Adultos - Betel
Aprendendo com os dez mandamentos: Pilares éticos e morais cujos princípios são relevantes e aplicáveis na vida contemporânea
EBD – Adultos – EDIÇÃO: 258 – 4º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: BETEL
LIÇÃO – 13 – 29 de dezembro de 2024
TEXTO ÁUREO
“Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.” I Coríntios 10.11
VERDADE APLICADA
Fomos libertos da escravidão do pecado para pertencermos a Deus e vivermos segundo a Sua vontade em todas as áreas da vida, para a glória de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Salmo 119
97 Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.
98 Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio que meus inimigos, pois estão sempre comigo.
99 Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos.
100 Sou mais prudente do que os velhos, porque guardo os teus preceitos.
101 Desviei os meus pés de todo caminho mau, para observar a tua palavra.
102 Não me apartei dos teus juízos, porque tu me ensinaste.
103 Oh! Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do que o mel à minha boca.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda-feira – Ex 29.13-17
O sacrifício e as cerimônias da consagração.
Terça-feira – Mt 22.36-39
O grande mandamento.
Quarta-feira – Jo 14.21
É preciso guardar os mandamentos de Deus.
Quinta-feira – Rm 7.5
A paixão do pecado obra frutos para a morte.
Sexta-feira – II Co 3.6
Ministros de um novo testamento.
Sábado – Ef 4.28-31
É preciso andar em santidade.
INTRODUÇÃO
Os Dez Mandamentos possuem uma riqueza de princípios para a vida prática do povo de Deus. Com o auxílio do Espírito Santo e o amor de Deus em nós derramado, é necessário e possível aplicar tais princípios em todas as áreas da vida enquanto estamos nesta terra. Eles são altamente protetivos e manifestam o amor e o cuidado que Deus tem com cada um de nós.
I – CRISTO, O CUMPRIMENTO DA LEI
A Lei de Deus revela Seu caráter divino e, em ambos os Testamentos, esses valores morais são ensinados como princípios eternos, pois, são a vontade de Deus (Mt 5.18).
1. A lei moral, civil e cerimonial. É de extrema importância sabermos distinguir cuidadosamente as diferenças entre a lei cerimonial, as leis civis ou judiciais, e a lei moral, pela qual o Criador estabelece a conduta moral de todas as criaturas para todos os tempos. A lei moral é o padrão justo e eterno para a nossa relação com Deus e com o nosso próximo. A lei civil é composta por leis que regiam Israel como nação sob Deus. Nelas havia orientações para guerras, restrições ao uso da terra, regulamentos para a dívida e penas por violações do código legal de Israel. A lei cerimonial tratava das festas, da adoração, dos alimentos, da pureza ritual, a conduta dos sacerdotes, como está no livro de Levítico. A lei cerimonial, que trata do culto, apontava para Jesus Cristo, sendo sombra das coisas futuras (CI 2.7; Hb 10.1); a lei civil foi dada a Israel como uma nação de governo teocrático; e lei moral revela o caráter santo de Deus (Rm 7.12, 14). Lembremo-nos de que esta classificação não significa que são três leis independentes, mas, sim, uma Lei que trata de diferentes aspectos da vida de Israel.
2. Cristo e a Nova Aliança. Já vimos na primeira lição sobre os Dez Mandamentos como resultado da revelação de Deus no Sinai ratificando o pacto iniciado na libertação de Israel da escravidão do Egito por ocasião da instituição da Páscoa (Êx 24.8). Assim, no Sinai, Moisés é o mediador da aliança entre Deus e o povo de Israel (Êx 19.3-9). Com a vinda de Jesus Cristo, na plenitude dos tempos (Gl 4.4-5), Ele estabeleceu a Nova Aliança/Testamento em Seu sangue (Mt 26.28). Jeremias profetizou sobre a Nova Aliança [Jr 31.31-33]. A Antiga Aliança exerceu um papel de tutor até a chegada da Nova Aliança (Gl 3.23-25).
3. Cristo e o cumprimento da lei. Já vimos anteriormente que Nosso Senhor Jesus não veio para abolir a Lei e os ensinamentos dos profetas, mas, sim, para cumprir (Mt 5.17). O apóstolo Paulo escreveu que não há ser humano que seja declarado justo tendo como base a obediência à Lei (Rm 3.19-20). A Lei revela nossa necessidade de perdão, nossa incapacidade de agradar a Deus por recursos próprios. Mas Cristo cumpriu. “O fim da lei é Cristo” [Rm 10.4]. Cristo nos resgatou da maldição da lei (Gl 3.13). Esta é a doutrina fundamental da fé cristã. Não é possível compreender a morte de Cristo sem uma compreensão das exigências da lei. Jesus Cristo cumpriu a lei, foi “obediente até a morte” (Fp 2.8), tomou sobre Si os nossos pecados, efetuou a perfeita e eterna redenção (Hb 9.12).
II – OS DEZ MANDAMENTOS E A VIDA PRÁTICA
Podemos destacar no estudo dos Dez Mandamentos, três princípios que devem nortear o nosso viver ao longo da jornada cristã: os padrões de Deus, nosso relacionamento com o próximo e um manual de adoração e conduta.
