Adultos - Betel
O verdadeiro discípulo é submisso a sua liderança

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 197 – 4º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 04 – 22 de outubro de 2023
TEXTO ÁUREO
“Amado, não sigas o mal, mas o bem. Quem faz bem é de Deus; mas quem faz mal não tem visto a Deus.” III João 11
VERDADE APLICADA
O autêntico exercício do ministério cristão ocorre quando há plena consciência de que deve ser cumprido para a glória de Jesus e nunca dos homens.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
João 13
3- Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus,
4- Levantou-se da ceia, tirou os vestidos e, tomando uma toalha, cingiu-se.
5- Depois deitou água em uma bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos
6- Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?
7- Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois.
8- Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Mt 23.11
O maior deve ser o servo.
Terça-feira – I Co 11.16
A Igreja não aceita discipulador polémico.
Quarta-feira – Fp 2.5
Ser como Jesus.
Quinta-feira – Cl 3.23
Trabalhem como para o Senhor,
Sexta-feira – I Tm 3.5
Ter cuidado com a Igreja de Deus.
Sábado – Hb 13.17
O discipulador deve zelar pelas almas
INTRODUÇÃO
O critério de Deus para que alguém se torne um discipulador é o contrário daquilo que muitos pensam: “O maior seja como o menor; e quem governa como quem serve” (Lc 22.26). Melhor do que status social ou eclesiástico, é ser fiel.
I – ERROS DE UM DISCIPULADOR
Ser discipulador na igreja é diferente de ser gestor em outra instituição. Deus não promove pessoas porque são mais habilidosas que outras, mas para que possam cumprir propósitos e servir melhor (Mt 20.26-27). O discipulador que deseja ser reconhecido por homens não conhece Aquele para quem trabalha (I Pe 5.2- 3). Jesus foi o mais simples e humilde, mesmo diante de sua grandeza, esvaziou-se a si mesmo; este é o maior exemplo de servo humilde (Fp 2.7). Diótrefes errou ao não considerar o legítimo e único Senhor da Igreja e agir conforme seu entendimento, equivocado e humano.
1. A soberba. A soberba é uma grande armadilha, na qual muitos têm caído Pv 16.18; Ez 28.2, 17; Ob 3). Não são poucos os exemplos e alertas na Bíblia quanto ao perigo de uma pessoa ser dominada pela soberba. No ministério, não há do que se orgulhar, porque se há dom ou talento, eles provêm de Deus (Ef 4.8; Tg 1.17). O discipulador orgulhoso é “amante de si mesmo” (II Tm 3.2) e acredita que suas ações, palavras, ensinamentos e outras “qualidades” são melhores do que as das outras pessoas, O poder sem a submissão a Deus, é perigoso: atrai os piores e corrompe os melhores. O poder sem amor leva à soberba. Ensoberbecer é satanizar-se!
2. Abuso de poder. Só um mau discípulo, orgulhoso e prepotente acredita que pode se apoderar da Igreja de Cristo. Diótrefes tinha essa ilusão. a Bíblia diz que “toda autoridade provém de Deus” (Rm 13.1). Paulo usou o verbo exousia no grego, que é “autoridade“, no sentido de “ter licença ou permissão” (de Deus) ou “ser dotado de habilidade ou força” (por Deus). Esse “poder” ou “autoridade” não é autônomo, ou seja, não existe de forma independente. Por ser dado por Deus, pertence a Ele (Sl 62.11). Abusar do poder dado por Deus é uma usurpação, Deus não divide a glória dEle com ninguém (Is 14.14). Esse poder é uma capacitação para exercer o ministério confiado a seus discípulos (Jo 15.5) e não para dominar. Antes de a igreja ser instituída, Jesus disse aos discípulos que eles receberiam poder para serem testemunhas: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da terra.” (At 1.8).
3. Desequilíbrio emocional. Pressões cotidianas decorrentes da vida não podem minar as nossas emoções. Pessoas adoecidas vão gerar pessoas doentes. Um discipulador saudável preserva suas emoções (III Jo 2). Ele pode trilhar esse caminho tendo e demonstrando confiança em Deus (Jr 17.7), guiando seu ministério pela fé (Hb 10.38) e desenvolvendo o Fruto do Espírito Santo (Gl 5.22-23). O descontrole emocional leva a decisões erradas (Jo 18.10).
II – A IGREJA TEM DONO
Diótrefes errou ao agir como se fosse o dono da Igreja, quando, na verdade, ele deveria ser um despenseiro fiel (I Co 4.2) a Deus e ao seu líder João, com o propósito de cuidar e edificar a Igreja de Cristo (Mt 16.18). A atitude autoritária, desequilibrada e os abusos cometidos por Diótrefes mostravam sua fraqueza e não alguma virtude. Apesar de se achar o “dono da igreja”, ele era fraco e não conhecia o verdadeiro Dono.
