Adultos - CPAD
Os inimigos do cristão

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 628 – 2º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 05 – 05 de maio de 2024
TEXTO ÁUREO
“Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.” (Gl 5.25,26)
VERDADE PRÁTICA
Na jornada da fé há inimigos que tentam nos atrapalhar: o Diabo, a Carne e o Mundo; mas em Cristo somos mais que vencedores.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Mt 13.39; Lc 11.18
A realidade bíblica do Inimigo de nossas almas
Terça-feira – Mt 4.1-12
Como tentador, o Diabo atua para desestabilizar o crente
Quarta-feira – Gl 5.19; 6.8
A realidade bíblica da Carne como inimiga da jornada
Quinta-feira – I Jo 2.16
Concupiscência da carne, dos olhos e soberba da vida
Sexta-feira – Jo 12.31; 15.18
O mundo como sistema que procurar oprimir o crente
Sábado – Tg 5.7
É preciso sujeitar-se a Deus e resistir o Diabo
LEITURA BÍBLICA
Romanos 6
11- Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor.
12- Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências;
13- Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade, mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.
14- Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.
I João 2
15-Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
16-Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.
17-E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
INTRODUÇÃO
Na jornada da vida cristã nos deparamos com perigos que ameaçam a trajetória do nosso caminho para o céu. Nela, encontramos três inimigos que buscam nos atrapalhar: o Diabo, a carne e o mundo. O Diabo e o mundo estão do lado externo de nossa trajetória; a carne, porém, está do lado de dentro: é a nossa natureza pecaminosa. Por isso, nesta lição, estudaremos esses três inimigos da Jornada da Vida Cristã.
I – O PRIMEIRO INIMIGO DO CRISTÃO: O DIABO
1- O Diabo é real. A existência do Diabo como pessoa é descrita desde o primeiro livro da Bíblia. No Antigo Testamento, as ações de Satanás são descritas em Gênesis, I Crônicas, Jó, Salmos, Isaías, Ezequiel e Zacarias. O Novo Testamento mostra a atuação do Diabo por cerca de 25 vezes das 29 passagens dos Evangelhos em que Jesus o menciona. Em seu ministério, nosso Senhor atesta a realidade de Satanás (Mt 13.39; Lc 11.18).
2- A descrição de Satanás. As Escrituras Sagradas descrevem Satanás como um ser espiritual que pertencia a uma ordem angelical dos querubins, sendo o mais exaltado deles (Ez 28.12,14). Em Judas 9, por ele pertencer a uma ordem elevada, está registrado que o Arcanjo Miguel contendeu com Satanás a respeito do corpo de Moisés, mas não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele. De fato, Satanás é o chefe dos anjos caídos. Ele possui poder, porém, suas ações estão limitadas, mas é visto como o deus deste século, o príncipe da potestade do ar (II Co 4.4; Ef 2.2). Também podemos afirmar que Satanás é um ser que possui personalidade, ou seja, ele tem inteligência (II Co 11.3), raiva (Ap 12.17), desejos (Lc 22.31) e vontade própria (Is 14.13,14; II Tm 2.26). Nosso Senhor considerava Satanás como uma pessoa e, por isso, usou pronomes pessoais para se referir a ele (Mt 4.1-12; cf. Jó 1.6-12; 2.1-4).
3- A identidade do Inimigo. Podemos conhecer o Inimigo por meio dos no- mês que a Bíblia usa para descrevê-lo: Serpente, refere-se a sua sagacidade e astúcia (Gn 3.1; Ap 12.9); Satanás, mencionado 52 vezes, adversário ou opositor (Zc 3.1; Mt 4.10; Ap 20.2); Diabo, aparece 35 vezes, acusador (Mt 4.1; Ef 4.27); Maligno, revela o seu caráter (I Jo 5.18,19); Dragão Vermelho, revela sua ferocidade (Ap 12.3,7,9,10); Tentador, ação tentadora no campo da mentira e da imoralidade (At 5.3; I Co 7.5); Enganador (Ap 12.9; 20.2,3); Belzebu, chefe dos demônios (Lc 11.15); Belial, pessoa má, sem valor (Jz 19.22; I Sm 30.22; II Co 6.15). Esses nomes revelam uma natureza cruel, perversa e destruidora do nosso inimigo.
II – O SEGUNDO INIMIGO DO CRISTÃO: A CARNE
1- Conceito bíblico de carne. Há quatro definições para a palavra “carne” na Bíblia: 1) o tecido muscular do corpo humano e dos animais (Gn 2.21); 2) о corpo humano inteiro (Ex 4.7); 3) o ser humano segundo a sua fragilidade e mortalidade (Sl 78.39); 4) a natureza humana pecaminosa (Gl 5.19; 6.8). Dentre muitas perspectivas da palavra carne na Bíblia, a expressão “concupiscência da carne” tem grande relevância (I Jo 2.16). Quando o apóstolo João usa esse termo, ele se refere à satisfação carnal em todas as suas dimensões: glutona- rias, sensualidade, bebedeira, relações sexuais ilícitas. A expressão revela que não há critério ou norma moral num contexto em que a busca pelo prazer individual dita a tendência. É o egoísmo em grau elevado.
