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Do Rap às Drogas; Das Drogas a Cristo

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Carioca da Penha, zona norte do Rio, Valnei Miranda, 33 anos, é mais conhecido pelo apelido de Playboy. O nome, na verdade, acabou ficando em segundo plano. Passou a ser reconhecido assim após ter composto os raps do Complexo e da Mudança, duas gravações que alcançaram grande sucesso na mídia secular. Nascia, então, a dupla Tiê e Playboy, que ultrapassou o terreno do anonimato no difícil mercado musical – independente de estilo – onde o sucesso acontece apenas para raros casos. “De repente, quando dei por mim, estava tocando em todas as rádios. Gravamos um especial para os Estados Unidos, fiz shows em vários Estados e estive em diversas emissoras de televisão”, conta Valnei, que desde garoto era viciado nos tóxicos, mergulhou fundo nas drogas. mas pela misericórdia divina foi transformado.
Até os 15 anos foi criado pela avó e pelos tios. Em sua infância não enfrentou nenhum tipo de necessidade. Teve boa educação. Isso fica evidente na sua conversa bem articulada:  voz pausada, sem expressões chulas ou gírias. Apesar da sua vida tranqüila, queria ter liberdade, sair por vários lugares sozinho sem hora para chegar em casa. Começou a tomar contato com a vida em toda a sua plenitude e, nas suas andanças, conheceu alguns amigos – na verdade uma turma envolvida com drogas – e teve repentinamente que fugir para o Complexo do Alemão, no bairro de Ramos, Rio de Janeiro, para não ser morto por um grupo rival. “No Complexo do Alemão, morei de favor e enfrentei uma série de dificuldades. Até fome passei.

Crise
O período de crise foi superado com a notoriedade que alcançou com a música. Como desde cedo sempre e gostou de escrever, usou este dom e para compor as letras dos raps, que  agradou em cheio aos adeptos desse  ritmo musical. “Meu primeiro empresário foi um traficante, que me deu estrutura e apoio para tocar nas rádios”, relata Valnei.
Sua vida mudou. Com a agenda sempre lotada para shows, passou a ganhar muito dinheiro, andava cheio de ouro, usava roupas extravagantes. Valnei virou ídolo na comunidade, e perdeu a conta das mulheres que conquistou. O emprego desse verbo aqui é eufemismo. Na verdade, eram as mulheres que o procurava, às vezes, de forma acintosa. “Tive tudo que o dinheiro pode oferecer”, diz.
Certa noite, estava numa quadra  de esportes no Rio quando recebeu um recado que o informava da presença do jogador Romário, que queria conhecê-lo. Foram apresentados, e Valnei ficou sabendo que seus raps eram ouvidos na concentração. Virou amigo do craque e passou a ser convidado todo final do ano para a festa patrocinada pelo jogador na Vila da Penha.
Com a fama, as oportunidades iam surgindo naturalmente. Não precisava se esforçar. Valnei afirma que teve como empresário um que também trabalhou com a Xuxa, e conseguia drogas sem gastar dinheiro. Ao chegar numa “boca” (local de venda de drogas) para comprar cocaína, o traficante ficava tão satisfeito com a sua presença, que dava a droga de graça. Isso ocorreu diversas vezes. Na medida em que consumia quantidades maiores de droga, Valnei via sua vida sendo empurrada para o abismo. “Sempre fui envolvido com drogas, principalmente cocaína. Cheguei a consumir 15 gramas por dia, sempre em casa, trancado no quarto. Ficava isolado, não falava com ninguém, e tinha a sensação de que alguém ia entrar pela porta para me pegar. Ficava agitado, ansioso e olhava várias vezes pelo buraco da fechadura”, relembra.

Libertação
O irmão Valnei conta que, durante a fase do vício, várias vezes clamou a Deus que o libertasse, mas não tinha forças para reagir. Mas, numa sexta-feira, próximo às festividades de Páscoa, houve uma concentração de evangélicos na favela Complexo do Alemão. Valnei foi convidado e compareceu. “Lá, estava o grupo Chama Viva, formado por ex-traficantes. Quando ouvi o que Deus fez na vida deles, senti que a minha vida também poderia ser mudada e na hora do apelo aceitei Jesus. Passei, então, a freqüentar a Assembléia de Deus no Complexo. Quatro dias depois meu companheiro Tiê também se converteu”.
Saiu da escuridão para a luz, e tem seguido à risca o que o apóstolo Paulo disse em Atos 26.20. Abandonou os seus pecados, voltou-se para Deus, e sua nova postura diante da vida prova o seu arrependimento. Vale a pena lembrar que a conversão é a forma mais radical de transformação operada pelo Espírito Santo. Ele cria na pessoa uma nova natureza. “Algumas pessoas já me perguntaram se após a minha conversão eu nunca mais senti vontade de consumir tóxicos. Vontade houve, mas resisti. No início foi difícil, mas venci, porque a Bíblia diz para resistir ao Diabo que ele foge (Tg 4.7).

Jesus me separou do mundo de pecado. Tomei uma atitude séria e me dedico totalmente ao Evangelho”.

 

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