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Adultos - CPAD

O plano de livramento e o papel de Ester

Publicado

em

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 646 – 3º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 10 – 08 de setembro de 2024

TEXTO ÁUREO

“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera.” (Is 64.4)

VERDADE PRÁTICA

É nos momentos dramáticos da vida que mais aprendemos a confiar em Deus e a depender dEle realmente.

LEITURA DIÁRIA

Segunda-feira – Et 4.1-5
Ester envia Hataque para perguntar o que se passava com Mardoqueu
Terça-feira – Nm 12.3-10; Êx 23.22; Sl 5.11
O favor de Deus em livrar seus servos dos infortúnios
Quarta-feira – Et 4.13
Se Ester não agisse nem ela mesma seria poupada
Quinta-feira – Et 4.14
Se o livramento divino não chegasse por intermédio de Ester, chegaria por outro meio
Sexta-feira – I Sm 25.18-35; Pv 19.2
A rainha Ester agiu com a sabedoria de outras mulheres na Bíblia
Sábado – Et 5.2,3
O rei Assuero viu Ester e estendeu o seu cetro, disposto a atender-lhe

LEITURA BÍBLICA

Ester 4

5 – Então, Ester chamou a Hataque (um dos eunucos do rei, que este tinha posto na presença dela) e deu-lhe mandado para Mardoqueu, para saber que era aquilo e para quê.
6 – E, saindo Hataque a Mardoqueu, à praça da cidade que estava diante da porta do rei,
7 – Mardoqueu lhe fez saber tudo quanto lhe tinha sucedido, como também a oferta da prata que Hamã dissera que daria para os tesouros do rei pelos judeus, para os lançar a perder.
8 – Também lhe deu a cópia da lei escrita que se publicara em Susã para os destruir, para a mostrar a Ester, e lhe fazer saber, e para lhe ordenar que fosse ter com o rei, e lhe pedisse, e suplicasse na sua presença pelo seu povo.
9 – Veio, pois, Hataque e fez saber a Ester as palavras de Mardoqueu.
10 – Então, disse Ester a Hataque e mandou-lhe dizer a Mardoqueu:
11 – Todos os servos do rei e o povo das províncias do rei bem sabem que para todo homem ou mulher que entrar ao rei, no pátio interior, sem ser chamado, não há senão uma sentença, a de morte, salvo se o rei estender para ele o cetro de ouro, para que viva; e eu, nestes trinta dias, não sou chamada para entrar ao rei.
12 – E fizeram saber a Mardoqueu as palavras de Ester.
13 – Então, disse Mardoqueu que tornassem a dizer a Ester: Não imagines, em teu ânimo, que escaparás na casa do rei, mais do que todos os outros judeus.
14 – Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?
15 – Então, disse Ester que tornassem a dizer a Mardoqueu:
16 – Vai, e ajunta todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas moças também assim jejuaremos; e assim irei ter com o rei, ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pereço.
17 – Então, Mardoqueu foi e fez conforme tudo quanto Ester lhe ordenou.

Ester 5

1 – Sucedeu, pois, que, ao terceiro dia, Ester se vestiu de suas vestes reais e se pôs no pátio interior da casa do rei, defronte do aposento do rei; e o rei estava assentado sobre o seu trono real, na casa real, defronte da porta do aposento.
2 – E sucedeu que, vendo o rei a rainha Ester, que estava no pátio, ela alcançou graça aos seus olhos; e o rei apontou para Ester com o cetro de ouro, que tinha na sua mão, e Ester chegou e tocou a ponta do cetro.
3 – Então, o rei lhe disse: Que é o que tens, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará.

7 – Então, respondeu Ester e disse: Minha petição e requerimento é:
8 – se achei graça aos olhos do rei, e se bem parecer ao rei conceder-me a minha petição e outorgar-me o meu requerimento, venha o rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar, e amanhã farei conforme o mandado do rei.

