Adultos - CPAD
Conhecendo as limitações do tempo
LIÇÃO – 146 – 12 de abril de 2015
TEXTO ÁUREO
“E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam.” At 7.25
VERDADE APLICADA
O discernimento para compreender as fases da vida e a paciência para manter-se fiel a uma visão são fatores imprescindíveis para se alcançar um objetivo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Hebreus 11.23.26
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1. Mostrar como as raízes familiares de Moisés e seu crescimento no Egito foram fundamentais ao propósito de Deus;
2. Revelar os frutos da atitude pessoal de Moisés em relação a seu chamado;
3. Ensinar a importância de se discernir os tempos nos quais estamos inseridos.
INTRODUÇÃO
Moisés viveu cento e vinte anos e sua vida pode ser dividida em três períodos de quarenta anos. Nos primeiros quarenta anos, ele passou no Egito, sendo cuidado pela sua mãe e aprendendo nas escolas egípcias; no seu segundo ciclo, passou no deserto vivendo como um pastor de ovelha, sendo nutrido pela solidão e ensinado por Deus; em seus últimos quarenta anos, esteve no deserto com o povo hebreu sendo ensinado pelas provações para se tornar inquestionavelmente o principal personagem do Antigo Testamento, a figura central do Pentateuco.
I. MOISÉS, ESCOLHIDO PARA SER LIBERTADOR
Moisés passa por três fases significativas em sua vida. A primeira é quando ele pensa ser alguém, pois era o príncipe do Egito e instruído em toda a ciência (At 7.22); a segunda é quando vai viver no deserto e descobre não ser ninguém; a terceira é quando se torna líder e descobre que depende de Deus. Analisemos outras três fases também distintas em sua vida.
Moisés e o tempo da iniciação
Joquebede, a mãe de Moisés, desempenha o papel principal tanto em criar quanto em salvar seu filho. O escritor aos Hebreus dedica-lhe um lugar especial na galeria da fé (Hb 11.23). Ela, com certeza, planejou toda formação espiritual de seu filho e, com o auxílio de Miriã, sua filha mais velha, o menino permaneceu com a família tempo suficiente para firmar suas raízes hebreias (Êx 2.5-9). Deus transformou a maldição em bênção e o que para Joquebede era risco de vida passou a ser uma satisfação. A bênção foi tão grande que ela recebeu salário para criar o próprio filho. A fé e o planejamento sempre andam de mãos dadas. A sabedoria de Joquebede nos ensina que Deus age no impossível e que nós agimos observando oportunidades.
Moisés e o tempo da formação
A providência divina deu em um novo lar para Moisés (Êx 2.10), onde deveria crescer e ser instruído até o dia em que seria impelido a libertar seu povo (At 7.22). Moisés foi educado na civilização mais adiantada daquele tempo. O seu treinamento foi projetado para prepará-lo para um alto cargo ou até mesmo o trono do Egito. Ele ficou familiarizado com a vida na corte de Faraó, com toda a pompa e grandeza da adoração religiosa egípcia. Foi educado na escrita e nas literaturas do seu tempo. Também aprendeu a administração e a justiça. É importante ressaltar que a mudança de lar e todas as implicações e benesses que favoreciam Moisés jamais o afastaram do que deveria ser. Podemos afirmar que por fora ele era egípcio, mas, por dentro, havia um hebreu clamando por liberdade e justiça.
Moisés e o tempo de justiça
A terceira fase da vida de Moisés é marcada por um rompimento provocado pela justiça (Êx 2.11). O hebreu que havia dentro da cartilagem egípcia emergiu e, a partir daí, começaria uma nova etapa em sua vida. A morte do egípcio em defesa do hebreu fez Moisés voltar ao nada outra vez. Devemos observar atentamente que todo seu preparo no Egito seria usado mais tarde pelo Senhor.
II. DA RIQUEZA DO PALÁCIO À ESCASSEZ DO DESERTO
Quando Moisés foi descoberto, ele temeu por sua própria vida e fugiu do Egito para o deserto de Midiã. Ali começou uma nova fase em sua vida, onde se tornou pastor de ovelhas e se casou com uma das filhas de Jetro, passando então a cuidar dos rebanhos de seu sogro.
Assentando junto ao poço
É difícil perscrutar o que passava na mente de Moisés ao fugir para Midiã e assentar-se junto ao poço (Êx 2.15). Com certeza, aquele deve ter sido o nível mais baixo que sua vida poderia estar. Moisés não chegou até ali cantando, ele estava confuso, frustrado e decepcionado. Ele compreendeu que não se pode plantar uma semente carnal e colher um fruto espiritual. Ele agiu na carne e estava colhendo o resultado do que havia plantado. Em questão de momentos, Moisés desce o topo da pirâmide, pois era o escolhido de Faraó, à condição de um fugitivo que tinha somente a vida por preciosa. Estar sentado junto ao poço reflete o que estava na sua alma: sede, o desejo de tentar entender o que deu errado na sua vida.
Egípcio ou hebreu?
