulo diz que o Senhor nos refez (Ef 2.10ª). Somos tanto o maravilhoso testemunho da manifestação de Sua graça, quanto o testemunho visível de Sua obra redentora.
1. Tornamo-nos feituras de Deus. O pecado desfigurou totalmente a imagem criada por Deus no princípio do mundo. Então, num ato de extrema misericórdia e amor, Deus resolveu recriar esse homem interior arruinado, fazendo uma nova criatura à imagem do seu Filho (Gl 6.15; Ef 4.24; Cl 3.10). De acordo com o teólogo Wilian Barclay, o termo grego traduzido por “feitura” é “poiema”, a mesma usada para “poema”, e significa: “aquilo que é feito”. Somos um poema escrito por Deus, um testemunho vivo de sua ação milagrosa, onde quem lê é contagiado. Mas isso ainda não é o fim, seu propósito é nos aperfeiçoar a cada dia, até que alcancemos a estatura de Cristo (Ef 4.13-15); fomos refeitos para um propósito, para boas obras e para que andássemos
2. Para mostrar nos séculos vindouros. A redenção da humanidade é um ato poderoso que se estende de geração a geração. Certa feita, perguntaram a uma mulher romana onde estavam suas joias. Ela chamou seus dois filhos e, apontando para eles, disse: “Aqui estão as minhas joias”. Essa é a obra da graça divina. Deus transforma pecadores em santos adoradores. Como joias raras adquiridas por um alto preço, os remidos serão exibidos como monumentos de Sua maravilhosa graça (Ef 2.8-9). Após o arrebatamento e a destruição do anticristo, Jesus voltará para reinar por mil anos, aí, então, o mundo verá a grandeza da Igreja. Ela será o seu cartão postal, a prova de sua obra de redenção (Is 53.11).
3. Seremos a assinatura visível de sua obra. De acordo com o teólogo e pastor Elienai Cabral, esta expressão “para mostrar nos séculos vindouros” diz respeito ao futuro da Igreja. Ela será a demonstração eterna da graça de Deus, ou seja, o testemunho da manifestação da misericórdia de Deus sobre a humanidade. Será o triunfo da misericórdia sobre o juízo. Da mesma forma que um paciente é testemunha da habilidade de um cirurgião após uma delicada cirurgia, nós, visivelmente, seremos as testemunhas da obra de Cristo (Ef 2.8-9). Deus mostrou mais que habilidade, Ele não somente reverteu o quadro contrário de nossas vidas, nos deu uma nova. Todos que nos observam veem sua assinatura, somos a ambulante prova de Sua obra redentora.
CONCLUSÃO
Paulo explicou claramente que somos salvos pela graça e “não pelas obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.9). No entanto, a verdadeira salvação sempre produz frutos. Portanto, embora não sejamos salvos pelas obras, fomos criados em Cristo Jesus para boas obras.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel