Adultos - CPAD
O Senhor está ali
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 557 – 4º Trimestre – Ano: 2022 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 13 – 25 de dezembro de 2022
TEXTO ÁUREO
“Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar.” (Is 11.9)
VERDADE PRÁTICA
O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó governa soberanamente o seu povo. Ele está no meio do seu povo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Gn 49.1,2
Jacó abençoa e anuncia o destino dos seus filhos
Terça-feira – Ap 21.12-14
As portas são nomeadas em homenagem às doze tribos de Israel
Quarta-feira – Is 2.2-4
Jerusalém será a sede do governo de Cristo no Milênio
Quinta-feira – Is 60.1
A glória de Deus sobre Jerusalém
Sexta-feira – Ez 3.5
Jerusalém é o centro da terra no meio das nações
Sábado – Ap 21.3
A nossa cidade está nos céus, no mundo vindouro
LEITURA BÍBLICA
Ezequiel 48
30 – E estas são as saídas da cidade, desde a banda do norte: quatro mil e quinhentas medidas.
31 – E as portas da cidade serão conforme os nomes das tribos de Israel: três portas para o norte: a porta de Rúben, uma, a porta de Judá, outra, a porta de Levi, outra;
32 – da banda do oriente, quatro mil e quinhentas medidas e três portas, a saber: a porta de José, uma, a porta de Benjamim, outra, a porta de Dã, outra;
33 – da banda do sul, quatro mil e quinhentas medidas e três portas: a porta de Simeão, uma, a porta de Issacar, outra, a porta de Zebulom, outra;
34 – da banda do ocidente, quatro mil e quinhentas medidas e as suas três portas: a porta de Gade, uma, a porta de Aser, outra, a porta de Naftali, outra.
35 – Dezoito mil medidas em redor; e o nome da cidade desde aquele dia será: O SENHOR Está Ali.
INTRODUÇÃO
Vimos, na primeira lição do trimestre, que o livro de Ezequiel antecipa a tradição apocalíptica nas Escrituras. O livro de Ezequiel começa com a visão da glória de Javé e conclui com a descrição da glória de Deus na Jerusalém glorificada. Não é possível compreender o livro de Apocalipse sem os oráculos de Ezequiel. Encontramos abundantes dados cruzados nesses dois livros e ambos são revelações sobre o fim dos tempos. A presente lição encerra o trimestre estudando os aspectos da Jerusalém do Milênio.
I – SOBRE A CIDADE
Há certa similaridade entre a visão de Ezequiel e a do apóstolo João no livro de Apocalipse, na linguagem e no conteúdo. Mas é importante que os crentes saibam distinguir a diferença entre a Jerusalém do Milênio da Nova Jerusalém do mundo vindouro.
1– “E estas são as saídas da cidade” (v.30). Essa seção final da profecia é um suplemento não somente do capítulo, mas também do próprio livro. Apesar de o nome da cidade não ser mencionado, o contexto deixa claro que se trata de Jerusalém. O termo hebraico para “saídas”, totsa’oth, aparece somente uma vez em Ezequiel e é usado no livro de Números com o sentido de “limites, extremidades” (Nm 34.4,5,8,9,12); a versão bíblica Tradução Brasileira emprega “extremidade” no versículo 4. Como o profeta usa outra palavra para “saídas” (Ez 42.11; 44.5), muitos expositores do Antigo Testamento acham que “saídas”, apesar de semanticamente correta, não se ajusta bem no presente contexto. A ideia, segundo alguns, seria “estas são as extremidades da cidade”, mas “saídas” é a forma familiar e mais tradicional, mantida na Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, e nas nossas versões atuais da Bíblia.
2- Formato da cidade (v.31). A descrição da cidade de Ezequiel revela ser ela quadrada (Ez 48.16), e nessa visão suplementar, o profeta fala de quatro lados descritos no sistema horário: norte, leste, sul e oeste, um tipo da Nova Jerusalém (Ap 21.16). A extensão de cada lado é de “quatro mil e quinhentas medidas” ou: “dois mil duzentos e cinquenta metros” (Ez 48.16 – NAA). A cidade de Jerusalém nunca teve a sua área territorial quadrada e nem a sua arquitetura em nenhum período histórico. O que o profeta está revelando é algo novo até então, é uma figura da Nova Jerusalém do mundo vindouro.
3- As doze portas (vv.31-34). A Jerusalém histórica do período de Ezequiel e Jeremias possuía pelo menos seis portas segundo o livro de Jeremias: Porta do Povo (Jr 17.19); Porta do Sol (Jr 19.2); Porta de Benjamim (Jr 20.2; 37.13; 38.7); Porta da Esquina (Jr 31.38); Porta dos Cavalos (Jr 31.40); Porta do Meio (Jr 39.3); e Porta Entre os Muros (Jr 52.7). A torre do templo de Marduque, deus dos babilônios, Etemananki, tinha um recinto quadrado cujo acesso era por doze portas. Ezequiel conhecia a sua cidade de origem (Ez1.1- 3), talvez conhecesse também a torre de Marduque em Babilônia, pois vivia entre os exilados de Babilônia.
4- Origem do formato e das portas. Deus é a fonte da revelação e da inspiração da visão e da mensagem de Ezequiel. Não se pode admitir que o profeta se inspirou num templo pagão, pois os oráculos entregues ao profeta, seja por imagem ou som, ou seja, visão ou palavra, vieram de Javé (Ez 1.3; 3.14; 8.1-3). Apesar de ser literal, pela descrição da cidade, ela é uma figura da Nova Jerusalém (Ap 21.10-13), cujo arquiteto e construtor é o próprio Deus (Hb 11.10). Por que Ezequiel se inspiraria na cidade de Babilônia? Isso não faz sentido.
II – SOBRE O NOME DAS DOZE TRIBOS
Os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó aparecem com frequência nas Escrituras como representantes e fundadores da nação de Israel. Outras vezes, são os nomes dos doze filhos de Jacó para representar as doze tribos de Israel.
1- As doze tribos de Israel. Há cerca de 20 listas dos filhos de Jacó e das respectivas tribos de Israel no Antigo Testamento, mas não existe nenhum padrão. Por exemplo, a lista com os quatro primeiros nomes, Rúben, Simeão, Levi e Judá seguem a ordem de nascimento (Gn 35.22-27;46.8-27; 49.3-27; Êx 1.1-6). Outras listas divergem a partir do quinto nome (Nm1.5-17; 13.4- 16). A lista de Ezequiel segue no sentido horário a partir do norte da cidade com Rúben, Judá e Levi (v.31); leste, ou oriente: José, Benjamim e Dã (v.32); sul: Simeão, Issacar e Zebulom (v.33); oeste, ou ocidente: Gade, Aser e Naftali (v.34).
2- Critério da ordem dos nomes. Pelo relato do nascimento deles, a melhor explicação da ordem dos nomes parece ter sido o critério das mães deles ou pelo menos uma tentativa. Leia e Zilpa, de um lado (Gn 29.32-35; 30.10-13); Raquel e Bila, de outro (Gn 30.6-8; 22-24). A diferença é que Naftali é filho de Raquel por meio de sua serva Bila (Gn 30.8) e está junto com Gade e Aser (Ez 48.34), filhos de Leia por meio de Zilpa (Gn 30.10-13). Toda escolha tem seu propósito, nada é aleatório, os escritores bíblicos sabiam o que estavam fazendo; a questão é que nós desconhecemos esses critérios.
3- Propósito dos nomes. Dos três patriarcas do Gênesis, Abraão, Isaque e Jacó, o último deles foi o único em que não houve eliminatória dos filhos para a formação da nação de Israel. De Abraão, o filho escolhido foi Isaque (Gn 17.20,21); de Isaque, o filho escolhido foi Jacó (Gn 25.23; Rm 9.10-13); de Jacó, todos foram incluídos na nação escolhida (Êx 1.1-6). Esses doze filhos de Jacó deram os seus nomes aos doze territórios na terra de Canaã, durante a partilha da terra sob a liderança de Josué (Js 14.1-3). Assim, o propósito desses doze nomes dos filhos de Jacó, como representantes da nação, está claro também no éfode sacerdotal: “E porás as duas pedras nas ombreiras do éfode, por pedras de memória para os filhos de Israel; e Arão levará os seus nomes sobre ambos os seus ombros, para memória diante do Senhor” (Êx 28.12). O nome nas doze portas da Jerusalém milenar, bem como na Nova Jerusalém, tem por propósito a memória dos filhos de Israel.
III – O SENHOR ESTÁ ALI
Esse é o novo nome da Cidade de Jerusalém depois de sua purificação e restauração espiritual, sem deixar lembranças da idolatria, prostituição e violência. O nome Jerusalém não conseguiu deletar, da memória do povo, as abominações do passado, por isso esse nome precisa ser mudado.
1- Os nomes da cidade. O primeiro nome da cidade de Jerusalém é Salém (Sl 76.2), que significa paz (Hb 7.2), desde os dias do patriarca Abraão (Gn 14.18). Ela foi chamada também de Jebus (Jz 19.10) que esteve sob o domínio dos jebuseus e só foi conquistada por Davi depois de alguns séculos da conquista de Canaã, e chamada também de Cidade de Davi (II Sm 5.6,7). Ela é também chamada de Sião e de Ariel (Is 2.3; 29.1,2). Jerusalém é o nome mais conhecido e significa “cidade de paz”. Mas esse nome não aparece no suplemento da profecia de Ezequiel; a cidade é identificada pelas características ali apresentadas (Ap 20.1-6). Ela é chamada, em Apocalipse, de “arraial dos santos, a cidade amada” (Ap 20.9).
2- O nome divino. Os nomes de Deus não são apenas um apelativo, nem simplesmente uma identificação pessoal, mas são inerentes a sua natureza e revelam suas obras e atributos. Não é meramente uma distinção dos deuses das nações pagãs. O nome revela o poder, a grandeza e a glória do Deus Todo-Poderoso, além de mostrar os atributos dEle. O próprio Deus se identifica a si mesmo como há-Shem, “o Nome” (II Sm 6.2). Quando a Bíblia faz menção do “nome de Deus” está se referindo ao próprio Deus: “haverá um lugar que escolherá o Senhor vosso Deus para ali fazer habitar o seu nome” (Dt 12.11).
3- Yahweh Shammah (v.35). A Bíblia nos mostra, com clareza, que Deus se deu a conhecer, nos tempos do Antigo Testamento, por vários nomes inerentes à sua natureza e à circunstância de sua revelação. Para Abraão, Ele apareceu como a provisão para o sacrifício em lugar de Isaque, seu filho, com o nome Yahweh Yireh, ou Javé Jirê, que significa “O SENHOR Proverá” (Gn 22.14); e, prometendo livrar os filhos de Israel daquelas pragas e enfermidades que sobrevieram aos egípcios, Ele se manifestou como Yahweh Rafá’, “Javé Rafá”, isto é, eco SENHOR que Sara” (Êx 15.26) entre outros nomes. Mas o nome divino, Yahweh Shammah, “Javé Samá”, isto é, “O SENHOR Está Ali” (Ez 48.35), é o novo nome dado à cidade no Milênio, o objetivo é dissociar o nome de Jerusalém com os pecados do passado.
CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo ensina que com a queda de Israel veio a salvação para os gentios, o que não diremos com a sua plenitude! (Rm 11.12) As bênçãos anunciadas nas profecias de Ezequiel não se restringem apenas ao povo judeu, elas são extensivas a toda a terra. É importante salientar que nós já estamos sendo abençoados, como Igreja, pela presença do Espírito Santo em nossas vidas.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD