Adultos - CPAD
A crise de fidelidade na Igreja
LIÇÃO – 136 – 01 de fevereiro de 2015
TEXTO ÁUREO
“Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” Ef 1.4
VERDADE APLICADA
A crise de fidelidade tem afetado vários setores da Igreja, ocasionando a perda da unidade, dificuldades na adoração e a perda de sua identidade ética e missionária.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Apresentar as principais áreas afetadas pela crise de fidelidade na Igreja;
2. Compreender a dimensão da crise que se instaurou na tríplice missão da Igreja;
3. Conhecer as três características de uma Igreja fiel.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ef 4.20, 21, 25, 32
INTRODUÇÃO
Ultimamente, a Igreja vive dias difíceis, pois estamos passando por um momento dramático e angustiante. Alguns acontecimentos se abateram sobre o Corpo de Cristo e alteraram seu conceito diante da sociedade. Sua visão ficou ofuscada, sua missão comprometida, sua unidade abalada e sua comunhão fragmentada. É bem certo que enfrentamos crises em várias dimensões, porém, a área mais atingida é a da fidelidade.
I- AS DIMENSÕES DA CRISE DE FIDELIDADE NA IGREJA
Atualmente, percebe-se que a Igreja enfrenta crise em várias áreas e os princípios mais prejudicados são: a unidade, a comunhão e a ética.
A crise de unidade
De acordo com a mente de Cristo e Seus ensinos deixados nos evangelhos, a unidade deve ser um fator de identificação da Igreja (Jo 13.34, 35; 15.12). Entretanto, é exatamente a falta de unidade que mais ocorre nesses dias. Isso indica que estamos em crise, pois somos um povo dividido. A igreja de Corinto representa tipicamente o comportamento de uma igreja sem unidade (I Co 1.10). Eles tinham problemas no culto, nas relações entre os irmãos, nas relações familiares e a igreja ainda tinha aqueles que se dividiam em grupos ou partidos (I Co 1.11-13). Em Filipenses 2.1-5, Paulo escreve sobre a importância vital da unidade cristã. Ele afirma que a unidade espiritual da Igreja é produzida por Deus. Para a igreja em Éfeso, ele confirma que a unidade é construída sobre o fundamento da verdade (Ef 4.1-6). Essa unidade não é externa, mas interna. Não se trata de unidade denominacional, mas espiritual, pois fazemos parte da família de deus e estamos ligados ao Corpo de Cristo (I Co 12.27). Ainda exortando os irmãos filipenses, o apóstolo aponta que, para vencer a crise da unidade, devemos nos afastar do partidarismo e da vanglória.
A crise de comunhão
A palavra grega “Koinonia” significa comunhão. A ideia básica inserida aqui é compartilhar. As escrituras sempre enfatizam a necessidade da Igreja ser um espaço de vivência comunitária, fraterna e amiga. Essa prática foi entendida pelos primeiros cristãos como de importância tal que faz parte do indispensável Credo apostólico luterano – “Creio na comunhão dos santos”. Essa comunhão envolve o no Corpo de Cristo os salvos de todos os lugares e de todas as épocas. O sentido básico de “Koinonia”é compartilhar alegrias e tristezas (Rm 12.15). Associada a essa noção está a ideia de responsabilidade, isto é, membros do Corpo de Cristo que têm compromisso uns para com os outros viverão a comunhão dos santos.
A crise ética
Provavelmente é no campo da ética em que vivemos nossa maior crise. Muitos líderes e crentes em geral estão se esquecendo que a Igreja é sal da terra e luz do mundo e estão se deixando levar pelo espírito de corrupção que domina este mundo (Mt 5.13-16). Líderes que se corrompem, compram e não pagam, envolvem-se em negócios escusos com políticos desonestos e negociam, inclusive, o próprio rebanho. Seguramente, deriva-se dessas ações a nossa recente falta de credibilidade. Oque antes era referência de confiança, hoje é visto com outros olhos. O mundo passou a ver a Igreja como um lugar de exploradores por causa de uns poucos que nos envergonham. No entanto, a Igreja de Cristo, salva e remida, é formada de homens honestos.
II. A CRISE DE FIDELIDADE NA MISSÃO DA IGREJA
A missão da Igreja é tríplice: ela deve ministrar a Deus, aos seus membros e ao mundo. Compreendemos então sua missão para com Deus, sua missão para consigo mesma e sua missão para com o mundo.
Sua missão com Deus
A adoração é essencialmente a missão da Igreja com Deus. Em Colossenses 3.16, Paulo encoraja a Igreja a cantar “salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão no coração”. A adoração na Igreja não é meramente um preparo para outra coisa; ela é em si mesma o cumprimento de um dos grandes propósitos da Igreja, cujos membros foram criados para o louvor e glória de deus (Ef 1.20).
