Connect with us

Artigos

Amós: Adoração com Justiça

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 29– 3º Trimestre – Ano: 2021- Editora: CPAD

LIÇÃO – 04 – 25 de julho de 2021

TEXTO DO DIA

“Vos que dilatais o dia mau e vos chegais ao lugar de violência que cantais ao som do alaúde e inventais para vós instrumentos músicos, como Davi.” (Am 6.3.5.)

AGENDA DE LEITURA

Segunda-feira – Am 2.6,7
A injustiça social é um pecado grave contra Deus

Terça-feira – Am 5.14,15
Fazer o bem é uma expressão de adoração ao Senhor

Quarta-feira – Mt 5.20
O cristão é identificado pela prática da justiça

Quinta-feira – Tg 1.27
Ajudar a quem precisa é parte da adoração

Sexta-feira – Is 1.13-15
O culto pode se tornar uma abominação ao Senhor

Sábado-feira – Jo 4.23.24
Deus procura verdadeiros adoradores

SINTESE

A profecia de Amós nos ensina que justiça e retidão são elementos fundamentais para a adoração.

TEXTO BÍBLICO

Amós 5

21 Aborreço desprezo as vossas festas e as vossas assembleias solenes não me dão nenhum prazer.

22 E, ainda que me ofereçais holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei delas nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.

23 Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos.

INTRODUÇÃO

O livro de Amós é surpreendentemente atual. Sua profecia condena a idolatria e denuncia as injustiças sociais que às vezes são normatizadas pelo “status quo de um determinado grupo social. O mais triste é saber que o sistema religioso, assim como os demais (político, jurídico e social) podem se mancomunar junto à corrupção. Amós não pensou duas vezes em tocar a dedo na ferida de Israel e desafiá-los ao arrependimento, caso contrário, a nação receberia o juízo de Deus.

Ele profetizou aproximadamente três décadas antes da destruição de Israel pelas tropas da Assíria. Ainda hoje. a voz do profeta continua a ecoar alteando a bandeira da justiça no estandarte da adoração cristã. O livro de Amós é conhecido como o livro da justiça de Deus e nos ensina que a adoração não pode desassociar-se da retidão e dos princípios bíblicos e justos” revelados na Palavra de Deus.

I – O PROFETA AMÓS

1. Sua vida. O nome Amós significa ‘carregador de fardos’. Em alusão ao seu nome, podemos dizer que sua fala era pesada e a sua palavra, uma carga do Senhor. Por causa de sua origem humilde o profeta não apresenta seu sobrenome, indicando que sua família não era conhecida (Am 11). Ele provinha de uma classe trabalhadora portanto estava acostumado a “carregar fardos” Deus chamou um homem calejado para uma dura tarefa. Amós permaneceu m soluto em cumprir sua missão.

Foi duro nas denuncias e exortações porque sabia que se o povo não ouvisse suas palavras o peso do juízo divino derramado sobre Israel seria ainda maior. Ele era natural de Tecoa (Am 1.1). Essa cidade ficava a uns 20 km ao sul de Jerusalém junto ao deserto da Judeia. Essa região ficava próxima à estrada que ligava Jerusalém a Hebrom e Berseba. Foi nessa região que João Batista se levantou como profeta. Amos foi um profeta sulista que atuou como missionário no Reino do Norte (Israel). A certeza do chamado divino revestiu o profeta da coragem para denunciar

2. Um homem simples. Amós fala a partir de sua realidade, por isso se apresenta como um legitimo representante de uma classe explorada, que não tinha voz nem vez. Ele era pastor boleiro e cultivador de sicômoros (Am 11: 7:14). Possuía múltiplos empregos. Era um homem trabalhador que fez questão de identificar sua origem humilde (Am 7.54 15). Sabia que seu ministério era ratificado, não pela tradição por trás de um nome, mas pelo chamado divino: Tal como Davi, era pastor, entretanto, suplementava o seu trabalho cultivando sicômoros (figueiras bravas). Durante os meses de verão, os pastores mudavam o rebanho para lugares mais baixos e pegavam serviços paralelos como “boieiro” ou “cultivador de sicômoros para terem o direito de pastar com seus gados naquelas regiões.

Sicômoros era a fruta consumida pelos mais pobres. Os ricos se deliciavam com o figo comum. O pecado do orgulho combatido por ele, não fazia parte de sua vida Ele era um homem simples. João Crisostomo ensinou que a humildade é a raiz a mãe a ama-de-leite, o alicerce o vínculo de todas as virtudes. O cristão deve expressar a humildade em sua vida, pois Deus se agrada dos simples (Sl 24.4). Israel ensoberbou-se; por isto foi humilhado de modo contrastante, os humildes são honrados por Deus (Tg 4.10).

3. Um homem preparado. Como pastor, ele passava muito tempo sozinho, meditando e observando a natureza. As ilustrações utilizadas em suas profecias foram extraídas da vida diária, indicando a originalidade dos seus pensamentos, Era leigo no sentido que não havia recebido formação em um estabelecimento oficial, visto que não tinha estudado nas escolas de profetas. No entanto, não era um homem ignorante. Embora não tivesse passado por uma educação profética formal, cie demonstrou muito conhecimento.

Assim como Moisés e Davi, o tempo com o gado lhe proporcionou uma cultura mental destinada a reflexão Amos demonstrou um grande conheci- mento da lei de Moisés. Não devemos desprezar as pessoas que não tiveram a oportunidade de passar por um sistema de formação oficial pois aprendemos com Amos que todos podem ser usados por Deus, independente da classe social ou do currículo formativo Deus procura ‘corações piedosos’ e não somente ‘mentes brilhantes’, pois seu Espírito capacita aqueles que são chamados (Dn 2.21; Tg 1.5).

II – O CONTEXTO HISTÓRICO DE SUA PROFECIA

1. Período de paz. Amós desenvolveu o seu ministério na época em que Jeroboão II reinava em Israel, e Uzias, em Juda. Foi um período de grande prosperidade para ambos os reinos. De acordo com o Antigo Testamento ele foi contemporâneo de Oseias, Jonas Isaias e Miqueias O clima do governo entre Jeroboão II e Uzias era amistoso. As nações que poderiam perturbar Israel tinham sido dominadas. A luta contra a Síria terminou com a vitória de Israel. O rei tinha restabelecido os termos de Israel I Rs 14.25). Os reinos do Norte e Sul expandiram seus territórios de tal modo que conseguiram recuperar quase todo o território do império davidico-salomónico.

Esse período ficou conhecido como a idade de ouro para ambos os reinos. A ideia de um juízo divino parecia não se adequar as circunstâncias daquela época. As ameaças assírias de Tiglate-Pileser III (745-727 aC.) se manifestariam apenas algum tempo depois. A paz experimentada pelos israelitas lhes trouxe uma sensação enganosas de segurança, por isto rejeitaram a mensagem de Amós. Que Deus nos livre das sensações enganosas da vida! Devemos guardar o nosso coração (Pv 4.23 Jr 17.9) entregando-o a autoridade de Cristo.

2. Período de prosperidade. A paz política e a expansão territorial conduziram Israel para um período de prosperidade material. As nações vizinhas eram tributarias do Norte. As riquezas a afluíam para Israel Os novos ricos perdiam a paciência com as restrições de trabalho impostas pelas lei do sábado. A vontade de acumular riquezas se tomou maior do que o anseio de obedecer a Lei do Senhor. A ganância tem sido uma fonte de tropeço para muitos (I Tm 6.9.10). Os pobres não eram tratados de forma justa (Dt 15.11; 24.15). A luxuria dos ricos era conseguir à custa da opressão e exploração (Am 2.6-8).

Os ricos controlavam tudo inclusive o judiciário. As decisões dos tribunais eram todas favoráveis aos ricos e extremamente opressivas aos pobres, Amós se levantou contra as injustiças sociais e combateu os sistemas desonestos que pervertiam o direito dos necessitados. Os homens de sua época estavam tão contumazes em acumular riquezas que se esqueciam de atentar para a necessidade de seus irmãos. Lembremo-nos de que o desprezo ao pobre e um grave pecado diante de Deus (Dt 24.15: Is 3.15)

3. Paganismo religioso. A força material de Israel contrastava com sua fraqueza moral. O sumo sacerdote Amacias, por exemplo, era de classe leiga e não provinha da descendência sacerdotal; tal questão era um grande ultraje a fé verdadeira em Israel. Quando Amós profetizou que Israel só achava fora do prumo por causa dos pecados de idolatria e materialismo introduzidos pela casa de Jeroboão (Am 77-9), Amazias demonstrou que era um “sacerdote comprado” defendendo os interesses do rei ao tentar proibi-lo de continuar profetizando (Am 7.12.13).

