Adultos - CPAD
O prazer de experimentar a cura das feridas da alma

LIÇÃO – 105 – 29 de junho de 2014
TEXTO ÁUREO
“Senhor, tu me sondaste e me conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.” Sl 139.1,2
VERDADE APLICADA
As enfermidades da alma podem ser devastadoras. Mas não incuráveis. Jesus é a cura!
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Mostrar que o fato de sermos servos fieis não impede que possamos sofrer com as enfermidades da alma;
2. Esclarecer que tais enfermidades não são suficientes para abalar nossa fé em Deus;
3. Fazer-nos entender que em algumas situações precisamos de ajuda profissional.
Textos de referência
Sl 139.11-14,23,24
INTRODUÇÃO
Chegamos à última lição de nossa revista. Estivemos falando acerca de diversas enfermidades que incomodam o homem e, em muitas situações, que o impedem de realizar a vontade de Deus. No entanto, ao nos depararmos com o Salmo 139, começamos a entender muito da verdadeira alma humana. O sentimento do salmista aqui expressado nos mostra o seu desejo de servir e fazer a vontade de Deus, mas, com uma certeza, no coração, há de estar totalmente curado de todos os males que afligem seu interior.
I. reflexos das experiências em nossas vidas
Muitas vezes nos pegamos imaginando como seria a nossa vida se fossem realizados nela todos os tipos de milagres. É fato que, servindo ao Todo Poderoso, o homem está sujeito à ação dEle em sua vida, e essa ação inclui a realização de milagres, contudo sabemos que, ao longo da nossa existência, acumulamos uma série de experiências que são capazes de causar danos irreversíveis em nossa alma, atingindo diretamente a mente e refletido em nossas emoções.
O Senhor conhece as palavras no interior do nosso coração
Em sua exposição, o salmista não esconde a consciência de que Jeová é capaz de conhecer o seu interior, mesmo que não seja revelado verbalmente (SI 139.4). Servimos a um Deus que tudo sabe e tudo conhece, no entanto fica claro para nós que um de seus desejos principais em relação ao homem é justamente vê-lo expressar os seus sentimentos para que possa intervir de maneira eficaz (SI 38.9). Já no Éden o Criador procurava Adão na viração do dia para conversar e, mesmo sabendo do desatino cometido por sua criatura, não tomou nenhuma atitude até que este expusesse o seu feito (Gn 3.8).
Temos de ter cuidado com as enfermidades da alma
As enfermidades da alma, em sua maioria, tendem a agir de forma a nos afastar da presença de Deus, pois elas levam o indivíduo a um caminho obscuro e desconhecido capaz de promover dores profundas em seus sentimentos. Davi foi um homem que viveu e sobreviveu a muitas batalhas, tais batalhas se deram tanto na esfera material quanto na espiritual, elas, com certeza, provocaram cicatrizes profundas. Entretanto vemos Davi sempre disposto a permitir-se realizar verdadeiras catarses diante de seu Criador onde não se furta de exprimir seus mais profundos sentimentos. Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? (SI 139.7) nestas palavras, vemos que o salmista reconhece a sua incapacidade de lidar com seus medos e pavores e sabe que, nem mesmo em profunda depressão, estará fora do alcance dos olhos de Deus.
A gravidade do sentimento de culpa
A angústia vivida por Davi em alguns momentos de sua vida se apresentava como se fosse constante, todavia ele tinha certeza da companhia de Jeová (SI 139.8-10). Sabemos que o sentimento deculpa era o principal mal que assolava a sua existência; o medo da reprovação o levava a um choro secreto, só revelado ao Senhor em situações de extrema tristeza. Ao mesmo tempo em que Davi externava o seu temor a Deus, ele expressava a certeza da Sua misericórdia para com ele (SI 139.14) e O louvava do mais profundo do seu íntimo, pois entendia a repreensão como expressão do amor do Pai. Pv 3.12.
II. Maldição hereditária ou reprodução de neurose
Atualmente vemos alguns grupos religiosos “ditos evangélicos” difundindo uma doutrina voltada para o que eles chamam de “maldição hereditária”, em suas teorias, buscam afirmar que algo passado ou sofrido por um antepassado pode se manter como castigo ou maldição na vida do servo de Deus, tais doutrinas contradizem peremptoriamente a Palavra de Deus que afirma o contrário. O texto do livro do profeta Ezequiel 18.20 nos mostra que o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho, deixando claro este ato de justiça do Criador. Entretanto podemos tentar esclarecer algumas situações que ocorrem no âmbito da alma que chamaremos aqui de reprodução de neurose.
Como funciona a reprodução da neurose
Para explicar o termo reprodução de neurose, vamos explorar algumas situações vividas por Davi. Em sua vida familiar, podemos perceber que não era o preferido de seu pai, visto que o mesmo sempre o procurava usar para serviços menores, pouco valorizados pela sociedade da época. Levar comida para seus irmãos (l Sm 17.17) era algo comum na vida dele e sempre que o fazia, voltava rapidamente para cuidar das ovelhas em Belém (l Sm 17.15). Tais acontecimentos ficaram registrados em sua mente e foram determinantes no processo de formação da sua personalidade, visto que, na criação de seus filhos, também deixou claro as suas preferências reproduzindo o que havia ocorrido com ele.
