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Considerações Acerca do Casamento
Havia dúvidas entre os crentes de Corinto sobre o casamento e o relacionamento familiar em geral. Foi então que eles resolveram escrever ao apóstolo Paulo a fim de se esclarecerem sobre esses assuntos (v. 1 ).
Nesta lição, estaremos estudando o capítulo sete da primeira epístola de Paulo aos Coríntios, o texto mais rico da Bíblia acerca do casamento em seus diversos aspectos: o casal e a vida conjugal; os filhos; o estado de solteiro; a separação e o divórcio; a viuvez e o novo casamento etc.
I. CASAMENTO OU CELIBATO
É evidente a inspiração divina e sobrenatural do apóstolo Paulo ao tratar deste importante assunto. “Mando, não eu, mas o Senhor” (v. 10); “Digo eu, não o Senhor” (v. 12). Ver também os VV.25,40.
Casar ou não casar? “Bom seria que o homem não tocasse em mulher” (v.1 ). No estado de celibato, o homem e a mulher devem manterse sexualmente abstêmios. Intimidades conjugais são limitadas ao casamento. Deus não criou o sexo para o pecado, como está ocorrendo no mundo ímpio; o chamado “sexo livre”, segundo a Palavra de Deus, é abominação. Isto não significa, de acordo com a Bíblia, que seja impróprio, ou condenável, estar solteiro ou casado. É questão de consciência e possibilidades de cada um. Todavia, todos devem estar cientes de que o casamento traz consigo certas obrigações que os pretendentes não podem ignorar. Em 1 Timóteo 4.1-3, o mesmo apóstolo profetiza, pelo Espírito Santo, que um dos sinais do fim dos tempos é a proibição do casamento. Há por toda parte uma multidão de casais vivendo sem serem casados sob o rótulo de “união estável” protegida pelo Estado.
O matrimônio foi instituído por Deus e é um estado honroso (Hb 13.4), mas o celibato também é uma opção de vida perfeitamente natural (v.38). O casal cristão que vive no temor de Deus simboliza Cristo e sua Igreja (Ef 5.31,32).
II. A NECESSIDADE DO CASAMENTO (VV.2-5)
Ante a imoralidade sexual desenfreada, como era o caso da população de Corinto, e a do mundo hoje, o casamento efetuado por amor recíproco preserva e protege a pureza moral da soc’iedade a partir da família: “Mas por causa da prostituição, cada um tenha a sua, própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (v.2).
Vejamos algumas atitudes e deveres cristãos concernentes ao casamento (vv.3,4).
Obrigações recíprocas (7.3,4). “O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido” (v.3). Ou seja, cumpram com seus deveres conjugais. O verbo “pague” deixa claro que não se trata de favor, mas de uma obrigação; do marido para com a esposa e da esposa para com o marido. Isso nos faz compreender que o ato conjugal não visa somente à procriação, mas a satisfação mútua. No casamento, cada cônjuge tem direito à pessoa do outro. Embora a Bíblia ensine que o marido é a cabeça da família e que a esposa deve obedecer-lhe a orientação, na área sexual ambos estão no mesmo nível. As diferenças afetivas e psicológicas dele e dela devem ser conhecidas por ambos, a partir do marido, por ser ele a cabeça do casal (1 Pe 3.7 “com entendimento”). A expressão “Não vos defraudeis um ao outro” (v.5), é um preceite bíblico. O relacionamento físico de casal é parte do plano divino (1 Co 7.3); é uma necessidade conjuga (Pv 5.15,18); é um direito conjuga (Êx 21.10). No v.5, Satanás é citado como um inimigo pronto par, infernizar e destruir o casamento especialmente através da infidelidade conjugal. Ele sempre procuré arruinar tudo o que é bom, e ( casamento é um de seus principais alvos. Que isso sirva de alerta para todo casal cristão.
