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Concepção escatológica dos cristãos

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Os cristãos evangélicos, no bojo de suas doutrinas, acreditam na vida após a morte, na Segunda Vinda de Cristo, na ressurrei­ção dos mortos, no Juízo Final, no estabe­lecimento de um Novo Céu e uma Nova Terra. Concordam que a Palavra de Deus é a sua única regra de fé e prática. No entan­to, a despeito de acreditarem nessas doutri­nas, há divergências com relação à forma como tais doutrinas se cumprirão. Em ra­zão disso, há três escolas teológicas de in­terpretação escatológica entre os evangéli­cos: a amilenista, a pós-milenista e a pré-­milenista.

A Escola Amilenista sugere que a Bíblia não faz distinção cronológica entre a Se­gunda Vinda de Cristo, o Arrebatamento da Igreja e a participação do crente no Novo Céu e na Nova Terra; que haverá apenas uma ressurreição geral dos crentes e dos in­crédulos, a qual ocorrerá durante a Segun­da Vinda; que o Juízo Final será para todos os povos; que a Tribulação é algo que ex­perimentamos na presente era; que o milê­nio referido em Apocalipse 20 não se trata de um milênio literal, pois o Reino de Deus, inaugurado visivelmente com a Primeira Vinda de Cristo à Terra, continua espiritu­almente presente, embora invisível, e será consumado com a Segunda Vinda visível de Cristo, o Rei da Glória; que entramos neste Reino pela fé, conforme João 3; e que a Bíblia não faz distinção entre a Igreja no Antigo Testamento (Israel) e a Igreja do Novo Testamento (“o novo Israel”, consti­tuída de circuncisos e incircuncisos).

A Escola Pós-Milenista ensina que a Se­gunda Vinda ocorrerá após o Milênio, o qual não será literal, e a era presente se mistura­rá com o Milênio de acordo com o progres­so do Evangelho no mundo. Esta escola acompanha a mesma linha de interpretação da amilenista, no que concerne à Ressur­reição, ao Juízo Final, à Grande Tribulação e à posição sobre Israel e a Igreja.

A Escola Pré-Milenista divide-se em dois grupos distintos: os pré-milenistas his­tóricos e os pré-milenistas dispensa­cionalistas. Os históricos crêem que a Se­gunda Vinda de Cristo para reinar nesta Terra e o Arrebatamento da Igreja aconte­cerão simultaneamente; que haverá a res­surreição dos salvos no início do Milênio, chamada a Primeira Ressurreição, e a res­surreição dos incrédulos ocorrerá no final do Milênio; que o Milênio é tanto presente como futuro – no presente, Cristo reina nos Céus e, no futuro, reinará na Terra, muito embora não considerem o período da Gran­de Tribulação e façam certa distinção entre Israel e a Igreja, enquanto “Israel espiritual”.

Os pré-milenistas dispensacionalistas ensinam que a Segunda Vinda acontecerá em duas fases distintas: na primeira, Cristo se encontrará com a Igreja nos ares e leva­rá os salvos para participar das Bodas do Cordeiro nas regiões celestiais; na segun­da, após sete anos de Tribulação na Terra sem a presença da Igreja, Cristo regressará com ela para reinar neste mundo por mil anos. Eles fazem distinção entre a ressur­reição para a Igreja, na ocasião do Arreba­tamento; a ressurreição para aqueles que virão a crer durante a Grande Tribulação de sete anos (ressurreição esta que ocorre­rá na segunda fase da Segunda Vinda de Jesus, no final da Grande Tribulação); e a ressurreição dos incrédulos no final do Mi­lênio. Distinguem também o julgamento dos crentes após o Arrebatamento (Tribu­nal de Cristo), o julgamento dos judeus e gentios convertidos no final da Grande Tri­bulação (Julgamento das Nações) e o jul­gamento dos incrédulos no final do Milê­nio (Juízo Final ou Juízo do Grande Trono Branco).

Para os dispensacionalistas, o período de sete anos da Grande Tribulação será li­teral, mas a Igreja será arrebatada antes dessa tribulação. O Milênio será inaugura­do e estabelecido com a Segunda Vinda de Jesus (na segunda fase), após a Grande Tribulação, e durará literalmente mil anos. Para estes, há distinção entre Israel e a Igreja.

Das três concepções escatológicas aci­ma descritas, a que mais se harmoniza com a exegese bíblica é a da Escola Pré-­Milenista Dispensacionalista. É a posição mais condizente com os ensinamentos dos profetas, de Jesus e dos apóstolos. A De­claração de Fé das ADs no Brasil, em seus itens de 11 a 14, norteia sua concepção escatológica na perspectiva da Escola Pré-­Milenista Dispensacionalista. A Declaração de Verdades Fundamentais aprovada pelo Concílio Geral das ADs nos EUA, de 2 a 7 de outubro de 1916, também acompanha a mesma perspectiva escatológica em seus itens de 14 a 17.

Na contra-capa do livro Manual de Dou­trina das Assembléias de Deus no Brasil (CPAD), elaborado pelo Conselho de Dou­trina da CGADB, lê-se a advertência: “As doutrinas fundamentais nunca foram tão atacadas como agora. Modismos revesti­dos de misticismo e superstição têm inves­tido contra a Igreja com a impetuosidade de uma tormenta. São ventos de doutrina, mas eles estão conseguindo arrancar do coração dos crentes o que deveriam ser sólidas convicções. E por que essas con­vicções se tornaram tão frágeis? Porque nossos crentes – e até alguns líderes – se acostumaram a escutar e a reproduzir tudo o que lhes chega aos ouvidos como Pala­vra de Deus sem confrontar o que estão ouvindo com o texto sagrado. Assim, a sua fé enfraquece e as nossas igrejas ficam ex­postas aos movimentos espúrios, às teolo­gias deturpadas e às falsas revelações”.

Todos que amam a Vinda do Senhor de­vem se voltar ao estudo sistemático da Pa­lavra de Deus, principalmente da Escatologia, a fim de não se descuidar acer­ca da verdade incontestável: Jesus breve virá (Mt 24.44-51). Maranata!

Postado por: Pb. Ademilson Braga

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