Connect with us

Artigos

A Superioridade da Mensagem da Cruz

Publicado

em

INTRODUÇÃO
No capítulo 2 da Primeira Epístola aos Coríntios. encon­tramos a essência da verdadeira pregação do evangelho de Cristo. Ali, Paulo destacou três verdades fundamentais sobre o assunto: o poder da mensagem da cruz atra­vés do pregador (vv.1­5); a insignificância da sabedoria humana na comunicação e recep­ção da mensagem cris­tã (vv.6-9), e o sublime efeito da revelação da cruz de Cristo no ou­vinte (vv.10-16). Com base nestas verdades, podemos refletir: Qual é a genuína mensagem cristã, segundo a Bíblia? Nossos púlpitos e salas de aula estão realmente a serviço da verdade, segundo a Palavra de Deus, ou da mentira, soberba e ganância dos falsos profetas? Infelizmente, muitos destes têm livre curso em nossas igrejas sem que façamos quais­quer questionamentos.

A NATUREZA DA PREGAÇÃO BÍBLICA (2.1-5)
A despeito de sua vasta e polivalente cultura secular, e de sua grande erudição bíblica, Paulo era cheio do Espírito Santo (l Co 2.4,5; At 9.17). O apóstolo dos gentios ensinava e pregava com graça, unção e muita simplicida­de, todavia, sem ser superficial. Como deve ser a prega­ção bíblica em nossos dias?
A genuína pregação bíblica deve ser centrada unica­mente em Cristo e sua morte na cruz (v.2). Jesus é o princí­pio, o meio e o fim da pregação cristã. Não há como pregar o evangelho autenti­camente sem falar de Cristo e sua morte na cruz. Mas, afinal, qual é o sentido da “cruz de Cristo” (1 Co 1.17), da “palavra da cruz”, ou da “mensagem da cruz” (vv.18,23)? Estaria o apóstolo Paulo falando do madeiro em si mesmo?
“Cruz” aqui é uma metonímia, ou seja, é um símbolo da obra redentora de Cristo, mediante sua morte substitutiva no Calvário. Não se trata de uma cruz qualquer, “mas da”cruz de Cristo” (Jo 19.25; 1 Co 1.17; Gl 6.12,14; Fp 3.18).
A palavra “cruz” evoca o indi­zível sofrimento de nosso Senhor, sua paixão e morte, e todas as bênçãos proporcionadas por seu sacrifício: a expiação, a redenção, a reconciliação, o perdão, e a remoção da maldição da lei (Rm 3.24, 25; GI 3.10-13; Ef 2.16; CI 1.20; Hb 12.2).
A mensagem da cruz de Cris­to aniquila qualquer discurso de sabedoria e filosofia humanas a respeito da salvação. Deus só tem compromisso com a “palavra da cruz”, o “evangelho da vossa sal­vação” (Ef 1.13).
O verdadeiro sentido da Cruz aplicado à vida cristã. Aplicada à vida cristã, a cruz repre­senta a renúncia total, voluntária e incondicional do crente a Cristo, para segui-lo fielmente até o fim (Mt 16.24; Lc 14.26,27,33; Rm 6.6; Gl 2.20).
A legítima pregação bíblica é poderosa em Deus (v.4). Aprendemos neste versículo que a comunicação da mensagem salvífica da cruz de Cristo, falada, escrita, contada, tocada, gravada, etc., na dependência do Espírito Santo, é poderosa e eficaz para realizar a obra de Deus. Apesar de a mensagem carecer de um mensageiro, o Senhor é quem tudo realiza. Neste texto, Paulo dá seu próprio testemunho acerca do poder da pregação da Palavra. Veja em outras passagens: At 19.1 1 ; Rm 15.19; 2 Co 12.12.
Paulo esteve entre os coríntios em fraqueza, temor e tremor (v.3 ). É claro que fraqueza aqui conota total dependência de Deus. Esse estado conduz ao temor no sentido positivo (que é interior), e que pode conduzir ao tremor (que é exterior). Muitos não tremem diante do senhorio de Cristo porque não o temem. Essa falta de temor de Deus vem do engano e da auto-suficiên­cia humanas. Contudo, a experiên­cia de Paulo no serviço do Senhor (v.3) teve um abençoado desfecho (v.4). O Espírito Santo confirmou a exposição das Escrituras com sinais, maravilhas e conversões. Esses milagres sempre ocorrem quando Jesus Cristo crucificado é o tema central e prevalecente da mensagem (v.2).
A autêntica pregação bíblica gera fé (v.5). Romanos 10.17 afirma que a “fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Logo, a Palavra de Deus é a fonte que origina a fé salvadora (Jo 5.24; 20.31; At 4.4). Porém, para que a fé seja gerada no ouvinte da Pala­vra é necessário que a exposição do texto sagrado seja centrada unicamente na bendita pessoa de Jesus, o Salvador, “autor e consu­mador da fé” (Hb 12.2). Não pode haver genuína conversão sem a fé em Cristo e por Cristo (At 20.21; Rm 5.1,2; Ef 2.8). Lembremos que a fé evangélica, que vem pelo ouvir a Palavra de Deus, é diferente da mera e inútil persuasão intelectual.

