Adolescente - CPAD
A respeito dos dons, não sejas ignorantes!
EBD – Adolescentes – EDIÇÃO: 03 – 1º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: CPAD
Lição – 03– 17 de janeiro de 2021
OBJETIVOS
– Compreender acerca dos dons espirituais;
– Classificar os dons espirituais de acordo com I Co 12;
– Incentivar a busca dos dons espirituais.
DESTAQUE
I Co 12.1 “Meus irmãos, quero que vocês saibam a verdade a respeito dos dons que o Espírito Santo dá.”
TEXTO BÍBLICO
I Coríntios 14.4-11:
4 O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.
5 E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação.
6 E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?
7 Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara?
8 Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?
9 Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar.
10 Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação.
11 Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim.
LEITURA DEVOCIONAL
Segunda-feira – I Co 14.12
Terça-feira – I Co 12.1-11
Quarta-feira – Ef 4.8
Quinta-feira – I Pe 4.10
Sexta-feira – I Jo 4.1
Sábado – I Co 14.26
Domingo – I Co 2.3,4
O CONCEITO DE DONS ESPIRITUAIS.
Em primeiro lugar, devemos afirmar que os dons espirituais não devem ser confundidos com habilidades humanas herdadas ou aprendidas por meio de esforços físicos e intelectuais. Eles não têm sua origem na terra, mas são dos céus, vêm de Deus (Ef 4.8; Tg 1.17); não são concedidos por méritos pessoais, mas pela graça divina (Rm 12.6; I Pe 4.10).
Segundo o pastor e teólogo Elinaldo Renovato, os dons espirituais são “habilidades dadas a cada pessoa pelo Espírito Santo”, cujo propósito é o de “capacitar os salvos em Cristo Jesus, como membros da Igreja, para que esta alcance sua missão e seus objetivos”. Paulo ensina que todo crente é dotado de um dom, concedido soberanamente pelo Espírito Santo para o que for útil (I Co 12.7).
Outro aspecto interessante sobre os dons espirituais diz respeito à sua utilização. Os dons não devem ser utilizados para autopromoção, muito menos para a exposição desnecessária das pessoas; eles precisam ser exercidos sem falsidade, em amor e com responsabilidade (I Co 13), tendo em vista que eles devem promover edificação do corpo de Cristo, a Igreja (I Co 14.12). Paulo também ensina sobre a necessidade de haver ordem e decência na manifestação pública deles no culto (l Co 14.26-40).
Como é possível observar, os dons espirituais são ferramentas indispensáveis à Igreja de Jesus, tanto do passado como do presente. Valorize e utilize o seu dom de acordo com a boa e perfeita vontade de Deus promovendo edificação e crescimento espiritual à Igreja (I Co 14.26).
CLASSIFICANDO OS DONS
A lista dos nove dons espirituais descritos em I Coríntios 12.8-10, costumeiramente é classificada por alguns estudiosos da Bíblia em três categorias, cada qual contendo três dons em cada categoria, a saber:
(1) Dons de revelação: Palavra da sabedoria, palavra do conhecimento e discernimento dos espíritos;
(2) Dons de poder: Dom da fé, dons de curar e operações de milagres;
(3) Dons de expressão: Dom de profecia, variedades de línguas e interpretação de línguas. Os dons de revelação manifestam o profundo conhecimento de Deus acerca de todas as coisas e do seu cuidado em proteger sua Igreja das sutilezas do Adversário.
Por intermédio da palavra de sabedoria Deus orienta e aconselha sua Igreja convocando-a a não depender da sabedoria humana (I Co 2.5).
No que diz respeito a palavra do conhecimento, o dom está relacionado às coisas que não podemos compreender por nossas faculdades intelectuais. Deus iluminando a mente e o coração do discípulo, concedendo conhecimento que vai além do intelecto humano. Já o discernimento de espíritos envolve a capacidade de distinguir a origem de uma determinada manifestação espiritual, a fim de que os espíritos enganadores não tenham espaço na Igreja (I Jo 4.1).
