E.B.D
Autenticidade diante das riquezas
EBD – Jovens – EDIÇÃO: 219 – 1º Trimestre – Ano: 2025 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 11 – 16 de março de 2025
TEXTO PRINCIPAL
“Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.” (I Tm 6.9)
LEITURA SEMANAL
Segunda-feira – Pv 11.4
As riquezas não livram da ira divina
Terça-feira – Pv 13.11
O trabalho é recompensado
Quarta-feira – Ec 5.10
Quem ama o dinheiro nunca está satisfeito
Quinta-feira – Lc 12.15
Guarde-se da avareza
Sexta-feira – Lc 16.13
É impossível servir a Deus e a Mamom
Sábado – Mt 6.21
Onde está o seu tesouro
TEXTO BÍBLICO
Tiago 5
1 Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteiai por vossas misérias, que sobre vós hão de vir.
2 As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas da traça.
3 O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias.
4 Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras e que por vós foi diminuído clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos Exércitos.
5 Deliciosamente, vivestes sobre a terra, e vos deleitastes, e cevastes o vosso coração, como num dia de matança.
6 Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu.
INTRODUÇÃO
No texto bíblico da lição deste domingo, encontramos uma advertência a respeito dos perigos da ganância e do mau uso dos recursos materiais. Veremos o perigo da avareza, a responsabilidade social dos ricos e a necessidade de misericórdia e bondade para com os pobres.
I. O PERIGO DA GANÂNCIA
1- Advertência aos ricos. No texto bíblico desta lição, vemos que Tiago faz uma exortação aos ricos. Ele exorta a respeito da insignificância das riquezas. Nascemos sem bem algum e vamos deixar esse mundo também sem eles. Por isso não devemos gastar toda a nossa energia e tempo somente acumulando tesouros nessa terra e não investindo no Reino de Deus. O dinheiro e as riquezas são bênçãos de Deus bem como testifica Salomão: “A bênção do SENHOR é que enriquece, e ele não acrescenta dores” (Pv 10.22). O problema é o amor ao dinheiro e quando ele toma o lugar de Deus em nossos corações. Aí sim surgem os problemas como, por exemplo, a injustiça social, a opressão, o suborno, o abuso de poder etc. O amor a Deus e ao próximo jamais pode ser substituído pelo amor ao dinheiro (I Tm 6.10). Quando isso ocorre, o homem passa a adorar e servir aos bens materiais e não a Deus.
2- Corrosão dos bens. Os versículos 2 e 3. do capítulo que estamos estudando revelam os sentimentos dos ricos nos quais Tiago estava exortando. Ele afirma: “As vossas riquezas estão apodrecidas” (v. 2).” Elas estavam dessa maneira porque foram acumuladas sem um propósito benevolente e ocupavam o primeiro lugar no coração daquelas pessoas. Na atualidade, muitos crentes não têm posses materiais, mas são ricos para com Deus, pois vivem uma vida santa, de obediência, amor ao Senhor e ao próximo. São pobres, mas possuem um grande tesouro no coração.
3- Testemunho contra si mesmo. Tiago enfatiza que a ferrugem dos bens acumulados será um testemunho contra os ricos egoístas “e consumirá a sua carne como fogo.” A condenação não é pela posse de riquezas em si, mas pelo uso egoísta e opressor desses recursos. O amor às riquezas produz infelicidade. No Dia do Senhor, do seu juízo, as riquezas não poderão livrar ninguém da ira de Deus.
II. A RESPONSABILIDADE SOCIAL DOS RICOS
1- Com os pobres. Tiago expõe as ações injustas de um grupo de ricos contra as pessoas indefesas, provavelmente lavradores pobres (v. 4). No tempo em que a Carta foi escrita, as pessoas pobres que não podiam pagar suas dívidas eram lançadas na prisão ou forçadas a vender suas posses. Às vezes eram também obrigadas a entregar os filhos, ou parentes, como escravos para o pagamento de dívidas. Sem recursos para realizar o pagamento de dívidas, os pobres chegavam a morrer de fome. Era uma situação muito cruel. Assim, o texto deixa claro que os atos de injustiça não serão esquecidos. Da mesma forma que o clamor do povo hebreu no Egito chegou aos ouvidos do Senhor, o clamor dos pobres continua a chegar aos ouvidos do Justo Juiz.
2- A responsabilidade com a simplicidade. Em vez de buscar uma vida simples, moderada, o versículo 5 descreve uma vida de luxo e futilidade dos ricos. Estes viviam de modo a não considerar as necessidades dos outros. eram egoístas, se preocupavam apenas com a exibição dos bens. Viviam de forma nababesca, negligenciando o sofrimento alheio. Não podemos utilizar os bens materiais, que recebemos do Senhor, de forma tola e egoísta, buscando somente os prazeres desse mundo.
3- A responsabilidade com os indefesos. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “acumular dinheiro às escondidas, explorar empregados e viver regaladamente são atitudes que não escaparão do olhar de Deus.” Essas pessoas a quem Tiago se refere, os pobres, eram pessoas indefesas, o que hoje chamamos de pessoas em condição de vulnerabilidade social. Deus é justo e nos ensina em sua Palavra o cuidado que devemos ter com os pobres, órfãos e viúvas (Dt 10.17.18; 27.19; Is 1.23: I Tm 5.3-7). Os ricos, a quem Tiago se refere, levavam os pobres aos tribunais devido às dívidas (Tg 2.6) e, ao que tudo indica, deixavam de lhes pagar o salário privando-os do sustento. Eles, indiretamente, estavam levando pessoas à morte e à escravidão.
III. A NECESSIDADE DE MISERICÓRDIA E BONDADE
1- Uso sábio dos recursos. Tiago ensina que os recursos devem ser usados com sabedoria para o bem comum e para a glória de Deus. Ele adverte contra o acúmulo de riquezas sem propósito e incentiva o bem-estar dos membros da igreja. Precisamos aprender a usar os nossos recursos positivamente, servindo a Igreja do Senhor e dando um bom testemunho aos que estão de fora. Jesus ensinou que onde está nosso tesouro, ali estará também nosso coração (Mt 6.21). Este princípio sugere que nossas prioridades e paixões são refletidas na maneira como usamos nossos bens. Investir em ações que promovam a justiça e a misericórdia não só beneficia os necessitados, mas também alinha nossos corações com os valores do Reino de Deus. A sabedoria na gestão dos recursos implica discernimento para identificar
oportunidades onde nossas contribuições podem causar maior impacto, promovendo equidade e sustentando aqueles em necessidade.
2- Ajudando os necessitados. A autêntica fé cristã também se manifesta na ajuda aos necessitados (Tg 1.27). A verdadeira religião deve ser demonstrada em ações que expressem a bondade de Deus. A ajuda aos necessitados é uma expressão concreta do amor cristão e um reflexo da compaixão divina. Quando direcionamos nossos recursos para aliviar o sofrimento dos menos favorecidos, estamos cumprindo um mandato bíblico e demonstrando uma fé viva e ativa. Os recursos podem ser usados de diferentes maneiras, como por exemplo: doar alimentos, oferecer abrigo e suporte financeiro, e envolver-se em iniciativas que busquem erradicar a pobreza e a injustiça. Além do suporte material, a ajuda aos necessitados também envolve a provisão de apoio emocional e espiritual. A prática da misericórdia exige uma disposição contínua para ouvir, compreender e agir em benefício daqueles que estão em situações de vulnerabilidade, como vemos na parábola do Bom Samaritano, ensinada por Jesus (Lc 10.25-37).
3- Promovendo a justiça social. A generosidade e a misericórdia são ferramentas para promover o caráter de Deus e cumprir o mandamento de amar o próximo como a nós mesmos (Mt 22.39). Você tem usado seus dons e talentos, bem como seus recursos financeiros, para servir a Deus, refletindo seu caráter e justiça? Seja inteligente e use sua vida e recursos para acumular tesouros nos céus, onde nada poderá roubá-los e a recompensa é justa e certa.
CONCLUSÃO
O texto bíblico estudado nos oferece uma visão clara e contundente sobre o uso responsável das riquezas. Deus não condena a posse de bens materiais, mas adverte severamente contra o uso egoísta desses recursos. Somos chamados a viver com autenticidade, usando nossas riquezas com sabedoria, ajudando os necessitados. A verdadeira riqueza, aos olhos de Deus, é medida não pela quantidade de bens acumulados, mas pelo impacto positivo que fazemos na vida dos outros por meio da misericórdia e da bondade. Que possamos ser fiéis administradores dos recursos que Deus nos confia, refletindo seu amor e justiça em todas as nossas ações.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora CPAD