Deus impeliu Moisés para o deserto porque seria o lugar onde usaria (ÊX 2.19). O libertador hebreu ainda estava por dentro de Moisés e Deus quebrou sua resistência pouco a pouco, até que o egípcio morresse e o hebreu se apossasse por completo de Moisés. Deus levou quarenta anos para instruí-lo, quarenta anos para purifica-lo e mais quarenta anos para usá-lo ministerialmente. Para todo vasto ministério existe um grande preparo e com Moisés não foi diferente. Deus não almejava enviar somente um pastor com poderes especiais para libertar Seu povo, Ele queria escrever a história da humanidade a partir de Moisés. Por isso, o Eterno preparou e enviou um representante legal do seu poder (Êx 4.16).
Confortado pelo Senhor
Moisés chega a Midiã sem qualquer perspectiva de sucesso em sua vida. Mas Deus inicia uma nova fase em sua vida, dando-lhe uma esposa, filhos e confortando seu coração. Sua mulher Zípora, lhe deu dois filhos varões: Gérson e Eliézer (Êx 2.22; 18.4). Por um tempo determinado, o libertador caiu em esquecimento, dando lugar ao pastor de ovelhas. Deus estava treinando Moisés na função em que desempenharia seu chamado e, sem que ele se desse conta, estava aprendendo com ovelhas o significado de um rebanho espiritual. Deus deveria desintoxicar Moisés das grandezas do Egito, reduzí-lo a nada esvaziá-lo para depois torna-lo a encher. Quando chegasse o tempo, o mundo conheceria um Moisés sem igual: um homem dotado de sabedoria, ciência e poder, mas humilde, submisso e totalmente dependente de Deus.
III. O TEMPO E SEUS ENSINAMENTOS
Discernir os tempos e entender em que fase da vida se está vivendo não somente tornará a nossa vida mais feliz, como também não nos deixará esmorecer na fé. Moisés sabia que era o salvador de seu povo, somente não compreendia as fases do tempo. Não é porque temos uma unção e um grande chamado que devemos agir na hora em que bem entendemos.
Entendendo a vontade de Deus.
Sem perceber, Moisés entrou naquele período que chamamos de “impaciência ministerial” (At 7.25). Moisés não sabia que a unção não deve apenas estar posta sobre a cabeça de alguém, ela deve tomar todo o ser, deve absorver as impulsões humanas e, quando ela prevalece, Deus dá o Seu aval e nos informa a hora de agir. Devemos ter em mente que quando Davi foi ungido, já era rei a partir daquele dia, mas não reinou após ter recebido a unção de rei. Ele passou pelo tratamento da paciência, da experiência e da fé para, só depois, vir a reinar. É comum ficar ansioso quando sabemos de algo tão grande e vemos que nada acontece. O perigo está em querer agir por conta própria como Moisés (At 7.23).
Entendendo o tempo de Deus.
Não agir quando Deus ordena pode ser tão perigoso quanto agir quando Deus não envia (At7.27). Moisés estava consciente de que era o libertador da nação. Ele acreditava que seu povo iria entender. Ele só não entendeu que o povo ainda o via como um filho de faraó. A vontade de agir o cegou por um momento. Quando ele age por sua própria conta, em vez de salvar uma nação, quase que nem escapa com vida. Em um só momento, Moisés foi destituído de tudo, por não saber discernir o tempo de agir. Quando chegou o tempo, o próprio Deus fez questão de enfatizar (At 7.34). A melhor maneira para entender o tempo de Deus é estando vazio de si mesmo.
Entendendo o preparo de Deus.
Deus estava preparando algo tremendo através da vida de Moisés que marcaria o mundo para sempre. Libertar o povo era fácil para Deus. Ele poderia ter feito isso na primeira aparição de Moisés. Hoje podemos entender isso perfeitamente. Jesus Cristo, por exemplo, não é conhecido em muitos lugares, mas uma coisa é certa: em todas as partes do globo se conhece a história da travessia do mar vermelho. Precisamos estar conscientes que, ao não compreender o que Deus está fazendo, devemos estar como Moisés quando este chegou a Midiã (Êx 2.15). quatro coisas sucederam que corroboraram para favorecer e configurar o ambiente para libertação. Primeiramente, a morte de Faraó; depois, como nada mudou em relação a servidão, os hebreus passaram a orar fervorosamente por uma intervenção divina; a seguir, Deus mudou Sua disposição em relação aos filhos de Israel ouvindo suas orações e, por fim, enviou o libertador. No entanto, tudo isso aconteceu no tempo exato (Dn 2.21).
CONCLUSÃO
Observamos que tudo o que Deus faz deve passar pelo teste do tempo e agir de forma autônoma pode ser perigoso e frustrante. Moisés teve uma grande expectativa, mas aprendeu através da solidão do deserto que o homem passa por fases distintas até chegar a posição que Deus quer. Dessas fases, a mais importante é onde se descobre que precisamos de Deus e que sem Ele nada podemos fazer.
Postado por: Pb. Ademilson Braga