Adultos - Betel
Lembra-te do dia de sábado: Administrando com sabedoria o trabalho, descanso e devoção
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 250 – 4º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 05 – 03 de novembro de 2024
TEXTO ÁUREO
“E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” Marcos 2.27
VERDADE APLICADA
Priorizamos, com confiança e alegria, momentos para adorar ao Senhor, buscá-Lo de coração e cultivar a comunhão com Ele.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Êxodo 20
8- Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.
9- Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra,
10- Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas.
11- Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia do sábado e o santificou.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Êx 16.23-29
Sábado: dia do repouso da nação de Israel.
Terça-feira – Dt 5.12-15
Dia do sábado: mandamento para Israel.
Quarta-feira – Mt 11.29
Cristo é o verdadeiro descanso para a alma.
Quinta-feira – Jo 4.34
O cristão deve fazer a vontade de Deus.
Sexta-feira – Cl 1.16
Tudo foi criado por Ele e para Ele.
Sábado – Tg 4.8
É preciso se chegar a Deus.
INTRODUÇÃO
Há muitos comentários sobre o quarto mandamento que têm sido causa de discordância e confusão na mente de muitos, por não considerarem toda a Palavra de Deus para um entendimento apropriado. Assim, veremos na presente lição o que a Bíblia revela desde o princípio da criação, passando pela entrega dos Dez Mandamentos, o entendimento dos mestres da Lei e o ensino de Jesus Cristo, os escritos apostólicos e finalizando com algumas lições que podemos extrair a partir do presente estudo.
I – INTERPRETANDO O DIA DE SÁBADO
Num mundo capitalista onde o tempo é escasso para tudo, inclusive a família, o quarto mandamento nos instrui a resgatar a ideia priorizarmos um tempo para descanso, lazer, adoração, como expressão de nossa plena confiança no Senhor e gratidão por Seu constante cuidado.
1. O princípio do sábado. No grego a palavra “sábado” é “sabbaton”, sua raiz é o verbo “cessar”. O duplo “B” no “sabbaton” é uma forma intensificada, por isso é uma cessação completa. Foi assim que Deus definiu o dia de sábado em Gênesis 2.2-3. Ele cessou completamente a obra da criação. Desde então, o sábado veio a se referir a esse dia em que as pessoas cessam de trabalhar. É o que nos ensina o Antigo Testamento. No sábado não se trabalha, se descansa. Era para ser um dia de alegria, foi feito para o homem, um dia de descanso, recuperação, restauração e adoração. Originalmente, o sábado era um dia de descanso e esse propósito foi mantido na lei mosaica (Êx 16.23-29; 31.14-16; 35.2-3; Dt 5.12-15; Ne 13.15- 22; Jr 17.21-27). A observância do sábado era o “sinal” da aliança entre Israel e o Senhor (Êx 31.13).
2. O sábado na visão dos mestres da lei. Os mestres da lei transformaram o dia de sábado no pior dos pesadelos. Criaram regras infinitas e impossíveis. A ideia era que, quanto mais privações se tivesse no sábado, mais santa a pessoa se tornava. Eles guardaram suas regras ferozmente, exigindo que cada pessoa em toda a nação as observasse e, desse modo, transformaram o sábado em um fardo impossível de carregar, o que, sem dúvida, nada tinha a ver com o propósito original (Mt 15.6; Mc 7.9).
3. O sábado na visão de Jesus Cristo. Jesus realizou algumas coisas no sábado. Isso confrontou o sistema religioso de Sua época, levando Jesus a ser advertido pelos fariseus (Lc 6.2). Ele foi acusado de desafiar abertamente a autoridade religiosa dos fariseus. Jesus lhes conta o que aconteceu com Davi num dia de sábado e lhes chama a atenção anunciando que é o Senhor do sábado (I Sm 21.1-6; Mc 2.25-28). A lei dizia que “o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus” (Êx 20.10) e agora Jesus diz que Ele é o Senhor do sábado, ocupando claramente a posição que só pode pertencer a Deus. Em outras palavras, Jesus havia dito: “Sou o soberano deste dia. Eu projetei este dia. Eu sou o Criador” (Jo 1.3; Cl 1.16). Foi Ele quem descansou no sábado e o abençoou. Ele é soberano sobre o sábado e é Ele quem interpreta toda a vontade de Deus para este dia.
II – ENTENDENDO O DESCANSO DADO POR DEUS
O propósito de Deus ao estabelecer o dia de sábado era trazer bênção ao homem, concedendo -lhe um merecido descanso de seu trabalho. Nosso maior problema hoje é separar um tempo para isso e entender que tudo o que Deus faz é para o nosso bem-estar.
1. Deus concluiu a obra da criação. O termo “descanso”, usado em Gênesis 2.3, não fala de cansaço, porque Deus nunca se cansa. Ele poderia ter criado mais mil universos e não sentir nenhum cansaço (Jo 5.17). Como um artista que, depois de terminar seu trabalho, se assenta para contemplá-lo, não porque esteja cansado, mas porque quer apreciar a obra realizada, assim fez Deus. Observe que repetidas vezes vemos essa mesma frase: “E Deus viu tudo o que havia feito, e eis que era muito bom” (Gn 1.31). Desde a criação, o sábado se tornou um modelo e uma forma natural para toda a raça humana. É a ordem natural das coisas: os campos precisam de repouso, as máquinas necessitam parar para manutenção e assim por diante (Lv 25.4).
