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Divisões na Igreja
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 16 – 2º Trimestre – Ano: 2021 -Editora: CPAD
LIÇÃO – 03 – 18 de abril de 2021
TEXTO DO DIA
“Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?” (I Co 1.13)
AGENDA DE LEITURA
Segunda-feira – Sl 133.1
A unidade fraternal agrada a Deus
Terça-feira – Sl 133.2,3
A unidade fraternal traz a unção de Deus
Quarta-feira – Rm 15.5,6
Devem os viver em concordância
Quinta-feira – I Co 12.12,13
Vivamos como um só corpo
Sexta-feira – Ef 4.3-5
Procurando guardar a unidade do Espírito
Sábado – Fp 2.3
Evitando as contendas
SINTESE
As divisões e partidarismos demonstravam a imaturidade espiritual dos membros da igreja de Corinto.
TEXTO BÍBLICO
I Corintios 1.10-17
10 Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa e que não haja entre vós dissensões; antes, sejais unidos, em um mesmo sentido e em um mesmo parecer.
11 Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloe que há contendas entre vós,
12 Quero dizer, com isso, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu, de Apoio, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo.
13 Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?
14 Dou graças a Deus, porque a nenhum de vós batizei, senão a Crispo e a Gaio:
15 Para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome.
16 E batizei também a família de Estéfanas; além destes, não sei se batizei algum outro.
17 Porque Cristo enviou-me e não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que a partir do versículo 10 do primeiro capítulo, o apóstolo trata do assunto que mais o preocupava no momento de escrever a carta: As divisões internas da igreja. Por isso, ele pontua os prejuízos que as divisões podem trazer para a Igreja do Senhor.
Estudaremos a formação de grupos rivais na igreja de Corinto. Sim, nela havia partidarismos em relação à liderança. Paulo também faz sérias advertências a respeito do perigo de tentar substituir os méritos da cruz de Cristo pela ostentação e orgulho pessoal.
I – AS DISSENSÕES E SEUS PREJUÍZOS PARA A IGREJA (1.10,11)
1. Uma exortação para não causar dissensões. A exortação aos irmãos em Cristo pode ser encontrada em todas as Cartas Paulinas. Quando o apóstolo fazia uma exortação, geralmente era para iniciar um aconselhamento pastoral. Ele faz algum as exortações e orientações em forma de conselhos a respeito do comportamento dos cristãos. Como fundador da igreja de Corinto, devia ser muito duro para o apóstolo exortar aquelas ovelhas, mas era necessário e ele o fez com amor e firmeza. As dissensões estavam trazendo prejuízos sérios a toda igreja, algo precisava ser feito. Para exortar os membros, primeiramente Paulo toma uma atitude humilde. Ele em momento algum age de forma autoritária, iniciando algumas frases com a expressão: “Rogo-vos”. Paulo chama os membros de irmãos, que sugere uma ideia de amor fraternal. Por fim, evoca a autoridade do nome de Jesus fazendo uso da expressão: “Pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo”.
2. As dissensões prejudicavam a unidade da igreja. O apóstolo havia ensinado aos coríntios o modelo de vida das primeiras igrejas cristãs, um modelo marcado pela unidade e amor fraternal. Uma das principais características da igreja primitiva era a unidade em perseverar nos ensinamentos dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações (At 2.42-47; At 4.32- 35). No entanto, a igreja de Corinto era nova e seus membros ainda estavam acostumados com o modelo das sociedades romanas e gregas, que valorizavam o poder aquisitivo das pessoas e as classes sociais mais ricas. Ao contrário desse sistema social, nas igrejas cristãs todos eram iguais (escravos, pobres e marginalizados) em Jesus Cristo e mereciam o mesmo tratamento amoroso e respeitoso.
Paulo estimula seus leitores a retomarem a harmonia, buscando a concordância entre eles de tal forma fossem um o coração deles em Cristo. Os crentes coríntios deveriam pensar a respeito da importância da unidade de forma a viverem ligados, unidos em amor. Eles deveriam também viver de forma harmoniosa quanto à doutrina que lhes era ensinada. Paulo ensina que para que haja comunhão, unidade e fraternidade é preciso que os crentes desejem viver dessa forma.
3. Paulo identifica a fonte de suas informações (1.11). O apóstolo expõe diretamente o problema das contendas entre os irmãos e não esconde a sua fonte: “Me foi comunicado pelos da família de Cloe”. Novamente trata seus leitores como irmãos (v.11). O apóstolo aborda os problemas internos como os problemas de uma família fraterna.
Geralmente as pessoas não gostam de expor os problemas enfrentados na igreja e erroneamente preferem escondê-los, fingir que não veem as contendas e divisões. Mas as dissensões precisam ser tratadas com amor e firmeza para que sejam estancadas. Segundo alguns estudiosos, a família de Cloe provavelmente era uma família respeitada, comprometida com o reino. Talvez estivesse sofrendo com a situação da igreja e por isso decide comunicar ao apóstolo o que estava acontecendo. Certam ente a família de Cloe fez isso porque amava Paulo e confiava nele, reconhecendo sua autoridade apostólica. Há uma grande diferença quando alguém comunica algum erro à liderança da igreja por inveja ou para prejudicar alguém, desejando o seu mal e não o seu arrependimento, o que não foi o caso da família de Cloe. As informações dessa família deram origem aos quatro primeiros capítulos da carta, que trata das dissenções que estavam prejudicando a pregação da Palavra e o crescimento da igreja.
Pense!
Você tem fugido das contendas e confusões entre os irmãos? ou você tem tentado alimentar tal atitude?
