E.B.D
Fé para crer que Deus não criou o mal

EBD – Jovens – EDIÇÃO: 150 – 4º Trimestre – Ano: 2023 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 08 – 19 de novembro de 2023
TEXTO PRINCIPAL
“Porque o SENHOR é bom, e eterno, a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração a geração.” (Sl 100.5)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Ne 6.2
Pessoas más intentam fazer o mal
Terça-feira – Jó 15.34-35
O ajuntamento dos hipócritas
Quarta-feira – Sl 10.17
A boca do homem mau
Quinta-feira – Pv 4.14
Não ande pelo caminho dos maus
Sexta-feira – Pv 24.1
Não tenhas inveja do homem maligno
Sábado – Pv 24.8
Mestre dos maus intentos
TEXTO BÍBLICO
Salmos 34.12-22
12 Quem é o homem que deseja a vida, que quer largos dias para ver o bem?
13 Guarda a tua língua do mal e os teus lábios, de falarem enganosamente.
14 Aparta-te do mal e faze o bem; procura a paz e segue-a.
15 Os olhos do SENHOR estão sobre os justos; e os seus ouvidos, atentos ao seu clamor.
16 A face do SENHOR está contra os que fazem o mal, para desarraigar da terra a memória deles.
17 Os justos clamam, e o SENHOR os ouve e os livra de todas as suas angústias.
18 Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os contritos de espírito.
19 Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.
20 Ele lhe guarda todos os seus ossos; nem sequer um deles se quebra.
21 A malícia matará o ímpio, e os que aborrecem o justo serão punidos.
22 O SENHOR resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nele confiam será condenado.
INTRODUÇÃO
Para alguns filósofos, teólogos e religiosos, a questão do mal é motivo de muita discussão. Para muitos, um dos grandes problemas relacionados à fé cristã está em conciliar a presença do mal e do sofrimento com a bondade e a perfeição de Deus. Eles acreditam que não existe uma definição precisa do que seja o mal, assim como não há uma definição para o que é bem. O mal e o bem dependem dos valores e crenças de cada pessoa. Será essa afirmativa verdadeira? É o que veremos na lição deste domingo.
I – O MAL MORAL E FÍSICO
- De acordo com a Bíblia.A Palavra de Deus afirma que Deus é bom e que Ele criou o homem e o mundo perfeito (Gn 1.31). O mal, tanto o físico quanto o moral, teve seu início na Queda, narrada no terceiro capítulo do livro de Gênesis. Todo o mal que vemos hoje é uma consequência do pecado de Adão e Eva (Gn 3.16-19). Separada de Deus pelo pecado, a humanidade ficou em um estado de sofrimento e vergonha. Ao desobedecer deliberadamente a Deus, o ser humano ficou preso ao pecado e as suas nocivas consequências. Todo o pecado é contra Deus e a sua vontade e, portanto, jamais pode vir dEle. A decisão de Adão e Eva envolvia uma escolha pessoal acerca do mal e do bem. O primeiro casal era livre para tomar suas decisões, entretanto, o Deus bondoso já havia alertado para o perigo da desobediência ao afirmar: “da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás” (Gn 2.17).
- De acordo com a filosofia.Antes de falar a respeito do mal, observe o que o filósofo Aristóteles entendia como bem: “é aquilo que todos os seres aspiram; o bem é desejável quando ele interessa a um indivíduo isolado, mas seu caráter é mais belo e mais divino quando se aplica a um povo e a Estados inteiros,” Para alguns filósofos escolásticos (um método ocidental de pensamento crítico, com origem nas escolas monásticas cristãs, que concilia a fé cristã com um sistema de pensamento racional especialmente o da filosofia grega) o bem designa o Ser que possui a perfeição absoluta: Deus. Enquanto no conceito da ética, o bem designa aquilo que é conforme às normas da moral. O mal, por sua vez, vai designar, em um sentido geral, tudo o que venha a ser negativo, nocivo ou prejudicial a outra pessoa.
- De acordo com a ética secular e cristã. A ética secular está fundamentada em valores materialistas e relativistas, onde o bem e o mal dependem do ponto de vista de cada pessoa. Já a ética cristã tem como fundamento as Escrituras Sagradas e seu objetivo é aperfeiçoar a nossa vida de comunhão com Deus e o nosso testemunho cristão perante a sociedade na qual estamos inseridos. Ela mostra que o Deus Trino é santo e imutável e criou tudo perfeito. A ética cristã trata das três esferas principais do homem: a moral, a social e espiritual. Os israelitas caíram no deserto por não observarem a lei moral que havia sido outorgada pelo Senhor.
Não podemos deixar de lado estes fatos bíblicos, pois nos revelam o perigo de não vivermos o ideal ético do Reino de Deus instituído por Jesus Cristo (1 Co 10.5). A corrupção moral tem causado terríveis consequências para toda a sociedade. Não podemos nos conformar com o pensamento deste mundo (Rm 12.1). É preciso dizer “não” ao hedonismo, ao relativismo ético e a tudo que nos leva a pecar e assim nos afastar de Deus. Somos o “sal da terra” e a “luz do mundo” deste século, vivamos como tal (Mt 5-13.14).