Abstinência temporárii (7.5,6). Dá-se a abstinência temporária quando um dos cônjuge resolve abster-se sexualmente para dedicar-se de forma integral a uma missão ou atividade espiritual. Há condições definidas para isso (v.5:) 1)Consentimento mútuo; 2) A situação deve ser temporária “por algum tempo”; 3) Deverá ser por elevados propósitos cristãos – oração, jejum; e 4) Deverão juntar-se de novo, imediatamente.
III. O SOLTEIRO (VV.7-9)
“cada um tem de Deus o seu próprio dom” (v.7). O termo “dom” refere-se a uma capacitação sobrenatural conferida por Deus para alguém permanecer solteiro sem “abrasar-se” (v.9), e sem frustração. O cristão pode permanecer solteiro por tempo indeterminado, ou nunca se casar para realizar propósitos específicos de Deus. Todavia, isso requer não somente domínio próprio, mas um dom especial da graça divina, o qual não é concedido a todos: ” … cada um tem de Deus o seu próprio dom ….. (v.7). Você é solteiro (a) e tem o dom do celibato? Está disposto (a) a ficar assim, servindo ao Senhor com fidelidade, segundo seus desígnios específicos para a sua vida?
O conselho de Paulo aos solteiros que desejavam permanecer neste estado (v.8) tinha a ver com as condições sombrias que estavam para atingir a igreja. No v.26, a expressão “instante necessidade” equivale a “situação angustiosa que se aproxima”.Jesus também abordou esse assunto em Mateus 19.12.
IV. COMPROMISSOS CRISTÃOS NO CASAMENTO (VV. l0,11)
A mulher e o marido não devem se separar. O apóstolo expressa diretamente a vontade do Senhor: ‘Todavia, aos casados, mando não eu, mas o Senhor” (v. 1O). “A mulher se não aparte do marido (. .. ) Se, porém, se apartar, que fique sem casar” (… ) “o marido não deixe a mulher” (vv.10,11). Naquela época tanto a lei romana quanto ajudaica concedia igualmente ao marido e a mulher o direito de dissolver o casamento por “qualquer razão” (Mt 19.3b). Jesus, porém, declarou enfaticamente: “Qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério” (Mt 19.9). Ler também Mt 5.32; Mc 10.11,12; Lc 16.18; MI 2.14-16.
Conversão do cônjuge após o casamento (1 Co 7.12-16). Os versículos 12-16 têm a ver com casais descrentes em que um dos cônjuges converte-se a Cristo, e o outro não. A Bíblia não está aqui sancionando o casamento misto, do crente com o incrédulo. A passagem infere claramente a conversão de um deles após o casamento. Não é que o descrente passe a ser santo “em Cristo perante Deus simplesmente porque seu cônjuge é convertido. Significa, sim, que o marido ou mulher de um crente é motivado a chegar-se a Deus pelo modo consagrado de viver do crente. Através do cônjuge crente, as bênçãos do casamento são conferidas sobre o descrente. E até os filhos de tal casamento são também abençoados … “mas, agora, são santos” (v. 14). Se o descrente se recusar a permanecer com o convertido por causa de sua fé em Cristo, o cristão está livre da obrigação de sustentar o casamento. Mas, a iniciativa deve ser do descrente. “Mas, se o descrente se apartar, aparte-se” (v. 15). Esses casos são raros no Ocidente, mas no Oriente ocorrem com freqüência. No passado, ocorria muito mais.
CONCLUSÃO
Os coríntios viviam num ambiente de promiscuidade sexual ostensiva, sendo a metrópole de Corinto o centro do culto imoral e depravado à deusa grega Afrodite, cultuada entre os romanos sob o nome de Vênus. Ela era considerada a deusa do amor erótico, sensual. Hoje a Igreja defronta-se com ambiente ainda pior, como é o caso da multimídia eletrônica e informatizada: dramatizada, falada, visualizada, escrita, gravada etc. Entretanto, maior é Deus para guardar a todos os que nEle confiam e que vivem para Ele.
Postado por: Pb. Ademilson Braga