Adultos - Betel
A sabedoria, a transcendência e a imanência de Deus
EDIÇÃO: 75 -2º Trimestre – Ano: 2021 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 10 – 06 de junho de 2021
TEXTO ÁUREO
“Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.” Sl 104.24
VERDADE APLICADA
Deus é totalmente superior e independente de Sua criação, contudo decidiu revelar-Se para que o ser humano O busque e com Ele se relacione.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jeremias 23
23. Sou eu apenas Deus de perto, diz o Senhor, e não também Deus de longe?
24. Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? – diz o Senhor. Porventura não encho eu os céus e a terra? – diz o Senhor.
Atos 17
27. Para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós;
28. Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira / I Sm 2.3
O Senhor é o Deus da sabedoria.
Terça-feira / Jó 28.28
O temor do Senhor é a sabedoria.
Quarta-feira / Sl 104.27-30
A providência vem de Deus.
Quinta-feira / Is 57.15
Deus, o Alto e o Sublime, cujo nome é Santo.
Sexta-feira / Mt 6.9-10
Deus, o Pai nosso, que está nos céus.
Sábado / I Co 1.21-24
Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.
INTRODUÇÃO
Estudaremos três aspectos da natureza de Deus como revelado na Bíblia: sabedoria, transcendência e imanência. Tais verdades revelam que Deus é perfeito em Seu plano e em Suas ações; independente de Sua criação; e que é possível conhecê-Lo e com Ele nos relacionarmos.
I- A SABEDORIA DE DEUS
Dicionário Grego de Strong: “Sabedoria – ‘sophia’ – A sabedoria de Deus significa a sabedoria divina, incluindo as noções de habilidade infinita, discernimento, conhecimento, pureza (Rm 11.33; I Co 1.21, 24; Ef 1.8; 3.10; Cl 2.3; Ap 5.12; 7.12)”. Portanto, vai além de conhecimento, pois, se refere, também, à utilização das informações de forma perfeita, visando cumprir o seu propósito, com a participação plenamente harmoniosa de Seus atributos.
1. A sabedoria de Deus é uma perfeição pessoal.
A sabedoria de Deus não foi adquirida, Ele é a própria sabedoria. O salmista disse: “Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.” [Sl 104.24]. Jó disse: “Com ele está a sabedoria e a força; conselho e entendimento tem.” (Jó 12.13). Paulo disse: “Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém.” (Rm 16.27). Daniel disse: “Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos entendidos” (Dn 2.20-21).
2. A sabedoria de Deus se manifesta na criação e no plano da redenção.
Em sabedoria, Deus fez os céus, a terra e todas as criações, inclusive o homem (Sl 19.1-2). Não têm coisas mais lindas do que o sol, a lua, as estrelas, a chuva, a brisa, a neve, os rios, os mares, as plantas e florestas, os diversos tipos de animais, peixes e aves, uma natureza exuberante de tirar o fôlego de qualquer um. Porque o Senhor é o Deus de sabedoria para fazer todas as coisas. A obra da redenção humana também não pode ser esquecida. Paulo relata isso em Efésios 1.3-8, que na nossa redenção por Cristo, Deus abundou para conosco em toda sabedoria.
3. Deus é a fonte inesgotável de sabedoria.
Somente Deus pode conceder sabedoria aos homens. Deus é a fonte inesgotável. Tiago diz que quem tem falta de sabedoria, peça a Deus (Tg 1.5). Para compreendermos a vontade de Deus e andarmos em Seus caminhos, precisamos de muita sabedoria, sabedoria que vem do alto (Tg 3.17). Fora disso é terrena, animal e diabólica ( Tg 3.15).
II- A TRANSCENDÊNCIA DE DEUS
Transcendência é a qualidade ou estado de transcendente. O conjunto de atributos do Criador que lhe ressaltam a superioridade em relação à criatura. Esequias Soares (Teologia Sistemática Pentecostal – CPAD): “A transcendência denota que Deus é um Ser não pertencente à criação, que transcende a toda matéria e a tudo que foi criado. Ele é independente e está, nesse sentido, separado da criação, haja vista existir antes da fundação do mundo”.
1. A transcendência de Deus significa que Ele é infinitamente superior à Sua criação.
Ele é um ser divino e singular, totalmente diferente de qualquer uma de Suas criaturas. O profeta Isaías destaca no capítulo seis, versículo primeiro, o cântico dos serafins, mostrando a transcendência de Deus. “Eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono”, ou seja, elevado e exaltado sobre tudo e todos numa grandeza inalcançável (Is 45.18). Diante dEle se dobrará todo joelho, e por Ele jurará toda língua (Is 45.23b).
2. A transcendência de Deus revela que os Seus pensamentos e caminhos são mais elevados do que os das criaturas.
O profeta Isaías continua a falar sobre a transcendência de Deus, quando ele diz que os pensamentos de Deus e os seus caminhos são mais elevados do que os nossos [Is 55.8-9]. Não dá nem para comparar a altura dos pensamentos e caminhos de Deus com o homem natural. Deus está acima da criação e sobre ela. Nós somos o barro, Ele é o Oleiro, somos feitura das Suas mãos (Is 64.8).
3. A transcendência de Deus esclarece que Ele está nos céus e nós na terra.
Jesus nos ensinou que, em nossa devoção, devemos orar assim: “Pai nosso, que estás nos céus” (Mt 6.9). Estamos diante de um Deus infinito e transcendente. Trata-se de um ser que não só existe além do tempo – mas transcende, e é um ser infinito, sem início ou fim – mas que também existe acima e além de toda criação, transcendendo-a. As coisas criadas nem limitam nem contêm o Criador de todas as coisas, uma vez que são finitas. Deus é o totalmente outro, aquele que está acima de toda a criação (Ec 5.1-2). Mas não significa, porém, que Ele não possa estar entre o Seu povo como Seu Deus (II Co 6.16).
III. A IMANÊNCIA DE DEUS
Imanência: qualidade do que é imanente; permanência; que persiste; que reside na própria essência do todo. Pertence à substância de Deus estar envolvido com Sua criação, não porque “Ele” precisa, mas porque “ela” precisa. A criação permanece em Seu Criador, pois não funciona sem Ele. R. N. Champlin (Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia – Ed. Hagnos): “O teísmo admite a imanência de Deus, mas não identifica o mundo com Deus. Em outras palavras, a essência de Deus é distinta da essência do mundo”.
1. A imanência de Deus significa que Ele está presente dentro de Sua criação.
Deus não está limitado a tempo ou espaço sendo o criador do tempo. O Criador, pois, preenche toda a criação com Sua presença, mas sem se confundir com ela (Is 66.1-2). Deus está tanto na Sua criação que Paulo nos dá uma prova cabal e diz aos coríntios que: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo.” (I Co 3.16-17). Em outra referência, Paulo complementa: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (I Co 6.19).
2. A imanência de Deus diz que Ele realiza parte de Sua obra por intermédio das Suas criaturas.
Deus usa a inteligência, dons e habilidades humanas que Ele próprio concedeu, para agir neste mundo. Em Sua soberania o Criador fez o ser humano e lhe capacitou para povoar, cuidar, lavrar e gerenciar a terra, sem, contudo, ficar indiferente ou inoperante no mundo criado (Sl 104.27-29). Deus realiza milagres sem a participação do ser humano, mas normalmente o ser humano está envolvido. Por exemplo: na multiplicação do azeite da viúva (II Rs 4); na multiplicação dos pães (Jo 6); transformação da água em vinho (Jo 2); na abertura do Mar Vermelho (Êx 14); e na queda das muralhas de Jericó (Js 6).
3. A imanência de Deus deve despertar-nos para relacionamento.
É importante estarmos sempre trazendo à mente que o Criador decidiu revelar-se ao ser humano e deseja relacionar-se com o mesmo. Em sua pregação em Atenas (At 17.26-28), o apóstolo Paulo, como comentado por Simon Kistemaker (Comentário de Atos – Ed. Cultura Cristã) diz que “Deus expressou um propósito duplo para a raça humana: habitar na terra e ‘buscar a Deus’. Esses propósitos estão inter-relacionados, pois habitar nesta terra implica buscar a Deus. Em outras palavras, a segunda frase é uma explicação da primeira. Deus criou o homem para que o adore”. Assim, a imanência de Deus deve despertar-nos ao interesse e à busca por conhecê-Lo e relacionar-Se com Ele conforme revelado nas Escrituras Sagradas.
CONCLUSÃO
As verdades estudadas acerca de Deus devem fazer-nos descansar em Sua perfeição; conduzir-nos ao temor, à reverência e adoração ao Criador; e despertar-nos ao interesse e uma constante busca por relacionamento com Ele como revelado na Bíblia.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel