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Habacuque: A intercessão de um homem cheio de esperanças.

Publicado

em

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 08– 1º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: CPAD

LIÇÃO – 08 – 21 de fevereiro de 2021

TEXTO DO DIA

“Ouvi, SENHOR, a tua palavra e temi: aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia.” (Hc 3.2) 

SINTESE

A intercessão é uma prática preciosa aos filhos de Deus. Aprenderemos com Habacuque o valor do ato de interceder pelos justos e como ele descobriu o valor da fé e o segredo da esperança. 

AGENDA DE LEITURA

Segunda-feira – At 16.25

Orando e louvando em meio ao caos 

Terça-feira – Zc 10.6

Deus inclina seus ouvidos aos que clamam 

Quarta-feira – Dt 11.26-28

Bênção ou Maldição 

Quinta-feira – GL 6.7

O semear e o colher 

Sexta-feira Et 4.16

A intercessão por um povo

Sábado – Hb 11. 1-40

Exemplos de fé no Antigo Testamento

TEXTO BÍBLICO

Habacuque 3.4-6; 15-19 

4 E o seu resplendor era como a luz, raios brilhantes saíam da sua mão, e ali estava o esconderijo da sua força.

5 Adiante dele ia a peste, e raios de fogo sob os seus pés.

6 Parou e mediu a terra: olhou e separou as nações, e os montes perpétuos foram esmiuçados, os outeiros eternos se encurvaram: o andar eterno é seu. 

15 Tu, com os teus cavalos, marchaste pelo mar pela massa de grandes águas.

16 Ouvindo-o eu, o meu ventre se comoveu, à sua voz tremeram os meus lábios: entrou a podridão nos meus ossos, e estremeci dentro de mim: descanse eu no dia da angústia, quando ele vier contra o povo que nos destruirá. 

17 Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide: o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas. 

18 Todavia, eu me alegrarei no SENHOR. Exultarei a Deus da minha salvação.

19 JEOVÁ O Senhor, é minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. (Para o cantor-mor sobre os meus instrumentos de música).

INTRODUÇÃO

Nesta lição juntos aprenderemos acerca da resposta dada por Deus e quais as circunstâncias que fazem parte deste triste momento da história de Judá. Que possamos nos fortalecer e, com convicção, anunciar a todos que ainda é tempo para arrependimento e conversão dos maus caminhos: A porta ainda está aberta. Bons estudos!

I – A INIQUIDADE DE JUDÁ 

1. Caos e sofrimento. Em Judá imperava um panorama de injustiças, perversidades e abominações. Já não havia mais um interesse legítimo para arrependimento e retorno ao Senhor. Infelizmente, essa situação se agrava cada vez mais. Esse foi o tempo em que Habacuque (assim como também Jeremias, como vimos anteriormente) exerceu o seu ministério. Para um homem com sensibilidade e a devoção a Deus, essa realidade era por demais sofrível. Para termos uma ideia, ao longo dos três capítulos do livro do profeta Habacuque, a palavra hamas é citada 6 vezes. Mas, qual o significado desta palavra hebraica tão antiga? Ela faz referência a uma violência extrema e desmedida. Tal expressão revela o pânico que reinava entre as pessoas mais fragilizadas e também as que não se permitiam corromper com as iniquidades. 

2. Vivendo em tempos de iniquidades. O caos vivido por Judá em seus últimos dias antes do cativeiro pode ser percebido em nosso cotidiano também. O mundo atual passa por momentos onde a iniquidade tem se multiplicado e as consequências têm sido cada vez mais desastrosas: A destruição da família e a condenação do padrão de vida santificada; a violência urbana tem revelado uma crueldade impressionante; a corrupção atingiu nos últimos anos índices jamais vistos na história da humanidade: as multidões (de todas as idades) que moram nas ruas mendigando e sendo desamparadas se amplia a cada dia, a fome tem atingido uma parcela cada vez maior da população; a prostituição e outras formas veladas de mercantilização dos corpos levando à objetificação dos seres humanos: a justiça que não mais é a favor do justo, mas é destruída por leis frouxas e interpretações compradas; as doenças da alma levando um número crescente de pessoas ao suicídio, mutilação e crises psicossomáticas guerras e terrorismos em todos os continentes; além muitas outras realidades aqui não mencionadas. São prenúncios dos tempos descritos por Jesus em seu ministério na terra (Mt 24,6-8) apontando, possivelmente, para “o princípio das dores”. O Mestre apontava que ouviríamos falar de guerras e de rumores de guerras e veríamos fomes. pestes, terremotos, mas tudo isso ainda não seria o fim. 

3. É chegada a hora! Por anos, não só Habacuque, mas muitos outros foram alertando o povo quanto ao juízo de Deus por suas más escolhas. Um nítido exemplo encontramos em Jeremias, que gastou sua vida chamando o povo ao arrependimento e sendo castigado paulatinamente por isso. Para Habacuque, não havia mais nada a fazer além de questionar a Deus em prol dos justos, que sofrem também as consequências do juízo dos maus. O profeta clamava movido pelo amor a Deus, pelo desejo ardente de restauração (mas não por mãos ímpias) e por sua dor ao ver os justos serem vítimas das mesmas atrocidades que seriam impostas aos iníquos.  Pense! A iniquidade é uma infeliz realidade em nossos dias. Como você tem lidado com as ameaças diárias ocasionadas pelas influências do mundo?  Ponto Importante: O jovem cristão tem em seu cotidiano contato com injustiças. Porém, é preciso ter a clareza de que devemos sempre fazer a diferença e promover o bem, somos sal e luz!

II – O CASTIGO DE JUDÁ 

1. Bênção ou maldição. Moisés, ao final do Pentateuco, é usado por Deus para proferir ao povo três discursos impressionantes em conteúdo, em amplitude e em efeitos para a posteridade. Em um desses discursos há uma importante consideração. Vejamos: “Eis que hoje eu ponho diante de vós a bênção e a maldição a bênção, quando ouvirdes os mandamentos do SENHOR, VOSSO Deus, que hoje vos mando porém a maldição, se não ouvirdes os mandamentos do SENHOR VOSSO Deus, e vos desviardes do caminho que hoje vos ordenou)” (Dt 11.26-28). Essas palavras de Moisés demonstravam ao povo o quanto suas formas de lidar com os desafios diários seriam determinantes quanto ao futuro. A validade dessas palavras é tão real hoje quanto era nos dias de Moisés e Habacuque. Temos diante de nós a escolha: Benção ou maldição. Tudo dependerá da forma como conduzimos os nossos passos. Aquilo que semeamos também colheremos (Gl 6.7). Deus não é indiferente ao pecado e à injustiça, mas para todas as coisas há um tempo determinado. A aparente aceitação divina do que acontecia em Judá nos tempos de Jeremias e Habacuque não representava uma passividade, mas sim um período necessário até que o juízo fosse determinado e finalmente protagonizado pelos caldeus. 

2. O sofrimento dos justos. O profeta questionava com o coração apertado sobre o sofrimento dos justos, mas também compreendia o destino impiedoso que se desenhava sobre os seus com patriotas que se lançaram a uma vida de iniquidades “Por que os babilônios”? Esta indagação queimava o coração de Habacuque. O fato desse povo ser ímpio e praticante das mais terríveis abominações não ajudava na digestão de tão triste realidade, muito pelo contrário. Deus estava empregando um povo ainda mais ímpio e pecador para trazer juízo ao seu povo O Senhor deixará bem claro que, também no tempo certo, os caldeus pagariam por suas atrocidades e iniquidades, porém nesse momento estariam sendo direcionados para serem os instrumentos de juízo sobre o povo de Judá. 

3. Pela fé. Um dos versículos mais conhecidos da Bíblia Sagrada define com precisão o que é “fe”: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hb 11.1). É a fé que nos dá sentido ao ato de orar, pois cremos que Deus nos ouve e nos fortalece em meio a nossa caminhada anunciando o Reino de Deus Pela fé vencemos os mais diversos desafios e nos enchemos de ousadia em meio ao caos, pois sabemos que o Pai conosco está. E foi a “fé” o elemento chave apresentado por Deus ao profeta: ”O justo, pela sua fé, viverá” (Hc 2.4). Pense! Bênção e maldição são partes de um discurso muito conhecido de Moisés. Deus nos permite escolher o que queremos para a nossa vida Façamos sempre a escolha certa. Ponto Importante: A fé é um dos segredos das vitórias dos crentes. Quando exercemos a nossa fé, enxergamos com mais nitidez qual é a vontade de Deus para nossas vidas! 

III – A ORAÇÃO DE HABACUQUE 

1. O homem que questionou Deus. Os profetas que escreveram livros na Bíblia dirigiram suas palavras a pessoas específicas ou ainda a todo um povo, porém com Habacuque foi diferente. O seu livro registra palavras que nos mostram um profundo diálogo entre o profeta e Deus.  Em toda a Bíblia Sagrada, é raríssimo encontrarmos personagens que recebem de Deus a autorização para questioná-lo abertamente: Moisés é um conhecido exemplo (Ex 33) intercedendo pelo povo que era teimoso. Outro caso muito conhecido se refere a Habacuque. No início do capítulo primeiro o profeta se entristece mediante a injustiça que impera no meio do seu povo e pergunta por que Deus não intervém: “Até quando SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei Violência! E não me salvarás?” (Hc 1.2). Já mais adiante, o questionamento é mais “cirúrgico” abordando a aparente passividade divina enquanto o ímpio destrói e humilha aquele que é justo (Hc 1.13). Mas, como pode o Senhor Soberano permitir que um homem o questione de forma tão direta? A resposta é simples e animadora: O questionamento de Habacuque assim com o de Moisés, foi originado em uma relação de profunda intimidade com Deus e protagonizado por alguém que buscava servir ao Senhor com inteireza de coração permitindo-se ser guiado em tudo pela direção divina.

2. O poder da intercessão. Quando alguém se permite chegar na dimensão de intimidade com Deus alcançada por Habacuque, o questionamento passa a ser envolto em uma prática de intercessão pelos justos. Nesse sentido, o questionamento não é movido pela simples discordância, mas sim por uma série de sentimentos e virtudes que conhecemos bem, e que seriam, séculos mais tarde, muito bem explanados pelo apóstolo Paulo: Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão. temperança. Almejamos com intensidade vivermos essas virtudes que integram o fruto do Espírito (Gl 5.22).  A intercessão é o ato de mediar em favor de alguém. Mediante essa prática, os intercessores também são alvos de bênçãos, veja: Aprofunda nossa intimidade com Deus (Sl 63.1-11), amplia a visão espiritual (Dn 9.20-23): intensifica a unidade e promove a bênção,

3. Um coração cheio de esperança. A sensibilidade de Habacuque nos impressiona. Se atentarmos para duas unidades temáticas, os primeiros dois capítulos e o último, perceberemos uma marcante diferença entre elas. Num primeiro momento, o profeta exprime um sofrimento devastador, a ponto de questionar Deus e chorar pelos justos que sofrem no cativeiro. Mas, algo acontece. O Pai responde e revela um grande segredo para a caminhada triunfante do crente: A fé (Hc 2.4). Habacuque, agora com essa mensagem bem gravada em sua mente, via o invisível (Hb 11.27) e estava pronto para um novo tempo de esperança. Ao início do terceiro capítulo as palavras são de esperança e paz. Alegremo-nos no Senhor, exultemos no Deus da nossa salvação (Hc 3.17-19).  Pense! Que possamos ter em nossos corações a mesma convicção da ação de Deus revelada por Habacuque no final do seu livro. Tenha sempre esperança em Deus!  Ponto Importante: O diferencial no questionamento de Habacuque a Deus estava no grau de intimidade que ele tinha com o Pai e também no sentimento que repousava em seu coração. 

CONCLUSÃO

A intercessão tem um grande valor e Deus inclina-se para ouvir quem clama. Na intercessão as portas são abertas, a sede é saciada, o milagre acontece e, tanto quem intercede quanto aquele que é contemplado pela intercessão são abençoados pelo Senhor. Foi através da intercessão que o profeta presenciou o caos se transformar em esperança. Intercedendo, Habacuque sentiu o medo se transformar em paz diante do Deus que promove nos seus filhos a certeza da salvação. Regozijemo-nos nEle. 

 

Postado por: Pr. Ademilson Braga

Fonte: Editora CPAD

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