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A realidade da cruz

A mensagem central da nossa fé é a cruz. E o Senhor instituiu a ceia para não nos esquecermos dela, do que ela representa. Porém, muitos têm apagado a cruz de suas vidas. Quando olhamos a mensagem de Jesus, percebemos essa realidade: que a cruz, instrumento da morte, se transformou para nós no instrumento da salvação, em que Jesus deu a sua vida. O símbolo da nossa fé é a cruz.
Lembro-me de, certa vez em que estive na Índia, observei o quanto tinha gente naquele lugar, as ruas estavam abarrotadas de pessoas, e a atmosfera espiritual era muito “pesada”, era algo terrível, uma opressão maligna daqueles deuses que não são deuses, meu coração estava angustiado, fiquei sem ar, de repente, numa esquina, um prédio, velho, maltratado e no alto dele, tinha uma cruz, era um templo cristão. Quando entrei, a atmosfera lá dentro era outra. Era como se ao colocar os pés ali, o dia clareasse, parecia que a noite tinha virado dia. Aquele prédio era único, com uma cruz no alto.
Nós vivemos em um país que foi cristianizado, mas não foi evangelizado. Até a década de cinquenta, as pregações dos evangélicos eram pregações anticatólicas. Muitos pastores pregavam contra as imagens de escultura, contra o celibato dos padres. Por causa disso, tivemos uma formação que não aceita a cruz, pouquíssimos templos evangélicos têm a imagem da cruz, pois não querem ter uma identificação com a igreja católica. Mas, quando olhamos na Bíblia, vemos a mensagem da cruz, a realidade da cruz. Num país islâmico não há liberdade, mas pode-se encontrar uma igreja com uma cruz, em que a pessoa se sentirá bem por ter encontrado um templo cristão, assim como aconteceu comigo.
Em 1 Coríntios, capítulo 1, verso 17, Paulo começa dizendo: “Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que não se anule a cruz de Cristo”. A mensagem central da nossa fé, a mensagem que pregamos, a mensagem que tem que ser encarnada por todo cristão, é esta: a cruz. Vivemos numa época em que muitos estão anulando a cruz, o significado da cruz.
Filipenses, 3.18 e 19, diz: “Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz”. Paulo chorava e dizia: são inimigos da cruz de Cristo. O que faz uma pessoa ou um pregador, ou alguém que se diz cristão ser inimigo da cruz de Cristo? O verso 19 começa dizendo: “O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas”.
Naquela época, houve um desvio na fé, o qual hoje está aflorando no meio do povo de Deus, que se chama evangélico. Inimigos da cruz são aqueles que pregam que a mensagem da cruz é apenas uma recompensa para você aqui. Não é errado, querido, você ter uma casa, não é pecado você possuir muitos bens; a mensagem da cruz não é para ser medida dessa maneira. Muitas vezes, as pessoas correm para as igrejas, não tanto para ouvir que há uma realidade de vida espiritual, que existe uma cruz.
Estamos numa época muito confusa, em que pessoas vão para a igreja não tanto em busca de Jesus, mas em busca de bênçãos materiais, de um casamento, da aprovação num concurso público ou na faculdade, em busca da casa própria, ou seja, a essência foi perdida. O inverso passou a existir. Você não é medido por aquilo que tem, mas por aquilo que é.
Ao comermos do pão e bebermos do vinho, temos que nos lembrar de Jesus, do que Ele fez por cada um de nós. Com Jesus em nossa história, tudo mudou, podemos olhar para trás e ver tanta diferença. Por isso, precisamos de uma vez por todas entender isso: por Jesus vale vivermos e morrermos, ou seremos apenas religiosos.
Deus os abençoe!
Autor: Pr. Márcio Valadão
Postado por: Pb. Ademilson Braga