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos as atitudes de Mardoqueu e Ester em favor de todo o povo judeu. O decreto do rei estava assinado. A ordem de extermínio havia chegado a todas as províncias. O dia da matança estava definido. Era preciso clamar a Deus e agir sob sua direção.

I – O PERIGOSO PLANO E O TEMOR DE ESTER

1- Lamento, choro e compadecimento. Mardoqueu não escondeu seu abatimento. O quadro trágico produziu nele um profundo lamento. Do palácio, Ester soube da crítica situação do primo e compadeceu-se, mas não sabia os motivos. Sua atitude foi enviar roupas para vestir Mardoqueu, que as recusou. Ester precisava saber o que estava acontecendo de tão grave. Então, enviou Hataque, um dos eunucos, para perguntar a Mardoqueu porque agia daquele jeito (Et 4.1-5). Mardoqueu não estava apenas querendo chamar a atenção de Ester. Seus sentimentos eram sinceros, assim como de todos os judeus das províncias, diante da ordem de matança emitida pelo rei. Mas também era preciso que a rainha soubesse de tudo que se passava. Compartilhar nossos sentimentos, com as pessoas certas, é necessário e nos faz bem (Rm 12.15). Em um momento de profunda agonia, Jesus abriu o coração e rogou aos seus discípulos que não o deixassem só (Mt 26.36-38).
2- Um obstáculo real. Por intermédio de Hataque, Mardoqueu deixou Ester informada de todo o ardiloso plano de Hamã, enviando-lhe, inclusive, uma cópia do decreto de Assuero. Ele pediu que ela fosse ao rei e suplicasse pelos judeus. Mas havia um grande obstáculo. Ester respondeu a Mardoqueu lembrando-lhe da lei que não permitia que qualquer pessoa, homem ou mulher, fosse ao interior do palácio sem ser chamada pelo rei. A sentença era a morte, salvo se o rei estendesse o cetro de ouro. Acredita-se que essa rigorosa norma existia porque os reis temiam ser vítimas de conspirações, como ocorreu com muitos deles, ao longo da história, mortos no trono.
3- Autoritarismo e morte. O que Assuero temia lhe sobreveio. Foi assassinado por um dos oficiais do palácio em 465 a.C., oito anos depois dos episódios narrados no livro de Ester. Dois de seus guardas, aliás, já haviam tramado sua morte anos antes (Et 3.21). Decisões autoritárias produzem muitos inimigos. É muito comum ditadores terem mortes trágicas, por vezes nas mãos de seus ex-súditos, como aconteceu na história recente com o ditador líbio Muammar Gaddafi (1942-2011). A mansidão nos livra de muitos infortúnios (Pv 15.1). E quando atacados, Deus é a nossa defesa (Nm 12.3-10; Êx 23.22; Sl 5.11)