As leis divinas estavam sendo burladas, a religião tinha se corrompido (Am 7.10-14), Jeroboão II incentivou a prática dos cultos a fertilidade por meio de um sistema de adoração ao bezerro de ouro (II Rs 14.24-25). A adoração a Jeová permanecia concomitantemente ac paganismo (Os 2.13,16,17). Centros pagãos foram construídas nas principais cidades do Norte Gilgal Betel, da Samaria (Am 4.4: 8.14). Alguém precisava combater estes pecados, o por este motivo, Deus levantou o corajoso Amós.

III – ADORAÇÃO COM JUSTIÇA

1. A mensagem do profeta. O livro de Amos pode ser dividido em duas partes principais. Na primeira seção situam-se os oráculos que vieram pela palavra (Am 1-6) aqui encontramos juízos entregues para oito nações Damasco, Gaza, Tiro Edom, Amom, Moabe Juda e Israel (Am 1-2). O profeta apresentou uma série de discursos de julgamento contra Israel (Am 3-6). As denúncias de Amós partem do geral para o específico. Primeiro falou as nações, depois foi específico em detalhar os pecados de Israel.

Na segunda seção do seu livro estão as visões (Am 7-9). Para fortalecer sua intimação, Amós apresentou uma série de símbolos do juízo vindouro (Am 7,8 e 9) e por fim. terminou sua mensagem apresentando a restauração futura de Israel (Am 9.11-15). Sua profecia confrontou, principalmente as instituições de Israel ao denunciar os pecados que destruíamos fundamentos sociais, morais e espirituais da nação. Estamos preparados para pregar uma mensagem de confronto?

2. Responsabilidade social. Amós encontrou um mau governo em Israel, Oseias seu contemporâneo, fez denúncias semelhantes (Os 5.1;7.5-7). As instituições de Israel transformaram a justiça em alosna, uma erva daninha (Am 5.7). Elas perverteram o direito do próximo. Não aceitavam a repreensão. Aborreciam na porta aqueles que os repreendiam (Am 5.10). O portão de qualquer cidade era o lugar onde a justiça era administrada (Dt 22.15). Se um profeta ou juízos repreendessem, sofreria represálias. Por uma questão de conveniência, muitos se silenciaram (Am 5.13).

Os pobres eram pisados, extorquidos e explorados (Am 510) também eram rejeitados nos tribunais de justiça (Am 5.12). Seus direitos eram violados (Am 2.7;4.1; 5.11). Amós denunciou a prática do suborno (Am 8.4,6) e cumpriu o seu papel de responsabilidade social ao denunciar a injustiça. A ira de Deus. na pregação de Amós era a justiça divina reagindo contra as injustiças humanas.

3. Adoração com justiça. Conforme vimos, apesar dos múltiplos pecados e das injustiças sociais a adoração nos espaços supostamente “sagrados” continuava de forma natural. Os “ricos injustos’ gostavam de frequentar os santuários e exibirem seus sacrifícios sonegando a Deus a verdadeira adoração (Os 8.13; Am 5.22). O sacrifício desprovido de justiça representava uma transgressão ao Senhor. Os cultos foram embelezados com a contratação de levitas. Muitos músicos profissionais que não descendiam da linhagem de Levi foram contratados para tocar nestes templos. A música oferecida para as pessoas era excelente, enquanto a adoração sincera a Deus era precária (Am 5.23).

O espetáculo em volta do culto maquiava a superficialidade da adoração. Amós declarou que a adoração era como “estrepito: um “barulho ensurdecedor” diante dos ouvidos do Senhor (Am 5.23); Deus não estava aceitando aquela adoração sincrética, espetaculosa teatral e desprovida de justiça. Os cânticos cultuais perdem o valor quando não há arrependimento sincero (Am 8.3) A adoração cristã não é apenas um item da liturgia, mas uma prática de vida uma resposta obediente a Palavra de Deus (Sl 51.17; 119.10; I Jo 2.24). Mais do que adorar a Deus somente com os lábios, adoramos ao Senhor com nossas vidas.

CONCLUSÃO

A justiça social pregada por Amos aponta para a obediência aos princípios da Palavra de Deus. Devemos lembrar de que os fundamentos da verdadeira religião são constituídos pela forma como tratamos o próximo. Adoração sem justiça é uma ofensa a Deus. Uma religião que diz honrar a Deus, mas despreza, explora ou oprime o semelhante e uma fraude. Amos nos ensina que a verdadeira adoração exige comunhão vertical, com Deus, e horizontal com o próximo

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

Compartilhe!
Clique aqui para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidos

Copyright © Seara de Cristo - Todos os direitos reservados