Adultos - CPAD
Naum – O Limite da Tolerância Divina
Lição-22 – 25 de Novembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei, por amor dos dez” (Gn 18.32).
VERDADE PRÁTICA
No tempo estabelecido por Deus, cada nação. E cada indivíduo em particular, passará pelo crivo da justiça divina.
LEITURA DlÁRIA
Segunda – Gn 18.20
O pecado de Sodoma e Gomorra
Terça – Sl 18.25,26
Deus faz justiça aos justos e ímpios
Quarta – Is 1.9
O exemplo do juízo divino
Quinta – Ez 14.13
O juízo divino à nação pecadora
Sexta – Mt 11.23,24
A ruína de uma cidade orgulhosa
Sábado – Rm 11.22
A bondade e a severidade de Deus
INTRODUÇÃO
Quando Naum anunciou o seu oráculo contra Nínive, já fazia um século e meio que Deus havia dispensado a sua misericórdia à grande, poderosa e perversa cidade. No tempo de Jonas, o Senhor compadecera-se dos ninivitas, poupando-os de iminente destruição. Infelizmente, o tempo passou e eles vieram a se esquecer do perdão divino, voltando a pecar contra Deus. Por isso, o profeta Naum proclama a ruína inevitável de Nínive. Agora, o juízo divino é irreversível!
I. O LIVRO DE NAUM
Contexto histórico. Naum, à semelhança de outros profetas menores, não possui biografia. Ele apresenta-se apenas como o “elcosita”. O reinado no qual profetizou não é mencionado (v.1b). As escassas informações de que dispomos ainda não são conclusivas. As opiniões dos eruditos são divergentes. Elas variam entre o assédio de Jerusalém, em701 a.C., por Senaqueribe, rei da Assíria (II Rs 18.13) até as reformas religiosas protagonizadas por Josias, rei de Judá, em 621 a.C. (cf. II Rs 22.1-23.37; II Cr 34.1-35.27).
a) Origem do profeta. Alguns estudiosos acreditam que “elcosita” (v.1 c) refere-se a uma cidade da
Assíria, situada a38 quilômetros de Nínive, em Al-kush, ao norte do atual Mossul, Iraque. Tal informação é a menos provável, visto que, desde a antiguidade, a cidade de Cafarnaum – na Galileia, casa de Jesus (Mt 9.1 ; Mc 2.1), cujo nome significa “aldeia de Naum” – é apontada como local de nascimento do profeta.
b) Período aceitável. Em 612 a.C. a cidade de Nínive foi destruída. A profecia menciona também o
desmoronamento de Nô-Amon como fato comprovado historicamente (3.8-10). O rei assírio, Assurbanipal, destruiu a cidade egípcia de Nô em 663 a.C. De acordo com essas informações, podemos considerar 663 a 612 a.C. como um período histórico significativo para situarmos o ministério profético de Naum.
c) Nínive (v.1). Nínive era a antiga capital do império assírio. Suas ruínas estão localizadas ao norte do Iraque. É uma das cidades pós-diluvianas fundada por Ninrode, descendente de Cuxe (Gn 10.8-11), por volta de4500 a.C. – tornando-se proeminente antes de2000 a.C. O rei assírio, Senaqueribe (705 – 681 a.C), fortificou a cidade, garantindo assim o apogeu da capital assíria. O Senhor refere-se a ela como a “grande cidade” (Jn 1.2; 3.2). A crueldade do povo ninivita era indescritível e essa foi a fama que os acompanhou durante toda a história.
Estrutura. O “Livro da visão de Naum” (v. 1 b) consiste em três breves capítulos. O capítulo 1 divide-se em duas partes principais: a primeira é um salmo de louvor a Jeová (v.2-8); a segunda, num estilo poético, anuncia o castigo dos seus inimigos (vv. 9-14), sendo que o versículo 15
é parte do capítulo 2 na Bíblia Hebraica. O segundo capítulo anuncia assédio e a destruição de Nínive. E terceiro o “boletim de ocorrência” dos motivos de sua queda.
Mensagem. O tema do livro é a “queda de Nínive”. A expressão “peso de Nínive” (v.1 a) proclama o início de sua ruína. O substantivo hebraico para “peso” é massá que significa “carga, fardo, sofrimento” (Êx 23.5; Nm 11.11,17) bem como “sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (Hc 1.1; Zc 9.1 ; 12.1). Ela aponta para a proclamação de um desastre (ls 14.28; 23.1; 30.6).
II. TOLERÂNCIA E VINDICAÇÃO
Vingança (v.2). A mensagem de Naum é o juízo divino sobre Nínive. Aqui, sobressaem os atributos divinos pertinentes ao tema. O verbo hebraico naqam, “vingar-se, tomar vingança”, aparece três vezes só neste versículo e precisa ser devidamente compreendido. Vingança é o castigo imposto por dano ou ofensa; diz respeito a infratores contumazes da lei divina. Visto que a vingança pertence a Deus (SI 94.1), contra eles está o justo “Juiz de toda a terra” (Gn 18.25).
Longanimidade. Deus é compassivo e “tardio em irar-se” (v.3a), pois a longanimidade divina espera o arrependimento do pecador (Rm 2.4-6). Todavia, isso não é sinônimo de impunidade, pois a justiça do Eterno não permite tomar o culpado por inocente. Uma vez que Nínive persistiu em sua maldade e a Assíria construiu o seu império pela violência e desrespeito aos direitos humanos, massacrando muitos povos, dentre eles o de Judá e o de Israel, agora essas mesmas nações se alegrarão com a queda e a humilhação da cidade maléfica (3.5-7).
O poder de Deus. As descrições poéticas dos atributos divinos estão ligadas ao poder e a majestade de Deus (1.3-8). a profeta declara que o Senhor “tem o seu caminho na tormenta e na tempestade” (v.3). Em linguagem metafórica, o poder, a grandeza e a majestade do Senhor são
descritos através da força da natureza. Essas descrições mostram que a espera do Eterno em punir os ninivitas não se deu por falta de poder, mas por causa de sua longanimidade.
III. O CASTIGO DOS INIMIGOS
Quem são os “inimigos”? Os assírios eram os “inimigos” e a expressão “peso de Nínive” (v.1) – referindo-se à capital da Assíria – o confirma. A ausência da indicação desse povo (vv. 9-14) também ensina as nações, ao longo da história, que sentenças similares às da Assíria são aplicáveis a qualquer povo que se levantar contra Deus. Por essa razão a queda dos assírios foi definitiva (v.9).
O estilo de Naum. a livro do profeta Naum é rico em metáforas: raso a exército assírio é comparado a um emaranhado de espinhos e aos bêbados embriagados com vinho (v.10), significando que Deus enfraqueceu o poder de Nínive e que os ninivitas são uma “presa fácil”. Por esse mesmo motivo, Nabopolassar, rei de Babilônia e pai do rei Nabucodonosor, entrou na cidade em 612 a.C. sem resistência alguma dos assírios.
Reminiscências históricas? Alguns expositores bíblicos pensam que o “conselheiro de Belial” (vv. 11,12) é uma referência a Senaqueribe (II Rs 18.13). É verossímil que o versículo 14 pareça aplicar-se a ele (II Rs 18.36,37), pois a reminiscência histórica é comum em muitas mensagens proféticas. Entretanto, não é o que parece aqui, pois provavelmente a expressão “mais ninguém do teu nome seja semeado” (v.14), aluda à falta de herdeiro no trono, denotando o fim do império. Tal sentença indica o caráter definitivo do castigo divino.
A consolação de Judá, Assim como a profecia de Obadias era contra Edom, mas a mensagem era para Judá, semelhantemente ocorre aqui, conforme a declaração profética: “serão exterminados, e ele passará; eu te afligi, mas não te afligirei mais” (v.12). Essa abrupta mudança da terceira para a segunda pessoa indica a mensagem de esperança para Judá, a castigo de Judá é corretivo. O povo ainda achará o favor divino (v.13). Mas o juízo dos assírios é final, por haverem eles rejeitado a misericórdia que o Deus de Israel, gratuitamente, lhes havia oferecido através de Jonas.
CONCLUSÃO
Assim como o juízo divino puniu a capital da perversa Assíria, assim também acontecerá no dia da ira de Deus, quando Ele punirá a todos, indivíduos e nações, que, rejeitando a sua misericordiosa graça, perseveraram na prática do mal.
Nesse dia, todos prestarão contas de seus atos diante dEle. É o que adverte o próprio Senhor através de seus profetas. Contudo, a porta da graça está aberta, oferecendo gratuitamente, a toda as nações, ampla oportunidade de arrependimento e salvação através de Jesus Cristo (II Pe 3.9).
Postado por: Pb. Ademilson Braga