Sua missão para consigo mesma
O ministério da Igreja a seus membros é realizado por meio do fortalecimento espiritual e da edificação destes para que ela possa apresentar “todo homem perfeito em Cristo” (Cl 1.28). Em Efésios 4.12, 13, os líderes com dons na igreja foram dados para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério e para edificação do Corpo de Cristo até que cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus; ao estado de homem perfeito, à medida da estatura da plenitude de Cristo.
Sua missão para com o mundo
A missão da Igreja para com o mundo é realizada pela pregação do Evangelho a todas as pessoas no mundo, seja por meio de palavras, seja por meio de atitudes. Em Mateus 28.19, Jesus ordena aos Seus seguidores que façam discípulos de todas as nações. Para vencer a crise de fidelidade a essa missão, a Igreja deve envolver não somente no evangelismo, mas também em assistência aos pobres e oprimidos (Gl 2.10; Tg 1.27), e, consequentemente, todos os membros devem fazer o bem a todos.
III. AS CARACTERÍSTICAS DE UMA IGREJA FIEL
A Igreja que supera as crises de unidade, comunhão e ética, e tudo aquilo que compromete sua missão, certamente possui características de uma Igreja fiel, que vence as influências mundanas.
Uma Igreja frutífera
Um exemplo marcante de Igreja frutífera são os cristãos tessalonicenses (I Ts 1.5-8). Eles levaram a grande comissão de Cristo a sério (Mt 28.18-20). Serviram de exemplo para outros cristãos, pois difundiam o Evangelho por onde quer que fossem (I Ts 1.7-8). Levaram o Evangelho para toda a cidade, e, muito além de suas fronteiras físicas, para a região da Macedônia até a região da Acaia. Certamente esses cristãos discipulavam outros crentes e evangelizavam os incrédulos. Sem dúvida, outras igrejas foram fundadas graças à propagação do Evangelho que brotou daqueles irmãos.
Uma Igreja solidária
A Igreja é um enorme celeiro e um grande depositário de vocações, talentos, recursos e potenciais. Neste sentido, seu papel deve ser o de orientar os membros para o serviço à sociedade. Refletindo o nosso chamado para sermos sal e luz. Temos de avançar na questão da solidariedade através da conscientização. Como no sentido original da palavra “igreja” (que vem do grego “ekklesía” e significa “assembleia de santos”), precisamos recuperar a nossa vocação histórica de agentes de transformação e esperança.
Uma Igreja missionária
Segundo o escritor cristão Richard Mayhue, salvo a igreja de Jerusalém, nenhuma outra igreja esteve tão intimamente ligada à expansão missionária quanto a de Antioquia (At 13.1-4). Ele aponta alguns princípios básicos e eternos que contribuíram para o sucesso da referida igreja. Primeiramente, a partida de Paulo e Barnabé foi motivada e direcionada pelo espírito Santo (At 13.2), isto é, estava de acordo com o chamado e vontade de Deus, e não de homens. Em segundo lugar, a igreja confiou os dois obreiros a Deus e os encarregou de promover a expansão do Evangelho, ou seja, foram enviados pelo Espírito Santo e pela igreja local. Entendemos aqui que Paulo e Barnabé estavam debaixo de cobertura espiritual (At 13.3). Outro ponto a ser observado é que a igreja cedeu de boa vontade seus melhores homens, Paulo e Barnabé, em obediência à orientação do Senhor (At 13.4). Ela não foi mesquinha nem individualista em reter ou limitar a obra de Deus na vida dos seus servos e permitiu que o processo no campo missionário tivesse continuidade. Ela não tentou, de forma egoísta, segurá-los para si. Sendo assim, é preciso que a igreja atual reflita e repense sua recente prática missionária. O nosso Mestre já direcionou o caminho a ser trilhado e não podemos pensar em missões de forma diferente. Missões, que inclui o evangelismo local e às nações (At 1.8), não é o título, nem cargo. É trabalho sério. Desse modo, sempre debaixo da orientação do Espírito Santo, urge para pregarmos a Palavra a todo o mundo (Mc 16.15), a tempo e fora de tempo (II Tm 4.2).
CONCLUSÃO
Para vencermos a crise de fidelidade instaurada na Igreja, precisamos repensar nossa espiritualidade, nossa ética e nossa unidade. Devemos redescobrir a vontade de Deus através de Sua Palavra e sermos uma Igreja verdadeira, capaz de superar todos os seus desafios e vencer seus dilemas contemporâneos.
Postado por: Pb. Ademilson Braga