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A Despedida de um Líder
INTRODUÇÃO
Aqui temos o derradeiro discurso do servo do Senhor sobre a lealdade a Deus. Josué aproveitou a ocasião solene para trazer à memória dos israelitas tudo o que Deus havia feito por eles. A partir daquele momento, Israel seria desafiado a decidir que caminho seguir. Estariam dispostos a servir ao Senhor com fidelidade? Ou ainda seriam influenciados pelos deuses dos amorreus?
Nesta lição, nos deteremos nas últimas palavras deste homem que fora integralmente leal ao seu povo, e ao Deus do seu povo.
JOSUÉ FAZ O POVO RECORDAR A FIDELIDADE DE DEUS
Uma retrospectiva histórica (vv.1-13). Josué mais uma vez reuniu o povo em Siquém a fim de fazer uma retrospectiva da história da nação israelita. A partir de Abraão, Josué lembrou aos filhos de Israel que foi o Senhor quem chamara o patriarca em Ur dos caldeus, prometendo-lhe a paternidade de uma grande nação. O Todo-Poderoso planejou estabelecer, a partir de um homem, uma nação que fosse o modelo de sua justiça e santidade. Israel deveria ser esta nação, e para isso precisava conhecer muito bem suas origens, e recordar os grandes eventos e os muitos livramentos que obtivera sob os cuidados do Senhor.
O Eterno participara ativamente da vida do seu povo. Ele esteve presente nos momentos mais difíceis, quando os israelitas foram derrotados diante de seus inimigos (Js 7.8,9), mas também nas ocasiões alegres, quando obtiveram vitória (Nm 23.11,20). O Senhor está presente em todos os momentos da nossa caminhada. Ele jamais nos abandona (Is 49.15).
A fidelidade de Deus (vv. 6-10). Josué aproveitou a oportunidade para relembrar aos israelitas de que foi o Senhor que os livrara de seus inimigos (v.11). Eles tinham de reconhecer a fidelidade de Deus para com seu povo (Sl 145.13; Is 41.10; II Co 1.18; Ap 19.11). Sem a presença divina jamais teriam sucesso. A nação precisava continuar confiando em Deus para seguir avante, prosperar e obter mais vitórias. Você tem confiado inteiramente no Senhor? Segundo Charles Stanley, “quanto mais nos dispomos a confiar, mais provas de confiança Ele nós dá”.
A RENOVAÇÃO DO CONCERTO
“Escolhei hoje” (vv. 14,15). Os israelitas precisavam tomar uma decisão: obedecer ao Senhor do Universo ou adorar os ídolos locais feitos por mãos humanas. Era uma escolha pessoal. Você também pode escolher. Será Deus o Senhor da sua vida ou outro substituto qualquer? A quem você será leal? Josué queria saber se os israelitas seriam leais ao Senhor, por isso deixa claro que não havia lugar para a indecisão: “escolhei hoje” (v. 15). Não se pode servir a dois senhores (Mt 6.24). Como servos de Deus, também precisamos decidir: seguir a Cristo fielmente ou ao mundo. Josué, juntamente com sua família, fizera a melhor escolha: ….. eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (v. 15). Muitos eram os méritos do Altíssimo, logo Josué concluiu que nenhuma pessoa, com um mínimo de tino, deixaria de fazer a escolha certa. Deixar de servir e amar ao Senhor resultará depois em julgamento e destruição (v.20; 23.11-13).
Um compromisso solene. Diante do desafio de Josué o povo respondeu: “Nunca nos aconteça que deixemos o Senhor para servirmos a outros deuses” (v.16). Os israelitas fizeram uma pública “profissão de fé”. Como crentes também temos a necessidade de fazer a nossa confissão (Hb 3.1; 4.14; 10.23). Vez por outra precisamos reafirmar nossa decisão de permanecer na fé e em obediência a Deus. A reafirmação de decisões justas, feitas pelo crente, inclui temer ao Senhor, ser leal à verdade, obedecer com sinceridade e renunciar ao pecado e todos os prazeres a ele associados (vv.14-16).
Deus nos libertou. Os israelitas reconheceram que fora o Senhor quem realizara maravilhas em seu favor (v.17). Deus os havia libertado da servidão do Egito. Da mesma forma, precisamos, como crentes em Cristo, reconhecer que foi o Senhor que nos libertou do cativeiro do pecado e da condenação eterna (Ef 2.6; 4.8). Deus é a nossa vitória, por excelência (I Co 15.57; Pv 21.31). Em seu discurso, Josué fez duas sérias advertências aos filhos de Israel: (1) Deveriam lançar fora os deuses estranhos (v.23). (2) Não poderiam quebrar, em momento algum, o pacto feito com o Senhor, pois as consequências seriam desastrosas: “Se deixardes o Senhor e servirdes a deuses estranhos, então, se tornará, e vos fará mal .. ” (v.20). Sabemos que eles não cumpriram com a promessa, pois o povo só seguiu a Deus durante a liderança de Josué. Por três vezes o povo declarou: “Serviremos ao Senhor nosso Deus… ” (v. 24).
UM MEMORIAL LEVANTADO
A pedra do testemunho.Josué fez daquela reunião pública uma ocasião solene. Ele “pôs por estatuto e direito… escreveu estas palavras no livro da Lei de Deus; e tomou uma grande pedra e a erigiu ali” (vv:25,26). Sua intenção era fazer com que o povo jamais se esquecesse do pacto firmado com o Senhor. “Esta pedra nos será por testemunho” (v.27). Em o Novo Testamento, os crentes são chamados de “pedras vivas”, erguidas por e em união a Cristo, a preciosa pedra angular (I Pe 2.4-6; Ef 2.19-22; I Co 3.9-16). Josué também registrou o pacto por escrito. Ele não queria que nenhuma só palavra caísse no esquecimento. Depois de erguer o memorial, o servo do Deus despediu o povo, cada um para sua herdade (v.28). Era hora de desfrutarem da herança que Deus lhes prometera.
A despedida de um líder (vv.29,30). Chegou o momento de Josué, um exemplo de homem de Deus, encerrar sua carreira. Ele iniciou seu ministério como “servo de Moisés” (1.1) e concluiu sua obra como “servo de Deus” (v.29). Nos dias atuais, poucos são os que aspiram à posição de servos. Se você deseja obter uma liderança forte e abençoada como a de Josué, siga atentamente seus passos – seja primeiramente servo. Esteja atento e pronto para realizar qualquer trabalho que Deus tenha para você. Faça a obra de Deus com humildade, compromisso e alegria: “Servi ao Senhor com alegria e apresentai-vos a ele com canto” (Sl 100.2). Jesus não veio ao mundo para ser servido, e sim, para servir e entregar sua vida pelos outros (Mt 20.26-28).
CONCLUSÃO
Josué foi fiel ao chamado de Deus. Ajudou os israelitas a tomarem posse da Terra Prometida, orientando-os pacientemente à obediência e ao cumprimento de todos os desígnios divinos. Esse leal servo do Senhor combateu o bom combate, guardou a fé, e, aos 110 anos, encerrou seu abençoado ministério.
Postado por: Pb. Ademilson Braga