Como se reproduz a neurose
Mesmo já tendo sido ungido por Samuel, em um episódio de impressionante desprezo, demonstrado por Jessé, que deixou claro a sua preferência por Eliabe, Abinadabe, Sarna e os outros (l Sm 16.8-10), Davi continuava a obedecer e fazer o que lhe era imposto. Os sentimentos de Davi certamente eram afetados por esse tipo de comportamento demonstrado por seu pai. Embora não se tenha rebelado contra sua família, não deu a seus irmãos nenhuma posição de destaque em seu exército, essa atitude aliada ao fato de demonstrar preferência por alguns de seus filhos comprovam a reprodução de neurose herdada de seu pai.
O mal causado pela falta de diálogo com os filhos
A história do reinado de Davi foi marcada por algumas grandes tragédias, uma delas, talvez a mais importante, foi a rebelião de seu filho Absalão que não suportou o fato de seu pai não ter tomado nenhuma atitude em relação a seu irmão Amnon quando do estupro de sua irmã Tamar. A falta de um diálogo claro entre pai e filho pode sempre causar maus entendidos, pois vemos, com o desdobrar dos acontecimentos, que, ao contrário do que Absalão pensava, o seu pai o amava intensamente (II Sm 18.32-33). Vemos, mais uma vez, um exemplo de reprodução de neurose, Jessé não se colocava claramente em relação a Davi isso fez com que ele tivesse a mesma dificuldade em relação a seu filho Absalão.
III. Deus está sempre presente em nossas vidas
Os versículo 11 e 12 do Salmo 139 são, talvez, os mais impactantes, pois demonstram a certeza de que Davi tinha, que, mesmo em estado de profunda depressão, o homem de Deus nunca se sentirá desamparado por Ele. Davi tomou algumas atitudes reprováveis aos olhos do Senhor, contudo, em momentos decisivos de sua vida, escolheu fazer a vontade de Deus.
Esperar pela ação de Deus
O texto de I Samuel, capítulo 25, mostra-nos que, em alguns momentos, a ira tomava conta do coração de Davi. Em sua vida, nada havia sido fácil; sempre esteve se deparando com situações limites (l Sm 25.8) quando a melhor atitude, parecia sempre partir para o ataque (I Sm 25.13). Nesse momento, ele já teria tomado a sua decisão, no entanto ouviu a mulher de Nabal (I Sm 25.26-35) e esperou Deus trabalhar em seu favor (I Sm 25. 37-38). Não importa o quanto estejamos sofrendo por sentimentos obscuros que desconhecemos, o importante é reconhecer que Deus pode nos livrar desses sentimentos se pedirmos a Ele (SI 19.12).
Como buscar cura
Durante a sua expressão de louvor, Davi declara que a sua alma sabe do que Jeová é capaz (SI 139.14). Ao longo das lições estudadas, podemos aprender como o sofrimento da alma pode ferir, de maneira profunda, o indivíduo, levando-o a uma condição, em alguns casos, deploráveis, mas ainda assim, se tal indivíduo se apresentar ao Criador com o coração contrito, experimentará o melhor de Deus em sua vida. Existem técnicas de tratamento eficazes para solução das enfermidades da alma, todavia estar com o Senhor e reconhecer o seu poder podem evitar que o homem chegue ao fundo do poço, mergulhando em crises existenciais que ele mesmo desconhece. Entretanto, para algumas pessoas, isso se torna muito difícil, daí a necessidade da ajuda de alguém com conhecimento científico específico em áreas que estudem o comportamento humano para que, com tratamento terapêutico, ajude o indivíduo a identificar as causas de suas crises (Tg 5.16).
Deus tem sempre o melhor para nós
O Criador sempre quer o melhor para nós, pois sempre está nos preparando algo especial (SI 139.17). Em nenhum momento, o Senhor quer ver um servo com sentimento de culpa, angustiado, sofrendo com o medo, insegurança, dificuldade de dizer não, falta de reconhecimento de culpa entre outros sintomas que poderão produzir um afastamento do indivíduo de Sua presença e consequentemente a falta de intimidade com Ele. O texto proposto por Paulo, em (II Co 5.17) nos dá a nítida noção de que, ao aceitarmos a Cristo, estaremos livres de tudo que nos fazia mal no passado, está totalmente correto, no entanto, em Rm 12.2, vemos o mesmo Apóstolo nos apresentando a necessidade da renovação de nosso entendimento. O que entendemos a partir daí? O versículo de segunda aos Coríntios nos garante uma mudança total em nossa estrutura espiritual, enquanto o texto da carta aos Romanos nos mostra a necessidade de mudança e cura em nossa estrutura emocional. Só depois de passarmos por essas duas transformações, poderemos gozar plenamente da perfeita vontade de Deus e experimentar totalmente as maravilhas de vivermos debaixo de sua Graça.
CONCLUSÃO
Amados, aprendemos que fatos ocorridos, cada vez mais, com maior frequência, nos mostram que muitos, embora busquem uma plena comunhão com o Criador, sofrem com sintomas que surgem, na maioria das vezes, alheios a própria vontade. Busquemos toda força que existe em cada um de nós, contemos com a ajuda dos profissionais da área e principalmente a maior e mais excelente, entre todas as ajudas: A do Espírito Santo, o qual não permite que as enfermidades da alma obscureçam a beleza das bênçãos que Deus tem para seus filhos.
Postado por: Pb. Ademilson Braga
Fontes: Revista: Enfermidades da Alma – Editora Betel – 2º Trimestre 2014