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Uma dívida como herança

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“E uma mulher das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Elizeu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor. E veio o credor, a levar-me os meus dois filhos para serem ser­vos” (lI Rs 4.1).

Há muito a ser considerado no texto su­pracitado, por falar de um homem que era te­mente ao Senhor, segundo o testemunho da sua esposa, por quem também foi apontado como um dos servos de Elizeu, levando-nos a crer tratar-se de pessoa de boa qualidade, de vida espiritual intensa e provável participan­te de algum rancho de profetas, conforme le­mos em II Rs 4.38 e I Sm 10.5.

É de lamentar que pessoa de formação es­piritual tão “invejável” possa ser apontada como excessivamente descuidada dos seus compromissos financeiros, ou que os assumis­se sem possibilidade de saldar no tempo devi­do, trazendo à sua esposa tamanha aflição.

A leitura do texto sagrado em questão leva-nos a meditar e a considerar que vivemos a época das prestações, das grandes facilida­des de aquisições à crédito pelas muitas promoções efetuadas no comércio, a fim de forçar as vendas. Além das festas do natal com os seus presentes característicos, se nos apresen­tam agora o dia das mães, dos pais, dos namo­rados, etc. E assim, o endividar-se tem sido algo corriqueiro, com muitos trabalhos para cartórios e foruns cheios de processos e protes­tos. Os crentes, porém, são aconselhados do seguinte modo: “A ninguém devais coisa algu­ma” Rm 13.8. Não creio que o apóstolo se re­fira aos compromissos naturais como o alu­guel da casa, a conta mensal do armazém, o colégio dos filhos ou qualquer outro compro­misso, nos quais cumprimos a palavra empe­nhada.

Não raras vezes esquecemos a advertência que nos deixou o profeta Habacuque: “Não le­vantarão, pois, todos estes contra ele uma pa­lavra e um dito agudo, dizendo: ai daquele que multiplica o que não é seu! (até quando!) e daquele que se carrega a si mesmo de dívi­das”.

Carregar-se de dívidas é colocar sobre si um fardo de compromissos, é tornar-se escra­vo, pois a Palavra de Deus nos diz que o deve­dor é servo do credor (Pv 22.7).

Ouvi de um certo Chefe de Estado que en­sinava: “Nada compres por ser barato, quan­do dele não tenhas real necessidade”. Que exemplo para quem não pensa antes de assu­mir mais um compromisso, pela simples razão de estar alguma coisa em “queima”, quando o que entra em queima mesmo é a vida finan­ceira e a renda do tal.

Lemos em I Sm 22.2 que juntaram-se a Davi uns quatrocentos homens desgostosos que se achavam em aperto e endividados. Que número tão expressivo de criaturas desajusta­das e infelizes!

A viúva daquele filho de profeta ficou com a carga de dívidas que lhe deixou como heran­ça o seu imprevidente marido; e quantas es­posas ficariam igualmente atribuladas, caso os esposos viessem a falecer hoje, por não terem levado a sério o recado recebido pelo rei Ezequias que diz: “ordena a tua casa porque morrerás”.

Não é conveniente ao servo do Senhor car­regar-se de dívidas, e mui especialmente aos que trabalham no Evangelho, para que pos­sam livremente pregar e ensinar a santa palavra de Deus sem ter de que se envergonhar (II Tm 2.15).

Lemos que o Senhor deu àquela viúva uma grande vitória, fazendo um notável milagre com um pouco de azeite que restava em sua empobrecida despensa, quando ao Senhor recorreu em sua tribulação. Porém, aquela sá­bia mulher, como da primeira vez, voltou ao Senhor a fim de saber como proceder com a grande bênção que Deus bondosamente colocou em suas mãos (o que alguns não o fa­zem), ouvindo do seu ajudador e conselheiro que, antes de mais nada, pagasse as suas dívi­das.

Aprendamos a viver dentro das nossas ren­das, pois a sabedoria de Deus nos ensina que “melhor é um bocado seco, e com ele a tranquilidade”. (Pv 17.1).

 

Extraído

 

Postado por: Pb. Ademilson Braga

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