II – DEUS E O MAL
- Deus é mau?Não! Ele é bom, santo, justo e tem todo o poder: “Eu formo a luz e crio as trevas: faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas (Is 457)” Muitos têm se utilizado erroneamente desse texto do profeta Isaías para afirmar que o mal e o bem procedem de Deus. Sabemos que o caráter de Deus é benigno: “bom e reto é o SENHOR; pelo que aponta o caminho aos pecadores” (SI25.8). O Senhor é bom e sabemos que existe a lei da semeadura e da colheita, ou seja, este princípio afirma que a humanidade colhe o que planta.
É a lei da causa e do efeito, Elifaz, um dos amigos de Jó, faz uso desse princípio ao afirmar: “Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo” (Jó 4.8). Encontramos tal princípio no livro de Salmos, onde os salmistas, em vários poemas, afirmavam que Deus é bom e justo, por isso, Ele recompensa os bons e pune os maus (Sl 1.6). No Novo Testamento também encontramos tal princípio no texto de I Pedro 3.12. - Deus é um ser em equilíbrio? Há também aqueles que utilizam o texto de Isaías citado acima para afirmar que Deus é um ser em “equilíbrio”; Ele é tanto bom como mau. No entanto, sabemos que o Deus verdadeiro não é um conjunto de forças opostas. Ele é perfeitamente bom, e não contém nada de mau, conforme nos diz o apóstolo João: “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (I Jo 1.5).
- Deus não criou o mal moral.Deus não criou o mal no sentido moral. As Escrituras Sagradas afirmam que: “Porque tu não és Deus que tenha prazer na iniquidade, nem contigo habitará o mal” (Sl 5.4,5), Deus não tenta ninguém, pois segundo o profeta Isaías Ele é “Santo, Santo, Santo” (Is 6.3). A palavra “mal” em Isaías 45.7 se origina de uma palavra que pode ter vários sentidos. Neste contexto e em outros onde Deus faz ou traz o mal, a palavra significa “calamidade” ou “punição”, sendo o oposto de paz. Deus usaria Ciro para “abater as nações” (Is 45.1).
Já no versículo 8, Deus promete salvação (paz) e justiça (punição ou mal). Outros trechos usam a mesma linguagem. Os males que Deus ameaçou trazer sobre Judá em II Reis 22.16 foram punições pelo pecado. Tal verdade revela justiça e não maldade. Deus não é o criador do mal moral, entretanto como um Deus santo, Ele traz juízo ao pecador (Rm 3.23).
III – O CRISTÃO E O SOFRIMENTO
- O problema do sofrimento.Vivemos em uma sociedade hedonista, onde as pessoas afirmam não ser plausível pensar que um Deus que é amoroso e bondoso permita o sofrimento. As Escrituras Sagradas não descartam o sofrimento, pois segundo o profeta Isaías, o Messias seria um homem de dores (Is 53). Vivemos na era da autoajuda, da confissão positiva, dos coach etc. Estes querem banir a dor e sofrimento da existência humana. Entretanto, se esquecem de que Jesus declarou: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo” (Jo 16.33).
Veja o que H. Dieterlen afirmou depois de meditar a respeito do sofrimento do justo: “tudo depende do modo por que se sofre. Mas Deus sempre tem um pensamento de amor nas tristezas que nos envia”. Sabemos que no final todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus e que nEle confiam (Rm 8.28). - O sofrimento. Lutero, em um debate no qual retomou os ensinamentos do apóstolo Paulo sobre a mensagem da cruz, afirmou que “Deus somente pode ser encontrado no sofrimento e na cruz”. Assim, cruz e sofrimento significam, em primeiro lugar, o que Cristo fez por nós, mas também o sofrimento do cristão. Para o cristão, Deus entende e conhece nossa dor e Ele não se ausenta de nós em meio às aflições. Não podemos nos esquecer de que o pecado sempre causará sofrimento para o homem, independente da sua crença religiosa; basta ver o que ocorreu com Adão e Eva logo após pecarem (Gn 3).
- Deus é maior que todo o sofrimento. Deus é soberano e maior do que toda dor que venhamos enfrentar. Ele nos ama e não nos abandona em meio ao nosso sofrimento. Jó foi provado pela dor, entretanto no fim de tudo viu o quanto o Senhor é poderoso (Jó 42.2). Eliú, um dos amigos de Jó, afirma que “Deus é grande, e nós o não compreendemos” (Jó 36.26). Em uma tentativa de explicar a grandeza e a majestade do Senhor, ele fala a respeito da ação de Deus nas quatro estações do ano. O Deus que controla as estações do ano é o mesmo que tem o controle das nossas vidas. Ele não erra. Confie no Senhor e você verá que assim como o verão, o outono, o inverno e a primavera são sazonais, assim são os momentos difíceis da vida.
CONCLUSÃO
Deus criou um mundo perfeito e bom. O mal e o sofrimento entraram no mundo como uma consequência da Queda. O Criador está sempre disposto a agir com generosidade para com a sua criação, entretanto o pecado cega o entendimento das pessoas e elas não conseguem crer que Ele é justo e não pode tolerar o pecado. O pecado é repugnante diante de Deus e merece a justa punição. Mas Deus é sempre bom; a bondade é um dos seus atributos.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD