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A glória das duas alianças

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INTRODUÇÃO

Havia um conhecimento da parte dos coríntios acerca de Paulo, que substituía qualquer documento comprobatório de seu apostolado. Paulo fundara aquela igreja durante a primavera do ano 50 d.C., permanecendo na cidade, inicialmente, por 18 meses (At 18.1,8-11). Os irmãos reuniam-se em casas particulares como a de Tito Justo (At 18.7), e então, começaram a surgir os pri­meiros líderes daquela igreja (I Co 1.1 ,14;16.17). Esta se fortaleceu, e Paulo teve o cuidado de enviar-­lhe obreiros experientes como Timóteo, Silas e Apolo, a fim de a confirmarem doutrinariamente (At 18.5,27,28). Portanto, o pai espiritu­al da comunidade cristã de Corinto era Paulo, não havendo necessidade de qualquer carta de recomendação vinda de Jerusalém. Entretanto, o apóstolo deparou-se com uma forte oposição, que colocava em dúvidas a legitimidade de seu ministério. Ele então apresenta uma justificativa que se constitui na maior e melhor recomendação que existe: o ministé­rio que recebeu diretamente de Jesus Cristo e o modo como cumpria tal chamada. A prova de sua aprovação apostólica era a própria existência da igreja coríntia (v.2).

PAULO JUSTIFICA SUA AUTO-RECOMENDAÇÃO (3.1,2).

A recomendação requeri­da (3.1). Era hábito dos judeus que viajavam com frequência, levarem cartas de recomendação para que, assim, ao chegar a lugares onde não eram conhecidos, pudessem ser hospedados durante o período em que ali estivessem. Imagine o fundador da igreja, conhecido de todos, ter de cumprir a exigência de ser portador de “cartas de recomendação”, apenas para satisfazer o espírito opositor que dominava alguns judeus-cristãos, que estavam com dúvidas acerca da autenticidade do seu apostolado! Algo injustificável.
Paulo defende sua auto-recomendação (3.1). Todos em Corinto sabiam que Paulo, mesmo não ten­do sido um dos doze que estiveram com Jesus, recebera um chamado de Cristo para ser apóstolo. Seu testemu­nho pessoal era a prova concreta de que não lhe era necessário nenhuma recomendação. Seus sofrimentos por Cristo evidenciavam seu apostolado entre os gentios e, especialmente, em Corinto, dispensando, portanto, qualquer tipo de recomendação por escrito. No texto de II Coríntios 5.11, o apóstolo Paulo faz uma defesa de sua atitude dizendo que “o temor que se deve ao Senhor” lhe dava condi­ções de se auto-recomendar,  porque a sua vida e ministério eram manifestos na consciência de cada um daqueles crentes. A atitude paulina não tinha por objetivo ofender a ninguém, mas baseava-se na confiança do conhecimento que os coríntios tinham da sua pessoa e ministério.
A mútua e melhor recomendação (3.1). Na parte “b” do versículo 1, Paulo questiona: “[…] necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou de recomendação de vós?” Tal questionamento é retórico, pois apela para uma reciprocidade que havia entre ele e a igreja, a qual dispensava a recomendação de Jerusalém requerida por alguns opositores do seu ministério, uma vez que ele o havia desenvolvido entre os coríntios. O apóstolo, por sua vez, via-se como insignificante, mas os coríntios eram o seu verdadeiro louvor e glória. As­sim, nem os coríntios precisavam de recomendação escrita, porque, dizia: “vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens” (v.2). A maior e melhor recomendação que um servo de Cristo pode ter é a evidência do seu ministério no coração e na vida daqueles que foram por ele alcan­çados para o Senhor Jesus. Quando Paulo diz aos coríntios que sua carta de recomendação foi escrita no cora­ção deles, pelo próprio Cristo, “não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo” (vv.2,3), a preocupação maior de Paulo era referendar como verdadeiro o caráter do seu ministé­rio apostólico (II Co 3.6).

A CONFIANÇA DA NOVA ALIANÇA (3.4-11)

A suficiência que vem de Deus. Após fazer a defesa de sua auto-recomendação perante os corín­tios, Paulo usa a figura metafórica da lei escrita em tábuas de pedra, pelo próprio Deus (Êx 31.18; Dt 5.22), e a compara à nova lei, o novo pacto, predito pelos profetas, que afirmaram que Deus a escreveria no coração do seu povo (Jr 31.31-34). Os dois pactos são provenientes de Deus, mas o segundo é superior, porque veio me­diante a pessoa de Jesus Cristo, que consumou todas as coisas do Antigo Pacto, em um único ato sacrificial (Hb 7.27; 12.24; I Pe 1.2).
A distinção entre as duas alianças (3.6). Paulo mostra aos coríntios que a “velha lei” ou o “velho pacto” tinha em seu conteúdo a sen­tença de morte sobre o moralmente culpado, por isso, a antiga aliança era da “letra”: gravado com letras em pedras (2 Co 3.7). A Nova Aliança é do “Espírito”, e ministrada por Ele (v.8), pois é um ministério da justiça (v.9), o qual vivifica (v.6) e é perma­nente (v. 11). A Antiga Aliança era de condenação; a nova é de justiça e salvação (v.9). O Antigo Pacto veio por Moisés; o novo veio por Cristo (At 20.28; Hb 9.12; 7.27; 12.24).
A “letra” que mata (3.6). Por muito tempo, a má interpretação desse texto provocou receio quanto ao estudo secular e mesmo o te­ológico. Entretanto, como já ficou claro, tal passagem não se refere ao estudo, mas à aplicabilidade das sanções, sentenças e penalidades da lei mosaica que, contrastava-se com o Novo Concerto, o qual tem como propósito único vivificar e absolver.

A GLÓRIA DA NOVA ALIANÇA (3.7-18)

A superioridade da Nova Aliança sobre a Antiga Aliança (3.7-12). Quando Paulo fala das alianças, ele utiliza paralelos entre a Antiga e a Nova, a fim de esclare­cer os crentes quanto às diferenças entre o que era transitório e o que é permanente; entre a lei que con­denava e a que liberta. A glória do Antigo Pacto era passageira porque trazia à tona a realidade do pecado, sua maldição e condenação. O Novo Pacto demonstrou outra característi­ca da glória de Deus, o seu poder misericordioso para salvar e dar vida. A glória do Primeiro Concerto revelou o ministério da morte, por­que condenava e amaldiçoava todo aquele que não cumpria a lei, mas a glória do Segundo Concerto revelou o ministério da vida e da graça de Deus. Por isso, a glória do evangelho é superior à da lei.
A glória com rostos des­vendados (3.13-16). Quando Paulo usa a figura da glória resplandecente da face de Moisés, ele reforça o fato de que tal glória teve que ser coberta com véu e que se desvaneceu com o tempo, portanto, era transitória. Porém, a glória da Nova Aliança manifestou-se descoberta, sem véu, porque Cristo a revelou no Calvário. Trata-se da liberdade que temos mediante a obra expiatória de Cristo.
A liberdade do Espírito e a nossa permanente transfor­mação (3.17,18). A liberdade do Espírito livrou-nos das amarras das tradições religiosas, que nos impe­diam de um relacionamento direto com o Senhor. Tal relacionamento é fundamental para que possamos ser transformados e conformados à ima­gem do homem perfeito e completo: Jesus Cristo (Rm 8.29; Ef 4.13).

CONCLUSÃO

Hoje, a glória que reflete em nossa vida não é a dos rostos, mas é aquela glória interior, que reflete a transformação na semelhança de Cristo, de forma gradual, de glória em glória, mediante a presença do Espírito de Cristo em cada um de nós.

 

Postado por: Pb. Ademilson Braga

 

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