2. Precisamos descansar. A busca pela sobrevivência ou por uma realização profissional tem afastado vorazmente o ser humano de sua casa e de Deus. São tantos afazeres que um dia de quarenta horas ainda pediria mais tempo. Tudo isso nos leva a pensar que não precisamos apenas de um dia de descanso, mas também da capacidade de descansar. Mas como fazê-lo se estamos sempre acompanhados da sensação de que tudo o que fazemos é incompleto e imperfeito? Isso para nós seria impossível, a menos que descansássemos nas obras que Cristo já realizou por nós (Jo 19.30). Ele sofreu por nossos pecados para nos dar perdão e paz. Ele tomou sobre si nossos pecados e falhas; todas aquelas coisas que fizemos errado ou deixamos incompletas. O que não conseguimos, Ele conseguiu por nós, de tal forma que aqueles que confiam nEle podem vir a desfrutar do verdadeiro descanso de Deus.
3. Descanso e adoração. Deus ordenou um dia de descanso para que todos desfrutem. Mas qual a maneira certa de agradar a Deus? Deus nos deu seis dias para cuidar de tudo aquilo que é concernente às nossas vidas e reservou para Ele um dia em especial (Êx 20.9-10). Esse mandamento foi dado aos israelitas para lembrá-los que seu relacionamento com Deus era especial. Nenhuma outra nação poderia dizer que o Senhor era seu Deus, nenhuma outra guardava o sábado. Somente os israelitas guardavam o sábado como um dia de adoração ao único Deus, que era também seu Salvador e Senhor. É preciso atenção para não sermos sufocados no corre-corre da vida, nos esquecendo de que somos plenamente dependentes de Deus, amados e cuidados por Ele.
III – ALGUMAS LIÇÕES E ESCLARECIMENTOS
Considerando o exposto nos tópicos anteriores, veremos alguns esclarecimentos necessários sobre o presente assunto e algumas lições preciosas para o viver do discípulo de Cristo firmado na perfeita obra redentora de Jesus Cristo e na revelação da Palavra de Deus.
1. Lembra-te do que Deus preparou para os fiéis. Vemos em Gênesis 2.2-3 o registro da conclusão da obra divina da criação. Duas expressões são usadas pelo escritor inspirado pelo Espírito Santo: “acabado” e “descansou”. Ou seja, Deus concluiu, cessou. Expressões que apontam para realização cumprida. Não se trata de Deus está inativo. Pois Ele sustenta e interage com Sua criação. Derek Kidner (Gênesis – introdução e comentário, Mundo Cristão e Vida Nova, 1979, p. 50) comenta: “Podemos compará-lo com o simbolismo desta descrição: Jesus “assentou-se” depois de consumar a redenção (Hb 8.1; 10.12), para dispensar benefícios aos Seus.”. “Lembra-te” da bênção do repouso, descanso. Separe (“santificar”) um tempo para desfrutar do que o Bom Deus, descansar confiando em Deus como nosso provedor, mantenedor, protetor. Em uma rotina tão intensa, priorize momentos de adoração. Buscar o reino de Deus e a Sua justiça (Mt 6.33).
2. Por que domingo e não sábado? O que significa o quarto mandamento para o cristão? O que mudou? O sábado do Antigo Testamento era uma sombra de coisas futuras, apontava para o repouso completo e final que só podemos encontrar em Jesus Cristo (Cl 2.16-17). Jesus deu um novo significado ao trabalho e ao descanso. Jesus veio ao mundo para concluir a obra do Pai e, com base nesse trabalho, pode dar descanso às nossas almas (Mt 11.29; Jo 4.34). Os israelitas olhavam para trás rememorando a criação e a redenção (Dt 5.12-15). Mas nós olhamos para Jesus que realizou um êxodo ainda mais poderoso. Jesus é o cumprimento do sábado, como também de todos os outros mandamentos. Tradicionalmente, os cristãos realizavam seus principais cultos corporativos de adoração aos domingos, o primeiro dia da semana, em celebração da ressurreição de Cristo, que ocorreu em um domingo (Mt 28.1; Mc 16.2; Lc 24.1; Jo 20.1).
3. Princípios preciosos para o nosso viver. A grande lição que aprendemos aqui é que o Senhor deseja que dediquemos a Ele um tempo especial de adoração. E quem deverá sair ganhando com isso? Claro que somos nós. Deus deseja se relacionar conosco, nos ouvir e, também, falar aos nossos corações (Tg 4.8). Para que isso aconteça precisamos parar, Deus não nos chama para estabelecer esse tempo por força. Esse mandamento nos ensina a ter ética de lazer, assim como uma ética de trabalho (Ec 3.1). Aponta, também, para descansarmos na obra consumada por Nosso Senhor Jesus Cristo (Hb 4.3). Descansar confiando, sem receios, pois o Senhor provê e cuida. Somos dependentes dEle.
CONCLUSÃO
A vida poderia ser muito mais saudável e feliz para todos nós se, em vez de nos ocuparmos tanto com as coisas da vida, corrêssemos para os braços de Deus, no afã de adorá-Lo e conhecê-Lo melhor a cada dia.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel