Adultos - CPAD
Fruto do Espírito: o eu crucificado
EDIÇÃO: 448 – 1º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 05 – 31 de janeiro de 2021
TEXTO ÁUREO
“Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo.” (Rm 15.13)
VERDADE PRÁTICA
O fruto do Espírito é um dos temas mais vibrantes da ética cristã, pois mostra para o mundo o que Espírito Santo colocou dentro de cada um de nós.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Rm 7.15-19
O apóstolo mostra o conflito interior do religioso formal
Terça-feira – Rm 8.5
Existe uma diferença visível entre os incrédulos e os crentes em Jesus
Quarta-feira – Rm 8.8,9
Quem tem o Espírito de Cristo, este pertence a ele
Quinta-feira – II Co 4.16
Os que estão em Cristo se renovam a cada dia no ser interior
Sexta-feira – Gl 2.20
O Senhor Jesus vive naquele que está crucificado com Ele
Sábado – Cl 3.5
A carne deve ser subjugada pelo Espírito Santo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gálatas 5.16-26
16 – Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.
17 – Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis.
18 – Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
19 – Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia,
20 – idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
21 – invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.
22 – Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
23 – Contra essas coisas não há lei.
24 – E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.
25 – Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.
26 – Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.
INTRODUÇÃO
O fruto do Espírito é o resultado de uma vida cristã abundante e manifestada no relacionamento entre os irmãos e irmãs na igreja e no lar, na convivência com os descrentes no trabalho e na sociedade. Por isso, devemos entender o conflito entre a carne e o Espírito e a função do fruto do Espírito.
I – O FRUTO DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE
O crente em Jesus é alguém que vive sob os domínios do Espírito; ele é liberto da lei e dos rudimentos deste mundo, mas isso não significa uma vida passiva. O fruto do Espírito é a expressão do Espírito na vida do crente.
Definição. Jesus nos salva e nos dá o Espírito Santo, nos renova e coloca em nós o desejo de fazer o que é bom e agradável a Deus. O fruto do Espírito é o resultado natural de um processo de amadurecimento e a consequência de um processo natural de crescimento espiritual.
Ele surge gradativamente dentro de nós como resultado da regeneração do Espírito Santo de forma instantânea e também gradativa por meio do crescimento na graça de nosso Senhor Jesus Cristo, como acontece com a santificação. O apóstolo apresenta nove modalidades do fruto (v.22).
“O fruto”, no singular. Alguns expositores estranham o fato de Paulo contrapor “as obras da carne” (v.19) com o “fruto do Espírito” (v. 22), no singular, quando era de se esperar “frutos”. O missionário Eurico Bergstén explica esse singular ilustrando esse fruto como uma laranja e seus gomos.
O “fruto” que aparece logo em seguida é o amor (“caridade”, na Versão Almeida Corrigida – 1969), diz o missionário, as oito virtudes seguintes são os reflexos do amor: “gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (v. 22). Donald Gee chama o fruto do Espírito de nove modalidades do fruto.
A forma singular sugere que nelas se produz a unidade de caráter de Cristo, as nove graças mencionadas, todas elas em contraste com as confusões das obras da carne.
Andar no Espírito (v.16). Ser guiado pelo Espírito significa, na linguagem paulina, vitória sobre os desejos e impulsos carnais. “Andar no Espírito” é uma expressão que indica viver corretamente em humildade, submissão e santidade.
O apóstolo Paulo usa termos similares para se referir a esse estilo de vida dos crentes: “para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus” (Cl 1.10); “andar e agradar a Deus” (I Ts 4.1); “andai em amor” (Ef 5.2); “andai como filhos da luz” (Ef 5.8); “andai nele” (Cl 2.6). O apóstolo Pedro nos ensina: “andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação” (I Pe 1.17).
II – DIFERENÇA E RELAÇÃO ENTRE O FRUTO E OS DONS DO ESPÍRITO
Os dons espirituais e o fruto do Espírito têm a sua origem numa mesma fonte e ambos glorificam a Cristo, mas se trata de coisas distintas. O amor, por exemplo, não é um dom (I Co 14.1).