1. Os padrões perfeitos de Deus. O fato de não estarmos mais debaixo da Antiga Aliança não significa que os padrões de Deus deixaram de existir ou não mais são exigidos. Tais pensamentos podem servir como justificativa para um viver que transforma a graça de Deus em libertinagem (Jd 4). É crucial ter em mente que os Dez Mandamentos revelam algo do caráter moral de Deus e que nEle “não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1.17). Ο Senhor Deus nos libertou da escravidão do pecado, nos tirou da potestade das trevas para sermos dEle e vivermos de acordo com a vontade dEle. Em Cristo é possível uma vida de fidelidade a Deus em amor (Mt 22.36-40). “E este é o amor: que andemos em obediência aos seus mandamentos” (II Jo 6). O Senhor Jesus ordenou aos Seus discípulos que se dedicassem a ensinar outros discípulos a guardarem todas as coisas que Ele tinha mandado (Mt 28.20). Todos precisam conhecer os padrões de Deus. Todos necessitam ser participantes da natureza divina. Todos precisam andar em Espírito.
2. Conduzem à manifestação prática do amor. Escrevendo aos romanos, Paulo nos afirma que o amor cumpre a lei (Rm 13.10). João nos diz que o amor nos guia para cumpri-la. A ideia prática aqui é que amor e mandamentos caminham juntos. O amor é o motivo para obedecer, enquanto os mandamentos orientam e dirigem esse amor (I Jo 5.3). Quando Jesus assinala que o cumprimento da lei e dos profetas está em amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos, a base é o amor (Mt 7.12; 22.37-40). Sem o exercício do amor, é impossível que guardemos Seus mandamentos (Jo 14.21). No identificado “discurso de despedida” (Jo 13-16), logo no início, nosso Senhor diz, a um grupo de discípulos preocupados e aflitos por ouvirem que Jesus iria partir e que eles não poderiam acompanhá-Lo, o que Ele espera deles: “Amem-se uns aos outros. O padrão de comparação quanto a este amor é o amor de Jesus (Jo 13.1, 34). Jesus identifica como “um novo mandamento”.
3. São um manual e guia para adoração e conduta. Os primeiros quatro mandamentos nos ensinam a diferença entre a adoração verdadeira e a adoração falsa. Por exemplo, no primeiro mandamento temos “o objeto de adoração”; no segundo “os meios de adoração”; no terceiro “a maneira da adoração”; e no quarto mandamento temos o “tempo de adoração”. Esses mandamentos tratam de nossa reverência e nosso respeito pela pessoa, autoridade e glória de Deus. Portanto, nossa atitude para com Deus refletirá em nossa atitude para com a família e o próximo: “Honra a teu pai e a tua mãe”, “Não matarás”, “Não cometerás adultério”, “Não furtarás”, “Não dirás falso testemunho” e “Não cobiçarás”.
III – PRINCÍPIOS BÁSICOS DOS DEZ MANDAMENTOS
Os Dez Mandamentos vão além de uma conformidade “externa” e superficial aos seus mandatos. Eles tratam com o coração, com os motivos, os desejos e pensamentos do coração.
1. Não devemos olhar apenas na letra da lei. Para discernirmos os princípios básicos dos Dez Mandamentos e sermos norteados por eles, é preciso ir além da leitura, memorização, verbalização e demonstrações exteriores. É crucial a experiência do novo nascimento, a ajuda do Espírito Santo, estar em Cristo e, assim, ser movido pelo amor a Deus e ao próximo (Mt 23.24). Este foi o erro dos fariseus que Cristo apontou tantas vezes. Eles interpretaram os mandamentos como algo puramente legal e superficial. Guardavam a “letra” e se esquecem do espírito da lei (Mc 7.13; Rm 7.5; II Co 3.6). Por natureza, todos os homens preferem que a religião seja algo mecânico, algo que se possa realizar por si mesmo e com as próprias forças. Quase todo mundo quer uma religião que não vá além de uma lista de proibições superficiais e externas.
2. Cada mandamento trata de um grupo de pecados. Os pecados mencionados nos Dez Mandamentos representam grupos de pecados relacionados e similares. Ou seja, cada mandamento específico encabeça outros pecados semelhantes. Cada mandamento particular trata com uma categoria ou classe de pecados que estão relacionados. Por exemplo, o mandamento: “Não matarás”, inclui muitos outros pecados. De acordo com o Sermão do Monte, inclui: ódio, raiva injusta, palavras abusivas e até mesmo qualquer desejo ou inclinação para fazer mal ao nosso próximo (Mt 5.21-22). Cristo ensinou nesta passagem que a pessoa que usa palavras abusivas é tão culpada quanto o homicida. Esses sentimentos manifestam o mal ao próximo e não o bem (Ef 4.31; I Jo 3.15).
3. Os mandamentos exigem uma vida prática. Em outras palavras, podemos dizer que os mandamentos são negativos e positivos. Eles são expressos negativamente para enfatizar a pecaminosidade dos homens, mas sempre vão além do elemento negativo e nos conduzem ao elemento positivo. Podemos ver este ponto, por exemplo, em Hebreus 13.5, onde o mandamento “não cobiçarás” significa não apenas que deixemos a ganância, mas que estamos contentes com o que temos. Em outras palavras, gratidão e contentamento são o aspecto positivo do décimo mandamento. Mais um exemplo é Efésios 4.28, onde aprendemos que, além de deixar o roubo, deve-se trabalhar honestamente e repartir com o que necessita.
CONCLUSÃO
O fato de os Dez Mandamentos expressarem a vontade de Deus e revelarem o Seu santo caráter, deve mover-nos a estudá-los e procurarmos discernir os princípios neles contidos. Evidente que, para tanto, devemos ser norteados pela contínua ação do Espírito Santo e pelo amor a Deus, visando um viver que agrada ao Senhor, testemunha a todos a salvação e o plano de Deus para a humanidade e a glória de Deus.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Editora Betel