Ponto Importante
Precisamos desejar e fazer a nossa parte para que haja unidade na igreja
II – O PARTIDARISMO NA IGREJA (1.1 2)
1. O tratamento inadequado acerca das diferenças de opinião. A maioria dos membros da igreja de Corinto havia perdido a percepção de que Cristo deve ser o centro de todas as coisas. Tudo indica também que eles não tinham habilidades para lidar com opiniões diferentes. O cristianismo era uma novidade em Corinto, cidade acostumada a receber pessoas de várias culturas. A igreja era heterogênea (classes sociais, pluralismo religioso, conflitos éticos e morais, entre outras diferenças) e, ao que parece, alguns viam na nova comunidade a possibilidade de ter mais influência sobre os outros por pura ambição. Todavia, as igrejas cristãs tinham uma forma nova de organização e estilo de vida alicerçado nos ensinamentos de Cristo. Paulo busca resgatar o modelo de gestão de Cristo.
2. A formação de grupos rivais. Como resultado das dissensões, a igreja de Corinto acaba por se dividir em quatro facções, cada uma delas seguia o seu pregador e líder preferido: Paulo, Apolo, Pedro e até mesmo Cristo. Mas esses servos de Deus não queriam poder, mas lideravam a igreja visando a confirmação do Reino de Deus. Os crentes de Corinto, erroneamente, usavam o nome de Paulo, Apolo, Pedro e até de Cristo para formarem grupos rivais devido à ambição pelo poder, Talvez influenciados pela cultura de veneração a heróis da mitologia grega e do culto a personalidades. Paulo não se aliou nem àqueles que se diziam seus seguidores exclusivos.
3. Os tipos de grupos rivais. O apóstolo não comentou a respeito das peculiaridades dos grupos, mas de algum a forma eles se identificaram com os ensinos apresentados por ele na carta. Parece que os grupos eram formados por aqueles por quem foram evangelizados e batizados, ou seja, por Paulo, Apolo e Pedro. Eles se guiavam pelo estilo de ministério e liderança de cada um, com espírito partidário. Com base nisso, é possível observar as especificidades de cada grupo:
a) Grupo de Paulo – os primeiros cristãos, principalmente os gentios;
b) Grupo de Apolo – membros que se converteram e se entusiasmaram com seu estilo eloquente;
c) Grupo de Pedro – judeus de origem legalista e
d) Grupo de Cristo – aqueles que se achavam mais santos do que os outros, com base na justiça própria.
A preferência ou identificação por alguém é natural, o perigo é quando essa relação se torna motivo para se achar superior aos outros.
Pense!
Todo partidarismo é prejudicial para a saúde e o crescimento da igreja.
Ponto Importante
A unidade fraternal é agradável ao Senhor e gera crescimento para a igreja.
III – AS DIVISÕES E SEUS PERIGOS (1,13-17)
1. O perigo de abafar os méritos da Cruz de Cristo (v.13). Após escrever sobre a formação dos grupos rivais, o apóstolo aponta para a possível causa das discórdias entre eles. Parece que estavam “idolatrando” o fato de serem
batizados por algum as pessoas. Eles valorizavam mais o homem que os havia batizado do que o próprio sacrifício de Cristo. Paulo é categórico: “Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?” (v.13).
2. O perigo de ser um narcisista (vv.14 -16). Paulo faz um agradecimento que causa espanto e pode ser mal interpretado. Ele dá graças a Deus, por ter batizado apenas algum as pessoas da igreja: Crispo, ex-chefe de sinagoga (At 18.8), Gaio e a casa de Estéfanas. Ele descreve o motivo no versículo 15, para que ninguém se vangloriasse por ter sido batizado por ele.
O apóstolo não tinha a preocupação de manter o “controle” sobre as pessoas que se convertiam por intermédio da sua pregação. Atualmente vivemos em uma sociedade narcisista, onde muitos buscam erroneamente a satisfação dos próprios desejos e consideram os outros como “meros objetos”. De modo pecaminoso, essas pessoas buscam alcançar objetivos egoístas e pessoais. Mas, Paulo seguia o modelo de Cristo. Ele amava as pessoas e não estava em busca de recompensas pessoais ou do reconhecimento de homem.
3. O perigo de pregar o Evangelho por ostentação (v.17). A sociedade de Corinto, influenciada pela cultura helenista (grega), valorizava em excesso o conhecimento como forma de ostentação. A Carta de Paulo evidencia que esse sentimento ainda estava presente entre os membros da igreja. O controle obtido por meio do conhecimento era algo desejado por alguns. Paulo não confiava na “sabedoria de palavras”, mas na pregação do evangelho que havia transformado sua vida e era a força transformadora que movia a comunidade cristã.
Nos dias atuais é com um ver pregadores confiando apenas em sua capacidade intelectual e desejando somente a promoção do seu nome, do seu ministério. A pregação do evangelho não deve ter como objetivo projetar o pregador e nem trazer benefícios próprios, mas exaltar a Jesus e a eficácia do seu sacrifício na cruz do Calvário.
O beneficiado deve ser aquele que nEle crê, pois o Evangelho “é o poder de Deus para salvação de todo aquele
que crê” ( Rm 1.16).
Pense!
Você ama a sua igreja como Paulo amava a igreja em Corinto?
Ponto Importante
Precisamos seguir o modelo de Cristo, amaras pessoas e não viver em busca de recompensas pessoais ou do reconhecimento de homem.
CONCLUSÃO
Com o vimos na lição, as divisões internas na igreja de Corinto estavam prejudicando a unidade da comunidade e tirando 0 foco principal na missão da igreja. Alguns membros estavam se vangloriando pela proximidade com alguns líderes ou por ter sido batizado por um específico, assim valorizavam mais a pessoa que os havia batizado do que o próprio sacrifício de Cristo. Esse comportamento revelava a imaturidade espiritual dos crentes de Corinto e impedia o crescimento da igreja.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD