Adultos - Betel
A segunda oração intercessora

EDIÇÃO:97 – 4º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: BETEL

LIÇÃO – 07 – 14 de novembro de 2021
TEXTO ÁUREO
“Orai sem cessar.” I Tessalonicenses 5.17
VERDADE APLICADA
Estudar, refletir e fazer orações com as Escrituras são hábitos que devemos cultivar para a nossa edificação e fortalecimento espiritual.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Efésios 3
1. Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
2. Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome,
3. Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;
4. Para que Cristo habite, pela fé, nos vossos corações, a fim de, estando arraigados e fundados em amor,
5. Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
6. E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Mt 6.9
A importância de orar.
Terça-feira – Rm 5.8
Cristo morreu por nós, pecadores.
Quarta-feira – II Co 3.18
Somos transformados pelo Espírito do Senhor.
Quinta-feira – II Co 4.16
O homem interior se renova de dia em dia.
Sexta-feira – Gl 5.22-23
O fruto do Espírito.
Sábado – Fp 4.19
Deus supre as nossas necessidades em glória.
INTRODUÇÃO
Na primeira oração Paulo intercedeu pelos efésios, para que fossem iluminados pelo Espírito para uma revelação e conhecimento mais pleno de Deus. Agora faz uma oração para que se apropriem dessas riquezas.
I – O MODELO IDEAL PARA ACHEGAR-SE A DEUS
A oração é um dos grandes privilégios que o Bom Deus tem concedido ao ser humano: podemos nos aproximar e falar com Ele por intermédio de Jesus Cristo. Neste contexto, Paulo está orando pelo fortalecimento dos crentes.
1. O motivo da oração pelos efésios. O teólogo e pastor John Stott afirmou que o prelúdio indispensável a toda petição é a revelação da vontade de Deus. A revelação do mistério deixou Paulo em êxtase, pois a posição na qual os salvos em Cristo foram colocados nesta dispensação é muito poderosa. O motivo de sua oração é que os crentes compreendam essa riqueza, por isso pede para que recebam fortalecimento e poder homem interior pelo preenchimento do Espírito Santo (Ef 3.16). Quando Paulo fala do homem interior, se refere à natureza moral que precisa ser transformada pelo poder do Espírito Santo para que a plenitude de Cristo possa habitar (II Co 4.16).
2. A atitude da oração. A postura mais comum usada pelos judeus para achegarem-se a Deus em oração é de pé com as mãos estendidas e as palmas para cima. A Bíblia, porém, não sacraliza a postura física com que devemos orar. Temos exemplos de pessoas orando em pé, assentadas, ajoelhadas, andando e até mesmo deitadas (Sl 95.6; Mc 11.24; Lc 18.11, 13; 22.41; At 7.60; 9.40). A postura tomada por Paulo vai além dos joelhos dobrados (Ef 3.14). Sua oração é tão intensa que se prostra diante de Deus numa súplica extrema e angustiosa. Outra coisa que devemos destacar é a forma como ele se dirige a Deus. Ele o chama de “Pai”. Essa expressão descreve a mais estreita relação de amor, comunhão e preocupação.
3. O alvo da oração. Existe uma unidade poderosa entre as três pessoas da Trindade no momento em que nos dirigimos ao Pai em oração. Quando oramos a Deus, devemos nos dirigir ao Pai em nome de Jesus Cristo. Nesse momento o Espírito Santo atua intercedendo por nós diante do Pai, mesmo quando não sabemos pedir como convém (Mt 6.9; Rm 8.26). Não existe nada escrito que assinale uma forma de orar, não existem formas mecânicas para se achegar a Deus. Orar é falar com Deus, e quanto mais sincero for o diálogo, mais agradáveis seremos à vista de nosso Pai (Ef 3.14).
II – A ORAÇÃO POR UMA VIDA DE PLENITUDE
A oração feita por Paulo é crescente e agora passa do fortalecimento à plenitude. Referindo-se a tudo que é completo, total e absoluto.
1. A fonte de toda plenitude. De acordo com o Dicionário da Bíblia de Estudo Almeida, a palavra “plenitude” fala de abundância, presença completa, estatura completa, e tempo certo de Deus agir, libertando as pessoas do peso da lei e da escravidão do pecado. Paulo nos afirma que essa plenitude vem de Deus, Ele é a fonte de onde tudo se origina (Ef 1.7, 18). Nessa epístola ele usa várias vezes a palavra “riquezas”, indicando que Deus é ilimitado, abundante e infindável. Deus é pleno em glória, em majestade e autoridade. Toda a glória pertence a Ele, e somente Ele pode compartilhar dessas riquezas com Suas criaturas (Rm 9.23; Fp 4.19; Cl 2.2).
2. As riquezas do poder celestial em Cristo. O princípio da oração de Paulo é para que os cristãos conheçam essas riquezas da glória de Cristo e sejam “corroborados” com poder pelo seu Espírito no homem interior (Ef 3.16). É necessário enfatizar aqui que Paulo está orando por pessoas que já estavam em um nível elevado diante de Deus (Ef 1.15). Ele estava alegre e grato a Deus por aqueles discípulos, porém continuava orando para que fossem fortalecidos com poder pelo Espírito Santo. Paulo sabia que a conversão/novo nascimento é apenas o começo da vida cristã, apenas a passagem pelo portão do palácio. Jesus não nos salvou apenas para nos libertar do julgamento. Ele quer que conheçamos as infinitas riquezas do Seu Reino (Ef 1.3).
3. A habitação de Cristo no coração. A palavra que Paulo usa para o habitar de Cristo em nossos corações é a palavra grega “katoikein”, que se aplica a uma residência permanente, em oposição a uma residência temporal. O fortalecimento do homem interior acontece quando Cristo faz dele sua residência permanente (Ef 3.17). O resultado dessa habitação é a capacitação para experimentar o fluir de Cristo através de nossas vidas, numa experiência sempre crescente (Jo 14.12; Ef 3.18). Cristo não invade nossa vida, espera que respondamos positivamente ao Seu agir e O recebamos em nós. Quando Ele habita em nós, a vida é sempre contagiante.
III – O AMOR DE CRISTO
A oração se intensifica e Paulo destaca o alicerce fundamental para que Cristo possa habitar em nós e possamos frutificar: o amor de Cristo.
1. Fortalecidos no amor de Cristo. Ao pedir fortalecimento, Paulo revela que seu desejo era que Cristo controlasse e fortalecesse seus leitores para o amor (Ef 3.17). Para expressar a qualidade do amor que ansiava que florescesse, ele junta duas metáforas, uma botânica e outra arquitetônica: “Arraigados e alicerçados”. Ele os compara a uma árvore bem arraigada e a uma casa bem edificada (Sl 1.1-3; Mt 7.24). Sua oração é para que esses cristãos busquem alcançar “raízes e alicerces profundos”. Nos dois casos, a causa invisível da estabilidade é o amor. O amor há de ser o solo em que a vida deles deverá ser plantada; e também há de ser o fundamento em que a vida deles será edificada.
2. As dimensões do infinito amor de Cristo. Paulo diz que, estando arraigados e fundamentados em amor, poderemos compreender as poderosas dimensões desse mistério. O amor de Deus tem largura; essa largura pode ser vista por todos os relatos contidos nos evangelhos. O amor de Deus tem comprimento, ele continua para todo o sempre, e como tem altura, ele conduz o espírito das pessoas para o alto até a própria presença de Deus. Mas a beleza desse amor se revela também em sua profundidade, pois ela encontra todos, até mesmo os que se encontram na mais terrível miséria e depressão.
3. O amor de Cristo excede todo entendimento. O amor de Cristo excede o entendimento humano porque palavras não podem defini-lo ou explicá-lo. Porém, mesmo sem saber como discerni-lo, ele não é um amor impossível. Através da experiência vivida, nós podemos senti-lo de maneira multiforme. É um amor que, na prática, pode ser provado no coração daqueles que são salvos (II Co 5.17; Ef 3.19). Não existe ser humano algum que esteja excluído do amor de Cristo. É um amor que ultrapassa o conhecimento; um amor que, uma vez aceito, enche o homem com nada menos que a vida do próprio Deus.
CONCLUSÃO
O segredo para se encher de toda a plenitude de Deus principia com o amor. Firmemos nossas raízes e alicerces nesse amor que, mesmo sendo inexplicável, pode ser alcançado (Ef 3.19).
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel