Adultos - Betel
A chamada do profeta Ezequiel
EDIÇÃO: 104 – 1º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 01 – 02 de janeiro de 2022
TEXTO ÁUREO
“E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.” Ezequiel 2.1
VERDADE APLICADA
Ainda hoje Deus tem chamado e capacitado pessoas para que proclamem Sua Palavra com ousadia, fidelidade e amor.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Ezequiel 2
- E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e falarei contigo.
- Então entrou em mim o Espírito, quando falava comigo, e me pôs em pé, e ouvi o que me falava.
- E disse-me: Filho do homem, eu te envio aos filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais prevaricaram contra mim, até este mesmo dia.
- E os filhos são de semblante duro e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Jeová.
- E eles, quer ouçam quer deixem de ouvir (porque eles são casa rebelde), hão de saber que esteve no meio deles um profeta.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – I Sm 16.7
Deus não vê como vê o homem.
Terça-feira – Jr 33.6-16
Deus nunca se esquece dos fiéis.
Quarta-feira – Ez 11.17-20
A promessa de um novo coração.
Quinta-feira – Jo 2.4
É preciso submeter-se ao momento de Deus.
Sexta-feira – At 14.17
É preciso submeter-se ao momento de Deus.
Sábado – I Co 1.27-29
Deus usa quem Ele quer.
INTRODUÇÃO
Ezequiel profetizou para os exilados na Babilônia. O profeta explicou as razões dos severos juízos divinos contra Judá, mas também transmitiu uma mensagem de esperança quanto ao futuro deles como nação.
I – CONTEXTO HISTÓRICO
Quando Ezequiel começou a profetizar, ele habitava entre os cativos na Babilônia, para onde fora levado em 597 a.C. O cativeiro babilônico de Judá durou aproximadamente setenta anos (cerca de 605 a 539 a.C.). No quinto ano do cativeiro do rei Joaquim, veio a Palavra do Senhor a Ezequiel – cujo nome significa “Deus fortalece” (Ez 1.2-3). Contemporâneo de Daniel e Jeremias, Ezequiel era filho de um sacerdote, chamado Buzi, e profetizou por cerca de vinte e dois anos (593 a 571 a.C.).
- Longe da terra natal. Ao receber a chamada, o profeta Ezequiel estava longe da sua terra natal. Começou a viver em outra cultura, viver sob pressão, viver com outra alimentação, mas também passou a sonhar em meio ao cativeiro (Sl 137). Muitos dos que vivem em terras estranhas gostariam de voltar à sua terra natal. É um sonho voltar do exílio, da escravidão, ou sair de uma coisa que nos prende em um lugar que não sentimos alegria (Sl 126.1-2).
- Exigências feitas por Deus ao profeta Ezequiel.
1) A chamada implicava em se pôr de pé, se dispor, sair da acomodação e da inércia (Ez 2.1);
2) Depois do chamado, é preciso falar em nome do Senhor (Ez 2.4);
3) Depois de assumir a chamada, é preciso falar, quer ouçam, quer deixem de ouvir (Ez 2.5);
4) Depois de receber a chamada, é preciso se destacar no meio em que vive, porque o povo tem de saber que ele é profeta (Ez 2.5);
5) Depois de receber a chamada, é preciso se impregnar da Palavra, dar comida em forma de rolo ao ventre, para depois oferecer aos outros. Quem não tem para si mesmo não pode oferecer aos demais (Ez 3.1);
6) Para receber a chamada, não pode temer o povo, nem as palavras que saem deles (Ez 2.6);
7) Quem recebe a chamada não pode se assustar com sarças, espinhos e escorpiões (Ez 2.6);
8) Quem recebe a chamada precisa saber que vai enfrentar conspiração de pessoas que não querem ouvir as verdades de Deus e serem confrontadas (Ez 2.4-6). - Deus nunca se esquece dos fiéis. Devido ao pecado, Deus ordenou e permitiu que Jerusalém fosse destruída. Os pecados eram: idolatria, apostasia, mistura com outros povos, falsos pastores e falsos profetas. Mas ainda havia esperança, Deus prometera restaurar a terra por amor aos que permanecessem fiéis a Ele. O Senhor nunca se esquece daqueles que fielmente procuram lhe obedecer (Jr 33.6-16).
II – A INCUMBÊNCIA DO PROFETA EZEQUIEL
A missão do profeta dada por Deus era conscientizar o povo da razão do cativeiro; explicar a queda de Jerusalém; promover a volta do povo exilado a Deus e construir esperança concernente à promessa de Deus de restaurar o Seu povo. O profeta também ressaltava a responsabilidade pessoal de cada indivíduo perante Deus, em vez de restringir a culpa aos antepassados e aos seus pecados como única causa do exílio e julgamento de Deus.
- Deus usa quem Ele quer. O Senhor usa os pequenos para confundir os grandes (I Co 1.27-29). Deus não vê como vê o homem, porque o homem vê o que está diante dos olhos; o Senhor, porém, olha para o coração (I Sm 16.7). Ele se responsabiliza em capacitar os que Ele chama. Toda a nossa capacidade vem de Deus (II Co 3.5). Portanto, não devemos nos gloriar de nossos feitos, porque tudo provém dEle e vai para Ele, porque dEle são todas as coisas (Rm 11.36).
- Deus usa onde Ele quer. Como anunciado em Listra, Deus “não se deixou a si mesmo sem testemunho” (At 14.17). Assim também ocorreu para com o povo de Israel ao longo da história bíblica: seja na Jerusalém cercada pelo exército do rei da Babilônia (Jr 32.1-2); seja diante do rei na Babilônia (Dn 1.18-21); seja no meio dos cativos (Ez 1.1). Deus é soberano e levanta pessoas que proclamem Sua mensagem seja no lugar que for. Bem-aventurados aqueles que estão atentos à Palavra de Deus e a recebem, pois ela faz a diferença ao vivenciarmos diferentes momentos na vida e nos mais diversos ambientes, porque é luz, lâmpada, referencial, sustento, entre tantas outras qualidades.
- Deus usa na hora que Ele quer. A Bíblia registra o chamado de Deus ou a pessoa sendo usada pelo Senhor em diversos momentos. Não é possível ao ser humano estabelecer um momento mais adequado para Deus usar uma pessoa ou realizar uma obra. O profeta Eliseu, em uma determinada ocasião, disse que Deus não lhe havia revelado algo sobre a situação da sunamita (II Rs 4.27). Habacuque ficou à espera da resposta de Deus (Hc 2.1). É fundamental nos submetermos ao momento de Deus (Jo 2.4; 11.6). Permanecer confiando no Senhor, crendo que Ele é poderoso e Seu agir é perfeito e esperar nEle, sempre é a melhor solução.
III – UM PROFETA COM VOCAÇÃO VISIONÁRIA
A experiência visionária era uma marca natural e reconhecida do profeta Ezequiel. A Palavra de Deus vinha e se impregnava dentro do seu ser por meio de visões, tão claras, e vários símbolos, que eram descortinados pela interpretação dada pelo Senhor (Ez 1.1).
- A visão do rolo de um livro. O rolo que o profeta recebera continha palavras do Senhor e ele tinha a responsabilidade de entregá-la. Palavras de lamentação e tristeza dominaram a mensagem (Ez 2.9-10), porque julgamentos severos seriam executados contra os que praticavam a idolatria, o adultério e a apostasia (Ez 3.1-4). Comer o rolo simbolizava que o profeta Ezequiel precisava receber primeiro a mensagem de Deus e se comprometer antes de anunciá-la ao povo. Só quem come o rolo (que é a própria Palavra de Deus) está preparado para toda boa obra. Ninguém pode dar aquilo que não tem, nem distribuir o que não recebeu. Não é sensato nem honesto oferecer aos outros aquilo que não tem.
- A visão dos querubins. Os querubins são seres angelicais associados à manifestação da santidade e da glória de Deus (Ez 1.4-13; 10.1-4). Os seres angelicais têm acesso à presença de Deus e são mencionados na Palavra como anjos guardadores. Eles guardavam o Jardim do Éden depois da queda do homem (Gn 3.22-24). Sobre a arca da aliança estavam os querubins de ouro (Êx 25.18-22). Nessa visão de Ezequiel, os querubins que apareciam como brasas de fogo ardente anunciavam aos exilados a glória e a santidade de Deus.
- A visão de juízo e restauração. Após a visão dos querubins, segue o registro de Ezequiel tendo a visão do Templo do Senhor e recebe a revelação acerca do juízo divino, cuidado de Deus com os cativos e uma mensagem de restauração (Ez 11.1, 8-9, 16, 17-25). Esta mensagem também está presente no ministério profético de Jeremias, contemporâneo de Ezequiel: a manifestação do juízo divino não significa que Deus deixou de amar o Seu povo (Jr 23-24).
CONCLUSÃO
Os exilados na Babilônia ouviram e tomaram conhecimento da verdade através do profeta Ezequiel. Ele não deixou o povo sem explicações, nem sem a direção divina. A fidelidade de Deus não deixa o juízo acontecer sem dar primeiro uma oportunidade de arrependimento ao Seu povo.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel