Adultos - CPAD
O milagre da cura da mão mirrada
LIÇÃO – 160 – 19 de julho de 2015
TEXTO ÁUREO.
“Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno”. Hebreus 4.16
VERDADE PRÁTICA.
O mais importante para Jesus não é a execução correta de um ritual, mas sim a resposta espontânea ao clamor da necessidade humana.
TEXTOS DE REFERÊNCIA.
Mateus 12.9-13
INTRODUÇÃO.
Jesus entrou numa sinagoga e lá avistou um homem que tinha uma das mãos mirrada. Para aquele homem, o milagre foi o melhor presente de sua vida, mas, para os líderes religioso, Jesus havia violado a Lei (Mt 12.10).
I- COMPREENDENDO O SÉTIMO DIA.
O grande assunto que aparece com proeminência nesta passagem é o dia de sábado. Os fariseus haviam feito muitos acréscimos ao que as escrituras ensinavam a respeito do assunto e sobrecarregaram o verdadeiro caráter desse dia com as tradições humanas (Mc 2.27; 3.4).
Entendendo a lei do sábado.
A lei do sábado proibia todo trabalho nesse dia e os judeus ortodoxos tomavam tão a sério essa lei que preferiam morrer, literalmente, a que desobedecê-la. O historiador Flávio Josefo relatou que, na época da rebelião de Judas Macabeu, alguns judeus se refugiaram nas cavernas do deserto. Antíoco mandou uma legião de homens para atacá-los. Era um sábado e esses judeus insurgentes morreram sem um só gesto de desafio ou defesa porque lutar teria significado quebrar o sábado (Êx 35.1, 2).
A verdade em pratos limpos.
Embora tenha confrontado o pensamento dos fariseus, Jesus não aboliu a lei do sábado (Mt 12.11, 12). Em suas refutações, Ele a liberou das interpretações incorreta, trazendo-lhe purificação de adições inventadas por eles. Não era intenção de Jesus arrancar do decálogo o quarto mandamento. Ele apenas o desnudou das miseráveis tradições pelas quais os fariseus haviam incrustado o dia, transformando-o em uma carga insuportável, em vez de bênção. Jesus deixou o quarto mandamento exatamente onde encontrou, isto é, como parte integrante da eterna Lei de Deus, da qual não se pode retirar nem sequer um til, a qual jamais passará (Mt 24.25).
O dia do descanso do Senhor.
Jesus apresentou aos fariseus o verdadeiro princípio pelo qual o sábado veio a existir: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc 2.27). Nestas palavras de Jesus, há uma fonte de profunda sabedoria. Deus estabeleceu o dia de descanso em favor de Adão no paraíso; e renovou-o para Israel no monte Sinai (Êx 20.7-11). Esse dia não existe por causa de Israel. Ele foi estabelecido em favor de toda a humanidade, visando o benefício e a felicidade do homem. Visava o bem de seu corpo, de sua mente e de sua alma. Foi dado ao homem como uma bênção e uma graça, não como um fardo. Assim foi sua instituição original. A observância desse dia nunca teve a finalidade de interferir nas necessidades humanas.
II- ALCANÇANDO MILAGRES.
O sábado era o dia do descanso. Era costume dos judeus se reunirem na sinagoga para ler a Torá e se prepararem para uma nova semana. Foi exatamente nesse dia que esse homem resolveu sair de casa e ir à sinagoga. Ele estava no lugar certo e na hora certa (Mc 3.1).
O início de uma nova história.
Durante seis dias os judeus estudavam a Torá, a qual era dividida de sete em sete capítulos. No sábado (Shabat), eles se reuniram na sinagoga para terminar a leitura semanal e, viraram a página para iniciar o próximo grupo de sete, referente à semana que se iniciaria no outro dia (domingo). O sábado marcava o fim de um ciclo e o início de outro. Foi nesse dia de transição que Jesus se dirigiu a sinagoga (Mt 12.9, 10). Embora o texto comece com uma armadilha para tentar culpar Jesus de violar o sábado, a história termina com Jesus libertando esse homem e escrevendo uma nova página em sua vida, dando fim a uma fase e iniciando outra (Mt 12.13).