1. O Pai. A “Igreja de Deus” é um termo usado pelo apóstolo Paulo para se referir à ekklesia (grego), que significa “reunião de cidadãos chamados para algum lugar público, assembléia, ajuntamento de pessoas (salvas)”. Esse termo aparece como exortação ao cuidado e temor, deixando claro que não se trata de qualquer igreja, mas da “Igreja de Deus” (I Co 11.16). A Igreja é de Deus, mas formada e liderada por homens chamados para cuidar dela (Ef 4.11).
2. O Filho. Quando Jesus lavou os pés dos discípulos, parecia que Ele era um Mestre fraco, submisso e serviçal. Parece que essa foi a leitura que Pedro teve, ao rejeitar ter seus pés lavados (Jo 13.8) por Aquele que ele já tinha confessado ser “o Cristo” (Mt 16.16). Jesus queria apontar o caminho de um discípulo verdadeiro segundo o reino de Deus. O Filho veio ensinar que os homens deveriam viver na perspectiva do reino dos céus (Mt 6.10), que funciona diferente do sistema da Terra (Rm 14.17). Foi ao mesmo Pedro, que em várias ocasiões demonstrou diferentes atitudes em relação a Cristo, que Jesus disse que edificaria “a Sua Igreja” (Mt 16.18), revelando que a Igreja pertence a Ele!
3. O Espírito Santo. A Igreja tem o seu marco de inauguração a partir da “descida” do Espírito Santo, no “Dia de Pentecostes” (At 2) sobre os quase cento e vinte discípulos de Jesus que seguiram Suas orientações, após Sua última aparição ressurreto (At 1.8). O Espírito Santo é o Dono da Igreja, o Auxiliador, o Edificador dela na Terra (Jo 14.16-17), o responsável exclusivo por seu crescimento e avanço, através da pregação de crentes “cheios do Espírito” (At 4.8-31). Jesus andou com os discípulos por um tempo (3 anos e meio), mas continua, por meio do (Seu) Espírito Santo, a estar com Sua Igreja até a consumação dos séculos (Mt 28.20).
III – O DISCÍPULO SERVE PROPÓSITOS
Jesus é um exemplo perfeito de um Servo fiel. Ao lavar os pés dos discípulos, ensina-os a agir segundo o padrão do Reino dos Céus. Assim, por meio desta atitude, Jesus capacita aqueles homens para realizar os propósitos de Deus na Terra (Mt 28.19-20).
1. Estruturar e fortalecer o Corpo. Desde o Antigo Testamento vemos o Senhor Deus revelando, agindo e estabelecendo liderança, ordem, variedade de funções enquanto conduzia o povo de Israel pelo deserto, preparando-o para habitar na Terra Prometida e instruindo acerca da vida religiosa. Importante notar que estes princípios também estão presentes na edificação da Igreja (At 6.1-7; 8.14; 14.23; 20.28; Ef 4.12; Tt 1.5). Cristo é “a cabeça do corpo, da igreja” (CI 1.18) e, portanto, deve ser obedecido. Um discipulador que age de forma autônoma está fora do propósito de Deus, tornando-se usurpador de um chamado e dissociado de sua verdadeira missão. Assim, demonstram desconhecer as Escrituras Sagradas aqueles que se levantam contra a organização estrutural de uma igreja local. Sérgio da Costa (Revista Betel Dominical – 2 Trimestre de 2019, p. 56): “Assim, é possível afirmar que a organização e a ação do Espírito Santo não são excludentes. Como atestado, também, na formação de Israel como povo de Deus”.
2. Fazer a Igreja avançar. Jesus continua sendo a referência do Líder a ser imitado e essa é a razão que justifica algumas de suas atitudes, ainda que não precisasse. Jesus foi batizado em águas (Mt 3.13), mesmo não tendo pecados (I Pe 2.22). Ele lavou os pés de seus subordinados, mesmo sendo Deus (Jo 1.1). Jesus ensina que veio servir e não ser servido (Mc 10.45). Isso e muito mais, Ele fez para que a Igreja avançasse e outros discípulos fossem formados (Mc 16.15). Nenhum discipulador pode agir fora desses padrões, como fez Diótrefes.
3. Acolher o povo e demais líderes. Diótrefes estava sendo reprovado por João por conta do seu autoritarismo (III Jo 9). Sua má conduta como mau discipulador foi comparada ao bom exemplo de Gaio, que acolhia até aqueles que lhe eram estranhos (III Jo 5). Jesus acolheu Seus discípulos ao lhes lavar os pés. A hospitalidade é uma das marcas do cristianismo (Hb 13.2).
CONCLUSÃO
Não há como ser um discipulador da “Igreja de Deus” sem ter a disposição de seguir a liderança exercida por Jesus. Isso porque o poder de um discipulador jamais será baseado em critérios humanos, como acontece com outras instituições, mas fundamentalmente segundo o Reino dos Céus.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel