Adultos - CPAD
A Ceia do Senhor – A segunda ordenança da Igreja

EBD – Adultos – EDIÇÃO: 620 – 1º Trimestre – Ano: 2024 – Editora: CPAD
LIÇÃO – 10 – 10 de março de 2024
TEXTO ÁUREO
“Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha.” (I Co 11.26)
VERDADE PRÁTICA
A Ceia do Senhor, como uma ordenança, celebra a comunhão do crente com o Senhor ressuscitado.
LEITURA DIÁRIA
Segunda-feira – Lc 22.19,20
Uma ordenança de Jesus
Terça-feira – I Co 11.24
A Ceia do Senhor como um memorial
Quarta-feira – I Co 11.26
Proclamando a morte do Senhor
Quinta-feira – At 2.42
Celebrando a comunhão crista
Sexta-feira – I Co 11.27
Mantendo a reverência na Ceia do Senhor
Sábado – I Co 5.7,8
Celebrando de maneira festiva
LEITURA BÍBLICA
I Corintios 11
17- Nisto, porém, que vou dizer-vos, não vos louvo, porquanto vos ajuntais, não para melhor, senão para pior.
18- Porque, antes de tudo, ouço que, quando vos ajuntais na igreja, há entre vás dissensões: e em parte 0 creio.
19- E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vás.
20- De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor.
21- Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome, e outro embriaga-se.
22- Não tendes, porventura, casas para comer e para beber? Ou desprezais a igreja de Deus e envergonhais os que nada têm? Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisso não vos louvo
23- Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão;
24- e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
25-Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.
26- Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha.
27- Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor.
28- Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste cálice.
29 – Porque o que come e bebe indignamente come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.
30- Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem.
31- Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32- Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo. 33- Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.
34- Mas, se algum tiver fome, coma em casa, para que vos não ajunteis para condenação. Quanto às demais coisas, ordená-las-ei quando for ter convosco.
INTRODUÇÃO
Assim como a Batismo em águas, a Ceia do Senhor também é uma ordenança dada por Jesus à sua Igreja. Ao longo da história, a Igreja tem a Ceia do Senhor como uma das celebrações mais significativas. Nesse sentido, o cristão pode contemplar a Cela sob três perspectivas:
Primeira, um olhar para trás, quando contempla Cristo entregando-se em sacrifício vicário na cruz, segunda, um olhar para o presente, quando vê sua real condição diante de Deus e como foi alcançado pela graça de Deus; terceira, um olhar para o futuro, quando mantém sua expectativa e esperança na Segunda Vinda de Cristo. Nesse sentido, a Ceia do Senhor é uma cerimônia que deve ser celebrada com reverência, júbilo e expectativa.
I – A NATUREZA DA CEIA DO SENHOR NA TRADIÇÃO CRISTÄ
1- Na tradição romana. O romanismo compreende de forma literal as expressões ditas por Jesus em referência aos elementos da Ceia do Senhor “isto é o meu corpo (Lc 22.19); “Este cálice é […] meu sangue” (Lc 22.20). Assim, segundo esse entendimento, durante o cerimonial os elementos da Ceia se convertem no corpo e no sangue de Cristo. Esse ensino é conhecido como transubstanciação. Há pelo menos dois problemas com essa interpretação. O primeiro de natureza lógica, pois quando Jesus celebrou a última Páscoa, Ele estava presente e, portanto, não poderia estar fisicamente no pão e muito menos no cálice, já que fisicamente ele se encontrava lá. Por outro lado, entender essas palavras de forma literal e não como metáforas, cria problemas de natureza exegética. Jesus disse, por exemplo, que ele era a porta (Jo 10.9). Evidentemente, Ele não se referia a uma porta literal.
2- Na tradição protestante. A tradição luterana diverge da católica quando nega que os elementos da Ceia, o pão e o vinho, se tornem ou se convertam no corpo e no sangue de Cristo Contudo, afirma que o corpo físico de Jesus está presente no pão da Ceia. Esse entendimento luterano é denominado de consubstanciação. Como se ve, Lutero não conseguiu se desvencilhar por completo da tradição católica quando dá uma versão modificada da sua antiga crепса.
3- A posição pentecostal. A tradição pentecostal entende que o pão e o vinho não se convertem fisicamente no corpo de Jesus nem tampouco Jesus está presente fisicamente neles. Assim, o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus. Contudo, Jesus se faz presente espiritualmente nos símbolos da Ceia (Mt 18.20). Essa é a posição da maioria dos pentecostais. Também enfatizamos o aspecto memorial na celebração da Ceia do Senhor. Nesse sentido, a Ceia do Senhor é para quem está em comunhão, e não para dar comunhão. Esse entendimento se ajusta ao ensino do Novo Testamento sobre a Ceia do Senhor.