Quanto aos dons de poder, eles visam à capacitação da Igreja para a proclamação do Evangelho na força e no poder do Espírito Santo (I Co 2.4,5). O dom da fé não deve ser confundido com a fé salvadora ou a fé como fruto do Espírito, ou fé natural, mas como a capacidade espiritual para se realizar coisas que vão além da esfera natural, trazendo manifestações extraordinárias do poder de Deus.
Os dons de curar atuam na cura de enfermidades de todos os tipos: físicas, emocionais ou espirituais. Já a operação de milagres ou maravilhas, diz respeito a uma grande manifestação do poder de Deus operando grandes mudanças na ordem natural das coisas. No que diz respeito aos dons de expressão, eles têm por finalidade transmitir a vontade plena de Deus para orientação e exortação do seu povo.
Desta forma, o dom de profecia é a comunicação de uma mensagem inspirada pelo Espírito com a finalidade de edificar, exortar e consolar a Igreja de Cristo. Entretanto, é importante que nenhuma outra profecia, além da Bíblia Sagrada, seja utilizada para guiar a Igreja ou para formar doutrina. Quanto ao dom de variedades de línguas, não se pode confundi-lo com o falar em línguas como evidência do batismo com o Espírito Santo, conforme nos apontam os nossos principais manuais de teologia pentecostal.
Ele possui dentre outras finalidades, a transmissão de uma mensagem em línguas desconhecidas à igreja, razão pela qual é necessário o dom de interpretação. Este dom tem como finalidade a interpretação de uma mensagem espiritual transmitida à Igreja de Deus.
DONS DE LÍNGUA E DOM DE PROFECIA: PARA QUE SERVEM?
De acordo com o texto bíblico, em especial o de I Coríntios 14, tanto o dom de línguas quanto o de profecia possuem finalidades distintas, porém, complementares.
Para Paulo, o falar em outra língua deve ser acompanhado de sua interpretação, por algumas razões:
1- Quem fala, fala a Deus e não aos homens;
2- Não entende e nem é entendido, pois fala em mistério;
3- Edifica a si mesmo e não à igreja;
4- Constitui um sinal para os descrentes, mas também um ato de loucura para os incrédulos, dependendo da forma como é utilizado (vv. 2, 4, 13,14, 22, 23).
Logo, para que haja edificação na igreja é indispensável sua devida interpretação. Assim, ao expor essas questões, o apóstolo não tem em mente proibir ou inibir o uso do dom, como fica claro no versículo 39, mas instruir sobre a maneira correta de manifestá-lo num cultuo público. Até porque “o propósito básico das línguas estranhas com interpretação é adorar a Deus e encorajar os outros a fazer o mesmo”.
Já a profecia, segundo o ensinamento do apóstolo, é um dom “superior” ao de línguas porque quem anuncia a mensagem- de Deus (profetiza), fala direto às pessoas, ajudando-as e dando-lhes coragem e consolo (v.3), bem como produz convencimento do pecado, rendição e adoração a Deus (vv. 24,25).
Entretanto, é interessante observarmos que a profecia não está acima do julgamento da congregação (v.29), pois o apóstolo dos gentios recomenda a avaliação do conteúdo da profecia.
Sendo assim, como corretamente evidenciou o teólogo pentecostal David Lim “as línguas servem como indicador; a profecia, como comunicador. As línguas chamam a atenção aos atos poderosos de Deus; a profecia conclama ao arrependimento e à fé como forma de corresponder aos atos poderosos de Deus”.
RECAPITULANDO
A igreja local precisa reconhecer a necessidade dos dons espirituais, bem como amadurecer a Forma de utilizá-los, pois eles faram dados pelo Espírito para edificação e crescimento dela e não para orgulho pessoal ou divisão local. Assim, o propósito dos dons não é a exaltação de quem os exerce, mas o serviço aos demais membros do Corpo de Cristo e tudo para a glória de Deus.
O fato de alguns, em nosso tempo, utilizarem de forma irresponsável os dons não deve produzir em nós uma atitude de desprezo por essas capacitações espirituais, muito pelo contrário, deve nos estimular a buscá-los com zelo e praticá-los com amor.
Que sejamos bons administradores dos diferentes dons recebidos da parte de Deus. Utilizando o nosso dom para a glória de Deus e o bem da Igreja de Cristo (I Pe 4,10,11).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD