Adultos - CPAD
Santificação: Comprometidos com a Ética do Espírito
EDIÇÃO: 449 – 1º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 06 – 07 de fevereiro de 2021
TEXTO ÁUREO
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hb 12.14)
VERDADE PRÁTICA
Santificação é especialidade do Espírito Santo; ela é instantânea e ao mesmo tempo progressiva, pois acompanha o crescimento espiritual do crente
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – I Sm 2.2
Nenhum atributo divino é tão solenizado nas Escrituras como a santidade de Deus
Terça-feira – I Ts 5.23
O Deus que santifica o espírito, a alma e o corpo
Quarta-feira – Ef 5.25-27
O Senhor Jesus é o santificador da igreja
Quinta-feira – Rm 15.16
O Espírito Santo é o que santifica, pois Ele é santo em si mesmo
Sexta-feira – I Co 6.11
A obra da santificação é realizada pelo Filho e pelo Espírito Santo
Sábado – Ap 15.4
Somente Deus é santo em si mesmo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
I Pedro 1.13-23
13 – Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo,
14 – como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância;
15 – mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver,
16 – porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.
17 – E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação,
18 – sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais,
19 – mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,
20 – o qual, na verdade, em outro tempo, foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado, nestes últimos tempos, por amor de vós;
21 – e por ele credes em Deus, que o ressuscitou dos mortos e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.
22 – Purificando a vossa alma na obediência à verdade, para caridade fraternal, não fingida, amai-vos ardentemente uns aos outros, com um coração puro;
23 – sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre.
INTRODUÇÃO
Deus é absolutamente santo; Sua santidade é infinita e inigualável; Ele é santo em si mesmo, em sua essência e natureza (Ap 15.4). Sua vontade é que os crentes reflitam esse caráter de santificação no seu modo de vida. Vamos estudar, então, o que é ser santo e a necessidade de se ter uma vida santa.
I – A SANTIFICAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO
A santidade de Deus se originou nEle mesmo; ela é a plenitude gloriosa de sua excelência moral. Essa verdade é revelada desde o Antigo Testamento. Deus exige santidade de seu povo porque Ele é santo. Os antigos hebreus levavam a santidade a sério.
A santificação. A ideia predominante de santificação ou santidade no Antigo Testamento é de separação tanto de pessoas como de lugares e coisas para o serviço sagrado. Separar daquilo que é comum ou imundo: “para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo” (Lv 10.10).
O profano é alguém que se mostra indiferente no que diz respeito ao sagrado (Ez 22.26). O verbo hebraico qadash, “ser santo, ser santificado, santificar, ser posto à parte”, é o mais usado no Antigo Testamento, aparece 830 vezes, incluindo os seus derivados, e cuja ideia central é separar do uso comum para o serviço de Deus, consagrar (I Sm 7.1).
A consagração. O termo “consagrar” significa investidura de funções sagradas, em outras palavras, é dedicar-se ao serviço de Deus, e isso pode ser pessoas, coisas ou possessões (Lv 27.28,29). Consagração e santificação são termos distintos, mas podem significar a mesma coisa dependendo do contexto: “que façam vestes a Arão para santificá-lo” (Êx 28.3) ou: “que façam vestes para Arão para consagrá-lo” (Nova Almeida Atualizada).
O verbo hebraico para “consagrar” é o mesmo para “santificar, ser santo”. Trata-se de uma exigência justa e necessária para os sacerdotes levitas (Êx 30.30) e para o tabernáculo com todos os seus utensílios, pois se baseiam na santidade de um Deus santo: “Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos” (Is 6.3).
A purificação. O termo tahor, “puro, limpo”, derivado do verbo taher, “ser limpo, puro”, e qadosh, “santo”, do verbo qadash, pertencem ao mesmo campo semântico. Ambos se aplicam à santidade de Deus (Is 6.3; Hc 1.13) como também às pessoas que se aproximam dEle e se purificam de toda sorte de pecado e idolatria (Sl 51.10; Ez 36.25).
O termo grego equivalente a taher na Septuaginta é katharizo, “tornar limpo, limpar, purificar” e a qadash é hagiazo, “santificar, consagrar”. O adjetivo hagíos, “santo”, traduz 20 palavras hebraicas do Antigo Testamento como qadash, qadosh, qodesh, entre outras. São termos frequentes e importantes no Novo Testamento.
II – A SANTIFICAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO
Santificação, santidade e seus cognatos são termos comuns ao Antigo e ao Novo Testamento e trazem o mesmo conceito. Na nova aliança, santificação é a semelhança do caráter de Cristo e o efeito real da salvação na vida cristã.
Uma obra da Trindade. O Novo Testamento torna explícito o que antes estava implícito no Antigo, e isso diz respeito também à obra salvífica do Deus trino. A fé cristã confessa a existência de um único Deus, que subsiste eternamente em três Pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, iguais em poder, glória e majestade (Mt 28.19).
De modo que a obra da santificação, um atributo divino, é realizada pela unidade na trindade como pela trindade na unidade (I Co 6.11; I Ts 5.23; II Ts 2.13). São as três Pessoas atuando na obra da redenção (I Pe 1.2).
Natureza da santificação. Não há no Novo Testamento ritual de purificação cerimonial ou legal de santificação, diferentemente da realidade do sistema mosaico. A santificação pode ocorrer de maneira instantânea, isso quando o pecador recebe a salvação em Jesus pela fé (I Co 1.30).
Ela é chamada teologicamente de santificação posicional referente à mudança da posição de pecador para santificado (I Co 1.2). Isso é obra do Espírito Santo que passa a habitar no interior do crente (I Co 3.16; II Tm 1.14).
Uma necessidade. A nova vida em Cristo é o novo nascimento (Jo 3.3). Ao nascer, a criança continua o seu crescimento físico e mental, e isso se aplica também à vida espiritual (Hb 5.12,13; I Pe 2.2). Apesar de a santificação ser instantânea, ela é ao mesmo tempo progressiva (Pv 4.18; II Co 3.18). A salvação em Cristo é acompanhada da santificação, e seu agente ativo é o Espírito Santo. A vida cristã é uma carreira (Gl 5.7; Fp 3.13,14).
Assim, é a santificação progressiva que nos torna mais semelhantes a Cristo. Não se trata de um tema secundário, pois sem ela “ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
III – A SANTIFICAÇÃO APLICADA AO CRENTEO
Espírito Santo é a fonte de santidade, e o Senhor, o seu padrão. Todos os crentes desejam se parecer com Jesus e viver de maneira a agradar a Deus. A santificação do crente é obra do Deus trino.
A comunidade de Jesus. As epístolas do Novo Testamento visam fortalecer as igrejas e exortá-las à uma vida santa diante de Deus e da sociedade. O texto (I Pe 1.13-16) não é diferente. O status de Israel como propriedade peculiar de Deus, “reino de sacerdotes e nação santa” (Êx 19.6), é revigorado na igreja (I Pe 2.9). O ensino petrino mostra que o estilo de vida dos crentes revela o caráter de Cristo. Aqueles irmãos que vieram do paganismo são agora norteados pelo Espírito Santo, que vive neles e, por isso, renunciaram às práticas dos gentios.
Uma vida santificada. Somos santificados pela Palavra (Jo 17.17), pelo sangue (Hb. 9.12) e pelo Espírito (I Pe 1.2). Podemos afirmar com Donald Gee que a “santificação é a semelhança do caráter de Cristo; é o efeito real da salvação através do qual a própria vida de Cristo permanece para sempre na vida e no caráter do crente”. Isto está muito longe de violência doméstica, mentiras, palavrões, intrigas e mexericos.
Uma vida de santidade e cheia do Espírito mantém distância dessas coisas: “se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9). Deus é santo e por isso exige santidade de seu povo: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (vv. 15,16).
O que é ética? A ética é o estudo da conduta. O termo vem da palavra grega ēthos, “hábito, costume”, que aparece somente uma vez no Novo Testamento, no plural, em um provérbio popular usado pelo apóstolo Paulo: “As más conversações corrompem os bons costumes” (I Co 15.33). A ética cristã é um estudo sistemático sobre os princípios e as práticas do que é certo e errado à luz das Escrituras Sagradas.
Trata-se da parte da teologia que estuda o padrão de conduta conforme a vontade de Deus (Rm 12.1,2). O fruto do Espírito tem implicações éticas, e tal prática precisa ser treinada e se tornar hábito. Isso agrada a Deus e as pessoas, e por meio de nossa conduta até os incrédulos glorificam a Deus (Mt 5.16).
CONCLUSÃO
Sobre a santificação precisamos saber o significado, a sua importância e a sua necessidade. Isso evita confundir a santificação com regras externas típicas de religiões legalistas. A santificação é a marca de uma vida na plenitude do Espírito.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: RevistaCPAD