A mão ressequida.
Há um detalhe muito interessante nesta história. Se compararmos com Mateus 12.10-13 e Marcos 3.1-6, observaremos que somente Lucas nos conta que o homem tinha seca sua mão direita. Aqui fala o médico, interessado nos detalhes do caso (Lc 6.6). A mão direita ressequida era símbolo de maldição e esse homem, segundo a Lei, deveria ser considerado imundo perante o povo. A mão direita era a mão do relacionamento, do trabalho, da comunhão e da restituição. Evitando ser discriminado, esse homem não declarou seu problema e foi premiado por sua ousada fé. Jesus o mandou estender a mão e, de maneira instantânea e milagrosa, ele foi curado apenas pelo poder da palavra de Jesus (Mt 12.13).
Vem para o meio.
Essa palavra dita por Jesus parece ter exposto esse homem diante dos fariseus. Mas Jesus jamais pensou em envergonhá-lo. Seu propósito foi dar a ele a condição de reintegrar-se ao culto. Primeiro mandou que estendesse a mão e, para que isso acontecesse, o homem deveria crer naquilo que Jesus estava ordenando ser feito. Em seguida, Jesus o chamou para vir para o meio, como se lhe dissesse: “A partir de hoje, você não precisa mais se esconder, eu retirei de sua vida a maldição, agora você pode adorar como qualquer um de nós”. Hoje Jesus também chama os pecadores para que estendam a mão, exponham seus pecados e digam que área de suas vidas que está seca, atrofiada e os impossibilita de agir, para que Ele os possa curar (Mt 12.13; I Jo 1.9).
III. EIS QUE TUDO SE FEZ NOVO.
A proposta do evangelho é tirar a atrofia da vida de todo aquele que está inoperante em Sua casa. Jesus tem poder para restaurar as áreas que não funcionam em nossas vidas. Ele nunca hesitou em fazer milagres, basta-nos apenas crer em Sua Palavra (Mt 21.22).
De volta à vida.
Em Isaias 41.10, o Senhor diz que nos toma pela mão direita. Ter a mão direita restituída representava estar novamente inserido no contexto da sociedade e apto para exercer tanto o trabalho quanto a adoração a Deus. Com apenas uma palavra, Jesus reacendeu a chama da vida desse homem. Antes ele se escondia, agora não tinha mais motivos para fazê-lo. Enquanto a doença o limitava, a religião e o oprimia. Ao curá-lo, Jesus estava dando a ele a oportunidade de ter sua mão de volta, ter de volta a comunhão, o trabalho e as demais atividades que antes não podia realizar.
Imediatamente são.
Um novo ciclo começou na vida desse homem e começou pelo estabelecimento de sua saúde. O que significa o Evangelho sem milagres? Apenas um conjunto de rituais maçantes e cansativos que, em vez de mudar a nossa consciência para ver coisas grandes da parte de Deus, nos torna em seus inimigos. Para Jesus, a religião era serviço. Era o amor a Deus e o amor aos homens. O ritual não carecia de valor algum, em comparação com o amor posto em ação. Para Jesus, o mais importante de tudo não era a execução correta de um ritual até o seu mínimo detalhe, e sim a resposta espontânea ao clamor da necessidade humana.
Tempo de restauração.
A cura milagrosa desse homem nos fala de um tempo de restauração. Ao esclarecer sobre a lei do sábado, Jesus fez questão de curar esse homem para nos ensinar que Sua Palavra é poderosa e que a religião somente impede o homem de achegar-se a Deus. Jesus chamou o homem diante de todos, pediu para que se pusesse de pé e mandou estender sua mão. É preciso urgentemente compreender que o Evangelho nos tira da vergonha do anonimato, ergue-nos da desventura e coloca em nossas mãos a força para receber a graça (Lc 6.8, 10).
CONCLUSÃO.
A lição que acabamos de estudar nos fala de um tempo de recomeço. A prova maior disso foi o milagre realizado por Jesus, que devolveu a esse homem sua vida e seus sonhos. Que possamos ter sempre em mente e crer que não existe nada para Deus que seja impossível (Lc 1.37).
Postado por: Pb. Ademilson Braga