II – MARDOQUEU CONVENCE ESTER

1- Confiando na providência divina. Ester apresentou a Mardoqueu sua impossibilidade de dirigir-se ao rei. Nos últimos 30 dias ela não havia sido chamada por Assuero. Mardoqueu não se contentou com a resposta de Ester. Pediu que dissessem a ela que não confiasse em sua posição, por estar no palácio, pois a ordem real era o extermínio de todos os judeus, sem exceção (Et 4.13). Se Ester não se dispusesse a interceder junto ao rei, Mardoqueu confiava que a providência divina se manifestaria de outra forma. A expressão “socorro e livramento doutra parte virá” revela que Mardoqueu confiava em Deus, acima de tudo (Et 4.14). Quando supervalorizamos pessoas, por mais importantes que sejam, nos esquecendo que nosso socorro vem de Deus, fazemos delas nossos ídolos (Sl 121.1,2). Deus abomina todo o tipo de idolatria (Jr 17.5).
2- Primeiro Deus, depois o homem. Ester convenceu-se de que precisaria agir. Antes de tudo, porém, era preciso clamar a Deus, para que a dirigisse e lhe desse graça diante do rei. Em sua resposta a Mardoqueu, pediu que ajuntasse todos os judeus de Susã e jejuassem por ela durante três dias. Ela faria o mesmo junto com as moças que a assistiam no palácio (Et 4.16). Equilíbrio e prudência espiritual nos fazem entender o tempo e o lugar de Deus e o nosso no cotidiano da vida. Antes de Ester procurar o rei, os judeus deveriam buscar a Deus. Uma triste característica de nossos dias são o secularismo e o materialismo (Lc 18.8). Inspirados no ateísmo, rejeitam e negam as realidades espirituais e veem o homem como o senhor de sua existência e de seu destino; como a medida de todas as coisas. Autoconfiança e soberba humana são de origem maligna (Tg 4.13-16).
3- Confiar em Deus não é tentá-lo. Ester confiava em Deus, mas não agiu de forma a tentá-lo (Mt 4.5-7). Através do jejum, os judeus pediam a intervenção divina para que o rei aceitasse a presença de Ester e ela alcançasse o que pretendia. Todavia, isso poderia não acontecer. Por isso, mesmo confiando, Ester estava disposta a morrer: “perecendo, pereço” (Et 4.16). Décadas antes, na Babilônia, três outros judeus haviam demonstrado a mesma fé e disposição (Dn 3.16-18). Em nossos dias são difundidas crenças errôneas que acreditam ser possível mandar em Deus e pô-lo “na parede”. A soberania divina não pode ser desafiada por ninguém (Jó 2.9,10).

III – O PLANO: ESTER ENTRA À PRESENÇA DO REI E PROPÕE UM BANQUETE

1- Prudência, preparação e ação. Ao decidir entrar à presença de Assuero, Ester estava sujeita a qualquer reação dele quando a visse: vida ou morte. Era um grande desafio. Por isso, Ester se preparou espiritual, emocional e fisicamente: depois de três dias de jejum, pôs sua veste real e foi ao pátio interior da casa do rei, diante do salão onde ficava o trono (Et 5.1). Sua conduta nos ensina como devemos ser precavidos para tomar atitudes importantes, que podem impactar nosso futuro (Pv 19.2). Mulheres sábias, como Ester e Abigail, conseguem resolver grandes problemas e evitar muitas tragédias (I Sm 25.18-35). Por outro lado, imprudências e precipitações podem levar a prejuízos irreparáveis (Pv 14.1).
2- Estendendo o cetro. Assentado em seu trono, Assuero viu Ester e estendeu para ela seu cetro de ouro (Et 5.2). Deve ter sido um grande alívio para a corajosa judia. Ela se aproximou e tocou a ponta do cetro, cumprindo o protocolo legal. Como era incomum alguém se apresentar diante do rei sem ter sido chamado, Assuero logo perguntou o que estava acontecendo: “Que é o que tens, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará” (Et 5.3). A disposição de vontade do rei foi manifestada com o uso de uma frase que era comum nessas ocasiões, mas que, segundo estudiosos, não se interpretava de forma literal. Herodes usou essa mesma expressão (Mc 6.21-23).
3- Em sintonia com Deus. As circunstâncias narradas no livro de Ester nos permitem dizer que ela, em seu coração, estava em plena sintonia com Deus. Mesmo o rei se prontificando imediatamente a atendê-la, Ester agiu com cautela. Apenas o convidou para um banquete, junto com Hamã. Na ocasião, o rei renovou sua disposição em atender a qualquer pedido de Ester. Era a segunda oportunidade, mas ainda não era o momento adequado. Ester convida Assuero e Hamã, para outro banquete, no dia seguinte, quando faria seu pedido. Uma noite decisiva mudaria o curso da história. Os desígnios de Deus são perfeitos. A providência divina estava guiando Ester em todos os detalhes.

CONCLUSÃO

Confiar em Deus e depender dEle nos faz viver experiências extraordinárias. O agir divino manifesta-se em todas as áreas de nossa vida. O Deus Todo-poderoso jamais perde o controle. Só a Ele glória!

 

 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Revista CPAD

 

 

 

 

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