Artigos
Preconceitos e discriminações – PARTE 1
O mundo cria as diferenças
Vivemos num mundo de diferenças.
O aumento do nível cultural e econômico dos povos de hoje não tem colaborado para a diminuição dos preconceitos e discriminações social e racial. Variados grupos sociais e minorias excluídas sofrem a imposição de situações discriminatórias e constrangedoras em todo mundo: Negros, índios, mulheres, ciganos, imigrantes de terceiro mundo morando em países super desenvolvidos, imigrantes nordestinos que se deslocam para as cidades do sul e do sudeste do país e outros inúmeros grupos por esse mundo a fora. Cada um experimentando diversas situações diferenciadas de discriminações e preconceitos, em maior ou menor grau.
Ocorrências que preocupam
Algumas situações são aparentemente pequenas, mas já mostram a gravidade do problema. Por exemplo, alguns hotéis por esse mundo afora classificados como cinco estrelas evitam hóspedes negros. O hotel pode estar vazio, mas se chega um negro (com cara de pobre) na recepção, mesmo com dinheiro suficiente para pagar adiantado sua hospedagem, o gerente é educado mas é, também, rápido: “O hotel está lotado, senhor.” E ele nem altera as curvas das sobrancelhas para dizer isso.
Valor vulgar
Pelo lado das aparências, as telinhas da televisão e do cinema têm colaborado na formação do padrão de conceito de beleza.
Um poeta da Música Popular Brasileira segurando com dificuldade seu inseparável copo de whisky disparou contra as feias a sua filosofia que ainda soa como mandamento sagrado pelas madrugadas da cidade:
– As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental.”
Atingidas grosseiramente com essa máxima, as “feias” devolvem:
– O que vale é a beleza interior”
Que mundo é esse?
Esse é o mundo que rejeita de um jeito ou de outro quem não tem: beleza, dinheiro, posição, carro importado, influência, poder, status. Esse é o mundo que rejeita e cria sub-mundos particulares de pessoas “superiores” e humilha, sacrifica, constrange e menospreza quem tem pouco ou nada. Esse é o mundo que cria os Direitos Universais com uma mão e tira os direitos particulares com a outra. E, por falar na Declaração dos Direitos Universais, o direito de igualdade do Artigo I ainda é uma vergonhosa utopia.
A forma do mundo
Dizer que só Cristo para mudar não significa uma omissão teológico-religiosa de quem se preocupa muito pouco com a situação?
Não está em discussão a questão da evangelização. O que estudamos é a vocação da igreja em agir como voz profética em um mundo apodrecido em seus costumes, cultura e comportamentos equivocados.
Deus quer que façamos diferença nesse mundo. Esta é a função do sal Mt 5.13; Lc 14.34. Deus quer que nos transformemos e nos renovemos sem a conformação do mundo, Rm 12.2.
Discriminação e preconceito são pecados
A Bíblia diz que Deus não faz acepção de pessoas At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9. Toda e qualquer prática que seja contrária a esse comportamento de nosso Deus, é pecado. Podemos entender que, discriminação e preconceito são malignos. Esses comportamentos, invariavelmente, levam ao conflito, separação, choque de grupos com seus interesses particulares, pequenas implicâncias e ao ódio.
Postado por: Pb. Ademilson Braga