II – O PROPOSITO DA CEIA DO SENHOR
1- Celebrar a expiação de Cristo. Ao escrever sobre a Ceia do Senhor, o apóstolo Paulo destacou como propósito dessa celebração “anunciar a morte do Senhor (I Co 11.26). Nesse caso, a Ceia do Senhor aponta para o Calvário. Ela celebra a vitória de Cristo na cruz sobre o pecado, a morte e o Diabo (Hb 2.14,15) Por intermédio da morte de Cristo na cruz, fomos justificados e reconciliados com Deus (II Co 5.21). Portanto, na Ceia do Senhor celebramos a vitória de Jesus na cruz, que também é a nossa vitória (Ap 12.11)
2- Proclamar a segunda vinda de Cristo. A Ceia do Senhor proclama a sua segunda vinda (I Co 11.26), Logo, há um sentido escatológico na celebração da Ceia do Senhor. Quando essa bendita esperança é perdida, a igreja se seculariza. Assim, na Ceia do Senhor, a Igreja mantém um olhar no passado, quando contempla a vitória de Jesus na cruz, mas também mantem o seu olhar no futuro, esperando e ansiando pur sua Segunda Vinda. Ac contemplar o retorno de Cristo, a Igreja lembra que é peregrina nesta Terra e que a sua pátria não é aqui (Fp 3.20,21)
3- Celebrar a comunhão cristã. Uma das razões que levou o apóstolo Paulo a escrever a sua Primeira Carta aos Coríntios estava relacionada à questão de divisões entre os irmãos daquela igreja (I Co 1.11) Esse era um problema recorrente entre os coríntios e estava presente também durante a celebração da Cela do Senhor. Paulo os reprova por isso (I. Co 11.17). O clima fraterno e de comunhão deixara de existir (At 2.42: I Jo 1.7). Nesse sentido, alguns não esperavam peles outros para celebrarem a Ceia juntos (I Co 11.22). Quando há o espirito de divisão, litígios e intrigas entre os crentes, a celebração da Cela do Senhor perde todo o seu sentido.
III – O MODO DE CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR
1- O que é participar “indignamente”? Concernente à celebração da Ceia do Senhor, Paulo advertiu sobre o perigo de participar da Ceia indignamente. (I Co 11.27) O termo português “indignamente é a tradução do advérhio grega anariós. Um advérbio indica a maneira ou modo como se faz uma coisa enquanto um adjetivo indica a seu estado. Nesse sentido, esse advérbio. modifica o verbo comer e está relacionado ao modo ou maneira como os coríntios estavam comendo a Ceia do Senhor de maneira desordenada, quando não esperavam um pelos outros, de maneira indisciplinada, quando comiam mais do que os outros e de maneira irreverente quando se embriagavam (I Co 11. 18.21,22).
2- Uma celebração reverente. Se em lugar de um adverbia, que indica modo ou maneira, Paulo tivesse usado um adjetivo, que indica estado, qualidade ou natureza, então ninguém poderia participar da Ceia, pelo fato de que ninguém é digno (I Co 11.27) Como mostramos, não e esse o caso. E verdade que não participamos da Ceia do Senhor porque somos dignos, mas pela graça de Deus. Contudo, ninguém seja tentado em pensar que, pelo fato de ser um pecador alcançado pela graça, pode participar da Ceia vivendo deliberadamente em pecado. Se a simples maneira irreverente de celebrar a Ceia atrai o juízo divino, o que dizer então de quem participa com pecados não confessados? Pecado não confessado atrai o juízo divino
3- Celebração festiva. A Ceia do Senhor celebra a morte e ressurreição de Jesus e não o seu funeral. A Ceia celebra o Cristo que morreu, mas que ressuscitou (I Co. 15.1-4). Deve, portanto, ser uma celebração reverente, contudo, festiva (I Co 3.7 8) Nosso Redentor vive e, por isso, devemos demonstrar isso na Celebração da Ceia do Senhor. Nela, portanto, deve haver um ambiente de reverência e ao mesmo tempo, de abundante alegria.
CONCLUSÃO
Nesta lição, sob diferentes perspectivas, vimos alguns aspectos que revelam o sentido e propósito da Ceia do Senhor. Não é um sacramento, que de forma mágica concede graça aos que dela participam nem tampouco uma vacina para dar comunhão a quem não tem. Na verdade, o direito de celebrar essa importante ordenança é o resultado da graça que foi concedida a cada crente. É necessário ter esse discernimento quando se participa desse rito cristão. Trata, pois, de um ato que não pode ser celebrado de qualquer jeito ou maneira, nem tampouco por quem vive deliberadamente em pecado.
Postado por: Pr. Ademilson Braga
Fonte: Revista CPAD