2- A Carne no Novo Testamento. Na perspectiva do Novo Testamento, o termo grego sarx, isto é, “carne”, é uma referência direta à totalidade da natureza humana pecaminosa, à parte – de Deus, degradada, sem a presença do Espírito Santo. Em suas cartas, o apóstolo Paulo evidencia o que uma natureza dominada pela carne pode produzir (Gl 5.19-21; Cl 3.5,9). A carne opõe-se a Deus e aos seus propósitos, pois ela tenciona caminhar de modo independente do Altíssimo; seu desejo e vontade estão fora dos planos divinos, ela faz com que o ser humano aja como se fosse o próprio Deus.
3- A perspectiva doutrinária da palavra carne. Doutrinariamente, a “carne” é a natureza humana depois da queda de Adão. Como vimos, a expressão “carne” pode ser usada para se referir ao corpo humano (I Co 15.39), mas também à natureza pecaminosa (Rm 8.6). Nesse sentido, embora uma mesma palavra possa trazer sentidos diferentes, não há razão de confundir-se entre “carne” como corpo e “carne” como natureza pecaminosa, pois o que é produzido pela natureza pecaminosa, logo, é reconhecido como por exemplo: a idolatria é uma obra da carne, ou seja, da natureza humana pecaminosa (Gl 5.20).
III – O TERCEIRO INIMIGO DO CRISTÃO: O MUNDO
1- Perspectivas bíblicas da palavra “mundo”. Há cinco conotações bíblicas para a palavra mundo:
1) a terra (Sl 24.1);
2) o conjunto das nações conhecidas (I Rs 10.23);
3) a raça humana (Sl 9.8; Jo 3.16);
4) o universo (Rm 1.20);
5) os que se opõem a Deus. Esses têm o Diabo como chefe e vivem na impiedade (Jo 12.31; 15.18). De modo geral, a Bíblia usa a palavra “mundo” para descrever duas grandes realidades:
a) o planeta Terra em que habitamos (SI 19.4);
b) as pessoas que vivem de maneira independente de Deus.
A passagem de I João 2.15, quando diz para “não amarmos o mundo”, a ideia é a de uma sociedade separada de Cristo e que se manifesta contrariamente a Deus, pois está dominada pelos vícios mais infames, e cujas ações não condizem com a vontade de Deus. Na epístola, esses vícios são classificados em três níveis: concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida.
2- Três níveis de vícios infames. As concupiscências da carne, dos olhos e a soberba da vida são níveis de vícios infames que todo cristão encontrará diante de sua jornada:
a) A concupiscência da carne. A concupiscência da carne tem a ver com a natureza humana completamente dominada pelo pecado, corrompida, decaída, todo ato do corpo para fins maléficos e imorais.
b) A concupiscência dos olhos. A concupiscência dos olhos tem a ver com tudo o que envolve a mente e a imaginação.
Ela cria o desejo pelas coisas pecaminosas oferecidas pela mídia, música, filmes, literatura, a arte para ceder aos desejos carnais.
c) A soberba da vida. Esse nível de vício expressa a autoglorificação do homem no pecado, denotando seu egoísmo, vanglória e ateísmo. É o homem da atualidade desprezando o Criador em oposição deliberada.
3- Vencendo o mundo. Há um sistema carnal que age sob o controle do Maligno, que busca nos remover do caminho que leva ao céu por meio de ideologias anticristãs, estilos de vidas que não glorificam a Deus e formas contrárias aos valores do Evangelho. Para vencer essas investidas é preciso ter uma vida cheia do Espírito (Ef 5.18). É preciso também viver plenamente em Cristo Jesus, fazendo a vontade de Deus (Mt 7.21). Sendo assim, precisamos nos sujeitar a Ele, resistir ao Diabo, pois temos a sublime promessa: “ele fugirá de vós” (Tg 5.7).
CONCLUSÃO
O apóstolo Pedro nos adverte a respeito do plano do inimigo em nos tragar (I Pe 5.8) com o objetivo de destruir a obra realizada por Cristo em nossas vidas. Ele quer enfraquecer a nossa caminhada rumo aos céus. A ação diabólica é feita mediante aos ataques do Inimigo. Então, para não ceder aos seus ardis, precisamos viver constantemente sob a presença do Espírito Santo, preparados e fortalecidos em Deus (Gl 5.16; Ef 6.10).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD