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Adultos - CPAD

O líder vocacionado por Deus

Publicado

em

LIÇÃO – 108   –   20 de julho de 2014

TEXTO ÁUREO

“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos”. Gl 1.1

VERDADE APLICADA

A função de liderança não pertence a todos, mas aqueles a quem Deus escolheu para trabalhar para si em sua seara segundo os seus dons.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

1. Trazer entendimento de que Deus chama alguns para trabalhar para si;

2. Demonstrar que a certeza da chamada servirá de segurança futura no ministério;

3. Orientar, com sugestões, chaves de como atender o chamado.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Gl 1.8-12

INTRODUÇÃO

Qual é o perfil da pessoa vocacionada por Deus para liderar? (l Tm 4.12) É claro que são pessoas dotadas de dons e aptidões que confirmem, com comportamentos exemplares, essa vocação. Devemos lembrar que há vários níveis de liderança, mas nem todos serão líderes. A igreja de Cristo, porém, reconhece prontamente aqueles que são enviados, por Ele. Outra questão decisiva é como alguém pode ter certeza da vocação divina? Vejamos a seguir como identificar tal vocação.

I. Deus dá vocação aos líderes

Vocação vem do latim “vocationis” e trata-se da ação de chamar, convidar. Deus é aquele que “chama e convida” pessoas para servirem como líderes em sua igreja (l Tm 1.12). Note a expressão “líderes”, logo indica que não falaremos com exclusividade do trabalho pastoral, embora seja inevitável essa tônica do assunto determinadas vezes.

Vocação variada

Pessoas são chamadas de várias formas para prestar serviços variados na obra do Senhor Jesus. Não existe uma regra estabelecida que venha determinar se uma pessoa realmente foi chamada ou não. Da mesma forma também nem todos serão chamados para fazerem o mesmo trabalho (I Co 1.26). No Reino de Deus, há lideranças e serviços em todas as esferas imagináveis para a satisfação e crescimento do Corpo de Cristo na terra. Cada um servirá segundo a vocação em que foi chamado, de acordo com as necessidades locais ou gerais. (I Co 7.20; Ef 4.11-12)

Tipos de vocacionados

Há uma vocação presunçosa, baseada em indícios, aparências e confiança excessiva em si mesmo, etc. Tal vocação pode ser denominada como “carnal” (I Co 3.3-4). Como ela está baseada em pressupostos não devidamente sondados e confirmados, aqueles que se envolvem num trabalho assim costumam se sentir inseguros, envoltos em confusão e até em rebelião (Nm 16.1-50). Há também a vocação pervertida que nasce por se dar ouvidos a “doutrina de demônios” por trás de homens desviados (l Tm 4.1-2). Mas é comum tais pessoas basearem seu chamado em vozes ou visões, reivindicando para si autoridade. Por outro lado, quando alguém é chamado por Deus em momentos difíceis, descansa nele através de uma fé tranquilizadora e esperançosa. (Jo 6.70:13.18; 15.16; At 9.15; l Tm 2.7).

Vocação que se concretiza

Há dois aspectos quanto ao assunto vocacional. O primeiro é que Deus chama o homem, para servi-lo, como líder, em meio a seu rebanho (l Pe 5.2-3). O seguinte é que os líderes são presentes de Deus para o seu povo. Cristo concedeu diferentes dons e ministérios aos homens (I Co 12.4-6). Esses dons são diferentes das funções administrativas. Tanto os dons quanto os ministérios são importantes para a organização e o crescimento da igreja. O mais importante é que cada um fique na vocação em que foi chamado, (I Co 7.20) quer seja administrando, ensinando, evangelizando etc., não desejando ser outra coisa para a qual não foi chamado.

II. A certeza da vocação e sua importância

Uma pessoa que se considera chamada por Deus, por questão de prudência, não deveria se apoiar em sinais externos (II Co 5.7). Alguns gostariam que Deus lhes fizesse como Moisés, Gideão ou outros, com demonstrações espetaculares do seu poder. Na verdade, hoje, Deus deseja que nós sejamos o sinal do seu poder. De igual forma, ninguém deve se apoiar em visões, revelações e profecias para tal fim.

Os sinais de uma vocação

Por uma questão de cautela, destacamos os sinais internos de uma chamada, que são o desejo ardente para fazer a obra de Deus e os dons espirituais que se harmonizam com ela. Esses dois aspectos já foram tratados na lição anterior, porém, eles jamais deveriam ser olvidados. Mesmo assim, externamente, há um sinal decisivo na confirmação de uma vocação. Trata-se da aceitação da vocação dessa pessoa com seus dons e aptidões pela comunidade onde ela serve (Js 1.17; Ed 10.4). E, portanto, de suma importância que um candidato, ao pregar, aconselhar, etc., tenha boa aceitação. Por exemplo: Como a igreja reage à mensagem do candidato? Ele realmente influencia os crentes locais? Pessoas aceitam a Cristo convencidos por sua evangelização ou pregação? Se, na maioria das vezes, sim, isso é um bom sinal (At l6.5). Existe uma enorme diferença entre uma liderança imposta e uma liderança conquistada.

Um ministério seguro

Todo o ministério iniciado em Deus tem um potencial para suportar grandes pressões. A sua grande fortaleza ou capacidade de resistência reside na fé inabalável de uma chamada divina (Gl 1.1). Os que se encontram nessa condição conseguem descansar em Deus na certeza do seu agir. Quão grandes pressões suportaram os servos de Deus diante do seu povo; lembremo-nos de Moisés, de Davi, de Neemias, do Senhor Jesus e Paulo. Eles tiveram, como hoje qualquer um tem, as chances de abortarem a sua missão, de desistir do seu chamado, no entanto foram além da linha da desistência; tudo suportaram por causa da certeza inabalável de uma chamada divina (II Tm 2.10). Quem tem visão jamais desiste! Líderes não vivem pelo que ouvem, mas pela convicção. Eles, com certeza, viram algo que ainda precisamos ver para sermos impactados e impactar nossa geração.

Um ministério sinérgico

Ao oferecer vocação a alguém, Deus não abandona essa pessoa, ao contrário, Ele se torna parceiro dela (I Ts 5.24). Quando falamos de um ministério sinérgico queremos dizer que Deus é cooperador daquele a quem ele chamou (Rm 8.28). Esse é um trabalho sério por demais, para ser realizado solitário e presunçosamente. Entra aí outro elemento deveras importante, a humildade (Pv 15.33). Tanto os arrogantes quanto os presunçosos possuem em si uma confiança exacerbada. Apenas os humildes recebem cooperação dos outros. Não raro, há pessoas que recebem mensagens de uma vocação ministerial. A partir daí, suas vidas mudam. Elas começam a sonhar alto e entram numa terrível ansiedade para que se concretize tal coisa, não esperando o tempo certo de entrar em cena. Por esse motivo, muitos se tornam impacientes e se desesperam, acabando por cometer tolices (Jd v. 12).

III. Como atender a vocação

Se alguém puder viver sem exercer um ministério, que busque enquadrar-se dignamente diante Deus. Afinal, se todos fossem líderes não haveriam liderados. Mas, se por acaso, não encontrar realização satisfatória em nenhum setor da vida secular, aceite o seu chamado. Um chamado sempre “persegue” a quem Deus comissiona, é inútil fugir dele. Devemos compreender, acima de tudo, que a liderança na casa de Deus deve ser confiada a pessoas bem resolvidas (II Tm 2.2). Vejamos algumas recomendações importantes:

Aguarde o tempo

Tempo é um fator fundamental na formação de um líder, seja em que área for (Gl 1.18; 2.1; Ec 3.1). Esse tempo de espera é muito precioso para rever uma série de coisas: Será um tempo para refletir mais profundamente acerca do assunto, será um tempo para desenvolver os próprios dons e talentos pessoais, será um tempo para analisar como está a própria família em relação à fé e à vida cristã. A necessidade da seara é realmente grande, mas ela precisa de ceifeiros amadurecidos em todos os sentidos. Jesus não disse que havia poucos obreiros; obreiros a igreja tem aos montes, o problema é transformar esses obreiros em ceifeiros (Mt 9.37). Deus e a Escritura não mudam, mas a sociedade sim. Desse modo, um aspirante à liderança deve também estar em consonância com seu tempo.

Preparar-se incansavelmente

Ninguém vai a uma guerra sem qualquer preparo, (II Tm 2.4) mesmo porque isso será um suicídio certo. E, para guerrear as guerras do Senhor, precisamos de muito preparo. Qualquer soldado nos dias de Paulo passava por um sério preparo físico, vestia-se de sua indumentária, e fazia seu juramento, para depois partir para a guerra. No campo espiritual, no que tange a assumir uma liderança, é importante que o candidato pratique sólidos exercícios espirituais (l Tm 4.8) como: a incansável leitura bíblica, oração e jejum; mas, também, avalie o fruto do Espírito em sua vida reconhecendo suas virtudes e admitindo os seus erros e necessidade de auto aperfeiçoamento. Enfim, o mais importante nesse tempo de espera é o preparo, assim não desperdice nem tempo e nem energia (II Tm 2.15).

Deixe Deus agir nos corações e nas circunstâncias

É comum acontecer que alguns motivados pelo insucesso na vida secular concluam que devam então trabalhar na direção de uma igreja ou departamento em tempo integral, vendo seu chamado como um motivo para lucros. A liderança ou chamado jamais podem ser vistos por esse prisma. Embora a Bíblia nos ensine que o trabalhador é digno de seu salário, não se pode trabalhar na obra de Deus apenas com essa visão, isso seria anti bíblico e perigoso (Mt 27.5) para alguém que se diz vocacionado. O sucesso ministerial depende única e exclusivamente de Deus. Tudo o que Ele criou foi com um objetivo; basta a cada um de nós descobrirmos para o que fomos chamados.

CONCLUSÃO

Alguém que se considera chamado no Corpo de Cristo para exercer liderança é alguém convidado e jamais se impõe como líder. Ele sabe que precisa esperar em Deus e, enquanto isso, pratica exercícios espirituais e influencia outros a quem pode. Até, finalmente, ser confirmado pelo corpo da igreja onde serve como tal, quer seja para um departamento ou mesmo para a direção da própria igreja.

 

Postado por: Pb. Ademilson Braga

 

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