Preconceitos e discriminações – PARTE 2

Falando francamente

Estamos falando muito em “mundo” quando tratamos dos problemas do outro lado.

Falando francamente, será que, dentro da nossa “casa” não há nada para ser repensado? Ou corrigido?

E a Palavra de Deus? Será que você pensa que ela continua alheia a esse assunto? Será que ela não registrou em nenhum momento alguma preocupação com discriminações e preconceitos?

Vamos citar alguns exemplos:

Até o capítulo 45 de Gênesis conta a vida de José e a rejeição que ele sofreu. Foi uma experiência que poucos sofreram, considerando que ele foi discriminado por seus irmãos a ponto de ser vendido aos mercadores.

No fim de sua história, José não estava mais em uma situação humilhante. Sua situação era de honra.
No Egito ele governava. No capítulo 45 e versículos 4 e 5 vemos o reencontro de José com seus irmãos numa demonstração de perdão. Foi uma grande lição para eles. Quem tem Deus não discrimina e não age com injustiça. E disse José a seus irmãos:
– Peço-vos! Chegai-vos a mim! Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá.

Jesus ultrapassou a barreira política e regionalista. Os judeus não falavam com os samaritanos. E os samaritanos não morriam de amores pelos judeus. Jesus aproximou-se da mulher samaritana confirmando o alcance de Sua Palavra a todos Jo 1.12.

Nesse texto, lemos uma história muito interessante acontecida com o apóstolo Pedro. Ele estava na varanda quando, de repente, viu um lençol descendo do céu com todos os animais quadrúpedes e répteis da terra e aves do céu At 10.12.

Uma voz veio do céu e ordenou-lhe: – Mata e come At 10.13.

Aí se revelou o preconceito de Pedro. Ele chamou os animais que lhe eram oferecidos para comer de “comuns” e “imundos” At 10.14.

No verso vinte e oito Deus já tinha se encarregado de acabar com a atitude preconceituosa de Pedro.

O próprio Pedro disse-lhes:

– Vós bem sabeis que não é lícito a um varão judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame de comum ou imundo. O “comum” e o “imundo” era a discriminação que Pedro tinha em relação aos gentios.  

Neste texto o apóstolo Paulo procurou quebrar a barreira da separação. A igreja de Corinto foi advertida por ele devido às preferências pessoais existentes ali I C0 1.12.

As preferências descritas neste texto geravam divisão na igreja pois continham atitudes de rejeição em relação às lideranças do cristianismo da época.

O partidarismo sem controle gera conflito e prejudica o andamento e a saúde espiritual da igreja local.

O apóstolo Paulo percebeu isso I Co 1.12. E vamos além. Quaisquer conflitos e contendas dentro da igreja são estratégias de satanás com o objetivo de enfraquecer a liderança local. A parcialidade no Corpo de Cristo é uma ação demoníaca. E, quando se toma partido de alguém, geralmente esse posicionamento é motivado também por preconceitos e discriminações.

A Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser protegida dos nossos comportamentos inadequados. Isso é evitar o “mundo”.

Diante desse desafio, temos que, vez por outra, reconsiderar nossos comportamentos. Isso faz parte do processo de Deus na igreja quando Sua palavra trata em I Pe 5.10 de aperfeiçoamento.

Reconsiderar comportamentos internos (na igreja) é cooperar com Deus na santificação dos santos. Leia I Ts 5 e 23.

O mundo espera de nos o exemplo. E, como esse mundo precisa ser transformado! Será que o cristianismo através da sua história de séculos de existência, está cumprindo o seu papel transformador de agente inconformado com esse mundo? Na história protestante em todo o mundo, países como: Brasil, Estados Unidos, África do Sul e muitos países do continente Europeu que foram colonizados por povos cristãos protestantes, têm ainda grandes focos de preconceitos e discriminações. Pesa sobre nós (igreja) a responsabilidade de transformações e mudanças Rm 12.2, a partir do nosso exemplo.

Postado por: Pb. Ademilson Braga