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Presente quebrado

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Eu ainda era muito jovem, estava passando por conflitos quase insuportáveis, qualquer pessoa via que eu não estava bem. A carga estava muito pesada, minha cabeça estava uma bagunça… Precisava de alguém que estivesse com os pensamentos em ordem para me ajudar a raciocinar direito e tentar encontrar uma solução. Mas onde estava todo mundo? Estavam mais preocupados cada qual somente com seus próprios problemas!

Eu ansiava por alguém que escutasse este grito do meu interior: Ei!.. O que você pode fazer para me ajudar? Não adiantou, ninguém queria saber… Aliás, eu já conhecia a seguinte frase de Quintana: “O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada a ver com isso”. Mas eu tinha esperança de que pudesse ser diferente, falavam tanto de amor.. Muitos falavam, mas poucos viviam.

Talvez ninguém imaginasse o quanto, mas eu era uma presa muito fácil para a perdição… Já viu alguém morrendo afogado? Debatendo-se desesperadamente querendo sair? Eu era assim… Afogando-me em um mar de carências e angústias, estava disposto a me agarrar a qualquer tipo de apoio que surgisse, a qualquer mão supostamente salvadora que me tirasse de lá… É aí que estava o perigo, pois se o bem não estende as mãos para os aflitos e necessitados, os mensageiros do mal jamais deixarão de fazê-lo.

Foi grande o meu livramento. Quem me deu as mãos não se importou em se importar… Ouviu as minhas queixas sem nunca achar que eram frescura. Acolheu-me, tratou-me com carinho, enfim… Talvez muitos não saibam, mas a explosão evangélica em templos enormes e multidões só tem sido possível devido ao amor e ao cuidado com o ser humano. O que nem todos reconhecem. Na verdade, só quem teve a vida restaurada pode valorizar realmente o evangelho de Cristo e o papel da igreja.

Aqui encontrei alegria e pude ver então que evangélico não é o sujeito fechado, que não brinca, não ri, que haviam me falado. Muito pelo contrário, eu agora entendia porque tanta gente (famosa inclusive) se achegava às igrejas. Entreguei-me também a Jesus como um presente quebrado e sem valor. Já Ele me recebeu como uma joia rara… De valor inexprimível.

Hoje estou muito bem. Eu venci… E amadureci… Sou como uma árvore de raízes profundas. Não é qualquer tempestade que me derruba. Nada me abate facilmente. A dor foi o adubo que fez crescer essas raízes… Conto com a ajuda de Deus e de uma família repleta de irmãos. Ainda que tentem me afastar dessa fé, o que prevalece dentro de mim é uma convicção que se mantém imutável. Pois este caminho… Eu não deixo por nada. Mesmo tendo o livre arbítrio.

 

 

Postado por: Pb. Ademilson Braga

 

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