CONTRASTES ENTRE A FALSA E A VERDADEIRA SABEDORIA (2.6-16)
Essa passagem destaca a excelência da sabedoria divina e as limitações e imperfeições da sabedoria humana. A linguagem da Escritura sobre a sabedoria de Deus nestes versículos é cla­ramente espiritual: “oculta em mistério”, “antes dos séculos” (v.7), “revelar pelo Espírito”, “as profundezas de Deus” (v.10), etc. Estamos em terreno cujo raciocí­nio humano é inútil se não estiver alicerçado pelo Espírito e repleto das Sagradas Escrituras.
A sabedoria deste mun­do (v.6). Esta expressão é de ca­ráter negativo. Neste versículo, o termo “mundo”, no original, equi­vale à presente era, mas também, por metonímia, o modo ímpio de viver do povo deste tempo. Em Tiago 3.15,16, a Bíblia fala da sa­bedoria deste mundo como sendo “terrena, animal e diabólica”. O mesmo texto que alude a esta sabedoria afirma suas qualidades: “inveja, espírito faccioso, pertur­bação e toda obra perversa”. Esta falsa sabedoria (v.6) predominava nos crentes neófitos que se con­gregavam na igreja de Corinto (1 Co 3.1).
A sabedoria de Deus (vv.7-9). A sabedoria de Deus, embora superior à humana, é su­bestimada e preterida pelo crente carnal, além de ser ignorada pelo homem natural (v.14). Esta é a razão pela qual os cristãos e mes­tres carnais da igreja de Corinto não compreendiam o mistério da cruz – “escândalo” para os judeus e “loucura” para os gregos (1 Co 1.23). Assim também, os incré­dulos, sábios segundo a carne, rejeitam o evangelho por desco­nhecerem a sabedoria de Deus revelada na cruz de Cristo (2 Co 3.14; 4.3-5). Todavia, a verdadeira sabedoria do Altíssimo é perso­nalizada em Cristo (1 Co 1.30). Assim sendo, a compreensão e assimilação da sabedoria divina não depende primariamente da capacidade e de processos hu­manos, mas da graça de Deus revelada em Cristo (v. 12).
A sabedoria de Deus revelada pelo Espírito (vv.10-­16). Nesta passagem, o Espírito Santo é citado várias vezes nas suas infinitas operações no ser humano: a) Por Ele Deus revela sua sabedoria. Revelar tem a ver com o desconhecido. Isso também denota o atributo da onisciência do Espírito Santo como Deus (v. 10a); b) Ele é o que perscruta as coisas profundas de Deus (v. 10b); c) Ele conhece os pensamentos de Deus (v. 11 b); d) Ele procede diretamente de Deus (v. 1 2a); e) Ele ensina a sabedoria de Deus (v. 13); f) Ele é o Espírito de Deus (v.14). O Espírito habita no crente (1 Co 3.16) e no íntimo do crente revela a Cristo; daí, o crente ter a “mente de Cristo” (v.16). O homem espiritual, isto é, possuído e regi­do pelo Espírito Santo, “discerne bem tudo” (v. 15). Em resumo, no capítulo 2, é dito do agir do Espírito Santo que: a) Ele operou com demonstração e poder (v 4); b) Ele revela o desconhecido (v. 10); c) Ele conhece tudo (v. 10); d) Ele sabe perfeitamente as coi­sas de Deus (v. 11); f) Ele ensina mediante palavras: a Palavra de Deus (v. 13).

CONCLUSÃO
Aprendemos que a mensagem da cruz de Cristo supera toda capacidade humana em palavra e sabedoria, em todos os tempos, lugares e assuntos. Nossa fé não está fundamentada na eloqüência humana, mas no poder de Deus revelado através da Pessoa e Obra vicária de nosso Senhor Jesus. Devemos, pois, ter ampla, perene e profunda comunhão com o Espírito Santo, a fim de que possamos compreender o mistério de Deus: “Cristo em vós, esperança da glória” (CI 1.27).

Postado por: Pb. Ademilson Braga

Compartilhe!
Clique aqui para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidos

Copyright © Seara de Cristo - Todos os direitos reservados