Diferença. O que há em comum entre essas duas fases abençoadas da nossa redenção é a fonte de origem. A primeira e a maior modalidade do fruto do Espírito é o amor, as demais modalidades são reflexos do amor. O apóstolo Paulo usa o amor como representante do fruto do Espírito ao comparar o fruto com os dons do Espírito. O amor é superior aos dons, é o “caminho ainda mais excelente” (I Co 12.31).
Por essa razão, o amor encabeça essa lista (Gl 5.22); e em outras passagens prevalece a supremacia do amor (I Co 13.13; Gl 5.13; 6.1,2). Paulo afirma ainda que os dons sem o amor não são “nada” (I Co 13.1-3) e são passageiros (I Co 13.8-10), mas o amor é eterno.
Os dons na igreja. Convém relembrar que os dons são importantes. Isso não significa que devemos desprezá-los. É a vontade de Deus que os irmãos e as irmãs não ignorem os dons espirituais (I Co 12.1), que busquemos os melhores (12.31) e “não desprezeis as profecias” (I Ts 5.20). Os dons são comparados a um andaime numa construção; a igreja, a um edifício (I Co 3.10-12; Ef 2.20-22). Não é possível uma construção prosseguir sem o andaime, mas uma vez concluída a obra, o andaime é dispensado. No céu não haverá necessidade dos dons, mas eles são uma necessidade imperiosa na vida da igreja hoje, pois ela precisa do poder do alto para combater o reino espiritual das trevas (Ef 6.10-12). Segundo Apocalipse 21 e 22, no mundo vindouro não há necessidade desses recursos do Espírito.
III – O ESPÍRITO SE OPÕE À CARNE
O que levou o apóstolo ao assunto foi o contexto das igrejas da Galácia. O abuso da liberdade cristã, a antinomia, de um lado, e o legalismo, de outro estavam dando ocasião à carne, levando à falta de amor e à desunião (Gl 5.13-15).
O legalismo. Há um acentuado contraste entre estar na carne e andar no Espírito. O apóstolo mostra que para ser legalista, viver de acordo com a lei, depende da carne, mas para viver no Espírito, depende da graça de Deus (Gl 5.16-18). O sistema legalista que os opositores de Paulo, os judaizantes (Gl 2.14), ensinavam nas igrejas da Galácia, é egocêntrico, motivado pela carne e gera competição espiritual que resulta em desavença (Gl 5.15).
A Carne e o Espírito. A palavra grega sarx, “carne”, tem muitos significados na Bíblia, principalmente nos escritos paulinos. Pode significar fraqueza física (Gl 4.13), o corpo (Gl.4.13), o ser humano (Rm 1.3), o pecado (v.24), os desejos pecaminosos (Rm 8.8). O contexto determina o significado dela. No contexto das “obras da carne” significa o conjunto de impulsos pecaminosos que dominam o ser humano. Da mesma maneira a palavra grega pneuma, “espírito”, que se aplica ao Espírito Santo, ao espírito humano, aos anjos e aos espíritos imundos. É só prestar atenção ao contexto para saber a que espírito o escritor sagrado está se referindo. A oposição do Espírito contra a carne na vida cristã mostra que “os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (v.24). É isso que acontece conosco diariamente: a morte do “eu”.
Os vícios (vv.19-21). O apóstolo apresenta uma lista com 15 vícios, que ele chama de “obras da carne” (vv.19-21). Outras listas aparecem em outras epístolas paulinas (Rm 1.29-31; I Co 6.9,10; I Tm 1.9,10). Paulo não pretende ser exaustivo; essas listas são representativas em Gálatas, pois ele acrescenta: “e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (v.21). Podemos classificar esses vícios em três categorias:
a) sexo ilícito: prostituição, impureza e lascívia;
b) pecados de ordem religiosa: idolatria e feitiçaria;
c) pecados de ordem social: inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices e glutonaria.
CONCLUSÃO
Cabe a cada crente fazer uma análise introspectiva para verificar se suas inclinações são carnais ou espirituais. Salomão disse que o homem é aquilo que imagina a sua alma (Pv 23.7). Jesus disse que o homem fala aquilo do que seu coração está cheio (Lc 6.45). O pensamento de cada ser humano norteia seu comportamento. Se a mente é carnal, seu comportamento é carnal, que resulta em morte; se a mente é espiritual, seu comportamento é espiritual, que resulta em vida e paz.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: RevistaCPAD